Capítulo 3 - Partida
Entrou no quarto, tão escuro que mal se distinguia a forma feminina largada no meio do chão frio, magra e delicada.
Parecia tão frágil com os longos cabelos em desalinho cobrindo face, ombros e costas, os olhos desafiadores cerrados, os corpo tremendo de frio. Afinal, o inverno estava chegando. Devagar, sem querer assustá-la ou alarmá-la, aproximou-se e abaixou-se, até poder sentir a respiração calma e quente da garota. Estendia a mão direita para sacudi-la gentilmente, quando ela virou-se bruscamente.
Droga. Por que coisas estranhas sempre aconteciam com ele? Agora lá estava ele, abraçado e soterrado por uma garota fria e cruel que o odiava, sentindo o perfume de seus cabelos que agora caíam sobre o seu rosto, e o calor do corpo magro e leve como o de uma criança. Se ela acordasse agora seria a sua morte, e ele sabia. Mas não conseguia se mexer. Não conseguia forças para escapar daqueles braços que o seguravam ao mesmo tempo com tanta fragilidade e tanta força, os lábios rosados a centímetros dos seus, a respiração aquecendo seu rosto.
- Essa cena está muito agradável, mas dá pra fazer isso em outra horae em outro lugar? A gente vai se atrasar.
Yoh virou o rosto para a porta, vendo ninguém mais, ninguém menos que um Manta extremamente chocado, acompanhado por Ren, Horohoro e Ryuu, que o observavam com olhares maliciosos.
Mas a coisa ainda não estava ruim o suficiente...
Em um segundo, a onda de calor e perfume que o rodeava desapareceu, dando lugar a uma brisa gelada e uma aura de medo e insegurança, enquanto a garota que até a pouco temo o abraçava levantava-se.
- Espero que tenha alguma explicação decente, Asakura.
- Eu não tenho nada a ver com isso! Eu vim te acordar e você me agarrou, sua garota doida!
- É melhor tratar a sua noiva com mais respeito, criatura grosseira. Ou vai acabar se arrependendo. Agora é melhor você, ou melhor, vocês - e os outros garotos congelaram de medo quando um olhar extremamente irritado e perigoso lhes foi dirigido - saírem do quarto. Eu tenho que me trocar.
- Está certo, Mei-ann...mas por favor, se arrume rápido. Temos que chegar ao aeroporto em meia hora.
- Não se preocupe.
---
O céu de um azul puro e brilhante erguia-se sobre suas cabeças. Relativamente distante da cidade, o aeroporto tinha um cheiro incomum e agradável de limpeza, ainda mais àquela hora, quando apenas alguns funcionários ocupavam o espaço grande e aberto.
Apesar do sol quente e brilhante, os cinco xamãs encontravam-se muito bem agasalhados, vestindo longos sobretudos e sapatos grossos, carregando pouca ou nenhuma bagagem.
Era um grupo estranho. Apesar do dia alegre e belo, pairava sobre a maioria uma aura de melancolia. O rapaz chinês, muito sério, tentava apressar os outros de maneira não muito educada, enquanto os dois outros garotos caminhavam preguiçosamente, e o único adulto do grupo ocupava-se em observar os mais jovens, em especial a garota.
E, observando-se melhor, veria-se que a aura de melancolia sobre o grupo pertencia, se não totalmente, quase, à garota que os acompanhava. Os cabelos desalinhados eram como uma cortina dourada que cobria seus olhos, mantendo-a ainda mais distante dos outros.
E então, a pose desligada do mundo desapareceu, para dar lugar a uma nova.
Ela virou-se, os olhos vivos e alerta, repletos de medo e preocupação.
- O que está fazendo aqui?
A ferocidade e o medo na voz fizeram os outros quatro virarem-se para ver quem seria a receptor de tamanha hostilidade.
Os olhos arregalaram-se, e as bocas deixaram escapar expressões de exclamação, ao se deparar com um garoto extremamente parecido com Yoh, de longos cabelos castanhos que flutuavam suavemente ao vento.
- Vim pegar o que é meu por direito. Venha, Mei-ann.
