Capítulo 12 - Intervalo
Olhou pela janela, uma ponta de esperança no coração. Mas não. O sol não tinha voltado.
Há muito tempo que não se sentia tão bem ao acordar. Aquela sensação de serenidade, energia, alegria, renascimento. E por estar se sentindo tão bem, achou que o sol tinha voltado. Não que odiasse a chuva - adorava sentir na pele gotas frescas levando o calor embora, fazendo com que se sentisse leve, renovada. Mas odiava aquela chuva em especial. Não era o tipo de chuva que fazia com que se sentisse bem. Era uma chuva estranha, pegajosa, com jeito de tristeza, melancolia, raiva.
E continuava a cair do céu, sem parar.
Bem, pelo menos continuava se sentindo bem. Estranho acordar assim, tão bem disposta. Resolveu que iria aproveitar aquela energia toda para treinar. Há muito tempo que não fazia isso, e como não era muito forte, se não treinasse não seria páreo para ninguém. Sua única força era a determinação.
Trocou a roupa de dormir pela yukata branca de que tanto gostava, prendeu os cabelos para que não atrapalhassem e pegou sua lança. Saiu então para o pátio da pensão, para treinar. Mas antes, tinha que fazer uma coisa.
---
Estava largado no chão do quarto escuro, olhando para o teto, a mente ao mesmo tempo muito cheia e muito vazia. Não era preguiça. Sempre tinha sido preguiça, e ela tinha nunca tinha impedido-o de fazer nada. Mas aquilo, aquela sensação...Era nociva. Ele não queria fazer nada. Não queria conversar, não queria comer, não queria pensar, não queria nem mesmo lutar, para vingar Mei-ann. Mas o que realmente não queria era dormir. Se dormisse, os pesadelos voltariam. Aqueles pesadelos horríveis, dos quais ele não conseguia fugir. Nos quais os momentos mais tristes, mais melancólicos de sua vida se repetiam, como cenas de um filme, num ritmo alucinante, tão próximos aos seus olhos que ele tinha certeza que conseguiria tocá-los se estendesse os braços. E ele tentava, para fazer com que tudo aquilo parasse. Mas não parava. Continuava, cena após cena, e de novo, e de novo, e de novo...
Seus pensamentos foram interrompidos pela forte presença que ele podia sentir, mesmo no estado em que se encontrava. Deixou um sorriso fraco escapar de seus lábios. A energia e a alegria que escapavam dela eram contagiantes.
- Posso entrar, Yoh?
- Pode, Liberté. Você está muito bem, não é? Dá pra ver de longe.
- Eu estou bem sim. Muito bem. É estranho, mas maravilhoso. E você, como está?
Em vez de responder ele fez um gesto vago, que não significava nada, e ao mesmo tempo significava muita coisa.
- Pergunta estúpida a minha. É óbvio que você não está bem. Está se comportando como a Mei-ann. Refugiado do mundo num quarto escuro, quieto, jogado no chão, olhando para o teto.
Mas uma vez ele não respondeu. Continuou a sorrir fracamente, seus olhos fugindo dos dela. Achou que ela fosse dizer algo. Repreendê-lo, dizer que sentia muito, consolá-lo. Mas ela não fez nada disso. Ela simplesmente se aproximou dele e abraçou-o. Um abraço gentil, morno, maternal. Deixou-se envolver no abraço e ficou lá por um tempo que pareceu uma eternidade. Ele deixou as lágrimas escorrerem, os soluços escaparem, seu coração respirar.
Por fim, ela se separou dele, sorrindo, e se levantou, saindo do quarto. Antes de sair, no entanto, ela se virou para ele e disse:
- Um gesto vale mais que mil palavras. Vê se vai assistir à minha luta hoje tá?
Ela sumiu, mais a sua presença alegre e energética ainda estava lá. Yoh sorriu, e dessa vez o sorriso não era um sorriso fraco, um sorriso falso. Era um sorriso pequeno, tímido, mas mesmo assim, era um sorriso. Um começo de renascimento.
