Capítulo 5: Visio Adnexus

Andaram pelos campos em passos rápidos, pois apesar de todos os alunos estarem nas classes, as janelas poderiam denunciá-los. Chegaram perto da árvore parando a uma distância segura de seus galhos enfeitiçados; Draco estava assustado, afinal não sabia como conseguiriam passar por aquela fenda sem serem atacados pelo Salgueiro maluco.

Surpreendeu-se ao ver Weasley levantando uma longa vara de madeira que pareceu pesar em seus braços fortes e tocar com ela um quase imperceptível nó na parte superior do caule grosso. A árvore não esboçou qualquer reação, mas pareceu inerte frente à entrada de Potter e Granger. Seguiu-os com cautela.

A passagem levou-o a um estranho e escuro corredor que cheirava a mofo e parecia não ter fim; a luz que emanava das varinhas tornava visíveis as paredes velhas daquele caminho.

Chegaram finalmente a um espaço ainda mais nojento que o caminho que os levara até lá. As paredes de madeira estavam corroídas e as longas cortinas amareladas completamente rasgadas, como se arranhadas por enormes garras. Uma cama velha tomava o canto direito, e no centro do recinto um piano com as cordas à mostra. Em uma das paredes havia uma lareira e logo à cima dela um enorme espelho sujo e envelhecido.

Ao redor da sala existiam poltronas velhas, algumas cobertas por lençóis antigos. Em uma dessas cadeiras velhas estava sentado Fred.

Pela primeira vez Draco notava como a figura daquele menino poderia ser imponente. Ele era alto e esguio, as pernas longas lhe davam um aspecto esquisito de poder. Todo vestido de negro tinha cabelos mais loiros que os de seu irmão e seu sorriso sarcástico fez com que, por alguns segundos, fosse temido.

-Vocês demoraram...

Não parecia ser o mesmo Fred da noite da passagem de ano, certamente não era.

-Fred... –Acies correu e se jogou nos braços do garoto que a abraçou ternamente.

O sorriso autêntico e maroto voltara ao rosto dele, fazendo com que Draco relaxasse e devolve-se a varinha ao bolso de sua capa. "Você é esquisito... Muito esquisito mesmo...".

-Malfoy! Draco... Eu estava brincando, seu palhaço! Sempre fui bom em atuações... Ou você acha que é fácil culpar o pirralho do seu irmão de cinco anos por explodir o forno pela terceira vez em um mês...!

-AH! ENTÃO FORAM VOCÊS! EU SABIA!!! Que droga, por que sempre sou eu quem apanha??? –Weasley reclamou.

-Como você sabe o que eu pensei??? –perguntou ainda desconfiado.

-Vi você segurando a varinha... Só isso...

-Eu não sou palhaço... Saiba disso...

-UH! Que medo do Draco... Não, como é mesmo??? Draquinho! Draquinho... Chuchuzinho!!! Draquinho!

-NÃO – ME – CHAME – DE – DRAQUINHO!

-Draquinho! Draquinho...

-Pára, Fred! Chega! Temos dezoito livros para serem analisados, e pouco tempo para o fazer... Então, diríamos que devemos começar LOGO!

-Hermione, você nunca vai mudar!!! –ele se resignou, fazendo com que os livros voltassem ao tamanho original.

Passaram toda a manhã procurando por alguma informação, não puderam deixar o local para almoçar, chamariam a atenção dos que estivessem por perto do Salgueiro. Para a alegria de todos Fred trouxera um bocado de doces e balas, o maior problema era saber se comê-las seria seguro.

-Podem pegar... Estão todas limpas...

-Ah... Lógico! –Acies disse, pegando um bolinho azulado.

Em poucos segundos bolinhas azuis começaram a sair por sua orelha.

-Eu adoro as bolinhas, são minhas favoritas!!! –ela pulava brincando com as bolhas.

-Eu pensei que os doces estavam limpos, Fred... –o cabeça vermelha torceu os lábios.

-E estão... Todos... Menos esses bolinhos. São os favoritos da Acies, por isso os trouxe! –recebeu um beijo da menina após o dizer.

