Capítulo 10: Ikky e Lux...
A cada noite que voltava para seu quarto, a cada momento que se separava de Riddle, a cada instante só, sentia-se mais fraca. Todo o mundo parecia estar apoiado sobre suas costas, um peso muito grande para seus ombros. Aquela sensação era ainda mais estranha, pois passava sem deixar qualquer marca sempre que encontrava Riddle.
Sentou-se na poltrona que não era tão confortável como antes, parecia mole e desajeitada. –Você que está desajeitada com essa barriga enorme... Certamente a poltrona não é o problema... –reclamou, porque sabia que ficaria maior, o que a aterrorizava durante as noites que não podia dormir por não encontrar posição agradável.
Encostou-se e fechou seus olhos. Fora uma criança, fora por muito tempo uma criança indefesa, e agora levava consigo um ser realmente indefeso. Crescera e amadurecera muito desde sua chegada àquele local estranho, os meses que passara lá tiveram efeito de anos.
-Draco... –ela suspirou ao vê-lo em seus pensamentos. –O que será que você está fazendo agora???
Pensava nele durante todas as noites, pensava nele quando Tom não estava por perto. "Por que isso está acontecendo? Por que? Por que isso acontece?".
-Meu anjo, me responda... Por que tudo isso acontece??? Me responda, minha pequena... Se for mesmo especial sabe a resposta. –acariciou seu ventre. –Nada importa, será sempre especial para mim...
Continuou mergulhada em pensamentos e em saudade; se tivesse um único desejo que fosse, naquele exato momento, desejaria voltar para a casa, para sua família, para sua vida, para os braços de Draco.
Abriu os olhos que sentia estarem cheios de areia, dormira naquela poltrona por longas horas, sua cabeça rodava e suas costas doíam muito. Não tinha como saber se já era dia, não havia qualquer janela no quarto em que ficava. Entretanto ainda tinha sono e por isso enrolou-se em uma manta e deitou-se na cama. Abraçada a um travesseiro pensou no que lhe aconteceria, e antes que pudesse voltar a dormir ouviu o ruído do movimento da porta.
-Está vestida??? Não dormiu??? –Nott perguntou.
-Onde está Tom?
-Engraçado... Esse que você chama de Tom nos proíbe de chamá-lo de você... Nós que sempre o apoiamos, você até o chama pelo nome...
Nott era um homem irritante, extremamente irônico e sua aparência ensebada chegava muitas vezes a lhe dar nojo. Não que fosse feio, pelo contrário, porém nada que falava lhe soava bem.
-Emudeceu-se???
-Onde ele está? –foi pontual
-Não virá hoje... Alguns compromissos mais importantes que você...
-Também mais importante que você... Afinal, ficou para cuidar de mim! –ela respondeu sem se importar em irritá-lo.
-Você anda muito abusadinha...
-Mesmo? Não percebi!
-O Mestre não está aqui para lhe proteger... –ele puxou-a por um dos braços e aproximou seu rosto do dela.
-Pois estará quando lhe contar que machucou meu braço, seu imundo! Agora saia! Saia já desse quarto e chame os elfos, desejo me trocar...
-Você...
-A Senhora... Jurou-me respeito! Qualquer passo em falso e Tom lhe punirá... Assim como se faz com os traidores... Duvido que o queira...
O homem deixou o quarto, e poucos segundos após os elfos adentraram o recinto com um belo vestido branco e leve. Arrumaram seu cabelo e lhe colocaram lindo colar dourado.
-Podem falar comigo... –ela se dirigiu aos pequenos
Eles nada responderam.
-Sou a Senhora desses homens... Juraram respeito frente a mim, marquei-os com o punhal...
O que disse teve efeito, pois os dois elfos arregalaram seus enormes olhos para ela como se não pudessem acreditar, entretanto mantiveram silêncio. "Eles devem saber demais... Devem saber algo que eu deveria... Mas... Elfos gostam de receber ordens...".
-Sou sua Senhora! Falem comigo, imediatamente...
-Fomos proibidos... –o de olhos amarelos disse.
-Por quem?
-Senhor Malfoy... –o de olhos verdes respondeu.
-Não devia ter dito isso, Ikky... Não mesmo!
