Capítulo Seis

A Recuperação

Naquele dia, madame Pomfrey não deixou Gina sequer levantar da cama. A menina estava ficando entediada, quando lembrou do livro que pegou na biblioteca naquela manhã. Ela pediu para Mione que o pegasse no seu malão, e ficou lendo o dia inteiro, sempre fascinada com o modo que o autor escrevia.

"Ah... se o Harry gostasse de mim como algo mais do que uma amiga..." ela pensou suspirando antes de fechar os olhos e dormir.

"- Harry? - perguntou Gina rindo.

- Aqui! - Ele respondeu atrás dela a virando em seguida e a beijando.

- Assim não vale... - disse ela se desviando do beijo divertida - assim você me pega desprevenida...

- Então se previna agora e me dê mais um...

- Você vai ter que me alcançar primeiro! - ela disse saindo correndo.

Ele começou a correr atrás dela, rindo.

Eles estavam em um jardim muito bonito e repleto de rosas vermelhas, as flores preferidas de Gina. Estava um belo dia de sol. E Harry corria atrás da menina desviando das árvores que tinham pelo jardim. Ele podia ouvir os risos de Gina e seus "gritinhos" quando ele estava próximo a ela.

Mas uma hora, ele pode ver um clarão, uma luz verde, atingindo-a. Ela deu um grito abafado e caiu no chão. Agora, Harry, que a havia alcançado, viu ela imóvel ao seus pés. Imediatamente uma lágrima percorreu seu rosto e pode ouvir a risada fria e cortante que ele conhecia tão bem e da qual, muitos morriam de medo. Era ele.

"Você vai sofrer, não permitirei que você seja feliz até que eu te pegue e acabe com você..." ele podia ouvir essa e outras frases ecoando em sua mente. Agora, flashs dele com Gina passava em sua mente: ele via ela corada e toda atrapalhada só porque ele entrava na mesma sala que ela, via ela escondida, o observando, ela sorrindo aquele sorriso que ele gostava tanto, ela entrando chorando na cabine, onde ele estava com Rony e Hermione, quando soube da morte da amiga... e agora, lá estava ela, imóvel a seus pés... E ele chorando porque sabia que não poderia traze-la de volta..."

Ele acordou assustado. Sem pensar muito no que fazia, ele pegou a capa de invisibilidade que seu pai lhe dera e foi em direção a ala hospitalar. Ele só tinha uma certeza naquele momento: precisava vê-la, saber se ela estava bem...

Ele caminhava silenciosa e apressadamente pelos corredores pensando no sonho.

"Por que eu sonhei que a estava beijando?" Harry se perguntava confuso.

Ao chegar na enfermaria, ele foi direto a cama onde ela estava. Ele observou cada detalhe, cada movimento que ela fazia enquanto dormia profundamente, por um bom tempo, até que tivesse a certeza de que ela estava bem.

Depois ele pode voltar mais tranqüilo para seu dormitório. Silenciosamente, ele guardou sua capa de volta no baú e se deitou na cama dormindo logo em seguida.

No dia seguinte, quando ele desceu com Rony para a sala comunal, Mione já os esperava lá.

- Oi Harry! Oi Rony - ela disse dando um abraço em Harry e um beijo em Rony - Depois do café, eu vou visitar Gina, vocês vem comigo?

- Claro! - responderam os dois.

Um tempo depois, eles já estavam conversando com Gina.

- Você está melhor? - perguntou Rony enlaçando a mão da irmã na sua.

- Ainda estou um pouco fraca, mas acho que vou ter alta amanhã de manhã.

- Que bom - disse Harry aliviado.

Eles ficaram mais um tempo com ela mas depois tiveram que ir para as aulas.

-...A aula de ontem foi muito produtiva... Vocês estão muito bem preparados! - disse Lupin aos grifinórios e sonserinos do quinto ano no início de sua aula dando um sorriso na direção de Harry e seus amigos e uma piscadela disfarçada para Hermione continuando a falar...

- Esse professor de meia tigela vive favorecendo os grifinórios, principalmente o metido da cicatriz e os amiguinhos dele... - sussurrou Draco para que somente Crabble e Goyle ouvissem.

- E o Snape não favorece a nossa casa? - perguntou o primeiro.

- Não seja besta, com o Snape é diferente, ele é um bom professor e sabe que nos somos mais superiores que eles...

- Sr. Malfoy? Gostaria de expressar sua opinião para a toda a classe em vez de ficar sussurrando com seus amigos?

Draco não sabia onde enfiar a cara. Se ele fosse um Weasley, o que seria muito difícil, ele estaria parecendo um pimentão agora.

- N-não, obrigada professor. - ele respondeu e vendo que o trio olhava para ele segurando a risada, deu para eles um olhar tão frio e penetrante que fez com que eles tivessem um arrepio.

- Infelizmente, eu terei que tirar 10 pontos da Sonserina pela sua distração.

Agora, os outros sonserinos olhavam com raiva para ele.

"Droga, que ódio desse professor... aposto que ele só fez isso porque eu não gosto do Potter... sempre o Potter. Eu preciso me vingar dele logo... mas o que eu faço??? Tem que ser algo legal aqui em Hogwarts e que se ele ou aqueles amiguinhos dele interferirem terão um castigo... e, de preferência, seja um ponto fraco em comum entre ele, aquele pobretão e a sangue-ruim... mas o que?" Draco estava pensativo naquela aula.

- Sr. Malfoy, ou o senhor presta atenção na minha aula ou o senhor sai dela.

Isso foi o suficiente para afastar Draco dos seus pensamentos nervoso...

- Pois bem, então tchau professor.

E saiu da sala pisando duro.

"Que droga, quem esse professor pensa que é? Sorte que minha próxima aula será com o Snape..." Naquele momento ele passou pela enfermaria e pode ver Gina dormindo em uma das camas.

"É claro, por que eu não pensei nisso antes? Vou usar a pobretona como alvo... Agora só resta saber como..." Ele pensava a caminho da biblioteca para esperar pela próxima aula.

Na outra aula, Draco usou o professor Snape para se vingar dos grifinórios que perderam os 40 pontos que ganharam de Lupin naquela aula e ainda perderam mais 20. Neville foi "o escolhido para Judas" na aula de poções, sendo responsável por mais da metade dos pontos perdidos por ter esbarrado, obviamente sem querer, no caldeirão e tê-lo deixado cair esparramando sua poção pelo chão da sala. Sem contar que, por isso, ficou com zero na atividade. Quando ouviu isso Mione ia protestar por ele ter sido injusto, visto que o menino tinha feito a poção, por mais incrível que pareça, corretamente, mas Rony segurou sua mão indicando que ela não devia falar nada, ou podia complicar a situação do menino e a dela.

A aula transcorreu assim, e Snape tinha o humor cada vez pior...

Enquanto isso na enfermaria Gina lia o livro que ela tanto gostou. Ela não sabia mais em breve, viveria algo parecido com isso...