Continuaram a pesquisa durante toda a tarde, por mais que procurassem nada parecia bom o bastante... Nada... As vozes falavam todas ao mesmo tempo, os olhos ardiam... Nunca descobririam... Nunca... Seria tudo em vão, perderia Ginny... Não aceitaria isso! De modo algum... Nunca... Não aceitava a escuridão que fez com que tudo desaparecesse... Lenta, dolorosa e tristemente...

Abriu os olhos novamente, seu coração acelerou ao notar uma figura vindo em sua direção. Aquela pessoa chegou mais perto, e foi quando ele viu...

Como estava bela naquela noite, não que não o fosse nas outras, porém parecia diferente. Os olhos castanhos brilhavam refletindo as estrelas e o longo cabelo lhe caía pelas costas nuas. O bonito vestido claro era feito de um tecido fino que voava acompanhando o vento.

Draco não pôde identificar onde estava, mas isso não importava, afinal ela estava ali com ele.

Há tanto não ficavam tão perto como agora, seu coração chorava ao pensar que tudo poderia acabar em instantes e que ele descobriria que aquilo era um sonho.

-Não pense... Não pense no final, quando tantas coisas só estão começando... –ela pareceu ler sua mente. –Estamos aqui, juntos... Finalmente... Não importa se é sonho, ilusão, devemos viver aquela vida que imaginamos.

-Mas... Não posso lhe perder...

-Draco, você nunca me perderá! Ouça, sempre me teve, antes mesmos de nos conhecermos, antes mesmo de sabermos o que tudo isso significaria... –ela apontou suavemente para o céu.

Sentiu o toque quente das mãos macias que lhe percorreram o rosto, parando em seu pescoço. Os lábios rosados beijaram sua face de um modo que lhe aqueceu a alma, de um modo que só ela conseguia fazer.

 Cautelosamente os olhares se cruzaram e em poucos segundos os corpos já se esquentavam colados um ao outro.

Beijavam-se como fazem os que se recusam a esquecer, os que ignoram a distância, porque sabem que podemos estar muito perto, mesmo quando milhas nos separam. Beijaram-se como se em segundos tudo fosse desaparecer na neblina.

O destino final foi uma dura parede, na qual Virgínia se apoiou sem ao menos notar os apelos de suas costas doloridas.

As mãos brigavam e os corpos urgiam por uma proximidade que parecia impossível; Virgínia pareceu mais forte e rasgou sua camisa negra, fazendo com que todos os botões voassem.

Ainda beijando o pescoço macio dela e sentindo sua respiração ofegante procurou por um modo de arrancar-lhe a roupa, e na falta de botões rasgou o fino tecido com grande facilidade, deixando-a com o alvo colo completamente nu.

Virgínia enlaçou-lhe a cintura com suas longas pernas e seu corpo agradeceu sentir todo o pouco peso da menina que ainda tinha o vestido preso no quadril.

Separaram-se por alguns segundos e se observaram com carinho. Com uma de suas mãos puxou a garota para si e ia beijá-la quando ouviu um conhecido urro:

-MALFOY! MALFOY, ESTÁ MALUCO??? AI QUE NOJO!!!

Abriu os olhos e deu de cara com Weasley, estava agarrado a ele e a poucos centímetros de beijá-lo. O susto fez com que empurrasse o grande ruivo para longe e caísse da cadeira velha de pernas bambas na qual estava sentado, batendo dolorosamente com as costas no chão.

-WEASLEY??? –disse limpando sua boca. –Weasley... O que VOCÊ está fazendo aqui??? –ele reclamou desamassando a roupa.

-O que você acha??? Está retardado??? Por favor, estávamos procurando as coisas nesses livros esquisitos do SEU pai... Você dormiu e além de babar na folha começou a fazer uns barulhos estranhos... Daí a Hermione me mandou ver se você estava tendo um treco, eu cheguei perto e você me agarrou e continuou falando um monte de coisa que eu não entendi até que me puxou e seu eu não berro na sua orelha você ia... Ia... Ia... Ergh! Me be... be... beijar....! ERGH!!!

