Capítulo 13: Helena
-Pensei que não mais fosse acordar... –disse uma voz áspera, logo que abriu seus olhos. –Certamente não fui o único... –o homem completou após ouvir o som de um bocejo vindo do lado esquerdo do quarto.
Ginny virou sua cabeça lentamente, levantou o pescoço para que pudesse ver sobre os travesseiros e notou a presença de um berço branco. Seu coração bateu mais rápido e ela se lembrou de tudo o que havia acontecido, sua criança havia nascido.
-Ele...
-Ela... –o homem a corrigiu, andando lentamente em direção ao berço. Com um cuidado que ela pensou que nunca veria nele, tomou o bebê em seus braços, olhou-o, porém não sorriu e trouxe a pequena menina até ela.
Assim que a criança foi posta em seus braços Ginny sentiu algo que antes pensara não ser possível. Não pôde conter o sorriso ao notar que a menina tinha enormes olhos cor de cinza e seus cabelos eram tão loiros quanto os do homem que a olhava.
-Logo que me disse pensei que fosse mentira...
-O que? –perguntou acariciando os cabelos brancos do pequeno ser humano que carregava em seus braços.
-Pensei que mentia sobre ser Draco o pai dessa criança... Entretanto... –ele gaguejou. –Logo que olhei para essa menina... Ela é uma cópia de Draco quando criança... Os olhos, os cabelos...
-Se parece com ele... –Ginny mal ouvia as palavras que Lucius dizia, frente à sua filha elas pouco interessavam. –Creio que, para sua felicidade, não terá cabelos vermelhos...
-Nunca se sabe... –ele se aproximou e tocou a pequena cabeça do bebê. –Qual é o nome dela?
Ginevra estava mergulhada na imagem da pequena menina sem perceber que, lentamente, o interesse do homem aumentava. Disfarçadamente ele se aproximava da criança e fazia perguntas, que certamente não faria, caso aquela não fosse sua neta.
-Não tem nome... –ela dizia olhando para a criança, desde que a segurara em seus braços dela não tirava os olhos. –Passei quase todo o tempo a chamando de Arthur... Imagine... –sorriu.
-Aceita sugestões???
Aquela pergunta fez com que despertasse de um sonho e notasse a atenção nos olhos de Malfoy; ele observava a menina de modo cauteloso, como se seus olhos a pudessem ferir; seus longos dedos corriam os finos fios de cabelo com uma surpreendente delicadeza, como aquela que Draco mostrava ao tocá-la. "O que está acontecendo...?".
-Sim... Se a sugestão for muito boa... Por que não???
-Hum... Pensei em alguns nomes, e cheguei a um... –ele respirou –É o nome de uma princesa, que de tão bela causou uma guerra... Era nobre e tinha algo que nenhuma outra mulher jamais teve... Helena...
-Helena de Tróia... Helena... É um belo nome...
-Acha? –apesar de tudo o que dizia, o rosto do homem não esboçava qualquer sombra de sorriso.
-Sim... Minha pequena Helena...
-Há algo que preciso lhe dizer...
-O que?
-Olhe para mim... É importante...
-Fale... –os olhos cinzentos a observavam com tanto cuidado quanto o fizeram com sua filha.
-Dê-me Helena... –Ginny titubeou. –Não tenha medo... Só a colocarei no berço...
Assim feito ele se voltou para ela e sussurrou. –Esse filho não é de quem deveria ser, sabe disso...
-Pelo menos não é de quem se achava ser...
-Ouça bem... Harry Potter nasceu sob os dizeres de uma Profecia, é ele o único que pode destruir o Grande Lorde... –nesse momento o homem se sentou na poltrona à frente de sua cama. –E é dele a criança que poderia dar força ao mal... Só dele... Pelo menos a princípio.
-Mas... E se estiverem enganados?
-Não há engano. Uma Profecia não exclui a outra... Essa criança nasceu em um ponto de Luz, é um talismã... E garanto que ainda mais forte do que seria se fosse filho de Potter.
-Não entendo... Se só um filho de Harry poderia trazer o tal poder... Como Helena pode ser mais poderosa?
