HISTÓRIA (história mesmo) DOS IRMÃOS TÃO
AUTHOR: Vygotsky e Lady K
DISCLAIMER: Todos os personagens da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World" são propriedade de John Landis, Telescene, Coote/Hayes, DirecTV, New Line Television, Space, Action Adventure Network, Goodman/Rosen Productions, e Richmel Productions (perdoem qualquer omissão).
Fred Flingstone não é meu, assim como Pinky e Cérebro, Indiana Jones, Hommer Simpson e Zeferino
OBS: Lady K disse que lembra uma fic chamada Downtown Train. Não li a fic e só vou ler quando terminar essa.
AVISO IMPORTANTE: As experiências contidas nessa estória foram testadas por anos em ambiente controlado de laboratório por técnicos da Nasa. NÃO tentem reproduzir nenhuma delas em casa, crianças.
Algumas referências contidas nessa estória são baseadas em acontecimentos reais.
Agradecimentos especiais a Lady K e Manu Jones pela paciência de participar do brainstorm (falar um monte de besteiras para conseguir idéias) do cap 3, Rosa por aturar o poulvo (POULVO mesmo) do brainstorm, TRexton, aos patrocinadores Microsoft, Rede Globo, SBT, Avon, Toddynho, Casas Bahia, Lojas Americanas, Fiat, Steven Spielberg, Transbrasil e Parmalat e a todos aqueles que deixaram reviews e resgataram o grande Vygotsky de seu isolamento em um hotel 7 estrelas na ensolarada Bora Bora.
Conforme anunciado vamos a nossa primeira pergunta que distribuirá um maravilhoso e exclusivo prêmio ao(s) que acertar(em) a resposta. Uma raríssima foto autografada do grande Vygotsky.
Quem é o grande Vygotsky?
a) Lady K
b) Lady F
c) Manu Jones
d) Rosa
e) Taíza
f) Eu
g) TRexton
h) Todas as anteriores
..............................*****..............................
"Essa erva boa de tomar
Chique na xícara se chama chá
Em outras terras é té ou tea
Na cuia ali no mar da xaraés
É tereré é tereré
Se o papo é bom vai até
Reré até reré"
(Emanuel Marinho, In: CD Teré)
Mordiscando um talinho de mato, hábito que havia adquirido desde que foi criada a Lei nº 9.294 (15 de julho de 1996) que proíbe o uso de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou de qualquer outro produto fumígeno derivado do tabaco, em recinto coletivo, privado ou público, tais como, repartições públicas, hospitais, salas de aula, bibliotecas, ambientes de trabalho, teatros e cinemas, exceto em fumódromos, e ele fora obrigado a abandonar as cigarrilhas que tanto gostava, João Roquis Tão ficou observando a perua amarelo gema parar em frente a sua casinha e dela descer Fred Flingstone carregando uma caixa cheia de furinhos.
-Sedex 10 para Verônica Lei Tão.
Roquis Tão chamou a irmã, que saiu enxugando as mãos no avental. Ela estava preparando o prato preferido de João, rabada com agrião, sem cebola.
Fred Flingstone entregou a caixa para a moça que tirou uma moeda de R$ 0,05 do bolso do avental dando-a a Flingstone. Roquis Tão olhou para ela erguendo as sobrancelhas, incomodado com a generosidade da garota. Amava a irmã profundamente, mas nunca se acostumara com sua falta de cuidado com as finanças. Gastando assim, jamais conseguiriam economizar. "Essa moeda deveria ter ido direto para o Zeferino" ele pensou, referindo-se ao porquinho de porcelana que havia comprado há alguns dias atrás na loja de 1,99 (porém, Roquis Tão teve que mostrar seus gentis modos de vaqueiro para o vendedor, que insistia que Zeferino custava 3,50 e não 1,99. Na verdade, o nome do estabelecimento comercial era "Loja 1,99", porém não havia nenhum produto que custasse esse preço pois até mesmo o estacionamento era 2,00 reais).