-Eu? Beijar... Você? Ergh...

-Aê irmãozinho... Não sabia de sua preferência por loiras... Ou melhor, LOIROS!!! –Fred disse em um dos cantos rindo muito. –Hermione, você sabia disso??? ", o George já comentou que você é bem bonitinha, se quiser... E pode checar que ele é bonitão!!!!

-Cala a boca, Fred! Eu... Eu...

-Pára Ron... Ele está brincando, não vê??? Não o leve a sério, já não basta a confusão e agora isso... Vamos continuar...

-Ron e Draco! Ron e Draco! Ron e Draco...

-Cala a boca!

-Ron e Draco, Ron e Draco...

Potter ria da cara de seu amigo que só não estava mais vermelho por simples impossibilidade. –Ron, é brincadeira...

O garoto continuou e ele era quem estava ficando nervoso, porém logo se lembrou do sonho que teve, de sua ruiva quase nua em seus braços, dos beijos e do toque macio, esquecendo das brincadeiras estúpidas do menino.

-Ron e Draco... Ron e Draco...

-Fred... –Acies o chamou sorrindo, mas ele não parou. -CALA A BOCA FRED!!! –ela reiterou com mais propriedade, calando-o finalmente.

 Repentinamente, ainda em meio àquela confusão Granger chamou-os.

-Ouçam isso... –ela seguia as linhas com o dedo indicador, lendo as palavras vagarosamente. –Desde os primórdios da humanidade o maior desafio de feiticeiros e feiticeiras foi encontrar um modo de absorver os poderes infinitos da natureza, principalmente as forças da Luz; a força dos Pontos de Luz. Após se unirem, esses pontos encontraram um destino final que tem poder que não pode ser medido. Há um único modo de absorver toda a força da Luz: usando-se o sangue de um talismã profético.

-Sangue??? –esta havia sido a única palavra que lhe chamara a tenção. Sabia desde o início de tudo que se não conseguisse salvar Ginny a sua filha morreria, porém tentara desesperadamente não pensar nisso. Imaginar a morte daquela criança era pior do que imaginar a sua própria. –Sangue...

Enquanto ele segurava as lágrimas Acies andava de um lado para o outro, como se aquelas palavras fizessem algum sentido. Ele não aguentou por muito tempo e precisou desabafar.

-"TIMO!!! –ele gritou com ódio. Aquelas poucas linhas de nada adiantariam e suas dúvidas só fizeram aumentar.

-Muito bom realmente... –Acies disse coçando o queixo; estava tão concentrada que nem mesmo notara a ironia em seu comentário.

-MUITO BOM??? COMO ASSIM, MUITO BOM??? VOCÊ S" PODE ESTAR LOUCA...

-DRACO, não grite... Por favor... Eu preciso pensar! –ela manteve os olhos fixos no chão de madeira, que rangia a cada passo que dava.

-Malfoy ela tem razão... Essas informações são muito úteis...

-Granger, você também está louca...

-NÃO ESTOU! Não estou louca... Ouça o que temos a dizer primeiro antes de ficar criticando as pessoas do modo como ADORA fazer... –ela foi incisiva. –Existem pontos na Terra onde uma força extrema pode ser concebida, mas nunca absorvida... Os Pontos de Luz!

-Com o talismã Voldemort conseguirá absorver a energia da Luz... –Acies parecia alarmada. –E isso não é bom...

-Do que vocês estão falando??? –Weasley perguntou.

-Então... Até onde consegui entender Ginny está no Ponto de Luz... Onde fica isso???

-Malfoy, esse é um dos mistérios da Magia. Na verdade poucos acreditam na existência desses pontos... –Granger respondeu com grande má vontade.

-"TIMO! –ele gritou –"timo... Incrivelmente ótimo! Vejam que maravilha! Descobrimos que a Gin deve estar em algum lugar onde uma tal força desconhecida age de um modo que ninguém sabe como e que na verdade não existe!!!! Vamos... VAMOS –ele urrou com raiva –Vamos, o que vocês estão esperando... Peguem suas vassouras... –caiu sentado em uma cadeira escondendo o rosto desesperado com as duas mãos.