- Se quer que eu volte para aquele lugar desprezível, está muito enganado. Eu vou para a Luta dos Xamãs, e nem você nem ninguém vai poder me impedir!
- Se você quer realmente saber, Mei-ann, não preciso mais de você como esposa. Mas mesmo assim, quero-te para mim.
- Isso que está falando é tão ridículo que não vou nem responder. Com licença. E vocês...vamos ou não entrar no avião?
- Vamos logo. - murmurou Ren, mal humorado - não temos tempo a perder.
O garoto sorria tranqüilamente, sem alteração alguma na expressão facial, mesmo ante a recepção pouco gentil do alvo de suas atenções. Atrás dele surgiu uma sombra, que observava preguiçosamente o jatinho cortar o céu azul e brilhante.
- Você acha que eles entenderam, Hao?
Ele virou-se para a bela jovem ao seu lado, e falou, tranqüilamente:
- Não importa. Na hora certa eles saberão.
No jatinho, não havia mais melancolia alguma. Havia apenas determinação e força.
---
- Não dá pra acreditar. Com mais de 30 jatinhos, logo este tinha que estar quebrado? - resmungou Ren. Ao redor dele, os outros caminhavam calados. Á frente de todos caminhava a garota, mordendo os lábios, os membros magros movendo-se mecanicamente, enquanto ela parecia estar a quilômetros de distância. Yoh foi até ela preguiçosamente e, gentilmente, colocou uma mão sobre seu ombro direito.
- Mei-ann, não quer descansar? Acho que estamos todos muito cansados.
- Podem descansar se quiserem. Eu vou continuar, até chegar lá.
- Então você pretende chegar sem descansar? Mas Mei-ann, você não pode...Vai ficar muito cansada e fraca, precisa comer e beber algo. Ande, coma alguma coisa. A gente trouxe comida não é gente?
- Bem, a gente certamente tinha comida... - murmurou Horohoro - mas sabe o que é? Eu tava com um pouco de fome e...
- Horohoro, você comeu tudo? - perguntou Yoh, rindo - não acredito. Bem, pelo jeito vamos ter que esperar até chegar em algum lugar. Mas que azar o jatinho ter caído, hein?
- Não foi por acaso. - foi a única coisa que Mei-ann disse.
- O que você quer dizer com isso? - resmungou Horohoro.
- Que esse acidente foi provocado por alguém. E há uma cidade a cinco quilômetros ao leste daqui. Vocês podem se dirigir a ela. É aqui que a nossa união acaba.
- O que você quer dizer?
- Que não somos um grupo. Somos todos inimigos, concorrendo a uma vaga que apenas um de nós poderá ocupar. Assim, não há sentido em me atrasar acompanhando o ritmo de vocês. Adeus.
Dizendo isso, a garota pulou agilmente para o alto de um paredão, tornando-se uma sombra entre eles e o sol que se punha. Os quatro continuaram observando o ponto onde ela tinha desaparecido sem entender muito bem o que estava acontecendo, até que ela desaparecesse no horizonte quente e dourado, com o balançar suave de seus cabelos compridos e o ondular gracioso das roupas negras ao vento.
- Mei-ann é certamente uma pessoa única - disse Yoh sorrindo, sobressaltando todos - e então, o que acham de seguir o conselho dela? Vamos logo para a tal cidade!
- Está certo, patrão Yoh. Vamos lá!
- Espero que essa tal cidade tenha algo bom pra comer! - gritou Horohoro, seguindo os outros dois fazendo um grande estardalhaço.
Ren permaneceu ainda algum tempo observando o ponto onde ela havia desaparecido. Sim, era realmente uma pessoa única. Mas não gostava dela. Não confiava em seus olhos sarcásticos, e muito menos em suas palavras pouco gentis.
- É uma garota extremamente estranha.
E dizendo isso, seguiu sem pressa os outros que já iam longe, o sol frio do fim de dia no deserto sobre suas costas, os pés pisando a areia fina e avermelhada. E pouco a pouco, quando as primeiras estrelas começaram a pontilhar o céu de veludo escuro, os contornos de uma cidade pequena e hostil foram se formando.