Mas seu olhar de reprovação se abrandou quando viu os olhos dela encherem- se d'água e as lágrimas fluírem livremente pelo seu rosto enquanto soluçava. Tirou os ratinhos da caixa aconchegando-os em seu peito. Pinky e Cérebro sorriram.
Rapidamente Roquistão secou uma lágrima que ameaçava rolar pelo seu rosto não deixando que a irmã fosse testemunha do que ele achava ser uma reação tão pouco máscula. Ela pegou o cartão e leu em voz baixa.
"Com todo o meu carinho e admiração...Jorge C."
.......................****...................
À noite, teve bailão no Rancho do Barba, o galpão de bailes mais famoso e freqüentado da região (o que não tinha nada a ver com o fato de ser o ÚNICO da região, pura coincidência).
Repentinamente a música parou no galpão de madeira e todos se calaram, virando-se para a entrada.
Margarida Cruz trajava um vestido vermelho sangue longo de seda ucraniana trabalhado com pérolas belgas, detalhes em tafetá. Com um decote profundo deixava entrever a opulência de seus seios fartos. Os cabelos estavam presos ornados com uma tiara de brilhantes paraguaios. A seu lado, Jorge C. vestia um terno de linho bege com camisa de brim vermelha e gravata de seda azul cobalto e sapatos brancos. O cabelo e barba cuidadosamente penteados com ajuda de seu gel fixador Zip sem álcool, do Avon (C. já havia trabalhado há anos no Avon, não como vendedor, mas como químico. Foi demitido por testar seus experimentos em animais, que é contra a política da empresa).
Atrás deles, vinham discreta e lentamente Artur Soimuilindo e, vestindo um uniforme de motorista, Eduardo Melão, amparando-o.
Jorge conduziu Margarida pelo salão e com um leve menear de sua cabeça o grupo Alma Serrana começou a tocar, e todos voltaram a dançar.
Devidamente alertada por C., Margarida fixava seu olhar em João Roquis Tão, que permanecia em um canto observando o salão de mãos dadas com Danielle. João era um ótimo ouvinte que sempre respondia a toda e qualquer pergunta usando frases de efeito compostas por monossílabos brilhantes, tais como 'É', 'Sei', 'Não' e 'Hum'. Naquela noite, mesmo estando ao lado de Danielle, ele não conseguia desviar os olhos de Margarida, pensando "taí uma potranca que eu podia pegar e engravidar com uma boa safra de espermatozóides perfeitos, assim eu seria objeto de inveja da peãozada. E além de tudo, que gostosa!!"
As mulheres do baile, treinadas desde pequenas a desprezar seus próprios corpos, olharam com despeito e inveja.
Margarida olhou-o com desdém dando apenas um leve sorriso. Roquis Tão ajeitou as calças e a fivela do cinto que tinha a cara de um cavalo puro sangue, tirou o chapéu, ajeitando o cabelo.
Roquis Tão chutou (no sentido figurado) Danielle e atravessou o salão em direção à sua presa. O mesmo fizeram todos os homens do lugar com menos de 70 anos (acima dessa faixa, só os que se locomoviam sem a ajuda das esposas). E Margarida adorou a comoção que criara. Andava de cabeça erguida e se portava como uma dama de alta condição social (mais do que já era). Só que os outros homens se ferraram porque Roquis Tão chegou junto e deixou bem claro para os demais que pretendia papar aquela mulher e que ninguém o impediria.
-Cê quer uma bebida??
Estando de costas ela virou-se lentamente. –Está falando comigo?
João Roquis Tão - ...quer beber ou não? – Margarida estendeu a mão
Margarida Cruz - Não teria um vinho, champagne ou coquetel de frutas?
-Tem pinga e cerveja...vai?
-Uísque?
-Saco, eu já falei: PINGA OU CERVEJA!
-Então está bem, cerveja - disse ela deixando-se conduzir pelo braço do moço até o balcão de bebidas, enquanto Danielle saía bufando de raiva do galpão.
-Hommer Simpson? Duas cervejas e uma pinga – Virou-se pra Margarida – Nunca vi você por essas bandas. É nova na cidade?
