HISTÓRIA (história mesmo) DOS IRMÃOS TÃO
Capítulo 6 – Plateau Fashion Week
AUTHOR: Vygotsky e Lady K
DISCLAIMER: Todos os personagens da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World" são propriedade de John Landis, Telescene, Coote/Hayes, DirecTV, New Line Television, Space, Action Adventure Network, Goodman/Rosen Productions, e Richmel Productions (perdoem qualquer omissão).
Fred Flingstone não é meu, assim como Pinky e Cérebro, Indiana Jones, Hommer Simpson. Zeferino, Mr Magoo, Clark Kent, Peter Parker, Bruce Wayne, Frodo Bolseiro, Scooby Doo, Snoopy, Pluto, Bidu, Flipper, Garfield não são meus.
OBS: Lady K disse que lembra uma fic chamada Downtown Train. Não li a fic e só vou ler quando terminar essa.
AVISO IMPORTANTE: As experiências contidas nessa estória foram testadas por anos em ambiente controlado de laboratório por técnicos da Nasa. NÃO tentem reproduzir nenhuma delas em casa, crianças.
Algumas referências contidas nessa estória são baseadas em acontecimentos reais. (É sério)
Agradecimentos sinceros e imensos a Lady K como sempre, TRexton, o cãozinho Rock por emprestar seu nome, aos patrocinadores Microsoft, Rede Globo, SBT, Toddynho, Casas Bahia, Lojas Americanas, Fiat, Steven Spielberg, Transbrasil, Parmalat, Victoria's Secret, rações Bonzo, Babaloo, Nestlé, Havaianas, Veja Limpeza Pesada, Hering, Sonrisal, Engov, Sal de fruta, Loreena Mckennitt, Neston e a todos aqueles que deixaram e continuam deixando reviews.
Mary – Foi com imenso prazer que recebi seus comentários. Infelizmente a Patricia Spitzner ainda não respondeu. Provavelmente deve ter fugido do país com medo das conseqüências por ter me chamado de maluco(a). Quanto a eu ser menino ou menina, esse mistério será revelado até o final dessa fic.
Camila – Seu comentário revelou que você é uma pessoa muito violenta. Onde já se viu querer socos e pontapés o tempo todo. Tenha calma. Medite mais. Tome chá de maracujá. Quanto à receita, esquece. Falei com o C pessoalmente e ele disse que é receita de família e não pode revelar.
Simone Bettin – Você está proibida de ler esse capítulo sem ter água gelada por perto para diminuir a tensão.
Rosa – Você pediu e o grande Vygotsky atendeu. Leia e descubra.
BRINDE: Todos aqueles que desejarem as receitas de beleza de Verônica e as dicas de costura de Margarida, deixem seus e-mail que enviaremos o mais rápido possível.
********************************************************
Finnell ordenou que os rapazes pegassem duas tinas enormes e colocassem na cozinha espaçosa onde havia um fogão à lenha. Eles também trouxeram bastante água e encheram as tinas pela metade... também colocaram várias panelas com água no fogo.
Verônica e Margarida entraram na cozinha fechando a porta atrás de si.
Com os tecidos e o material de costura que Finnell havia dado, Margarida procurou sentar-se o mais longe possível da loira, que por sua vez fez o mesmo.
Verônica observava Margarida sem que essa percebesse. – Não é que ela costura direitinho? – pensou a loira. Verônica sabia costurar um pouco, mas apenas consertava algumas coisas. A herdeira sabia alinhavar, chulear, fazer ponto corrido, ponto atrás, ponto de bainha, ponto espinho, ponto de luva inclinado, fazia costura simples, costura encostada, costura inglesa, costura curva, arremate de canto e tudo rápida e caprichosamente.
Trabalhando em sua costura, com o canto do olho Margarida também observava a loira cortando, amassando, mexendo habilidosamente ingredientes dos mais variados e em diversos recipientes. – O que essa caipira está fazendo? – pensou ela, se recusando a perguntar por mais curiosa que estivesse. Verônica completou as tinas com água quente, e pegou uma jarra de chá e dividiu por igual nas tinas. O cheiro delicioso invadiu as narinas de Margarida. Verônica deu dois potes para a herdeira e ficando com outros dois e explicou rapidamente.