-Esses pontos existem... –Acies disse tristemente. –Nasci em um deles...

-O que??? –Potter perguntou assustado. –Você nasceu em um Ponto de Força???

-Luz... –Draco o corrigiu

-Isso daí...

-ENTÃO VOCÊ SABE ONDE É!!! VAMOS LOGO... –ele fez menção de deixar o local, mas foi fortemente puxado por Weasley, a pedido de Granger, e acabou sentado novamente. –O QUE?

-Draco, eu nasci no terceiro Ponto. Ginny deve estar na cabeça da Serpente, no ponto de maior energia... E ANTES QUE COMECE A FALAR –Acies aumentou o tom de voz –Não sei, ainda, onde esse ponto se localiza...

-NÃO! NÃO GRITE, É MINHA VEZ! –o cabeça vermelha fez sinal para Draco. - "TIMO, INCRIVELMENTE "TIMO!!! ENQUANTO ISSO MINHA IRMÃ É COMIDA POR UM BANDO DE COMENSAIS IDIOTAS!!! –ele urrou em direção ao nada.

-Serpente??? Que serpente??? –ele perguntou desolado.

-Por acaso vocês sabem o que são os Pontos de Luz? –Acies lançou

-Pontos? Eu pensei que era um só... –Weasley disse. –Mas, pensando bem, se você nasceu no terceiro quer dizer que há um primeiro e um segundo, não é???

-Não, eles não sabem... Na verdade eu mesma não sei o porquê de pensar que eles saberiam! –Granger empinou o nariz e continuou. –Há uma crença sobre a existência de um poderoso artefato, um cálice, aquele que teria sido usado na última ceia do Grande Deus, o Santo Graal. Esse Graal ficou oculto por um longo tempo, mas a sua existência sempre foi envolta em mistério e mitos. É fato que tal artefato carrega um poder incomensurável, o que foi logo descoberto pelos seres humanos.

-Afogados em sua ganância os homens beberam do cálice, queriam o poder de qualquer modo, ansiavam por ser deus. Mas há um único problema... Na Terra e em parte material nenhuma do Universo há corpo preparado para tal poder, o Deus é único e carrega algo que não é para os humanos. Aqueles que tomaram da água após benzê-la no cálice tiveram seus corpos sugados pelo infinito, viraram estrelas e suas almas se tornaram mortas e eternamente tristes. O poder do Graal o escondeu dos homens, que continuaram sua procura. Diz-se que ele encontrou o seu lugar após fechar um ciclo poderoso o bastante para ocultá-lo das mãos dos que desejavam seu poder, esse ciclo se fechou no ponto mais forte, formando uma serpente, com o cálice em sua cabeça. –Acies disse sem gaguejar

-Cada um desses locais onde o Graal foi encontrado se tornou um Ponto de Luz, um ponto de forte concentração de poder que é ativado pelo Sol. –Granger terminou.

Acies mostrou a marca que tinha em seu pulso. Draco já havia notado aquilo uma vez, mas agora prestou especial atenção. Um desenho levemente avermelhado na forma de um Sol, com alguns raios mais longos e outros mais curtos.

-Onde você nasceu? –Weasley perguntou serenamente.

-No Egito...

-Em nenhum lugar encontraremos informações sobre esses pontos, infelizmente poucos crêem neles... Só nos resta uma opção... –Granger disse encarando-os todos.

-Só nos resta ver o que ela vê, sentir o que ela sente, estar onde ela está... –Acies completou

-Visio Adnexus... –Draco falou, focando seus olhos no nada.

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Capítulo 5: O Grande Encontro

Não sabia há quantos dias já estava lá, mas tinha certeza que esse período ultrapassara uma semana. A rotina diária a entediava, as coisas aconteciam sempre como no dia anterior, isso desde que chegara. Para sua felicidade Lucius Malfoy havia desaparecido, nunca mais o vira, quem cuidava pessoalmente dela era Augustus Jones.