-Cheguei a poucos dias. É meu primeiro baile. – respondeu ela bebendo um gole de cerveja.
-Então vamos dançar – disse colocando o copo de Margarida no balcão e puxando-a pela mão até o centro da pista de dança. Parou, colocou o braço ao redor de sua cintura puxando-a para junto dele sorrindo maliciosamente.
Verônica ficou um bom tempo recusando convites para dançar. Tomava tranqüilamente seu tereré em sua guampa novinha encapada com couro de novilho precoce cor marrom n°5 e bomba prateada enfeitada com "estresse" (para os ignorantes, estresse são aquelas pedrinhas que imitam brilhantes).
Estava muito feliz com a volta dos ratinhos, mas enquanto todos olhavam para Jorge C e Margarida Cruz, quando esses entraram no salão, seus olhos brilhavam na direção de Eduardo Melão. E quando ele correspondeu ao olhar, ela sorriu baixando a cabeça timidamente, mas ainda olhando para o rapaz que, se não fosse por Somuilindo, teria colidido com a pilastra de madeira do galpão. Somuilindo puxou o rapaz para o canto oposto aquele onde estava a dama que o estava distraindo mais do que de costume, mas mesmo assim ele ficou lá suspirando.
Finalmente Verônica foi até a mesa vip onde estava Jorge C tomando ponche e comendo fandangos. Ergueu-se pegando a mão da moça e dando-lhe um longo e sonoro beijo.
-Recebeu meu presente?
-Sim. Muito obrigada por salvar Pinky e Cérebro, senhor C – respondeu ela sentindo as lágrimas emocionadas escorrerem pelo rosto mais uma vez. C. tirou um lenço abóbora do bolso e entregou à moça – Obrigada. O senhor me devolveu meus bichinhos e eu lhe sou muito grata...de verdade.
-Darme-ia a honra dessa dança?
-Oh, senhor C. Eu estou um pouco cansada e já já vou procurar meu irmão pra gente voltar pra casa – respondeu sabedora que era da atração que C tinha por ela. Não queria dar falsas esperanças a ele.
-Só uma dança. – insistiu ele
Hesitante, ela concordou.
-Uma música então.
Foram até a pista de dança, com Verônica sempre que possível procurando por Eduardo Melão. Quando a música começou, ela tentou ficar o mais longe possível de C (na verdade dava pra passar um ônibus entre eles) mas com apenas um tranco ele puxou-a para bem perto do corpo dele. A princípio Verônica tentou empurra-lo da forma mais gentil que podia, mas ele a agarrava com cada vez mais força. Tentava também beija-la e ela afastava o rosto. Finalmente ele agarrou seu queixo e beijou sua boca.
Atento a tudo que acontecia e ciente da situação difícil de sua amada, Eduardo Melão tentou correr em seu socorro, mas tropeçou na bengala de Somuilindo batendo a cabeça e desfalecendo. Com uma força que não imaginava ter, Verônica empurrou C dando-lhe uma bofetada que ecoou em todo o salão.
Roquis Tão foi rápido e quando C tentou revidar a agressão, ele largou Margarida, colocando-se entre o cientista e a irmã que exibia uma expressão irada. C atingiu um direto no nariz do vaqueiro que revidou atingindo C no olho esquerdo. Quando Margarida esbofeteou Roquis Tão foi a vez de Verônica defende-lo agarrando a herdeira pelos cabelos.
Apesar de ser de fina estirpe, Margarida revidou e as duas se atracaram, rolando para o chão, uma puxando os cabelos uma da outra.
Querendo defender o amigo Roquis Tão, Hommer Simpson se envolveu na confusão entrando em luta corporal com com Fred Flingstone que defendia C. A partir daí o bafão foi geral. Muitos nem sabiam por que estavam brigando. Só se viam mesas, cadeiras, garrafas e copos sendo jogados, pessoas ou rolando ou procurando os dentes no chão. Estava instaurado o caos.