-Mas... Ela é nossa Senhora... Devemos obediência a ela e não ao Senhor Malfoy!
-Ikky, nega dever obediência a ele... Se ele souber vai te matar...
-Não, Lux... Não, é verdade...
-Parem! –ela ordenou e os dois se aquietaram. –Parem os dois... Não contarei qualquer coisa que ouvir... E sim, Ikky tem razão... Devem obediência a mim, assim como o Senhor Malfoy. –ela os olhou com austeridade. –Agora... Me digam... Onde está nosso Mestre?
Eles se entreolharam, até que decidiram dizer. –Ikky pode morrer por lhe dizer... Mas como é minha Senhora... O Mestre foi a uma importante cerimônia, novos amigos para o Mestre...
-Novos comensais?
-Sim Senhora... –Lux respondeu. –Sim Senhora... E o Senhor Malfoy foi também... Sim, sim... Parece que o filho dele se tornará um dos amigos do Senhor. Sim... Qual é o nome dele mesmo, Ikky???
-Não me lembro... Não exatamente... É...
-Draco... –ela suspirou
-Isso mesmo... Isso... A Senhora o conhece???
-Sim... –ela disse se encolhendo. Fora tomada por uma enorme tristeza, algo incontrolável. Draco se tornaria um comensal, trabalharia ao lado de seu pai e provavelmente estaria também interessado no poder que sua filha carregava. "Só posso contar comigo mesma...".
-Por que está chorando, minha Senhora...
-Nada Lux... Saudades...
-Do pequeno Malfoy???
-Ikky, não seja curiosa!!! Por favor... Me perdoe Senhora, Ikky é muito curiosa... Muito, demais!!!
-Sim Ikky... Tenho saudades de Draco... Mas isso é um segredo entre nós três.
-Ikky guarda segredos, Senhora... Ikky guarda segredos muito bem guardados...
-A Senhora parece gostar muito do pequeno Malfoy...
-Gosto mais do que deveria, Lux...
Ela se sentou na cama e olhou para as duas pequenas criaturas com grande carinho, poderiam ser grandes amigos, infelizmente esquecera-se deles por muito tempo.
-Deseja mais alguma coisa???
-Sim... Sim... Sentem-se aqui ao meu lado...
-Sentar na cama da Senhora??? Não podemos... IKKY!
Ikky pulara no colchão e agora se esfregava no lençol de cetim, enquanto era observada por Lux que parecia desesperado.
-Venha Lux... Venha... –ele se acomodou sem jeito ao seu lado. –Quero que me contem onde está o Senhor Jones... Há muito não o vejo...
-Senhor Jones??? Ikky, você conhece???
-Não... Quem é esse? Senhora, tem certeza que ele se chama assim???
-Tenho... Augustus... Augustus Jones... Ele é pai de uma bela menina de cabelos castanhos e pele muito alva...
-Acís Jones??? –Lux se assustou.
-Sim... Acies Jones... Vocês a conhecem???
-Não... Não conhecemos, não mesmo... Não, não!!! –Ikky se levantou e puxou Lux consigo. Estavam perturbados pela menção do nome de Acies.
-Voltem aqui!
-Senhora, chamaremos Senhor Nott... Não diga que falamos com a Senhora... Se ele souber que falamos com a Senhora nunca mais poderemos falar com a Senhora... –Lux se confundiu.
"O que está acontecendo???".
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Capítulo 10: Você se esqueceu, mas eu não...
A noite estava muito bonita, as estrelas brilhavam no céu, apesar da presença de algumas nuvens cinzentas. O vento frio não incomodava, nem mesmo os roncos de seus companheiros de quarto o faziam; todos dormiam, menos ele.
Pensava que fechar seus olhos e dormir seria uma grande perda de tempo, sabiam onde estava Ginny e já deveriam, há muito, ter ido a seu encontro. "Muito deve ser preparado, antes que partamos... Logo iremos até ela, muito em breve...", certamente só Lupin acreditava nisso.