- Esse aqui é pro corpo... esfoliante. Esse pro rosto. Ali tem germe de trigo pra usar como sabonete, xampu e condicionador que eu fiz, e hidratante pra depois do banho. Passa carvão para limpar os dentes e tirar a sujeira pesada, depois casca de limão e mastiga uns galhinhos de hortelã para tirar o bafo de leão louco.
Verônica foi para perto da banheira e rapidamente passou uma mistura no corpo, outra uma máscara no rosto e uma terceira mistura nos cabelos. Depois entrou na banheira colocando rodelas de pepinos nos olhos. Margarida imitou a loira desconfiada. Queria um banho e não ficar se melecando de porcarias. Mas se surpreendeu com a sensação de relax total que experimentou e sorriu soltando um suspiro. Tinha que admitir. Aqueles produtos caseiros eram melhores até mesmo do que os da Avon (atenção: O contrato do patrocinador citado venceu no capítulo anterior. Estamos negociando a renovação. Até lá não citaremos esse ex-talvez futuro colaborador). Verônica olhou com o canto do olho também sorrindo.
Roquis Tão e C sentados em cadeiras inclinadas e com as pernas esticadas relaxavam ouvindo o CD The mask and mirror da Loreena Mckennitt, o preferido de Finnell, após o banho frio de rio. Melão ainda pensou em imitar os colegas e inclinar a cadeira, mas ficou receoso de cair e bater a cabeça mais uma vez, então ficou só sentado. Os três vestiam calças de couro pretas e camisetas brancas justas (herança do roqueiro e sua banda) e botas de couro.
C, usando-se de alguns instrumentos velhos de Finnell, construiu um pequeno note note book musical que acessava a internet via ADSL (mas não pôde assinar Brturbo pq a central telefônica de Finnell ainda não estava sincronizada). Pôde constatar consternado de que seus nomes ainda constavam na lista dos criminosos mais perigosos da América. Então fechou bruscamente o note book e ficou alisando a barba ruiva, um pouco endurecida por falta de condicionador adequado, e ficou meditando na situação em que haviam se metido.
Até que a porta da cozinha se abriu e as duas mulheres surgiram: os três arregalaram os olhos.
Verônica tinha os cabelos loiros sedosos e ligeiramente frisados caídos displicentemente sobre os ombros. Vestia um saiote curto e top decotado que valorizavam a opulência dos seus seios (pelo menos foi isso que Margarida tinha dito a ela) ambos de couro cru com um cinto em couro mais escuro e botas no mesmo material. Amarrado no braço direito um enfeite de couro e contas. Tinha que dar o braço a torcer. Margarida era não só uma costureira de mão cheia, mas uma grande estilista. E aquele solado das botas feitas de sandálias havaianas era realmente muito confortável.
Margarida também estava deslumbrante. Vestindo calças safári, botas de couro (solado também de havaianas) blusa justa de mangas ¾, com um decote profundo que deixava a mostra, sem que ela tivesse a intenção é claro, a parte de cima do soutien branco de rendas e um colete de couro apertado marrom.Os cabelos negros, brilhantes e também sedosos e frisados caiam em cascata pelos ombros.
Margarida e Verônica tinham que admitir. Se separadas elas eram ótimas, juntas eram imbatíveis.
Mas as moças começaram a ficar seriamente preocupadas com Roquis Tão e Melão cujas peles iam adquirindo uma tonalidade cada vez mais azulada, revelando a falta de oxigênio em seus corpos. Elas se entreolharam. Tinham suas diferenças, mas em uma coisa concordavam. Mesmo sem dominar as técnicas de respiração artificial não podiam deixar os homens morrerem sem ao menos tentar salvá-los e elas fizeram aquilo que lhes pareceu correto. Colaram suas bocas nas dos rapazes, Margarida em Roquis Tão e Verônica em Melão, sob o olhar assustado de Finnell. Pelo menos elas estavam fazendo tudo certinho, já que C, que conhecia a técnica profundamente não interferiu ficando ali sentado observando com a sobrancelha levantada.
João foi o primeiro a se recuperar, mas ainda ávido por ar, segurou Margarida pela cintura e puxou-a contra si ainda sorvendo o ar de sua boca. Aparentemente ele foi mal interpretado, pois ela o empurrou esbofeteando-o no rosto.
Melão, contudo estava em piores condições, pois que permanecia imóvel sentado na cadeira com os braços rente ao corpo. Embora ele estivesse suspirando e de vez em quando Verônica percebesse um de seus olhos se abrirem, ele permanecia imóvel fazendo com que a moça não tivesse certeza de que ele já estivesse fora de perigo. Até que C finalmente interveio.