Era um tremendo empurra-empurra. Os homens, enlouquecidos em sua demonstração de força e testosterona chegaram a assustar às mulheres que, embora tentassem, não conseguiam separar os combatentes. Para elas, estava claro que Margarida e Verônica eram a causa do conflito. Então as cercaram e começaram a demonstrar sua hostilidade. Margarida tentou escapar, mas seu tamanco tinha salto bem alto e isso atrapalhou sua corrida. Sorte dela que as outras também tinham sapatos de saltos altíssimos e apertados.
O vestido azul que havia sido da mãe de Verônica, havia virado lenda. Porém, livre do confinamento de seu vestido, ela suspirou de alívio e coçou as costelas e disse: "Matem-me agora se quiserem, garotas. Pelo menos vou morrer confortavelmente".
A inveja tomou conta outras vez das mocréias enlouquecidas, mas em vez de atacarem a jovem, arrancaram seus corpetes, sutiãs, sapatos e tudo que as prendia e confinavam. Dançaram, pularam e gritaram de pura alegria, sentindo-se soltas e desinibidas.
Se os homens tivessem ao menos olhado, lá de sua troca de socos machista e destrutiva, teriam visto muita mulher pelada sem precisar comprar a Playboy do mês. Mas eles não paravam de esmurrar, bater, chutar e agarrar. O bailão parecia um "baile funk", com farta distribuição de tapas, socos e pernadas.
Ao som do estampido seco de um tiro e o estalar de um chicote todos, ainda agarrados a seus oponentes, olharam para a porta divisando a silhueta de um homem alto de chapéu que após alguns segundos deu um passo a frente revelando sua figura imponente apesar da jaqueta de couro, calça cáqui, e chapéu surrados. Carregava um revolver e um chicote.
- Ninguém se mexe – gritou ele com voz grave - Delegado de polícia Indiana Jones. – Estalou os dedos – Assistente Açaí!? – uma moça de longos e lisos cabelos negros posicionou-se a seu lado aguardando instruções – Recolha aquele senhor para o pronto socorro – disse ele apontando para Eduardo Melão que permanecia desmaiado – o resto – gritou – TODO MUNDO EM CANA.
CONTINUA!!!!!!
AUTHOR: Vygotsky e Lady K
DISCLAIMER: Todos os personagens da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World" são propriedade de John Landis, Telescene, Coote/Hayes, DirecTV, New Line Television, Space, Action Adventure Network, Goodman/Rosen Productions, e Richmel Productions (perdoem qualquer omissão).
Fred Flingstone não é meu, assim como Pinky e Cérebro, Indiana Jones, Hommer Simpson e Zeferino
OBS: Lady K disse que lembra uma fic chamada Downtown Train. Não li a fic e só vou ler quando terminar essa.
AVISO IMPORTANTE: As experiências contidas nessa estória foram testadas por anos em ambiente controlado de laboratório por técnicos da Nasa. NÃO tentem reproduzir nenhuma delas em casa, crianças.
Algumas referências contidas nessa estória são baseadas em acontecimentos reais.
Agradecimentos especiais a Lady K e Manu Jones pela paciência de participar do brainstorm (falar um monte de besteiras para conseguir idéias) do cap 3, Rosa por aturar o poulvo (POULVO mesmo) do brainstorm, TRexton, aos patrocinadores Microsoft, Rede Globo, SBT, Avon, Toddynho, Casas Bahia, Lojas Americanas, Fiat, Steven Spielberg, Transbrasil e Parmalat e a todos aqueles que deixaram reviews e resgataram o grande Vygotsky de seu isolamento em um hotel 7 estrelas na ensolarada Bora Bora.
Conforme anunciado vamos a nossa primeira pergunta que distribuirá um maravilhoso e exclusivo prêmio ao(s) que acertar(em) a resposta. Uma raríssima foto autografada do grande Vygotsky.
Quem é o grande Vygotsky?
a) Lady K
b) Lady F
c) Manu Jones
d) Rosa
e) Taíza
f) Eu
g) TRexton
h) Todas as anteriores
..............................*****..............................