-Chichén Itzá... Como não pensei nisso... –Chichén Itzá era o nome que dado às ruínas de uma cidade maia que ficava no México, mais precisamente na Península do Yucatan. A pirâmide central, chamada de "O Castelo" ou Kukulkán –nome que lhe fora dado em homenagem ao deus que lá era cultuado –fora posicionada de um modo que nos dias do Equinócio a luz do Sol fazia uma sombra em forma de serpente em uma de suas laterais.
-Equinócio... Será quando farão o ritual... –mergulhado em pensamentos demorou a notar a presença de uma minúscula coruja cinzenta que permanecia estática lhe observando atentamente com seus enormes olhos avermelhados.
Assim que notou a pequena ave começou a tremer, mesmo sem saber a razão; era como se conhecesse a procedência do pequeno animal, e por isso tivesse um pavor incontrolável frente ao que lhe trazia.
-Voldemort... –havia se esquecido completamente de sua futura iniciação, talvez por desatenção, mas provavelmente por inconscientemente recusar-se a aceitar tal fato.
Soltou o pergaminho amarelado e viu a coruja se virar e voar em direção ao horizonte a uma incrível velocidade. Abriu a mensagem com extrema cautela, ainda pensando que talvez nada estivesse escrito lá, entretanto estava errado.
As bordas douradas eram folhadas a ouro, manualmente; o preço de um rolo desse tipo de pergaminho custava o equivalente a dez do normal e a quatro daqueles magicamente folhados. "O Mestre não tem problemas financeiros... Os Comensais idiotas pagam tudo o que ele deseja...".
Vinha escrita a mensagem em uma bela tinta negra, muito brilhante; as letras eram grandes e desenhadas, porém fáceis de serem lidas. Junto à primeira folha vinha outra, também escrita em negro, e pela forma parecia uma poesia.
-A convocação... E o juramento solene... –há pouco tempo atrás esse era o dia pelo qual esperava com mais ansiedade, contudo hoje, aquele seria o pior dia de toda a sua vida.
Draco Malfoy,
É chegada a hora de realizar seus sonhos, é chegada a hora de lutar ao lado do mais poderoso entre todos os feiticeiros do Universo.
Fora escolhido como poucos são, jurará com seu sangue lealdade.
Prepare-se para a cerimônia que acontecerá à última hora do último dia da semana.
-Sábado... Onze horas da noite... Tenho dois dias para decorar esse juramento...
Continuou débil a observar as folhas que tinha nas mãos, ainda sem saber o que fazer, ainda sem saber se havia algo a ser feito. Foi quando se assustou com uma imagem que chegara até ele pelo parapeito da janela.
-Você também recebeu... –era Acies, que havia quase sido empurrada no momento em que ele a vira pela primeira vez.
-AH... Acy... Não faz isso! Quase que eu te empurro...
-Fala baixo, se não vai acordar esses porcos que dormem com você. –ela disse após ouvir os roncos.
-O que você está fazendo aqui???
-Não consegui ficar no meu quarto após receber essa mensagem, não agüentei, estou muito nervosa... Precisava sair, daí pensei em vir aqui, sabia que estava acordado... –ela fez uma pausa e olhou para os outros garotos que dormiam profundamente. –Essa gente tem cada sonho estranho...
-Eu não posso acreditar que consegue se interessar pelos sonhos desses idiotas após receber essa mensagem... Não acredito!!!
-Por favor não comece com graça, já sabíamos que isso ia acontecer... E pânico não resolve qualquer coisa!
-O que você quer dizer com isso???
-Você sabe muito bem o que eu quero dizer.
-Não... Não... Eu não vou jurar, não quero me tornar um comensal...
-Draco, o que podemos fazer??? Me dê uma boa idéia para nos safarmos...
-Deve haver alguma coisa, sempre há uma saída...
-Qualquer coisa que fizermos vai chamar a atenção dos comensais, imagine, Acies Jones e Draco Malfoy se recusando a ganhar a Marca.
-A Marca... Eu tinha me esquecido dela... Eu vou fugir... Não posso ficar com aquele desenho horrível no braço, não... AH! –ele esmurrou a parede e sentiu os dedos doerem. Acabara de se lembrar que não se tornaria um comensal, como também teria que levar tal fato tatuado no braço.
-Por que você não espera um pouco antes de se descontrolar...? Sinto que muita coisa vai acontecer nessa cerimônia, sinto que você ainda tem muito a descobrir.