-Pode largar. Ele vai sobreviver. – Verônica finalmente largou o moço juntando-se a Margarida. Haviam salvo duas vidas e orgulhavam-se disso. Verônica lembrou-se de um seriado que gostava muito, SOS Malibu, e sentiu- se a Pâmela Anderson em pessoa (e ela nem pensou nos cabelos levemente oxigenados ou nos voluptuosos melões: admirava Pamela pelo papel que tinha na série, apenas isso).
-Você não é tão bocó quanto parece né? – Disse Roquis Tão para Eduardo Melão que respondeu com uma piscadela.
Apesar de improvisada, Finnell procurou preparar uma refeição agradável para seus queridos amigos. Algo bem trivial e básico:
Carne assada com batatas coradas, arroz com pequi, pernil, arroz carreteiro, arroz branco, leitão a pururuca, salada, panquecas, frango a passarinho, polenta, arroz crocante, macarronada, farofa com frango, sopa de ervilhas, chipa, frango caipira ensopado, sobá, yakisoba, cueca virada, batata recheada, milho cozido na manteiga, feijoada light, purê de batatas, frio, batata recheada, vinagrete, batata palha, mandioca, carne de sol, pastel, lombo, pato no tucupi, peixe, pirão, feijoada, enroladinho, esfiha, torta de legumes, arrumadinho (tudo sem cebola, é claro), vinho, licor de pequi, amarula direto do Paraguai, cerveja, caipirinha, capeta, cuba livre. Hi-fi, suco de manga, goiaba, guavira, tamarindo, acerola, abacaxi, bacuri, mouse de maracujá, manjar de coco, sorvete de tapioca, goiabada, pastéis de santa clara, suspiro, carolinas, pudim de leite condensado, bolinho de chuva, barrinhas de cereais Neston light (menos o de chocolate e frutas vermelhas q tem gosto de xarope), rocambole, compota, doce de leite, bomba de chocolate, sal de frutas, sonrisal, engov.
Após a simples ceia João e Verônica concordaram que deveriam dar uma olhada nas redondezas para se certificarem de que ninguém os havia seguido.
Melão ofereceu-se gentilmente para acompanhar Verônica. Afinal, ela tinha lhe salvo a vida e agora cabia a ele protegê-la.
Roquis Tão pegou Margarida pela mão.
-Vamos, é perigoso lá fora e eu não posso sair sozinho a esta hora.
C tomava um cálice de licor de amendoim quando foi atingido no rosto por um pano de prato. Olhou para cima e viu Finnell com a mão na cintura.
-Você lava a louça e limpa a cozinha. Eu vou dormir – disse estendendo os braços para o gato escondido no cantinho da cozinha – Vamos, Garfield. – o bichano aninhou-se nos braços de Finnell que entrou no quarto fechando a porta atrás de si. "Folgado, tá pensando que vai comer de graça é? Come- dorme num tem vez aqui" ela pensou.
"Se ao menos o Avon ainda nos patrocinasse, eu poderia usar as luvas de silicone, porém agora, nem isso. Tenho que me rebaixar a estas tarefas típicas do sexo feminino para comer, isso é revoltante" C pensou consigo mesmo.
Roquis Tão seguia uns poucos passos a frente de Margarida que observava a parte de trás da calça de couro justa do rapaz. Como boa costureira ela provavelmente observava o caimento e qualidade do acabamento da vestimenta.
Cabisbaixo João reduziu um pouco o passo até que a moça ficasse a seu lado.
-Eu queria pedir desculpas pelo que aconteceu lá dentro. – começou ele – Você me socorreu e eu deveria ter tido mais respeito. – Ele levantou a cabeça olhando-a bem dentro dos olhos – É que você está tão bonita. Eu nunca vi uma mulher tão linda e distinta quanto você. – Foi a vez de Margarida baixar os olhos sem graça.
-Você está falando sério?
-Estou. E quando eu coloquei os olhos em você naquele baile, eu não consegui enxergar mais nada.
-Verdade?
-É. Mas não se preocupe. Peço perdão mais uma vez. Prometo que nunca mais vou tentar nada. – disse ele virando-se de costas para a herdeira e apressando o passo.