-Ginevra, a princípio... Foi o que disse... Ela quebrou uma Profecia... Draco não é o portador do Dom da Serpente...
-O amuleto... O amuleto tomou a forma de uma serpente...
-Tomaria a mesma forma se fosse dado a mim...
-Acies... Acies disse que...
-Acies... Acies Jones... Ela não é exatamente o que parecesse ser. É muito mais...
-É a favor de Riddle?
-Não... Ela trabalha para o destino...
-O que???
-Esqueça Acies... Helena é forte o bastante para desdizer uma Profecia... Isso nunca antes havia sido feito, e é com esse poder que conta o Lorde. Certamente ele sabe que Potter não é o pai da criança... Entretanto conta com o poder dessa menina.
-Isso quer dizer...
-Isso quer dizer... Que... Você sabe o que isso quer dizer...
-Não... Não pode ser... –após ver sua pequena pensar em tê-la morta era algo pior do que figurar sua própria morte. –Não... Tenho... Tenho que tirá-la daqui...
-Acalme-se... –ele se levantou. –Acalme-se... Ela nasceu antes do previsto... Ainda há tempo...
-Traga-a para mim...
-Veja... Ela é especial... –ele disse antes de entregá-la. –Em seu pulso... O sinal...
-Eu tenho também...
-Não mais...
-Por que?
-Você era um talismã enquanto a carregava. Helena é especial, e assim fora sua mãe... Talvez até antes mesmo de concebê-la.
-Mas o talismã...
-Ela é especial. Muito especial... –ele a cortou. -Preciso ir...
-Espere... –o homem parou antes de abrir a porta. –Nada me disse sobre Acies Jones... Ela foi minha amiga... Pelo menos eu acho...
-Não posso dizer qualquer coisa, entretanto se acha que ela foi sua amiga, tenha certeza que ela foi...
"O que está acontecendo... O que está acontecendo???". –Minha menina, meu amor... Não posso perder você... E acho que há mais alguém que não vai aceitar...
A menina se aconchegou em seus braços, fechou os olhos e dormiu. Era um anjo, uma fada, o presente mais incrível que ganhara.
Ginny observava cautelosamente a perfeição do que tinha nos braços, as mãos tão pequenas, os longos cílios brancos, o nariz, a pele que ao toque lembrava ceda e aos olhos parecia um veludo, alvo como a neve que escorria por sua janela.
-Tão pequena... Quem pode dizer que esconde tanto poder... –sorriu ao ter seu dedo agarrado fracamente pelos dedinhos dormentes. –Meu anjo...
"Sempre chamei pelos anjos... Sempre neles acreditei. Sempre pensei se estariam ao meu lado quando chove, quando a noite escura me assusta... Agora sei que estão, e sempre estarão... Obrigada... Obrigada por tão maravilhosa prova de sua existência. Helena, meu anjo...".
...
Pensava na reação de Lucius Malfoy, enquanto observava a menina dormir no berço; fora completamente diferente do que esperava e tal fez com que entendesse uma única coisa: nada espere de um Malfoy, pois eles certamente, não são previsíveis. "Deu o nome a ela... Talvez seu coração não seja de pedra... Talvez exista nele um coração...".
Era então sábia a natureza por fazer aquela criança tão parecida com seu pai. Algo que Ginevra não havia percebido era que ver seu bebê tão parecido com Draco, não somente havia tido efeito sobre Lucius, mas também sobre ela; Helena agira como um feitiço que quebrava outro, fazendo com que todo o ódio que sentira pelo pai de sua pequena se tornasse um distante amor, e uma presente saudade.
Ainda acariciava o cabelo fino quando ouviu a porta se abrir de modo suave. Era Tom.
-Está mais linda do que antes... –seus olhos amarelos lhe diziam tantas coisas. –Deixe-me vê-la...
O homem se aproximou com cautela, ela entretanto não se moveu de perto do berço.
-Não tenha medo, Ginevra... Nada farei à sua pequena... –ele observou a criança como se a examinasse, contudo não a tocou. Para seu alívio. –Qual é o nome dela?
-Helena... –sorriu.