-Será que uma única vez você poderia ser direta???
-Não... –ela falou sorrindo e se virou para inspecionar o quarto.
Acies dissera que estava muito nervosa para ficar só em sua casa, porém não lhe parecia nem um pouco abalada com a convocação, estava até feliz demais.
A garota andava de modo engraçado, observando seus companheiros de quarto que dormiam de modo ruidoso, a cada ronco ela se inclinava para trás como se levasse um susto.
Ele se voltou para ele e andou em sua direção. –Boa noite... –subiu no parapeito da janela e se atirou para baixo, onde era esperada por sua vassoura, que tinha gravado em seu cabo Acies Ceowin Jones.
...
Dois dias era o tempo que tinha para decorar o juramento, que apesar de não ser longo se recusava a permanecer em sua mente. "Não vou conseguir..." –pensava constantemente, sempre que esquecia alguma das linhas.
-Leia novamente... Preste atenção, Draco...
Pelos céus e pela Terra
Pela verdade e pela mentira
Na paz e também na guerra
Contra aquele que te fira
Juro lealdade a meu Mestre
Juro fidelidade pela vida toda
Juro coragem infinita
Juro pelo poder que me d
Juro pelo fogo e pelo Sol
Juro pelo frio da neve
Juro pela luz da Lua
Juro pela serpente
Juro a ti, meu mestre, meu deus
Negra noite sobre mim
Ouça aquilo que eu juro
Seja feito então assim
Se mentir sejais duro
Palavras ditas
Serão palavras cumpridas
-Inferno!!! Quanta baboseira... Quem será que escreveu esse monte de besteira? Meu pai... Só ele teria capacidade para pensar em tanta inutilidade... Mais uma vez... Juro lealdade a meu mestre, juro pelo poder que me dá... NÃO! Pulei duas linhas dessa vez...
...
Sábado chegou mais rápido do que esperava, e bem antes do que desejava. Recebera outra mensagem, lhe dizendo que deveria esperar por quem lhe levaria em frente à Hogwarts, às seis horas da tarde.
Uma mentira havia sido inventada, e tanto ele quanto Acies foram liberados para deixar a escola até a próxima segunda-feira.
Pareciam duas estátuas, esperando mudos pelo destino que estava preste a os levar. Pensara em dizer alguma coisa, qualquer palavra que fosse, porém estava certo que todas as tentativas de amenizar a situação seriam frustradas. Nada havia para ser dito, e ele acreditava que quando palavras não são o bastante, não usá-las é o melhor a se fazer.
Mais alguns minutos torturantes se passaram, durante os quais Acies se mantivera completamente impassível, sem ao menos olhar para seus olhos. A única coisa que mexia no corpo da garota eram os cabelos que voavam ao bel sabor do vento.
Um enorme carro negro parou à sua frente, um homem vestido em um uniforme azul marinho desceu e abriu-lhes a porta. Acies entrou primeiro e ele a seguiu, sentando-se em um gelado banco de couro duro.
O rosto inexpressivo da menina sentada a seu lado fez com que se sentisse ainda pior. Por mais que tentasse negar, Acies era a pessoa a quem recorria durante os tempos difíceis, quando não sabia o que fazer, contudo agora estava completamente sozinho.
Pouco demorou até chegar a um gigantesco e imponente castelo, Draco não tinha a menor idéia de onde estavam; provavelmente aquele era um dos diversos refúgios de Voldemort.
-Acy, o que vai acontecer??? –ele perguntou, entretanto nenhuma resposta recebeu.
Subiram a longa escada, os degraus pareciam não ter fim, e a pedra negra da qual era feita a construção fazia com que o cenário parecesse ainda mais sombrio. Ao chegarem no Hall principal eram esperados por Lucius Malfoy e Belatrix Lestrange, certamente seriam separados.
-Não se preocupe. Há muito que vai descobrir. –a garota disse finalmente.
-Boa noite, Draco... –disse seu pai. Pegou-o pelo braço e puxou por um corredor iluminado por tochas. Virou seu pescoço e pode ver que Acies era também levada por Lestrange.
-O que vai acontecer agora?
-Parece desanimado...