Margarida correu até ele agarrou seu ombro direito e virou-o de supetão. Olhou-o nos olhos com um sorriso travesso, agarrou a gola da camiseta do rapaz e com um puxão rasgou-a de cima a baixo (se fosse Hering não rasgava). Roquis Tão estava perplexo. Ela passou-lhe uma rasteira lançando- lhe de costas no chão jogando-se sobre ele em seguida.
-Margarida!?!?!? – disse surpreso.
-Cala a boca João. – brigou ela beijando-o apaixonadamente e em seguida...
Caminhando bem devagar, Eduardo Melão e Verônica seguiam lado a lado, sob a luz da lua cheia. Suas mãos ao longo do corpo eventualmente se tocavam até que em um determinado momento Melão entrelaçou seu dedo mindinho no da moça. Ambos sorriram timidamente ainda sem se olharem. Andaram mais um pouco até que foi a vez dela entrelaçar os dedos nos dele que sorriu. Alguns metros adiante sentaram-se em um tronco (o tronco fora derrubado por um raio e não por obra de alguma serra elétrica inescrupulosa).
Nenhum dos dois percebeu que apenas a alguns metros dali, escondido pelas sombras da noite, Jorge C (que já tinha lavado a louça e limpado a cozinha) os observava.
Enchendo-se de uma coragem que pensou nunca ter, Melão falou:
-Verônica, desde a primeira vez que a vi, meu coração ficou em fogo. E sempre que penso em você, até as pancadas na cabeça doem menos. Eu sei que nos conhecemos há pouco tempo, mas eu preciso perguntar. - Ela suspirou ansiosa.
-O que?
-Você gostaria de namorar comigo?
O rosto da loira iluminou-se com um sorriso.
-Quero – Ela pendurou-se no pescoço de um surpreso e feliz Melão.
Segurando as mãos eles olharam-se com paixão aproximando lentamente seus rostos enquanto fechavam os olhos e então ...
PPPAAAMMM!!!!!
Melão caiu desacordado e quando Verônica abriu os olhos pode ver C ainda com o punho fechado perto do rapaz.
-Se você não for minha, não será de mais ninguém – sorriu Jorge com um olhar maléfico.
Verônica ainda deu um grito antes de desmaiar, vítima de um lenço embebido em Veja Limpeza Pesada que C. colocara em seu rosto.
CONTINUA...
Capítulo 6 – Plateau Fashion Week
AUTHOR: Vygotsky e Lady K
DISCLAIMER: Todos os personagens da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World" são propriedade de John Landis, Telescene, Coote/Hayes, DirecTV, New Line Television, Space, Action Adventure Network, Goodman/Rosen Productions, e Richmel Productions (perdoem qualquer omissão).
Fred Flingstone não é meu, assim como Pinky e Cérebro, Indiana Jones, Hommer Simpson. Zeferino, Mr Magoo, Clark Kent, Peter Parker, Bruce Wayne, Frodo Bolseiro, Scooby Doo, Snoopy, Pluto, Bidu, Flipper, Garfield não são meus.
OBS: Lady K disse que lembra uma fic chamada Downtown Train. Não li a fic e só vou ler quando terminar essa.
AVISO IMPORTANTE: As experiências contidas nessa estória foram testadas por anos em ambiente controlado de laboratório por técnicos da Nasa. NÃO tentem reproduzir nenhuma delas em casa, crianças.
Algumas referências contidas nessa estória são baseadas em acontecimentos reais. (É sério)
Agradecimentos sinceros e imensos a Lady K como sempre, TRexton, o cãozinho Rock por emprestar seu nome, aos patrocinadores Microsoft, Rede Globo, SBT, Toddynho, Casas Bahia, Lojas Americanas, Fiat, Steven Spielberg, Transbrasil, Parmalat, Victoria's Secret, rações Bonzo, Babaloo, Nestlé, Havaianas, Veja Limpeza Pesada, Hering, Sonrisal, Engov, Sal de fruta, Loreena Mckennitt, Neston e a todos aqueles que deixaram e continuam deixando reviews.
Mary – Foi com imenso prazer que recebi seus comentários. Infelizmente a Patricia Spitzner ainda não respondeu. Provavelmente deve ter fugido do país com medo das conseqüências por ter me chamado de maluco(a). Quanto a eu ser menino ou menina, esse mistério será revelado até o final dessa fic.