Descobrira que naquele quarto havia um enorme banheiro de paredes de pedra, com uma deliciosa banheira de águas mornas. Ficou satisfeita ao tomar banho, e agora passava horas naquele local, era certamente um bom modo de matar todo o tempo que tinha disponível.

Naquela manhã se surpreendeu ao notar que a vestiriam com um belo vestido vermelho. Até aquele dia usara somente roupas negras, vestidos longos e muito chiques, porém o que vestiria hoje era completamente diferente, curto e de alças. O tecido leve se assemelhava à seda e o corte reto dava à peça um ar de extrema simplicidade.

Sentiu-se bem nele, principalmente porque sabia que Augustus sempre a deixava andar descalça pelos corredores de pedra, e ficaria bem mais fácil o fazer sem uma cauda com a qual se preocupar.

Assustou-se após a abrupta abertura da porta que se chocou violentamente contra a parede fazendo um estrondo muito desagradável. Mais desagradável ainda foi a surpresa que teve ao encarar o belo homem de cabelos muito loiros.

-Hum... –ele bufou ao notá-la pronta. –Calce-se...

-Não... –respondeu firmemente.

-Quem pensa que é para responder desse modo para mim??? –ele se aproximou ameaçadoramente. Ginny tremeu, entretanto continuou com seus olhos firmes colados nos dele. Sabia que tinha um trunfo, seu filho era o talismã e por isso nada fariam com ela antes que ele nascesse, deveria se utilizar desse privilégio enquanto ainda era tempo.

-A mãe do talismã que o seu Lorde deseja... A mãe daquilo que lhe interessa...

Os olhos cinzentos de Malfoy se estreitaram, indicando que havia sido tomado por uma enorme raiva. Sentiu-se penetrada por toda aquela fúria, fora definitivamente atingida pela ira daquele homem.

Manter seus olhos severos era uma tarefa quase impossível frente ao pavor que sentia, suas pernas estavam bambas e seu corpo arrepiado. Sabia que acabara de cometer um grande erro provocando-o, porém sabia também que ele nada poderia fazer contra ela, ao menos naquele momento. Tal certeza lhe deu grande força e certa confiança.

-Você se acha muito importante, não é mesmo? Acredita-se algo maior do que realmente é. Aviso-lhe que isso não é seguro, não confie tanto em si menina, não o faça, pode encontrar problemas... Agora se calce...

-Já disse que vou descalça... –não entendia de onde brotava tanta coragem, mas sabia que ela estava lá.

-Você...

-Augustus permite que ande descalça... E já notei que está a cima de você, deve respeito a ele! –acabara de encontrar o ponto fraco. Os olhos de Malfoy queimavam de um jeito que a permitia notá-los flamejar. "Certamente seria mais seguro você se calçar...".

-Venha. –ele disse simplesmente, seguindo em direção à porta.

"Ginny... Você acabou de encarar Lucius Malfoy! Arthur, já pode se orgulhar de sua mãe...".

Seguiu-o animadamente, não conhecia os caminhos e a cada dia se sentia mais perdida, pois pedras se moviam abrindo largas fendas nas paredes e algumas escadas mudavam de posição. O homem andava muito rápido, e ela não teve problemas para acompanhá-lo.

-O que é esse lugar???

Não obteve resposta.

-O que é esse lugar???

Ele novamente fingiu não a escutar.

-O QUE É ESSE LUGAR??? –ela urrou ouvindo sua voz ecoar.

-Não é do seu interesse... –Lucius respondeu olhando-a com enorme desprezo.

-Estou presa aqui... Obviamente é do meu interesse...

-Garota, cale-se, imediatamente! –ele se aproximou encostando-a à parede, chegou muito perto, quase encostando sua boca à dela. Foi-lhe impossível não pensar em Draco, o hálito fresco era o mesmo, assim como os olhos. –Saiba que queremos sua criança... Não você... Morrerá, morrerá antes do que espera...

Era a primeira em que pensava no que lhe aconteceria após o nascimento de Arthur.

-O que vão fazer a ele?