-Não... Não... Só gostaria de saber o que vai acontecer agora...
-O noivo deve ser preparado.
-Noivo???
-Sim Draco... Você e Acies se casarão e depois ganharão a Marca...
-Como assim, nos casaremos???
A resposta não veio, pelo menos não em forma de palavras. Adentrou uma grande sala, muito iluminada e com diversos carpetes fofos espalhados pelo chão, em um dos lados havia um grande espelho, e um homem, que reconheceu ser Magnus Vredoir, o alfaiate predileto dos comensais.
-Boa noite... Boa noite, senhor Malfoy... –Draco preferiu não responder. –Sim... Entendo que esteja assustado, mas agora não há tempo para medo! Imagine, tenho uma hora para lhe confeccionar um perfeito fraque... Parece impossível, mas não é! –o homem se gabou e logo começou a tirar suas medidas.
-Certo... Abra os braços... Hum, perfeito... –ele analisava as medidas e também seu corpo. –Sim, sim... Boa composição, facilita meu trabalho... –mais dois minutos –Pronto... Agora descanse, logo estarei de volta com tudo pronto...
O alfaiate deixou o local por uma fenda que se abriu na parede e seu pai entrou por ela.
-Meu filho... Estou muito orgulhoso de você... Essa é certamente a mais importante noite de toda a minha vida. –ele sorriu, algo muito raro. "Pena que não posso concordar" –foi o que pensou.
-Aqui está... –ele fez uma enorme cama aparecer. –Descanse, em duas horas voltarei...
Draco sentou-se na cama e se enrolou no cobertor negro, pensava no que aconteceria e assim adormeceu.
...
Estava todo vestido de negro, um belo fraque que fora feito, sem o uso de mágica, em menos de uma hora, "Talvez esse seja um outro tipo de mágica..." –pensou. Vredoir sempre dissera que a mágica torna as coisas mais fáceis, porém nenhum encantamento substituía o talento de um homem e o seu toque especial no tecido.
Andou por um longo corredor escuro, e só via o chão pela pouca luz nascente de estranhos lustres esverdeados. O único ruído que podia ouvir era aquele do toque de seus pés no chão de pedra, mesmo o seu pai parecia flutuar.
Chegou a uma enorme porta de duas folhas, feita de madeira grossa e lapidada com estranhas formas sinistras. Parou após pedido de seu pai, e esperou por qualquer coisa, até que Lucius decidiu se pronunciar.
-Draco, essa é maior de todas as honras que podem ser dadas a um feiticeiro. Esse é o Salão das Honras, onde homens ganham uma nova vida, um grande poder... Contudo esse é também o local onde muitos perdem a vida, após serem julgados não merecedores do o Grande Lorde lhes deu. Muito respeito com o Fogo, fique quieto, e use as palavras, somente quando lhes fores pedidas. Certo?
-Sim... Mas... O que exatamente vai acontecer agora?
-Como já lhe disse –o homem era impaciente –primeiramente será celebrado seu casamento, e após isso ganhará a Marca.
-Pai... Esse casamento vale alguma coisa???
-Pergunta estúpida! Pergunta estúpida, Draco... Valerá frente ao Mestre, e isso é o que importa. Agora se cale, e espere ser chamado...
Fez o que lhe disse seu pai, permaneceu em pé, estático. Assim ficou por longos minutos, até que finalmente a porta se abriu.
O salão era circular, e as pessoas presentes estavam sentadas em forma de um círculo, ao redor de uma enorme chama flamejante. No lado oposto a ele viu Acies, que acabara de entrar por uma porta igual àquela pela qual há pouco passara. Estava muito bela, porém muito triste; vestia um vestido de noiva negro, inteiro bordado, não usava véu e seu rosto havia sido maquiado de um modo estranho; olhos muito negros e a boca muito vermelha.
"O que será de nós...?".
-Aproximem-se... –chamou uma voz. Obedeceu ao chamado e assim que chegou mais perto reconheceu Lorde Voldemort. Seus olhos amarelos lhe chamaram atenção, mas não mais que sua aparência estranha de serpente. –Meus queridos... É uma grande honra tê-los aqui... Uma honra ainda maior uni-los, não só um ao outro, mas principalmente os dois a mim. –fez-se uma pausa.
