Sinopse: Gina estava cansada de sua vida. Estava cansada da mesmice pela qual passava todos os dias, estava cansada de suas tristezas e alegrias diárias tão obviamente fúteis, cansada de se preocupar com o que os outros pensavam, de se passar por quem não era só para não se fazer diferente. Ela simplesmente queria ser ela mesma, com seus defeitos explícitos para quem quisesse ver e não se importar com isso. E queria um razão... uma razão para passar por tudo o que passava de cabeça erguida, sem se queixar; uma razão para suportar a ingratidão e a instabilidade do que chamavam de vida...
Uma Breve Introdução
Simplesmente...
A vida era dura e cruel. Talvez tanto quanto os sonhos que nunca se realizavam- sonhos estes que já serviram de fonte de esperança lhe trazendo um banquete de falsas ilusões. Ela se perguntava inclusive se a sua vida seria diferente se houvesse aprendido a não sonhar. Talvez assim não idealizasse tanto e não tivesse um modelo de vida que, definitivamente, não era o seu para invejar... Estava sozinha numa das últimas cabines do corredor do expresso de Hogwarts e àquela altura já não sabia mais dizer ao certo se era ou não por opção. Sentava-se ao lado da janela e olhava para fora com tamanha alienação que ver a chuva caindo com força e batendo violentamente contra o vidro não fazia a mínima diferença de se o sol brilhasse em sua plenitude. Raios cortavam o céu. A menina suspirou longamente. Ela olhou para o assento vazio ao seu lado, depois para os de sua frente. Em seguida balançou a cabeça e fechou os olhos, apenas sentindo o nada esbofetear seu rosto e jogar em sua cara a indiferença sem pudor. Queria aprender a fazer o mesmo para dar o troco, mas de novo os sonhos vinham fazer a diferença e lhe lançavam num mundo paralelo onde nada era imperfeito, apenas para arremessá- la contra a sua odiada realidade mais uma vez. Por que sua vida tinha que ser assim? Por que ela tinha que ser simplesmente a sétima filha de uma família bruxa, sempre com os mesmos e poucos amigos, a mesma e tediosa rotina? Por que a vida era tão monótona? Ela respirou fundo e se afundou em seu assento sentindo os olhos marejarem. O que por vezes a incomodava era o fato de não conseguir viver sem esperanças- e achava estranho pensar assim, enquanto outras pessoas passavam a vida se lamentando e sendo pessimistas...