"Essa erva boa de tomar
Chique na xícara se chama chá
Em outras terras é té ou tea
Na cuia ali no mar da xaraés
É tereré é tereré
Se o papo é bom vai até
Reré até reré"
(Emanuel Marinho, In: CD Teré)
Mordiscando um talinho de mato, hábito que havia adquirido desde que foi criada a Lei nº 9.294 (15 de julho de 1996) que proíbe o uso de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou de qualquer outro produto fumígeno derivado do tabaco, em recinto coletivo, privado ou público, tais como, repartições públicas, hospitais, salas de aula, bibliotecas, ambientes de trabalho, teatros e cinemas, exceto em fumódromos, e ele fora obrigado a abandonar as cigarrilhas que tanto gostava, João Roquis Tão ficou observando a perua amarelo gema parar em frente a sua casinha e dela descer Fred Flingstone carregando uma caixa cheia de furinhos.
-Sedex 10 para Verônica Lei Tão.
Roquis Tão chamou a irmã, que saiu enxugando as mãos no avental. Ela estava preparando o prato preferido de João, rabada com agrião, sem cebola.
Fred Flingstone entregou a caixa para a moça que tirou uma moeda de R$ 0,05 do bolso do avental dando-a a Flingstone. Roquis Tão olhou para ela erguendo as sobrancelhas, incomodado com a generosidade da garota. Amava a irmã profundamente, mas nunca se acostumara com sua falta de cuidado com as finanças. Gastando assim, jamais conseguiriam economizar. "Essa moeda deveria ter ido direto para o Zeferino" ele pensou, referindo-se ao porquinho de porcelana que havia comprado há alguns dias atrás na loja de 1,99 (porém, Roquis Tão teve que mostrar seus gentis modos de vaqueiro para o vendedor, que insistia que Zeferino custava 3,50 e não 1,99. Na verdade, o nome do estabelecimento comercial era "Loja 1,99", porém não havia nenhum produto que custasse esse preço pois até mesmo o estacionamento era 2,00 reais).
Mas seu olhar de reprovação se abrandou quando viu os olhos dela encherem- se d'água e as lágrimas fluírem livremente pelo seu rosto enquanto soluçava. Tirou os ratinhos da caixa aconchegando-os em seu peito. Pinky e Cérebro sorriram.
Rapidamente Roquistão secou uma lágrima que ameaçava rolar pelo seu rosto não deixando que a irmã fosse testemunha do que ele achava ser uma reação tão pouco máscula. Ela pegou o cartão e leu em voz baixa.
"Com todo o meu carinho e admiração...Jorge C."
.......................****...................
À noite, teve bailão no Rancho do Barba, o galpão de bailes mais famoso e freqüentado da região (o que não tinha nada a ver com o fato de ser o ÚNICO da região, pura coincidência).
Repentinamente a música parou no galpão de madeira e todos se calaram, virando-se para a entrada.
Margarida Cruz trajava um vestido vermelho sangue longo de seda ucraniana trabalhado com pérolas belgas, detalhes em tafetá. Com um decote profundo deixava entrever a opulência de seus seios fartos. Os cabelos estavam presos ornados com uma tiara de brilhantes paraguaios. A seu lado, Jorge C. vestia um terno de linho bege com camisa de brim vermelha e gravata de seda azul cobalto e sapatos brancos. O cabelo e barba cuidadosamente penteados com ajuda de seu gel fixador Zip sem álcool, do Avon (C. já havia trabalhado há anos no Avon, não como vendedor, mas como químico. Foi demitido por testar seus experimentos em animais, que é contra a política da empresa).
Atrás deles, vinham discreta e lentamente Artur Soimuilindo e, vestindo um uniforme de motorista, Eduardo Melão, amparando-o.
Jorge conduziu Margarida pelo salão e com um leve menear de sua cabeça o grupo Alma Serrana começou a tocar, e todos voltaram a dançar.