-Draco Malfoy... Filho de um dos meus mais fiéis colaboradores, criado para lutar ao meu lado... Alguém que me ajudará a chegar à vitória... Acies Jones, uma entre tantas. Nasceu especial e assim será... Minha filha. –nesse momento Acies fitou o chão, como se segurasse algum sentimento violento.
O homem ordenou que os dois dessem as mãos e que se olhassem. Assim fizeram.
Viu tanto nos olhos de Acies que não foi possível saber o que ela sentia, pareceu-lhe mais enigmática do que nunca. Misteriosa.
-Uno-os com minha bênção, uno-os com a honra que só os mais especiais têm. Que sejam leais a mim, para sempre!
Uma aliança dourada apareceu em seu dedo, tinha a forma de uma serpente que mordia seu próprio corpo. Deviam se abraçar, e ao sentir Acies em seu braço notou que ela mexera em seu paletó. –Pronto... Tudo vai ficar bem... –ela sussurrou.
-Confio em você –ele respondeu.
A pior hora havia chegado, após casarem receberiam a marca.
Tiveram as pontas dos dedos furadas, e uma gota de seu sangue foi derramado sobre as chamas azuladas. Acies fez o mesmo, e assim que seu sangue tocou o fogo ele ficou muito vermelho e quente.
-Jurem... –Voldemort ordenou, e os dois disseram as palavras ao mesmo tempo. Draco agradeceu por ter a ajuda da garota, que era agora sua esposa, pois como já sabia, não havia conseguido decorar todo o juramento.
Sentiu-se tremer e esfriar, apesar do calor das chamas. Suas pernas estavam bambas e seus olhos molhados, seria quase impossível conter as lágrimas. Tinha medo, pavor do que aconteceria.
Voldemort estendeu sua mão sobre o braço de Acies, murmurou algumas palavras e logo a marca começou a se formar, lentamente, até tomar a horripilante forma. Era feia, desagradável de ser olhada. A menina permaneceu impassível, sem denotar qualquer expressão.
Chegara sua vez, fechou os olhos e estendeu o braço, estava certo que após aquilo nunca mais usaria qualquer roupa de manga curta.
O homem fez o mesmo que fizera em Acies, porém, após recitar as estranhas palavras nada aconteceu. Todos os presentes olhavam assustados, e ele tentou novamente, nada aconteceu. A Marca não se formava em seu braço.
-Problemas... –o homem sorriu. –Menino, o que você fez???
-Como assim??? Há alguma coisa a ser feita? –ele perguntou inocente, mas sinceramente.
-Não, não há...
Após a quinta tentativa frustrada o homem resolveu que a Marca era somente um simbolismo, a lealdade dele seria a coisa de maior importância.
Os dois foram levados a um outro quarto, onde passariam a noite juntos, para consumar o casamento. Assim que foram deixados sós, Acies sorriu.
-Disse que tudo ficaria bem...
-O que aconteceu?
Ela se aproximou, colocou sua mão em um dos bolsos de sua vestimenta e de lá tirou algo muito brilhante. Abriu a mão lentamente e foi quando ele se lembrou; o amuleto que Ginevra lhe dera, a serpente.
-Você se esqueceu, mas eu não...
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Olá pessoal!!! O que acharam da cerimônia de iniciação, hein??? Me contem...
Super importante: Tenho várias fotos legais de Chichén Itzá, quem quiser ver como é o local, tanto na realidade, quanto um desenho que usei como base para a descrição de onde está a Ginny, peça na review que eu mando na resposta!!!
COMO SEMPRE... O que acharam desse capítulo??? Reviews...
VALEUZÃO:
O Schumacher, meu PC, ficou estressado novamente... Isso fez com que eu atrasasse esse capítulo (costumo postar toda a quinta...) e também perder meus e-mails... Todos... Então não deu para eu responder ou colocar os agradecimentos aqui...
Peço 1000... desculpas, pois essa é uma das minhas partes favoritas, adoro me comunicar com o pessoal que lê a fic!!! PROMETO QUE NO PR"XIMO TUDO VOLTA AO NORMAL... Beijões... (Com exceção do os acentuados que insistem em ser " ou ')