Camila – Seu comentário revelou que você é uma pessoa muito violenta. Onde já se viu querer socos e pontapés o tempo todo. Tenha calma. Medite mais. Tome chá de maracujá. Quanto à receita, esquece. Falei com o C pessoalmente e ele disse que é receita de família e não pode revelar.
Simone Bettin – Você está proibida de ler esse capítulo sem ter água gelada por perto para diminuir a tensão.
Rosa – Você pediu e o grande Vygotsky atendeu. Leia e descubra.
BRINDE: Todos aqueles que desejarem as receitas de beleza de Verônica e as dicas de costura de Margarida, deixem seus e-mail que enviaremos o mais rápido possível.
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Finnell ordenou que os rapazes pegassem duas tinas enormes e colocassem na cozinha espaçosa onde havia um fogão à lenha. Eles também trouxeram bastante água e encheram as tinas pela metade... também colocaram várias panelas com água no fogo.
Verônica e Margarida entraram na cozinha fechando a porta atrás de si.
Com os tecidos e o material de costura que Finnell havia dado, Margarida procurou sentar-se o mais longe possível da loira, que por sua vez fez o mesmo.
Verônica observava Margarida sem que essa percebesse. – Não é que ela costura direitinho? – pensou a loira. Verônica sabia costurar um pouco, mas apenas consertava algumas coisas. A herdeira sabia alinhavar, chulear, fazer ponto corrido, ponto atrás, ponto de bainha, ponto espinho, ponto de luva inclinado, fazia costura simples, costura encostada, costura inglesa, costura curva, arremate de canto e tudo rápida e caprichosamente.
Trabalhando em sua costura, com o canto do olho Margarida também observava a loira cortando, amassando, mexendo habilidosamente ingredientes dos mais variados e em diversos recipientes. – O que essa caipira está fazendo? – pensou ela, se recusando a perguntar por mais curiosa que estivesse. Verônica completou as tinas com água quente, e pegou uma jarra de chá e dividiu por igual nas tinas. O cheiro delicioso invadiu as narinas de Margarida. Verônica deu dois potes para a herdeira e ficando com outros dois e explicou rapidamente.
- Esse aqui é pro corpo... esfoliante. Esse pro rosto. Ali tem germe de trigo pra usar como sabonete, xampu e condicionador que eu fiz, e hidratante pra depois do banho. Passa carvão para limpar os dentes e tirar a sujeira pesada, depois casca de limão e mastiga uns galhinhos de hortelã para tirar o bafo de leão louco.
Verônica foi para perto da banheira e rapidamente passou uma mistura no corpo, outra uma máscara no rosto e uma terceira mistura nos cabelos. Depois entrou na banheira colocando rodelas de pepinos nos olhos. Margarida imitou a loira desconfiada. Queria um banho e não ficar se melecando de porcarias. Mas se surpreendeu com a sensação de relax total que experimentou e sorriu soltando um suspiro. Tinha que admitir. Aqueles produtos caseiros eram melhores até mesmo do que os da Avon (atenção: O contrato do patrocinador citado venceu no capítulo anterior. Estamos negociando a renovação. Até lá não citaremos esse ex-talvez futuro colaborador). Verônica olhou com o canto do olho também sorrindo.
Roquis Tão e C sentados em cadeiras inclinadas e com as pernas esticadas relaxavam ouvindo o CD The mask and mirror da Loreena Mckennitt, o preferido de Finnell, após o banho frio de rio. Melão ainda pensou em imitar os colegas e inclinar a cadeira, mas ficou receoso de cair e bater a cabeça mais uma vez, então ficou só sentado. Os três vestiam calças de couro pretas e camisetas brancas justas (herança do roqueiro e sua banda) e botas de couro.
C, usando-se de alguns instrumentos velhos de Finnell, construiu um pequeno note note book musical que acessava a internet via ADSL (mas não pôde assinar Brturbo pq a central telefônica de Finnell ainda não estava sincronizada). Pôde constatar consternado de que seus nomes ainda constavam na lista dos criminosos mais perigosos da América. Então fechou bruscamente o note book e ficou alisando a barba ruiva, um pouco endurecida por falta de condicionador adequado, e ficou meditando na situação em que haviam se metido.
Até que a porta da cozinha se abriu e as duas mulheres surgiram: os três arregalaram os olhos.