Devidamente alertada por C., Margarida fixava seu olhar em João Roquis Tão, que permanecia em um canto observando o salão de mãos dadas com Danielle. João era um ótimo ouvinte que sempre respondia a toda e qualquer pergunta usando frases de efeito compostas por monossílabos brilhantes, tais como 'É', 'Sei', 'Não' e 'Hum'. Naquela noite, mesmo estando ao lado de Danielle, ele não conseguia desviar os olhos de Margarida, pensando "taí uma potranca que eu podia pegar e engravidar com uma boa safra de espermatozóides perfeitos, assim eu seria objeto de inveja da peãozada. E além de tudo, que gostosa!!"
As mulheres do baile, treinadas desde pequenas a desprezar seus próprios corpos, olharam com despeito e inveja.
Margarida olhou-o com desdém dando apenas um leve sorriso. Roquis Tão ajeitou as calças e a fivela do cinto que tinha a cara de um cavalo puro sangue, tirou o chapéu, ajeitando o cabelo.
Roquis Tão chutou (no sentido figurado) Danielle e atravessou o salão em direção à sua presa. O mesmo fizeram todos os homens do lugar com menos de 70 anos (acima dessa faixa, só os que se locomoviam sem a ajuda das esposas). E Margarida adorou a comoção que criara. Andava de cabeça erguida e se portava como uma dama de alta condição social (mais do que já era). Só que os outros homens se ferraram porque Roquis Tão chegou junto e deixou bem claro para os demais que pretendia papar aquela mulher e que ninguém o impediria.
-Cê quer uma bebida??
Estando de costas ela virou-se lentamente. –Está falando comigo?
João Roquis Tão - ...quer beber ou não? – Margarida estendeu a mão
Margarida Cruz - Não teria um vinho, champagne ou coquetel de frutas?
-Tem pinga e cerveja...vai?
-Uísque?
-Saco, eu já falei: PINGA OU CERVEJA!
-Então está bem, cerveja - disse ela deixando-se conduzir pelo braço do moço até o balcão de bebidas, enquanto Danielle saía bufando de raiva do galpão.
-Hommer Simpson? Duas cervejas e uma pinga – Virou-se pra Margarida – Nunca vi você por essas bandas. É nova na cidade?
-Cheguei a poucos dias. É meu primeiro baile. – respondeu ela bebendo um gole de cerveja.
-Então vamos dançar – disse colocando o copo de Margarida no balcão e puxando-a pela mão até o centro da pista de dança. Parou, colocou o braço ao redor de sua cintura puxando-a para junto dele sorrindo maliciosamente.
Verônica ficou um bom tempo recusando convites para dançar. Tomava tranqüilamente seu tereré em sua guampa novinha encapada com couro de novilho precoce cor marrom n°5 e bomba prateada enfeitada com "estresse" (para os ignorantes, estresse são aquelas pedrinhas que imitam brilhantes).
Estava muito feliz com a volta dos ratinhos, mas enquanto todos olhavam para Jorge C e Margarida Cruz, quando esses entraram no salão, seus olhos brilhavam na direção de Eduardo Melão. E quando ele correspondeu ao olhar, ela sorriu baixando a cabeça timidamente, mas ainda olhando para o rapaz que, se não fosse por Somuilindo, teria colidido com a pilastra de madeira do galpão. Somuilindo puxou o rapaz para o canto oposto aquele onde estava a dama que o estava distraindo mais do que de costume, mas mesmo assim ele ficou lá suspirando.
Finalmente Verônica foi até a mesa vip onde estava Jorge C tomando ponche e comendo fandangos. Ergueu-se pegando a mão da moça e dando-lhe um longo e sonoro beijo.
-Recebeu meu presente?
-Sim. Muito obrigada por salvar Pinky e Cérebro, senhor C – respondeu ela sentindo as lágrimas emocionadas escorrerem pelo rosto mais uma vez. C. tirou um lenço abóbora do bolso e entregou à moça – Obrigada. O senhor me devolveu meus bichinhos e eu lhe sou muito grata...de verdade.
-Darme-ia a honra dessa dança?
-Oh, senhor C. Eu estou um pouco cansada e já já vou procurar meu irmão pra gente voltar pra casa – respondeu sabedora que era da atração que C tinha por ela. Não queria dar falsas esperanças a ele.