-Precisamos de seu sangue... Imagine...

Aquilo a tocou com uma força surreal, sentiu o coração parar de bater e o ar lhe faltou. Não poderia deixar que tocassem em seu filho.

Fez o que veio à sua mente, esperou que o homem desse mais alguns passos, se virou e correu no sentido contrário a ele de modo insano, não pensava em caminhos, somente em se distanciar o mais que pudesse.

As fortes batidas de seus pés contra o chão muito duro faziam com que suas pernas doessem, seus olhos nada viam, sua mente parecia não mais funcionar. A situação piorou após ouvir passos corridos de Malfoy que a seguia com uma velocidade incrível.

Avistou uma parede com quatro portas negras, todas estavam trancadas.

-ABRAM! AGORA... –afogava-se em meio a lágrimas. Lucius Malfoy alcançou-a, ia agarrá-la pelo braço quando um vento muito forte tomou conta do lugar.  O homem logo se ajoelhou. As quatro portas se fundiram em uma única enorme placa de madeira negra e brilhante que se abriu fazendo todo o tufão zunir ainda mais fortemente.

-Vem pequena... –uma voz gelada a chamou. Uma voz que ela reconheceu sem nenhuma dificuldade.

Mesmo tomada por grande medo acatou ao chamado, adentrando a sala escura com passos cautelosos.

A escuridão tomava o lugar por completo, a porta voltou a se fechar fazendo-a pular. Nada podia ver, o que trouxe tremenda insegurança fazendo-a se encolher instintivamente sobre seu próprio corpo.

-Não há razão para teres medo... Estamos sós aqui.

-Por que não ascende a luz???

-Te assustarias com toda a certeza...

-Não... Creio que não...

-Acredita, minha querida...

-Por favor...

Escutou um estalar de dedos e uma luz misteriosa tomou o local. Era fraca, mas permitia que o recinto fosse observado com facilidade. Estava no meio de uma enorme sala de pedra, sem janelas ou qualquer entrada de ar. Os carpetes eram vermelhos, com estranhos e macabros desenhos, as poltronas pareciam fofas.

No lado oposto a ela notou a forma alta, parada virada para a parede.

-Riddle... –ela o reconheceu. O homem se virou vagarosamente, mostrando-se para ela. Suas feições lhe trouxeram milhares de estranhas imagens à sua mente, imagens das quais não se lembrava. Era o mesmo jovem Tom que vira pela primeira vez, belos olhos amarelados e cabelos castanhos.

-Não gosto quando choras...

-Então por que me prendeu aqui???

-Foi necessário...

-Necessário? Necessário? Agora me diz que foi necessário?

-Sim...

-Não seja falso Riddle! Primeiro diz que não me quer chorando, e agora se justifica dizendo que me prender nesse local, em um quarto, foi necessário???

Sentia-se à vontade conversando com ele, não sabia bem a razão disso, também não se interessava por ela. Falar com aquele homem era como conversar com uma pessoa que há muito conhecia.

-Foste novamente escolhida por mim!

-Não desistiu, não é mesmo??? Não desistiu de me matar! Fique tranquilo, dessa vez conseguirá atingir seu objetivo.

-Vejo que não gostastes dos poderes que a ti dei... Pensei que serias feliz se diferente dos outros...

-Poderes??? Você me deu??? Herdei todos eles de minha avó...

-Não sede estúpida, minha criança... Poderes como o que tens aparecem até em muggles, crês mesmo que me arriscaria a precisar de um muggle??? –ele pronunciou a última palavra com enorme desprezo.

-Quem você pensa que é? Veja... Se olhe em um espelho... Perdoe-me, grande Lorde, havia me esquecido por um breve momento que não tem coragem o bastante para admirar seu próprio reflexo. Vive coberto em uma imagem do passado! Vive dele, pois sabe que nada mais lhe restou! Parabéns! Nota-se que tanto poder lhe fez bem...

-Dei-te poderes, não os tirarei de ti... Porém não estejas tão segura de tua importância, nunca! Os maiores erros são os que cometemos quando estamos muito seguros de nós mesmos...