-É um belo nome... Para uma bela criança...
-Parece um anjo, não acha??? –disse em sussurros.
-Talvez seja um.
-Acredita em anjos?
-Posso não acreditar após olhar para ela? –perguntou sorrindo. –Não sente ciúme?
-Do que?
-De ser Helena tão parecida com o pai? –essa pergunta feita, aparentemente, sem qualquer pretensão havia sido a prova que ele sabia exatamente que Potter nunca havia sido o pai de sua criança.
-É mais bela desse modo...
-Sinto discordar... Seria mais bela se com você se parecesse. Entretanto é linda... Como o céu de um dia ensolarado, como a fria neve que cobre o topo das mais altas montanhas...
-Obrigada... –fez-se uma pausa. -Sabia que Harry nunca fora o pai dela... Desde quando?
-Desde sempre... Lembra-se no Natal? Quando o beijou?
-Sim...
-Fui eu quem fez que isso acontecesse... Na verdade, Nix... Nix o fez sob meu comando. Porém você quebrou o feitiço... Quebrou de um modo que não pensei ser possível e a partir desse momento soube que a criança seria ainda mais poderosa do que se pensava...
-Talvez não seja eu a pessoa mencionada na Profecia...
-Ouça... É fato que existe destino. È fato que uma linha nos é traçada, entretanto minha Ginevra, nosso caminho depende de nossas escolhas.
-Não entendo...
-Veja... Sabe da existência dos dizeres proféticos sobre ser Potter o único a poder me destruir, não??? –ela fez sinal afirmativo. –Há também algo que não sabe... Quando tais palavras foram ditas nenhum nome se mencionou... Não acredita se digo que Longbottom poderia ter sido o escolhido, acredita?
-Não!!! –ela riu. Pensar em Neville como um possível salvador do mundo mágico era quase bizarro. –Não...
-Pois então... No momento em que tentei inutilmente, matar Potter, transferi a ele, contra minha vontade obviamente, parte de meus poderes e isso fez com que fosse o escolhido. Ninguém sabe o que teria acontecido caso a família de Longbottom fosse minha escolhida...
-Mas escolheu os Potter por uma razão...
-Sim... E aí entra a mão do destino... Entretanto minha escolha teve certa influência...
Tom Riddle falava da morte dos Potter e de sua derrota frente a Harry com tal naturalidade que chegava a assustá-la. Era como se tudo aquilo não passasse de uma banalidade, de uma fase sem importância da vida.
-Tom... –ela o chamou.
-O quer me perguntar?
-Lê mentes...
-Não... Ainda não... Senti o desejo em sua voz... O modo como pronunciou meu nome...
-Quem são as pessoas que trabalham para o destino???
-Por que quer saber??? –o homem devolveu-lhe uma pergunta, sendo que seus olhos lhe passavam a nítida sensação de saber exatamente de quem ela falava.
-Porque... Porque... –ela se odiou por não ter preparado uma desculpa antes de fazer a pergunta. –Porque li uma vez essa expressão em um livro e não encontrei seu significado em lugar algum...
-E acha que sou eu a pessoa certa para lhe explicar?
-Creio que um dos feiticeiros mais poderosos de toda a história seja a pessoa indicada para solucionar qualquer dúvida sobre magia... Estou certa, não??? –elogiou-o para ter certeza que sua pergunta seria respondida.
-Espero que sim... –ele sorriu. –Pessoas que trabalham para o destino... São os anjos.
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Capítulo 13: Phelan
-Malfoy... Suba e devolva essa cangaça toda!!! –George lhe disse com raiva.
-Por favor, Weasley... Por favor... Controle-se... Há senhoritas no local, e você fica falando esse monte de besteiras...
-Eu não acredito nisso... Por acaso você voltou no tempo, Draco??? –Fred fez a pergunta. –Então, se prefere... VÁ GUARDAR ESSAS PORCARIAS!!!
-PAREM! Parem já com essa briga... Malfoy, estamos partindo em direção a uma mata fechada, levar quatro mochilas não vai ajudar a expedição. –Lupin disse com mais calma.