Verônica tinha os cabelos loiros sedosos e ligeiramente frisados caídos displicentemente sobre os ombros. Vestia um saiote curto e top decotado que valorizavam a opulência dos seus seios (pelo menos foi isso que Margarida tinha dito a ela) ambos de couro cru com um cinto em couro mais escuro e botas no mesmo material. Amarrado no braço direito um enfeite de couro e contas. Tinha que dar o braço a torcer. Margarida era não só uma costureira de mão cheia, mas uma grande estilista. E aquele solado das botas feitas de sandálias havaianas era realmente muito confortável.
Margarida também estava deslumbrante. Vestindo calças safári, botas de couro (solado também de havaianas) blusa justa de mangas ¾, com um decote profundo que deixava a mostra, sem que ela tivesse a intenção é claro, a parte de cima do soutien branco de rendas e um colete de couro apertado marrom.Os cabelos negros, brilhantes e também sedosos e frisados caiam em cascata pelos ombros.
Margarida e Verônica tinham que admitir. Se separadas elas eram ótimas, juntas eram imbatíveis.
Mas as moças começaram a ficar seriamente preocupadas com Roquis Tão e Melão cujas peles iam adquirindo uma tonalidade cada vez mais azulada, revelando a falta de oxigênio em seus corpos. Elas se entreolharam. Tinham suas diferenças, mas em uma coisa concordavam. Mesmo sem dominar as técnicas de respiração artificial não podiam deixar os homens morrerem sem ao menos tentar salvá-los e elas fizeram aquilo que lhes pareceu correto. Colaram suas bocas nas dos rapazes, Margarida em Roquis Tão e Verônica em Melão, sob o olhar assustado de Finnell. Pelo menos elas estavam fazendo tudo certinho, já que C, que conhecia a técnica profundamente não interferiu ficando ali sentado observando com a sobrancelha levantada.
João foi o primeiro a se recuperar, mas ainda ávido por ar, segurou Margarida pela cintura e puxou-a contra si ainda sorvendo o ar de sua boca. Aparentemente ele foi mal interpretado, pois ela o empurrou esbofeteando-o no rosto.
Melão, contudo estava em piores condições, pois que permanecia imóvel sentado na cadeira com os braços rente ao corpo. Embora ele estivesse suspirando e de vez em quando Verônica percebesse um de seus olhos se abrirem, ele permanecia imóvel fazendo com que a moça não tivesse certeza de que ele já estivesse fora de perigo. Até que C finalmente interveio.
-Pode largar. Ele vai sobreviver. – Verônica finalmente largou o moço juntando-se a Margarida. Haviam salvo duas vidas e orgulhavam-se disso. Verônica lembrou-se de um seriado que gostava muito, SOS Malibu, e sentiu- se a Pâmela Anderson em pessoa (e ela nem pensou nos cabelos levemente oxigenados ou nos voluptuosos melões: admirava Pamela pelo papel que tinha na série, apenas isso).
-Você não é tão bocó quanto parece né? – Disse Roquis Tão para Eduardo Melão que respondeu com uma piscadela.
Apesar de improvisada, Finnell procurou preparar uma refeição agradável para seus queridos amigos. Algo bem trivial e básico:
Carne assada com batatas coradas, arroz com pequi, pernil, arroz carreteiro, arroz branco, leitão a pururuca, salada, panquecas, frango a passarinho, polenta, arroz crocante, macarronada, farofa com frango, sopa de ervilhas, chipa, frango caipira ensopado, sobá, yakisoba, cueca virada, batata recheada, milho cozido na manteiga, feijoada light, purê de batatas, frio, batata recheada, vinagrete, batata palha, mandioca, carne de sol, pastel, lombo, pato no tucupi, peixe, pirão, feijoada, enroladinho, esfiha, torta de legumes, arrumadinho (tudo sem cebola, é claro), vinho, licor de pequi, amarula direto do Paraguai, cerveja, caipirinha, capeta, cuba livre. Hi-fi, suco de manga, goiaba, guavira, tamarindo, acerola, abacaxi, bacuri, mouse de maracujá, manjar de coco, sorvete de tapioca, goiabada, pastéis de santa clara, suspiro, carolinas, pudim de leite condensado, bolinho de chuva, barrinhas de cereais Neston light (menos o de chocolate e frutas vermelhas q tem gosto de xarope), rocambole, compota, doce de leite, bomba de chocolate, sal de frutas, sonrisal, engov.
Após a simples ceia João e Verônica concordaram que deveriam dar uma olhada nas redondezas para se certificarem de que ninguém os havia seguido.