-Sei que não vai me matar... Até que Arthur nasça precisa de mim...

-Arthur??? Tens certeza de tudo, até mesmo que tua criança será um menino...

-Sei que será!

-SEI, SEI, SEI!!! O QUE SABES??? O QUE SABES SE ÉS SOMENTE UMA CRIANÇA ASSUSTADA...? Nada sabes, nada... Crê no que te digo! Ouve bem, ouve com cuidado... Não penses que és insubstituível, não penses que Arthur –ele acentuou –te salvará. Não penses besteiras e principalmente, não faças besteiras! Agora vai...

Imediatamente uma porta apareceu em uma parede, se abriu sozinha. Andou cabisbaixa até a passagem, não sabia bem aonde chegaria, porém não teve coragem o bastante para perguntar. Antes que pudesse atravessar ainda ouviu as últimas palavras do homem.

-Boa noite... E lembra-te de mim.

Logo que se virou notou-se em seu quarto, a porta da qual há poucos segundos saíra voltou a se fundir à pedra, deixando nenhuma marca.

-Odeio você... Odeio você! –ela gritou se encostando à parede fria. Deixou-se escorregar até sentir o chão, abraçou seus joelhos e permitiu-se chorar tudo o que não havia feito durante toda a sua vida.

DESCULPEM-ME PELA DEMORA! O capítulo estava pronto há tanto tempo! O meu PC enlouqueceu de vez, e eu fiquei sem conseguir atualizar! Espero que me desculpem e que gostem desse capítulo!!! REVIEWS!!!

Enganei um monte de gente!!! Todo mundo pensando que o grande encontro fosse com o Draco... Que maldade a minha!!! Tenham paciência, o reencontro vai valer a pena... EU PROMETO!

Como sempre, quero MUITO saber o que vocês acharam, mandem reviews... Sabem que eu sou VICIADA nelas, não é??? Beijões!

VALEUZÃO (Tantas REVIEWS lindas... Espero que ainda mais venha para o 5!!! Beijos...)

Juliana: Adorei a mensagem, muito obrigada por sua review!!!! Espero que tenha gostado desse capítulo também! As coisas não estão acontecendo ao mesmo tempo, primeiro porque eles não estão no mesmo local, e segundo porque a vida Ginny está bem parada, não há muito para ser descrito!!! O que achou??? Beijões...

B.K. Malfoy: A fic é leve mesmo, com o tempo as coisas vão mudar! Fico feliz em saber que está gostando e espero que tenha gostado também desse capítulo! Me conte... Beijões

Kika Felton: Obrigada pela review, é muito bom saber que está gostando da estória!!!! Continue acompanhando a fic, e sempre me contando o que está achando! Beijões...

Raisa Melyanna: Pode deixar que eu aviso o Fred, talvez ele até faça um desconto para você!!! Obrigada pela review, espero que tenha gostado desse capítulo também! Me diga o que achou! Beijões...

Bru Lestrange: Obrigada pela review, é muito legal saber que gostou da Profecia e também está gostando do Clã!!!! Continue acompanhando! Beijões...

Fefs Malfoy: Adorei a review! Imaginei que várias leitoras ficariam nervosas por causa do beijo, mas não tem problema, sempre que surgir alguma dúvida eu explico!!!! Que bom que está gostando da Acies, ela deu bastante trabalho!!!!! Espero que tenha gostado desse capítulo, me conte! Beijões... (O e-mail que te mandei voltou, por que será, hein???)

Rute Riddle: Como todas a reviews, essa foi linda! FIXE!!! É muito bom saber que está gostando da fic, espero que tenha gostado também desse capítulo!!! Me conte! Beijões...

Cila: Sem comentários... Suas mensagens são maravilhosas... Já te disse isso!!!! A Ginny voltou nesse capítulo, o que achou do Grande Encontro???? Beijões...

Nacilme: QUE BOM QUE VOCÊ ACHOU!!! QUE BOM! E melhor ainda, que você gostou!!!! Espero que continue gostando! O que achou desse capítulo??? Me conte... Beijões...