---
Olhou discretamente para Asgard. Era nojenta a forma como ele fitava a garota do grupo adversário. Mas enfim, o olhar dele refletia exatamente o que faria. Desde o começo, ele e a irmã sabiam que seria Asgard quem iria lutar com a garota. E apesar de forte, ambos sabiam que ela não seria páreo para Asgard.
- Tialfi...Não olhe assim para Asgard. É desrespeitoso. - disse a irmã, com sua habitual voz suave, com um toque áspero e severo.
- Estou olhando como ele merece ser olhado. Ele é cruel, é perverso. É óbvio que a garota...
- Cale-se, Tialfi. Não cabe a você julgar Asgard. Você não entende nada.
- E você entende?
- Não vamos brigar novamente, Tialfi. Não agora. Agora vamos lutar. Yuri e os outros já perderam, mas ainda restamos nós. Somos a última esperança, Tialfi. Resolvamos nossos problemas pessoais mais tarde.
Tialfi olhou para a irmã contrariado. Desviou então os olhos dela, para encarar o garoto de cabelos azuis. Se deu ao luxo de deixar um sorriso escapar de seus lábios. Fraco, muito fraco. Seria fácil como roubar doce de criança.
Ao lado dele, Niffleheim evitava olhar para Asgard. Fechou os olhos, tentando limpar todos os pensamentos horríveis que se passavam dentro de sua mente. Abriu-os novamente, com força e determinação, olhando apenas para seu adversário.
---
Liberté olhou confusa para os lados. Ren e Horohoro já tinham começado a lutar. Mas ela estava ali, parada. E à sua frente, um pouco distante, estava o homem que parecia ser o chefe do grupo. O homem que andava seguindo-a.
Ele sorriu, e ela definitivamente não gostou daquele sorriso. Era sinistro, hipnótico. Um sorriso apenas de lábios, pois os olhos a fitavam seriamente, absorvendo tudo sobre ela. E ela não podia resistir. Era impossível. Sentia seu corpo ficar fraco, sua mente ficar turva, seu espírito desaparecer.
Entre os golpes que lançava contra a mulher, que se defendia calmamente, Ren olhou incrédulo para Liberté, que tinha acabado de cair de joelhos na lama, os olhos escuros muito abertos e vazios. Como se estivesse hipnotizada.
Largou a mulher para ir ajudá-la, mas fitas que pareciam ser feitas de luz e queimavam como fogo o puxaram de volta para onde estava. A mulher o observava, e em seus olhos não havia mais calma e melancolia.
- Não pense que vai atrapalhar a luta do meu mestre, garoto. As memórias dela serviram de alimento para Asgard. Ela morrerá. E você vai ficar aqui, e lutar comigo.
Em seus olhos havia ódio, determinação e fanatismo.
---
Oi!
Estou surpresa por ter escrito esse capítulo tão rápido, ainda por cima na situação em que estou. Dever de casa e estudos se acumulando, problemas pessoais, de saúde, um monte de coisa. E eu ainda consegui escrever, em dois dias. No primeiro, fiz a parte final, que seria a parte inicial do capítulo. Ou seja, os dois quadros iniciais não iam aparecer. Mas achei que precisava falar um pouquinho do Yoh, afinal ele é o personagem principal de Shaman King. E usei a Liberté para fazer isso. Aliás, a personalidade da Liberté está ficando cada vez mais confusa. Estou realmente conseguindo estragar a personagem. e hoje resolvi apagar algumas coisas, refazer outras, criar outras e deixar algumas como estavam. O resultado está aí. Espero que gostem.
A próxima parte da luta ainda não foi escrita, mas sinceramente, eu estou com essa luta na cabeça desde que criei a Liberté. Desde o começo, só conseguia pensar na história antes dessa luta. Então, já sabem. O próximo capítulo pode até chegar logo, mas os outros vão certamente demorar, porque até agora não consegui imaginar um final decente para essa fanfic. Pensei até em abandoná-la, mas isso seria falta de consideração comigo e com os leitores. Afinal, eu também quero saber como isso tudo vai terminar! Ó céus...
Lady Macbeth (e ignorem o estúpido 2)
OBS: Pelo amor de Deus, quem estiver achando que rolou um clima entre o Yoh e a Liberté, leia com atenção o "MATERNAL" que tá escrito lá. Não rolou e pronto.