-Vocês vão se arrepender... Vão se arrepender! Podem acreditar que uma hora ou outra vocês vão precisar de alguma coisa que está aqui dentro...
Após mais algumas reclamações e também agressões, Draco decidiu que deveria subir de volta para o seu quarto e encontrar um modo de levar o que escolhera em uma única mochila. Havia posto tudo em cima da cama, e algumas coisas no chão, certas peças foram postas no sofá por falta de espaço.
-Não é assim tanta coisa... AH...
Andando de um lado para o outro coçava a cabeça pensando o que levar e o que deixar, e foi quando colocou a mão no bolso de sua calça. "Varinha... Idiota! Como pude ser tão estúpido...".
-Comminuo... –todos os pertences encolheram e couberam com folga em uma de suas mochilas. –Ah... Draco, você é tão mais inteligente que os outros...!
Desceu alegremente as escadas com quase nenhum peso nas costas, encontrou todo o grupo sentado a sua espera, com uma expressão pouco amigável.
-O que???
-O queeee??? –Weasley o imitou. –Você demorou quase duas horas para se decidir...
-Malfoy, pensei que não precisaríamos dizer, mas... –Granger era cautelosa. –Mas... Há um feitiço que todos nós usamos para reduzir o tamanho dos pertences...
-EU SEI GRANGER!!! EU SEI!!! OU PENSA QUE SOU BURRO???
-Foi o que eu pensei...
-AH! Cala a boca Potter...
-Agora que estão todos prontos... –Lupin suspirou.
-Há um problema... –Tonks se levantou. –Um grande problema...
-O que há?
-Remus... Não há mais excursões para Chichén Itzá e todos hotéis de lá foram fechados devido à alta incidência de acidentes... Sendo alguns fatais...
-E o que vocês esperavam??? –Draco disse surpreso com a preocupação do resto do grupo. –Que fossem construir uma ponte para facilitar nossa chegada???
-Não, mas...
-Granger, ouça bem... Não seremos bem vindos! Sim??? –ele fez uma pausa. –Agora, onde você ouviu essa notícia???
-Em um noticiário e também conversei com um dos agentes de turismo do hotel...
-Por acaso ele comentou sobre deslizamentos???
-Como você sabe???
-Árvores similares ao Salgueiro de Hogwarts???
-Exatamente...
-Ventos que arrastam caminhões...
-Sim, sim... Draco, como você sabe???
-Foi meu pai quem preparou tudo isso... É o único maluco o bastante para arriscar desse modo...
-Não entendo...
-Lupin, causar esses acidentes é um modo de acabar com alguns muggles... Certamente. Contudo, não é o mais discreto, pelo contrário... A cada dia os acidentes tendem a piorar, porque chamam atenção das autoridades e para mantê-las longe... –ele suspirou.
-Por acaso você saberia deter o louco do seu pai???
-Potter, quem pensa ser para falar essas coisas do meu pai???
-Mas... Você acabou de dizer que...
-EU! O pai é meu e só eu posso falar certas coisas sobre ele!!!
-Ah... Você é que é louco!!!
-Você pode ou não deter essas malu... Hum... Essas medidas de segurança criadas por seu pai?
-Não sei se posso detê-las, Granger, porém... Identificá-las, talvez...
-"timo... –Lupin completou.
Enfrentavam um problema mais grave do que as armadilhas postas na floresta, encontrar alguém que os levasse até lá. A resposta era sempre a mesma, não deveriam se aproximar da floresta, de modo algum.
-Señor... Não devem ir até lá... Ainda mais com essas crianças... – "Crianças...", Draco riu após pensar que a causa daqueles acidentes era sua própria filha. –Os espíritos se revoltaram... Kukulkán não quer visitas!
-O senhor diz Lucius Malfoy, não é??? –sussurrou.
Procuraram por horas alguém que os levasse até, entretanto nenhum dos homens, principalmente os nativos, desejavam o fazer. Continuaram a procurar uma pessoa que se disponibilizasse a, pelo menos, lhes indicar o caminho e foi quando ouviram uma voz muito infantil.