Melão ofereceu-se gentilmente para acompanhar Verônica. Afinal, ela tinha lhe salvo a vida e agora cabia a ele protegê-la.
Roquis Tão pegou Margarida pela mão.
-Vamos, é perigoso lá fora e eu não posso sair sozinho a esta hora.
C tomava um cálice de licor de amendoim quando foi atingido no rosto por um pano de prato. Olhou para cima e viu Finnell com a mão na cintura.
-Você lava a louça e limpa a cozinha. Eu vou dormir – disse estendendo os braços para o gato escondido no cantinho da cozinha – Vamos, Garfield. – o bichano aninhou-se nos braços de Finnell que entrou no quarto fechando a porta atrás de si. "Folgado, tá pensando que vai comer de graça é? Come- dorme num tem vez aqui" ela pensou.
"Se ao menos o Avon ainda nos patrocinasse, eu poderia usar as luvas de silicone, porém agora, nem isso. Tenho que me rebaixar a estas tarefas típicas do sexo feminino para comer, isso é revoltante" C pensou consigo mesmo.
Roquis Tão seguia uns poucos passos a frente de Margarida que observava a parte de trás da calça de couro justa do rapaz. Como boa costureira ela provavelmente observava o caimento e qualidade do acabamento da vestimenta.
Cabisbaixo João reduziu um pouco o passo até que a moça ficasse a seu lado.
-Eu queria pedir desculpas pelo que aconteceu lá dentro. – começou ele – Você me socorreu e eu deveria ter tido mais respeito. – Ele levantou a cabeça olhando-a bem dentro dos olhos – É que você está tão bonita. Eu nunca vi uma mulher tão linda e distinta quanto você. – Foi a vez de Margarida baixar os olhos sem graça.
-Você está falando sério?
-Estou. E quando eu coloquei os olhos em você naquele baile, eu não consegui enxergar mais nada.
-Verdade?
-É. Mas não se preocupe. Peço perdão mais uma vez. Prometo que nunca mais vou tentar nada. – disse ele virando-se de costas para a herdeira e apressando o passo.
Margarida correu até ele agarrou seu ombro direito e virou-o de supetão. Olhou-o nos olhos com um sorriso travesso, agarrou a gola da camiseta do rapaz e com um puxão rasgou-a de cima a baixo (se fosse Hering não rasgava). Roquis Tão estava perplexo. Ela passou-lhe uma rasteira lançando- lhe de costas no chão jogando-se sobre ele em seguida.
-Margarida!?!?!? – disse surpreso.
-Cala a boca João. – brigou ela beijando-o apaixonadamente e em seguida...
Caminhando bem devagar, Eduardo Melão e Verônica seguiam lado a lado, sob a luz da lua cheia. Suas mãos ao longo do corpo eventualmente se tocavam até que em um determinado momento Melão entrelaçou seu dedo mindinho no da moça. Ambos sorriram timidamente ainda sem se olharem. Andaram mais um pouco até que foi a vez dela entrelaçar os dedos nos dele que sorriu. Alguns metros adiante sentaram-se em um tronco (o tronco fora derrubado por um raio e não por obra de alguma serra elétrica inescrupulosa).
Nenhum dos dois percebeu que apenas a alguns metros dali, escondido pelas sombras da noite, Jorge C (que já tinha lavado a louça e limpado a cozinha) os observava.
Enchendo-se de uma coragem que pensou nunca ter, Melão falou:
-Verônica, desde a primeira vez que a vi, meu coração ficou em fogo. E sempre que penso em você, até as pancadas na cabeça doem menos. Eu sei que nos conhecemos há pouco tempo, mas eu preciso perguntar. - Ela suspirou ansiosa.
-O que?
-Você gostaria de namorar comigo?
O rosto da loira iluminou-se com um sorriso.
-Quero – Ela pendurou-se no pescoço de um surpreso e feliz Melão.
Segurando as mãos eles olharam-se com paixão aproximando lentamente seus rostos enquanto fechavam os olhos e então ...
PPPAAAMMM!!!!!
Melão caiu desacordado e quando Verônica abriu os olhos pode ver C ainda com o punho fechado perto do rapaz.
-Se você não for minha, não será de mais ninguém – sorriu Jorge com um olhar maléfico.
Verônica ainda deu um grito antes de desmaiar, vítima de um lenço embebido em Veja Limpeza Pesada que C. colocara em seu rosto.
CONTINUA...