Olhou pela janela, uma ponta de esperança no coração. Mas não. O sol não tinha voltado.
Há muito tempo que não se sentia tão bem ao acordar. Aquela sensação de serenidade, energia, alegria, renascimento. E por estar se sentindo tão bem, achou que o sol tinha voltado. Não que odiasse a chuva - adorava sentir na pele gotas frescas levando o calor embora, fazendo com que se sentisse leve, renovada. Mas odiava aquela chuva em especial. Não era o tipo de chuva que fazia com que se sentisse bem. Era uma chuva estranha, pegajosa, com jeito de tristeza, melancolia, raiva.
E continuava a cair do céu, sem parar.
Bem, pelo menos continuava se sentindo bem. Estranho acordar assim, tão bem disposta. Resolveu que iria aproveitar aquela energia toda para treinar. Há muito tempo que não fazia isso, e como não era muito forte, se não treinasse não seria páreo para ninguém. Sua única força era a determinação.
Trocou a roupa de dormir pela yukata branca de que tanto gostava, prendeu os cabelos para que não atrapalhassem e pegou sua lança. Saiu então para o pátio da pensão, para treinar. Mas antes, tinha que fazer uma coisa.
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Estava largado no chão do quarto escuro, olhando para o teto, a mente ao mesmo tempo muito cheia e muito vazia. Não era preguiça. Sempre tinha sido preguiça, e ela tinha nunca tinha impedido-o de fazer nada. Mas aquilo, aquela sensação...Era nociva. Ele não queria fazer nada. Não queria conversar, não queria comer, não queria pensar, não queria nem mesmo lutar, para vingar Mei-ann. Mas o que realmente não queria era dormir. Se dormisse, os pesadelos voltariam. Aqueles pesadelos horríveis, dos quais ele não conseguia fugir. Nos quais os momentos mais tristes, mais melancólicos de sua vida se repetiam, como cenas de um filme, num ritmo alucinante, tão próximos aos seus olhos que ele tinha certeza que conseguiria tocá-los se estendesse os braços. E ele tentava, para fazer com que tudo aquilo parasse. Mas não parava. Continuava, cena após cena, e de novo, e de novo, e de novo...
Seus pensamentos foram interrompidos pela forte presença que ele podia sentir, mesmo no estado em que se encontrava. Deixou um sorriso fraco escapar de seus lábios. A energia e a alegria que escapavam dela eram contagiantes.
- Posso entrar, Yoh?
- Pode, Liberté. Você está muito bem, não é? Dá pra ver de longe.
- Eu estou bem sim. Muito bem. É estranho, mas maravilhoso. E você, como está?
Em vez de responder ele fez um gesto vago, que não significava nada, e ao mesmo tempo significava muita coisa.
- Pergunta estúpida a minha. É óbvio que você não está bem. Está se comportando como a Mei-ann. Refugiado do mundo num quarto escuro, quieto, jogado no chão, olhando para o teto.
Mas uma vez ele não respondeu. Continuou a sorrir fracamente, seus olhos fugindo dos dela. Achou que ela fosse dizer algo. Repreendê-lo, dizer que sentia muito, consolá-lo. Mas ela não fez nada disso. Ela simplesmente se aproximou dele e abraçou-o. Um abraço gentil, morno, maternal. Deixou-se envolver no abraço e ficou lá por um tempo que pareceu uma eternidade. Ele deixou as lágrimas escorrerem, os soluços escaparem, seu coração respirar.
Por fim, ela se separou dele, sorrindo, e se levantou, saindo do quarto. Antes de sair, no entanto, ela se virou para ele e disse:
- Um gesto vale mais que mil palavras. Vê se vai assistir à minha luta hoje tá?
Ela sumiu, mais a sua presença alegre e energética ainda estava lá. Yoh sorriu, e dessa vez o sorriso não era um sorriso fraco, um sorriso falso. Era um sorriso pequeno, tímido, mas mesmo assim, era um sorriso. Um começo de renascimento.