-Senhores... -um pequeno menino de cabelos dourados pareceu de trás das pedras. Tinha a pele muito queimada de sol e tomada por sardas, não parecia ser nativo daquela terra. –Posso levá-los até onde desejam ir...
-Qual é o seu nome???
-O senhor primeiro...
-Remus Lupin.
-Phelan Begley...
-Não é daqui? –Draco perguntou
-Pareço ser daqui??? –o menino respondeu impaciente, mas com um sorriso no rosto. –Belfast, Irlanda...
-O que você está fazendo aqui???
-Você é bem curioso... Como se chama...?
-Draco... Draco Malfoy... –disse com raiva.
-Nome engraçado... Isso sim!
-Ah certo... E Phelan é um nome bem comum!!!
-Phelan significa homem de coragem...
-E Draco... Dragão...
O menininho riu –Bem que minha mãe dizia que o nome influencia nossa vida!!! Você é bem feinho...
-Ah pirralho, não me conhece...
-Realmente... Contudo sei que só eu posso levá-los até onde desejam ir e sei também que deve haver alguma razão para desejarem tanto chegarem a um local tão... Tão... Tenebroso...
-Acredita, Phelan, que os deuses estejam rebelados??? –Acies se aproximou lentamente, e perguntou com uma voz muito suave.
O garoto fixou seus olhos castanhos na menina e assim ficou por diversos segundos, analisava-a como se tentasse lembrar de algo que há muito acontecera. Foi quando ele chegou mais perto dela e tocou uma de suas mãos.
-É você... –ele suspirou. –Veio me buscar? Vai me levar para viver com meus pais???
-Não pequeno... Certamente me confunde com outra pessoa... –ela se ajoelhou e acariciou a pequena cabeça loira de Phelan. –Você acredita que os deuses se rebelaram em Chichén???
-Não... Deuses não se rebelam, deuses são bons, não fazem mal para as pessoas... Só o homem mata o homem. E é por isso que me disponho a levá-los até lá... Porque não temo o homem, só os deuses...
-Sábias palavras, Phelan... –a menina sorriu. –Então... Pode mesmo nos levar até lá???
-Posso... Apesar de saber que sabe exatamente como chegar...
...
Alugaram um carro, pelo qual ele se recusou a pagar; era velho e fazia estranhos barulhos quando era ligado. –Esse carro é bem novo... –ele foi irônico. –Lupin ligou e houve um estouro que a todos assustou. –Nossa...
-Hey, Phelan... –um dos gêmeos chamou. –Quer uma bala???
-Essa é a mais gostosa... –o outro atiçou.
Granger tentou falar algo, mas foi impedida por Acies que disfarçadamente pediu que se calasse. Certamente aquelas balas eram parte de alguma brincadeira estúpida, e usá-las em uma criança, aparentemente órfã, seria cruel. Sabia contudo que Acies tinha algo em mente, ela nunca deixaria que algo assim fosse feito.
-Vocês pensam que eu sou idiota??? –o menininho disse sem ao menos olhar para eles. –E, Fred –ele acentuou o nome. –se acha que a bala é tão gostosa pegue-a para você!
-Como sabe quem é quem??? –os dois perguntaram ao mesmo tempo.
-Sei mais do que pensam... –ele sorriu observando Acies. –E já digo que sei que são bruxos, por isso estou ajudando vocês...
-Você também é??? –Granger perguntou
-Não... Não sou um bruxo...
-Ele só trabalha para o destino, Hermione... –Acies falou baixo. –Só trabalha para o destino...
Continuaram por um longo tempo, Lupin dirigia tão lentamente que chegava a irritar e ele não era o único a sentir isso.
-Lupin... –Acies disse. –Você não acha melhor se fossemos um pouquinho mais rápido??? Sabe... Vamos demorar dias para chegar...
-Não é fácil dirigir com tantos buracos...
-Deixa que eu dirijo, então...
-Acy, esses carros são diferentes dos seus...
-Eu sei, Fred, mas posso tentar, não é??? –a garota se levantou e tomou o lugar do motorista, observou as marchas, os pedais, ligou a chave e acelerou. As rodas dançaram, porém o carro saiu a uma velocidade incrível, fazendo com que Lupin se assustasse e Phelan se animasse.