-Só uma dança. – insistiu ele
Hesitante, ela concordou.
-Uma música então.
Foram até a pista de dança, com Verônica sempre que possível procurando por Eduardo Melão. Quando a música começou, ela tentou ficar o mais longe possível de C (na verdade dava pra passar um ônibus entre eles) mas com apenas um tranco ele puxou-a para bem perto do corpo dele. A princípio Verônica tentou empurra-lo da forma mais gentil que podia, mas ele a agarrava com cada vez mais força. Tentava também beija-la e ela afastava o rosto. Finalmente ele agarrou seu queixo e beijou sua boca.
Atento a tudo que acontecia e ciente da situação difícil de sua amada, Eduardo Melão tentou correr em seu socorro, mas tropeçou na bengala de Somuilindo batendo a cabeça e desfalecendo. Com uma força que não imaginava ter, Verônica empurrou C dando-lhe uma bofetada que ecoou em todo o salão.
Roquis Tão foi rápido e quando C tentou revidar a agressão, ele largou Margarida, colocando-se entre o cientista e a irmã que exibia uma expressão irada. C atingiu um direto no nariz do vaqueiro que revidou atingindo C no olho esquerdo. Quando Margarida esbofeteou Roquis Tão foi a vez de Verônica defende-lo agarrando a herdeira pelos cabelos.
Apesar de ser de fina estirpe, Margarida revidou e as duas se atracaram, rolando para o chão, uma puxando os cabelos uma da outra.
Querendo defender o amigo Roquis Tão, Hommer Simpson se envolveu na confusão entrando em luta corporal com com Fred Flingstone que defendia C. A partir daí o bafão foi geral. Muitos nem sabiam por que estavam brigando. Só se viam mesas, cadeiras, garrafas e copos sendo jogados, pessoas ou rolando ou procurando os dentes no chão. Estava instaurado o caos.
Era um tremendo empurra-empurra. Os homens, enlouquecidos em sua demonstração de força e testosterona chegaram a assustar às mulheres que, embora tentassem, não conseguiam separar os combatentes. Para elas, estava claro que Margarida e Verônica eram a causa do conflito. Então as cercaram e começaram a demonstrar sua hostilidade. Margarida tentou escapar, mas seu tamanco tinha salto bem alto e isso atrapalhou sua corrida. Sorte dela que as outras também tinham sapatos de saltos altíssimos e apertados.
O vestido azul que havia sido da mãe de Verônica, havia virado lenda. Porém, livre do confinamento de seu vestido, ela suspirou de alívio e coçou as costelas e disse: "Matem-me agora se quiserem, garotas. Pelo menos vou morrer confortavelmente".
A inveja tomou conta outras vez das mocréias enlouquecidas, mas em vez de atacarem a jovem, arrancaram seus corpetes, sutiãs, sapatos e tudo que as prendia e confinavam. Dançaram, pularam e gritaram de pura alegria, sentindo-se soltas e desinibidas.
Se os homens tivessem ao menos olhado, lá de sua troca de socos machista e destrutiva, teriam visto muita mulher pelada sem precisar comprar a Playboy do mês. Mas eles não paravam de esmurrar, bater, chutar e agarrar. O bailão parecia um "baile funk", com farta distribuição de tapas, socos e pernadas.
Ao som do estampido seco de um tiro e o estalar de um chicote todos, ainda agarrados a seus oponentes, olharam para a porta divisando a silhueta de um homem alto de chapéu que após alguns segundos deu um passo a frente revelando sua figura imponente apesar da jaqueta de couro, calça cáqui, e chapéu surrados. Carregava um revolver e um chicote.
- Ninguém se mexe – gritou ele com voz grave - Delegado de polícia Indiana Jones. – Estalou os dedos – Assistente Açaí!? – uma moça de longos e lisos cabelos negros posicionou-se a seu lado aguardando instruções – Recolha aquele senhor para o pronto socorro – disse ele apontando para Eduardo Melão que permanecia desmaiado – o resto – gritou – TODO MUNDO EM CANA.
CONTINUA!!!!!!