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Olhou discretamente para Asgard. Era nojenta a forma como ele fitava a garota do grupo adversário. Mas enfim, o olhar dele refletia exatamente o que faria. Desde o começo, ele e a irmã sabiam que seria Asgard quem iria lutar com a garota. E apesar de forte, ambos sabiam que ela não seria páreo para Asgard.
- Tialfi...Não olhe assim para Asgard. É desrespeitoso. - disse a irmã, com sua habitual voz suave, com um toque áspero e severo.
- Estou olhando como ele merece ser olhado. Ele é cruel, é perverso. É óbvio que a garota...
- Cale-se, Tialfi. Não cabe a você julgar Asgard. Você não entende nada.
- E você entende?
- Não vamos brigar novamente, Tialfi. Não agora. Agora vamos lutar. Yuri e os outros já perderam, mas ainda restamos nós. Somos a última esperança, Tialfi. Resolvamos nossos problemas pessoais mais tarde.
Tialfi olhou para a irmã contrariado. Desviou então os olhos dela, para encarar o garoto de cabelos azuis. Se deu ao luxo de deixar um sorriso escapar de seus lábios. Fraco, muito fraco. Seria fácil como roubar doce de criança.
Ao lado dele, Niffleheim evitava olhar para Asgard. Fechou os olhos, tentando limpar todos os pensamentos horríveis que se passavam dentro de sua mente. Abriu-os novamente, com força e determinação, olhando apenas para seu adversário.
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Liberté olhou confusa para os lados. Ren e Horohoro já tinham começado a lutar. Mas ela estava ali, parada. E à sua frente, um pouco distante, estava o homem que parecia ser o chefe do grupo. O homem que andava seguindo-a.
Ele sorriu, e ela definitivamente não gostou daquele sorriso. Era sinistro, hipnótico. Um sorriso apenas de lábios, pois os olhos a fitavam seriamente, absorvendo tudo sobre ela. E ela não podia resistir. Era impossível. Sentia seu corpo ficar fraco, sua mente ficar turva, seu espírito desaparecer.
Entre os golpes que lançava contra a mulher, que se defendia calmamente, Ren olhou incrédulo para Liberté, que tinha acabado de cair de joelhos na lama, os olhos escuros muito abertos e vazios. Como se estivesse hipnotizada.
Largou a mulher para ir ajudá-la, mas fitas que pareciam ser feitas de luz e queimavam como fogo o puxaram de volta para onde estava. A mulher o observava, e em seus olhos não havia mais calma e melancolia.
- Não pense que vai atrapalhar a luta do meu mestre, garoto. As memórias dela serviram de alimento para Asgard. Ela morrerá. E você vai ficar aqui, e lutar comigo.
Em seus olhos havia ódio, determinação e fanatismo.
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Oi!
Estou surpresa por ter escrito esse capítulo tão rápido, ainda por cima na situação em que estou. Dever de casa e estudos se acumulando, problemas pessoais, de saúde, um monte de coisa. E eu ainda consegui escrever, em dois dias. No primeiro, fiz a parte final, que seria a parte inicial do capítulo. Ou seja, os dois quadros iniciais não iam aparecer. Mas achei que precisava falar um pouquinho do Yoh, afinal ele é o personagem principal de Shaman King. E usei a Liberté para fazer isso. Aliás, a personalidade da Liberté está ficando cada vez mais confusa. Estou realmente conseguindo estragar a personagem. e hoje resolvi apagar algumas coisas, refazer outras, criar outras e deixar algumas como estavam. O resultado está aí. Espero que gostem.
A próxima parte da luta ainda não foi escrita, mas sinceramente, eu estou com essa luta na cabeça desde que criei a Liberté. Desde o começo, só conseguia pensar na história antes dessa luta. Então, já sabem. O próximo capítulo pode até chegar logo, mas os outros vão certamente demorar, porque até agora não consegui imaginar um final decente para essa fanfic. Pensei até em abandoná-la, mas isso seria falta de consideração comigo e com os leitores. Afinal, eu também quero saber como isso tudo vai terminar! Ó céus...
Lady Macbeth (e ignorem o estúpido 2)
OBS: Pelo amor de Deus, quem estiver achando que rolou um clima entre o Yoh e a Liberté, leia com atenção o "MATERNAL" que tá escrito lá. Não rolou e pronto.
