Capítulo 2 - Olá, gato feio
Naquela noite Sirius se recusou a sair da cama e até mesmo jantar (sinal de que a coisa realmente estava séria). Seus amigos sabiam que isso era muito ruim. Porém, decidiram ir para o jantar sem ele para discutirem o que fariam a respeito.
-Nós temos um grande problema em nossas mãos, garotos. Sirius não está comendo. Isso não é bom - começou Tiago.
-Mas o que faremos? - perguntou dramaticamente Pedro.
-O que acham de arrumarmos um novo melhor amigo para ele? - sugeriu Remo brilhantemente.
-Sempre soube que você era um gênio! Isso merece uma dança dos Marotos! - exclamou Tiago.
Os três garotos se levantaram, e dançaram incontrolavelmente ao redor de seus lugares. Pedro pegou um garfo, girou-o como um bastão e o deixou cair desajeitadamente no chão. Tiago foi dançar em cima da mesa de Sonserina, rebolando na cara de Snape. Remo o puxou para a mesa de Grifinória novamente onde dançaram incontrolavelmente por volta de mais dois minutos.
Eles então se sentaram, ofegantes, e conversaram sobre o que dariam. Remo sugeriu que dessem um gato, uma vez que não era um animal que dava muito trabalho para cuidar.
-Idéia brilhante, Remo! Um gato! Ele vai adorar! - disse Pedro animado.
Depois de decidir o presente, eles fizeram mais uma vez a dança dos marotos e terminaram seus jantares. Após o jantar eles enviaram um formulário de compra de um gato siamês via coruja e foram dormir.
Na manhã seguinte, os garotos correram para o Grande Salão na hora do café da manhã (Sirius novamente se negou a ir, mas pediu que trouxessem comida) e aguardaram impacientemente por sua encomenda.
-Onde está nosso maldito gato? - indagou Tiago.
-Talvez eles tenham se enganado, e ele seja entregue através do correio ao invés de coruja - comentou Pedro.
Tiago e Remo ostentavam expressões confusas e estavam prestes a perguntar o que ele quis dizer com "através do correio" quando um grande que estava amarrada em quatro corujas caiu no prato de comida de Pedro.
-Ah! Eu ia comer isso! - reclamou Pedro.
Remo tirou rapidamente o papel de embrulho, retirando a jaulinha de dentro. Dentro dela tinha um horrível gato de olhos claros, patas escuras e com o corpo coberto de pêlos amarronzados.
-Err...você tem certeza de que isso é um gato, Remo? - perguntou Pedro aflito - ele não era muito chegado a gatos. Tinha verdadeiro horror a eles - Ele é bem incomum, não é? Eu podia jurar que gatos eram só alaranjados ou pretos.
Remo e Tiago viraram seus olhos, e depois de pegarem a jaula, foram em direção ao dormitório grifinório. Pedro pegou alguma comida para Sirius e os seguiu. Uma vez no quarto, Pedro deu a comida para Sirius e assistiu o amigo faminto devorar tudo.
-Nós temos algo para te dar, Sirius. Se você não gostar, é só dizer que nós entenderemos. Mas tente dar uma chance pra ele, ok? - disse Tiago.
-Humm...é ela - corrigiu Remo.
Ele deu a jaula para Sirius que abriu a porta. Sirius cutucou a gata, e ao ver que ela era inofensiva, cutucou-a ainda mais. A feia gata siamesa levantou-se de supetão e começou a correr feito louca pelo quarto. Ela miava agressivamente para os garotos que pularam, de medo, para a cama de Sirius. Ela continuou no chão com os pêlos da coluna arrepiados, miando mostrando suas presas, até que começou a avançar ameaçadoramente em direção aos lençóis da cama.
Pedro estava tão amedrontado que desmaiou e caiu no chão. A gata então pulou sobre ele e sentou-se em seu estômago orgulhosa.
-Muito obrigado, mas eu acho que não quero, rapazes - começou Sirius.
WOOF! Gata arranha a coberta
-O quê, em nome de Merlin, essa gata acabou a fazer?! Ela latiu?! -exclamou Remo com os olhos grudados no espécime raro a sua frente.
Tiago rapidamente estupefou a gata que ainda avançava e prendeu-a de volta na jaula. Ele soltou um longo suspiro de alívio enquanto os três amigos ainda conscientes sentavam-se perto de Pedro no chão.
-Nós sentimos muito, Sirius. Não sabíamos que você não gostava de gatos - desculpou-se Remo.
-Tudo bem, só não tragam mais nenhum gato aqui.
E com isso, Sirius foi para sua cama e cobriu sua cabeça novamente.