-Finalmente... –disse Draco.
-Para que ir tão rápido??? –Lupin perguntou. –Vamos chegar de qualquer modo e...
-Vamos chegar mais rápido desse modo... –Phelan interveio.
Após algumas horas chegaram a uma bifurcação, o caminho se dividira em duas partes idênticas, como se um espelho houvesse sido usado. Acies parou e perguntou a Phelan qual dos caminhos deveria tomar, o menino disse que aquela bifurcação não existia antes.
-Não sei...
Draco desceu do carro e observou com grande atenção as duas possíveis entradas para a mata. A composição dos caminhos era a mesma, as árvores e plantas colocadas nas mesmas posições. "Eis a primeira das armadilhas...".
O mais novo dos Weasley desceu e olhando para as entradas disse: -Vamos pela da esquerda... É mais clara...
-Muito bom Weasley... –Draco acabara de entender. Certamente a parte mais clara era o caminho errado, afinal a escuridão assustaria os visitantes que escolheriam o lado que parecia mais aprazível. Lembrou-se ainda de algumas palavras de seu pai... "O caminho mais fácil nos leva à morte, pois para os sábios não há caminhos difíceis, só corretos e errados.".
-Venham, vamos pela direita...
-Como assim, Malfoy... É escuro...
-Obviamente Weasley, a escuridão assusta a maioria das pessoas... Se ainda não percebeu essa é uma das armadilhas...
-Creio que devamos ir a pé... –Tonks deixou o carro com sua mochila nas costas. –É melhor...
-E o que farão com o carro??? –um dos gêmeos perguntou
-Sei lá... Acho que devemos deixá-lo aí, talvez sirva para alguma coisa... Carros podem ser muito úteis algumas vezes... –Weasley disse olhando para Potter.
-E o que faremos com Phelan? –agora foi Potter, que há muito nada dizia, quem perguntou.
-Cadê ele???
Todos olhavam ao redor sem encontrá-lo. Draco viu que estava com Acies, um pouco distante do grupo; aproximou-se para perguntar onde ele desejava ir, mas parou ao ouvir o que a menina dizia.
-Pode ir Phelan... Vá... Já fez o que devia fazer, agora vá...
-Estou liberado???
-Sim... Sim...
O pequeno menino correu para a mata, mas antes de chegar desapareceu. Acies se levantou e notou que Draco estava a seu lado, boquiaberto com acabara de acontecer.
-Não deve escutar a conversa dos outros... Corre o risco de ver algo que não entenderá...
-Definitivamente... –disse ainda procurando pelo pequeno Phelan.
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As próximas cenas foram cortadas por motivo de seqüência, entretanto falam sobre a passagem pela floresta, então achei interessante colocá-las...
Armadilha 01:
Todos andavam em estado de alerta, afinal não havia como saber quando ou onde estavam as armadilhas. Qualquer detalhe, mesmo que mínimo, o qual denotasse algo estranho, deveria ser analisado, nunca pisar em chão que não se pudesse ver a terra.
Seus passos lentos eram silenciosos, e ele podia observar a beleza do lugar. O céu era tão azul que chegava a ser monótono, os pássaros coloridos voavam com liberdade, mostrando sua beleza para quem quisesse ver, a mata carregava um verde que ao ser tocado pelo sol brilhava.
Observando as árvores notou que duas delas pareciam diferentes das outras, forçou seus olhos e notou que o detalhe era o verde das folhas, que pareciam mais grossas e mais escuras, como se feitas de uma estranha massa.
-Aquelas árvores... Espere Weasley... –puxou a camiseta do garoto, contendo-o. –São diferentes do resto das árvores.
-Você está ficando louco... Elas são exatamente iguais ao resto... Malfoy, se ficarmos nos preocupando demais nunca chegaremos à pirâmide central!
-Ele está certo, Ron... –Potter disse. –Se nos preocuparmos de "menos" nunca chegaremos também... Não é???
-Essa árvore não só se parece diferente das outras como espanta pássaros... Eles estão por todas as outras, menos nessa... –Granger falou. –Vejam...