---
Havia apenas uma pessoa ocupando o aposento escuro, frio, hostil, com suas paredes de pedra e o gotejar preguiçoso vindo da água de alguma infiltração. As mãos magras jaziam penduradas por grossas correntes acima da cabeça, de onde caíam cabelos dourados, úmidos e sem brilho que roçavam os ombros magros e ossudos. Na beirada dos olhos cerrados jaziam algumas lágrimas salgadas e mornas pareciam indecisas, como se refletissem se deveriam cair ou não.
Rapidamente a face virou-se à entrada de um alguém, um alguém de aparência familiar, de longos cabelos castanhos, sorriso desagradável, expressão sarcástica.
- O que você quer? - perguntou, a voz amarga e irritada.
- Tão amarga, minha doce garota. Ande, deixe-me ver seus belos olhos. - e, num misto de delicadeza e brutalidade, segurou o rosto ao qual pertencia o par de olhos que o fitavam acusadoramente.
- Como se não bastasse me manter prisioneira, me humilhar, me fazer sofrer dessa maneira repugnante, ainda vem tripudiar? Deixe-me em paz.
- Mas que graça teria minha vida sem você? - e sorrindo, o garoto aproximou-se da garota, até que seus lábios se tocassem, sem que ela pudesse resistir ou lutar.
---
Observou ele abandonar o aposento, um sorriso satisfeito brincando nos lábios.
A bela face emoldurada por cabelos dourados contorcia-se de raiva, dor e humilhação. A única coisa que parecia viver em seu corpo magro e machucado eram os olhos, dois pontos brilhantes na escuridão, dois pontos brilhantes que clamavam vingança.
---
E então, o que acharam? Espero que estejam gostando. No próximo capítulo farei um grande pulo no tempo, e quem sabe se a partir daí a ação comece. É claro que não sou muito boa com isso, mas vou tentar fazer umas lutas legais.
Até lá!
Lady Macbeth
OBS: Os dois últimos quadros pertencem ao passado. São apenas recordações. E a Anna não saiu da história não...Ela ainda tá por aí...
Entrou no quarto, tão escuro que mal se distinguia a forma feminina largada no meio do chão frio, magra e delicada.
Parecia tão frágil com os longos cabelos em desalinho cobrindo face, ombros e costas, os olhos desafiadores cerrados, os corpo tremendo de frio. Afinal, o inverno estava chegando. Devagar, sem querer assustá-la ou alarmá-la, aproximou-se e abaixou-se, até poder sentir a respiração calma e quente da garota. Estendia a mão direita para sacudi-la gentilmente, quando ela virou-se bruscamente.
Droga. Por que coisas estranhas sempre aconteciam com ele? Agora lá estava ele, abraçado e soterrado por uma garota fria e cruel que o odiava, sentindo o perfume de seus cabelos que agora caíam sobre o seu rosto, e o calor do corpo magro e leve como o de uma criança. Se ela acordasse agora seria a sua morte, e ele sabia. Mas não conseguia se mexer. Não conseguia forças para escapar daqueles braços que o seguravam ao mesmo tempo com tanta fragilidade e tanta força, os lábios rosados a centímetros dos seus, a respiração aquecendo seu rosto.
- Essa cena está muito agradável, mas dá pra fazer isso em outra horae em outro lugar? A gente vai se atrasar.
Yoh virou o rosto para a porta, vendo ninguém mais, ninguém menos que um Manta extremamente chocado, acompanhado por Ren, Horohoro e Ryuu, que o observavam com olhares maliciosos.
Mas a coisa ainda não estava ruim o suficiente...
Em um segundo, a onda de calor e perfume que o rodeava desapareceu, dando lugar a uma brisa gelada e uma aura de medo e insegurança, enquanto a garota que até a pouco temo o abraçava levantava-se.
- Espero que tenha alguma explicação decente, Asakura.
- Eu não tenho nada a ver com isso! Eu vim te acordar e você me agarrou, sua garota doida!
