Cap 4 – A dura realidade

Os quatro Cavaleiros encaminharam-se para o local, e, ao chegarem lá, depararam-se com um espectáculo desolador. A pobre vila estava toda destruída, as humildes casinhas queimadas, por toda a parte feridos; os nativos afadigavam-se enterrando os mortos. Uma criança mais ou menos da idade de Tammuz chorava desesperadamente ao lado dos pais mortos. Saga, perdendo a descontracção, pegou no menino. -O que faremos, Shaka? -O que faremos? –respondeu Shaka, irritado – que tal procuráramos o cosmos do inimigo? – bradou de olhos abertos. Um grupo de mulheres desesperadas reconheceram Shaka e correram para ele, gritando no seu dialecto local: -Lord Shaka! Destruíram a vila! -Levaram a minha filha Mya! – chorava uma. -Mataram o meu filho Ten! - Mas onde estão os assassinos? – perguntou Shaka – não sinto o cosmos deles! - Isso é porque eles estão escondidos, com certeza, no seu covil: o Sagrado Templo dos Demónios. É um lugar maldito, só a escória se atreve a pisá-lo. Gente de mal... Saga olhou para Shaka, e depositou o bebé nas mãos de uma das mulheres. -Kamus! Shura! – exclamou Shaka – fiquem aqui de guarda, para o caso de eles voltarem, e cuidem da população. -Eu vou contigo! – gritou Saga, já desesperado. -Está bem, está bem...-resmungou o outro- coisa chata de Gémeos. -Vamos...- troçou Saga- coisa enjoada de Virgem.

Rapidamente, embrenharam-se na selva. O caminho até ao nebuloso templo era longo, tortuoso, sob um calor tórrido e húmido. Saga estava horrorizado com a quantidade de macacos, que se lhe dependuravam descaradamente na armadura, puxando-lhe o longo cabelo. - Falta muito? – Perguntou, tentando afastar um símio mais teimoso. -Ai, Meu Santo Buda – gemeu Shaka- podia ter trazido o Afrodite, que o resultado seria o mesmo! Irra! Expande um pouco o cosmos, que eles fogem, seu almofadinha! - Que queres? O meu treino não me ensinou a lidar com macacos. Abafa-se nesta selva... -Shaka abanou a cabeça com desprezo. Uma cobra enorme, sentindo o seu cosmos, afastou-se deslizando. Ao fim de muitas horas, chegaram a um templo de pedra, adornado com esculturas requintadamente feitas, mas tétricas. O cosmos do lugar era assustador, pestilento. Aqui e acolá viam-se oferendas de aspecto nojento: sangue, cabeças de animais, e ainda dinheiro falso, álcool e cachimbos. Pelo estado arruinado do local, não devia ser de facto muito visitado.