-Vamos por ali... –disse Lupin, desviando-os para a direita.
-Não Lupin... Não... Vamos pela esquerda! –Draco se lembrou de algumas palavras que ouvira de seu pai enquanto criança. "Homens previsíveis vão pela direita... Quase todas as pessoas tomam a direita...".
-Qual é a diferença??? –um dos gêmeos perguntou.
-Meu pai odeia homens previsíveis...
-E?
-E ele diz que homens previsíveis seguem pela direita...
Armadilha 02:
-Finalmente... Um rio...
Weasley sorria por um bom motivo. Um pequeno córrego cortava a mata fechada, tinha águas transparentes e frescas.
-Espere...
-O que foi Hermione?
-Não é comum pequenos córregos cortarem matas densas como essa...
A menina se aproximou cautelosamente da água, sem que a tocasse em qualquer circunstância, abaixou-se e cheirou. Levantou-se, aparentemente, menos desconfiada, entretanto tal desconfiança aguçara seus sentidos e também sua memória.
"A necessidade faz o homem... Sim... Quando precisamos muito de alguma coisa ficamos cegos para o mundo a nossa volta e isso pode nos causar grandes danos... Alguns irreparáveis...". Lucius é certamente um homem muito sábio, afinal o calor da região fazia com o cansaço tomasse qualquer um, e abaixo daquelas árvores a temperatura era ainda maior.
-Água... –ele disse
-Sim... Finalmente... –Lupin andava em direção à fraca correnteza.
-Não! –ele pediu para que o homem parasse.
Esqueceu-se da sede e do desconforto causado pelo suor e observou atentamente toda à volta. O riozinho seguia em frente, e não se podia ver seu final; e não só seu fim não era visível, como também seu início, não havia qualquer nascente, a água aparecia sem origem definida.
-Não vejo a nascente... A água brota da terra...
-Isso acontece às vezes...
-Sim, Tonks... Eu sei... Mas quando isso ocorre são formadas lagoas... Esse é um córrego de águas correntes... Não poderia nascer da terra... Pelo menos não é muito comum...
-Acha que essa água...
-Não é água, Lupin... É uma poção...
-Poção dos tolos...
-Exatamente...
-O que é isso???
-Isso, Harry, é uma estranha poção banhada de ilusão... Algo como um veneno que tem a capacidade de se tornar o que você mais deseja no momento, se estivéssemos com fome, certamente veríamos uma fruta, ao invés de água...
-Posso pegar um pouco??? –Granger perguntou. –É bem útil...
-Já pegamos bastante... Depois te emprestamos um pouco... –um dos gêmeos alertou-a
-Mas essa poção é ilegal! –Tonks disse. –Serei forçada a confiscá-la...
-Ah Nympha... Tudo que é útil e interessante é ilegal... Não faça isso!!!
-Por favor... –os dois pediram.
Armadilha 03
O chão ficava a cada passo mais coberto, eram tantas folhas que mal se podia enxergar a terra, e por isso ele sempre limpava o local onde pretendia pisar.
Tudo parecia normal, até que começou a sentir que pisava em uma superfície mais fofa.
-O chão está mole demais... –Potter disse.
-Está sim... É melhor pararmos...
Draco obedeceu ao comando de Lupin e olhou em volta. As folhas vermelhas, amarelas e verdes que cobriam o solo coloriam a floresta e tornavam o ambiente mais belo. "Draco... Não faça isso... Nem sempre o mais belo é o melhor...".
-Vamos voltar... Devemos ir para o outro lado! –Granger disse.
-Eu acho melhor... –Tonks concordou.
-Sim, tudo isso foi posto para tornar a caminhada mais agradável e assim nos levar para a armadilha... –ele disse. –Não há folhas vermelhas e amareladas em florestas tropicais... São típicas da Europa e não da América Central...
-O chão macio também foi posto por isso...
-De onde seu pai tira essas idéias???
-Potter, apesar de tudo meu pai conhece muito bem os seres humanos... Principalmente os muggles... É adepto da teoria que diz que o melhor modo de vencer um inimigo é conhecendo-o...