- É melhor tratar a sua noiva com mais respeito, criatura grosseira. Ou vai acabar se arrependendo. Agora é melhor você, ou melhor, vocês - e os outros garotos congelaram de medo quando um olhar extremamente irritado e perigoso lhes foi dirigido - saírem do quarto. Eu tenho que me trocar.
- Está certo, Mei-ann...mas por favor, se arrume rápido. Temos que chegar ao aeroporto em meia hora.
- Não se preocupe.
---
O céu de um azul puro e brilhante erguia-se sobre suas cabeças. Relativamente distante da cidade, o aeroporto tinha um cheiro incomum e agradável de limpeza, ainda mais àquela hora, quando apenas alguns funcionários ocupavam o espaço grande e aberto.
Apesar do sol quente e brilhante, os cinco xamãs encontravam-se muito bem agasalhados, vestindo longos sobretudos e sapatos grossos, carregando pouca ou nenhuma bagagem.
Era um grupo estranho. Apesar do dia alegre e belo, pairava sobre a maioria uma aura de melancolia. O rapaz chinês, muito sério, tentava apressar os outros de maneira não muito educada, enquanto os dois outros garotos caminhavam preguiçosamente, e o único adulto do grupo ocupava-se em observar os mais jovens, em especial a garota.
E, observando-se melhor, veria-se que a aura de melancolia sobre o grupo pertencia, se não totalmente, quase, à garota que os acompanhava. Os cabelos desalinhados eram como uma cortina dourada que cobria seus olhos, mantendo-a ainda mais distante dos outros.
E então, a pose desligada do mundo desapareceu, para dar lugar a uma nova.
Ela virou-se, os olhos vivos e alerta, repletos de medo e preocupação.
- O que está fazendo aqui?
A ferocidade e o medo na voz fizeram os outros quatro virarem-se para ver quem seria a receptor de tamanha hostilidade.
Os olhos arregalaram-se, e as bocas deixaram escapar expressões de exclamação, ao se deparar com um garoto extremamente parecido com Yoh, de longos cabelos castanhos que flutuavam suavemente ao vento.
- Vim pegar o que é meu por direito. Venha, Mei-ann.
- Se quer que eu volte para aquele lugar desprezível, está muito enganado. Eu vou para a Luta dos Xamãs, e nem você nem ninguém vai poder me impedir!
- Se você quer realmente saber, Mei-ann, não preciso mais de você como esposa. Mas mesmo assim, quero-te para mim.
- Isso que está falando é tão ridículo que não vou nem responder. Com licença. E vocês...vamos ou não entrar no avião?
- Vamos logo. - murmurou Ren, mal humorado - não temos tempo a perder.
O garoto sorria tranqüilamente, sem alteração alguma na expressão facial, mesmo ante a recepção pouco gentil do alvo de suas atenções. Atrás dele surgiu uma sombra, que observava preguiçosamente o jatinho cortar o céu azul e brilhante.
- Você acha que eles entenderam, Hao?
Ele virou-se para a bela jovem ao seu lado, e falou, tranqüilamente:
- Não importa. Na hora certa eles saberão.
No jatinho, não havia mais melancolia alguma. Havia apenas determinação e força.
---
- Não dá pra acreditar. Com mais de 30 jatinhos, logo este tinha que estar quebrado? - resmungou Ren. Ao redor dele, os outros caminhavam calados. Á frente de todos caminhava a garota, mordendo os lábios, os membros magros movendo-se mecanicamente, enquanto ela parecia estar a quilômetros de distância. Yoh foi até ela preguiçosamente e, gentilmente, colocou uma mão sobre seu ombro direito.
- Mei-ann, não quer descansar? Acho que estamos todos muito cansados.
- Podem descansar se quiserem. Eu vou continuar, até chegar lá.
- Então você pretende chegar sem descansar? Mas Mei-ann, você não pode...Vai ficar muito cansada e fraca, precisa comer e beber algo. Ande, coma alguma coisa. A gente trouxe comida não é gente?
- Bem, a gente certamente tinha comida... - murmurou Horohoro - mas sabe o que é? Eu tava com um pouco de fome e...
- Horohoro, você comeu tudo? - perguntou Yoh, rindo - não acredito. Bem, pelo jeito vamos ter que esperar até chegar em algum lugar. Mas que azar o jatinho ter caído, hein?
- Não foi por acaso. - foi a única coisa que Mei-ann disse.
- O que você quer dizer com isso? - resmungou Horohoro.
- Que esse acidente foi provocado por alguém. E há uma cidade a cinco quilômetros ao leste daqui. Vocês podem se dirigir a ela. É aqui que a nossa união acaba.
- O que você quer dizer?
- Que não somos um grupo. Somos todos inimigos, concorrendo a uma vaga que apenas um de nós poderá ocupar. Assim, não há sentido em me atrasar acompanhando o ritmo de vocês. Adeus.
Dizendo isso, a garota pulou agilmente para o alto de um paredão, tornando-se uma sombra entre eles e o sol que se punha. Os quatro continuaram observando o ponto onde ela tinha desaparecido sem entender muito bem o que estava acontecendo, até que ela desaparecesse no horizonte quente e dourado, com o balançar suave de seus cabelos compridos e o ondular gracioso das roupas negras ao vento.
- Mei-ann é certamente uma pessoa única - disse Yoh sorrindo, sobressaltando todos - e então, o que acham de seguir o conselho dela? Vamos logo para a tal cidade!
- Está certo, patrão Yoh. Vamos lá!
- Espero que essa tal cidade tenha algo bom pra comer! - gritou Horohoro, seguindo os outros dois fazendo um grande estardalhaço.
Ren permaneceu ainda algum tempo observando o ponto onde ela havia desaparecido. Sim, era realmente uma pessoa única. Mas não gostava dela. Não confiava em seus olhos sarcásticos, e muito menos em suas palavras pouco gentis.
- É uma garota extremamente estranha.
E dizendo isso, seguiu sem pressa os outros que já iam longe, o sol frio do fim de dia no deserto sobre suas costas, os pés pisando a areia fina e avermelhada. E pouco a pouco, quando as primeiras estrelas começaram a pontilhar o céu de veludo escuro, os contornos de uma cidade pequena e hostil foram se formando.
---
Havia apenas uma pessoa ocupando o aposento escuro, frio, hostil, com suas paredes de pedra e o gotejar preguiçoso vindo da água de alguma infiltração. As mãos magras jaziam penduradas por grossas correntes acima da cabeça, de onde caíam cabelos dourados, úmidos e sem brilho que roçavam os ombros magros e ossudos. Na beirada dos olhos cerrados jaziam algumas lágrimas salgadas e mornas pareciam indecisas, como se refletissem se deveriam cair ou não.
Rapidamente a face virou-se à entrada de um alguém, um alguém de aparência familiar, de longos cabelos castanhos, sorriso desagradável, expressão sarcástica.
- O que você quer? - perguntou, a voz amarga e irritada.
- Tão amarga, minha doce garota. Ande, deixe-me ver seus belos olhos. - e, num misto de delicadeza e brutalidade, segurou o rosto ao qual pertencia o par de olhos que o fitavam acusadoramente.
- Como se não bastasse me manter prisioneira, me humilhar, me fazer sofrer dessa maneira repugnante, ainda vem tripudiar? Deixe-me em paz.
- Mas que graça teria minha vida sem você? - e sorrindo, o garoto aproximou-se da garota, até que seus lábios se tocassem, sem que ela pudesse resistir ou lutar.
---
Observou ele abandonar o aposento, um sorriso satisfeito brincando nos lábios.
A bela face emoldurada por cabelos dourados contorcia-se de raiva, dor e humilhação. A única coisa que parecia viver em seu corpo magro e machucado eram os olhos, dois pontos brilhantes na escuridão, dois pontos brilhantes que clamavam vingança.
---
E então, o que acharam? Espero que estejam gostando. No próximo capítulo farei um grande pulo no tempo, e quem sabe se a partir daí a ação comece. É claro que não sou muito boa com isso, mas vou tentar fazer umas lutas legais.
Até lá!
Lady Macbeth
OBS: Os dois últimos quadros pertencem ao passado. São apenas recordações. E a Anna não saiu da história não...Ela ainda tá por aí...