-Inteligente...
-Perigoso, isso sim... –disse Weasley
-Ele sabe que após uma longa caminhada, em um local abafado, folhas coloridas e chão macio atraem a atenção de qualquer um... Ele me disse, um dia, que nunca deveria escolher as coisas pelo que elas parecem ser... Pois coisas belas demais assim o são para esconder a falta de qualidade...
-Por acaso ele disse a mesma coisa sobre as mulheres, Draco???
-Não, Fred... Mulheres são uma exceção...
-Ufa!
-Patéticos... –Granger se revoltou.
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Sim... Mais um capítulo ENORME,assim como vocês gostam... Sendo precisa, temos quase 4.400 palavras de estória, o que equivale a umas 9 páginas... Com letra pequena...
De nada adianta escrever muito e muita besteira... Por isso ME DIGAM SE GOSTARAM, E O QUE ACHARAM DAS ARMADILHAS... Estão um pouco bobas, eu confesso, mas é que fim de semestre é sempre faltado de criatividade!!! REVIEWS...
VALEUZÃO (Minha seção favorita!!! Muito obrigada por suas mensagens... Elas me alegram, de verdade!!! Beijões...)
Rute Riddle: É bom saber que está gostando da fic, continue lendo... Dei mais sentimentos ao Lucius nesse capítulo, espero que todos entendam que ele não está assim por ser bonzinho, mas por se tratar de uma criança de sangue puro, sua herdeira e muito parecida com seu próprio filho... E você, o que achou desse capítulo??? Beijões...
Xianya: Nesse capítulo pode ter uma idéia melhor da reação e também das feições de Lucius ao descobrir que a criança é realmente filha de Draco. Espero que tenha sido como você imaginou... Espero também que tenha gostado do capítulo... Me conte! Beijões...
Fernando R.: Espero que minha mensagem tenha solucionado algumas de suas dúvidas e sei que esse capítulo sanou algumas delas, não é mesmo??? Adoro Caverna do Dragão, fiquei super decepcionada quando soube que os planos para o filme não haviam dado certo, mas parece que estão tentando de novo... Vamos ver... (Se bem que nada vai ser melhor que o original, né???). O que achou desse capítulo??? Beijões...
Miaka: Várias novidades quanto à Ginny, nesse capítulo, não??? Creio que deu para entender melhor os sentimentos dela, pois fiz questão de deixá-los bem confusos... Espero que tenha gostado desse capítulo... Me conte! Beijões...
Juliana: Espero não ter te decepcionado com esse capítulo 13... Obrigada pelos elogios... E veja só! Um capítulo enorme de novo, e com pouca demora... Seja sincera... Fui super rápida na atualização!!!! Você gostou desse??? Me conte...
Pat: É bom saber que minha estória teve uma influência legal sobre seu estado de espírito... Agradeço a confiança em mim para finalizar a estória, fique sossegada, trato essa fic com grande carinho!!! Espero que tenha gostado desse capítulo... Me conte! Beijões...
Kika Felton: Sim... Sim... Esse capítulo está cheio de revelações, não acha??? Mas como disse, o final se mantém um mistério... Sou a única pessoa a saber o que vai realmente acontecer!!! Hehehe! Continue acompanhando para descobrir... O que achou desse capítulo, espero que tenha gostado... Me conte! Beijões...
Nacilme: Mais um capítulo longo!!! Quanto a Acies... Agora você sabe o que ela realmente é! Não sabia se devia revelar, mas creio que seja a hora certa!!! È bom saber que gostou do capítulo passado, espero que tenha gostado desse também... Beijões...
Viv Valar: Não sofra antes do tempo, veja, nesse capítulo as coisas mudaram um pouco, ou melhor, mudaram muito!!! Acho que muitos mistérios forma resolvidos nesse capítulo... O que achou??? Beijões...
Pri Malfoy: É bom saber que gostou do capítulo passado... Quanto aos sentimentos da Ginny, foi proposital, queria que parecessem confusos, por estarem confusos... Acho que estão mais claros nesse capítulo... O que achou dele, hein? Beijões...
