A próxima vítima
Shun levou Shunrei a uma lanchonete não muito longe da loja. Começaram a conversar sobre diversos assuntos, e a hora de almoço de Shunrei estava chegando ao fim.
- A que horas você sai do trabalho Shunrei? Eu posso vir buscá-la se quiser... – disse o jovem rapaz de cabelos esverdeados.
- Não é preciso, Shun. Shiryu virá me buscar – diz Shunrei.
- O senhor Suiyama, ele virá buscar você? - pergunta sobre Shiryu.
- Sim, ele me leva para casa todos os dias – explica para o amigo.
- E o que ele faz? – pergunta Shun, curioso.
- Shiryu? Ele é um investigador, Shun.
- E... como você o conheceu?
- Eu... "presenciei" um assassinato e é Shiryu quem está investigando o caso.
- Assassinato? Mas, assassinato de quem?
- Mitsumasa Kido.
- O milionário?!!! – perguntou incrédulo.
- Sim, mas não consegui ver o assassino.
- É só isso? Quero dizer... não há mais nada entre você e o senhor Suiyama?
- Shun?!! Mas que pergunta indiscreta é essa?!!
- Desculpe, eu não devia ter perguntado...
- Mas, respondendo a sua pergunta... não, não há nada entre mim e Shiryu - bem que eu... gostaria - pensa ela tristemente.
Depois de duas horas de seu encontro com Shunrei, Shiryu voltou à delegacia com um péssimo humor, dando chute até na própria sombra. Hyoga sabia muito bem o porque do mal-humor do amigo. Ele tinha saído para almoçar com Eire que contou sobre o amigo de Shunrei e que Shiryu estava presente quando ele a veio buscar para almoçarem juntos. Ela disse que ele saíra chateado.
- Shiryu... – disse abrindo a porta da sala do amigo – eu posso entrar?
- Vejo que sua namorada está lhe ensinando boas maneiras, Hyoga. Você nunca pediu permissão para entrar na minha sala antes... – disse com seu tom mais irritado.
- É... mas hoje você está muito irritado e eu não quero que sobre pra mim... – diz Hyoga.
- O que você quer, Hyoga? – pergunta Shiryu que não está a fim de agüentar as brincadeiras do amigo.
- Vim saber o que aconteceu... eu nunca o vi tão nervoso, assim – diz ele.
- Impressão sua – mente Shiryu.
- A Eire me disse que você esteve lá na loja onde ela e Shunrei trabalham. Falou com ela sobre a conversa com a senhorita Kido? – perguntou mudando de assunto.
- Fui lá pra isso... mas ela estava muito ocupada com um "amigo", que nós nem tivemos tempo de combinar dia, hora, local... – disse sentindo-se mal por lembrar de que ela saíra com "aquele cara".
- Sei, sei. O motivo de você estar assim... tem alguma coisa a ver com o "amigo" de Shunrei, Shiryu? – perguntou Hyoga cutucando o "Dragão" com vara curta. Shiryu o olhou de uma forma assustadora, mas se controlou e não voou no pescoço de Hyoga.
- Do que está falando, Hyoga? – diz Shiryu contendo a irritação.
- Ciúmes... Shiryu. Você está com ciúmes dela – diz Hyoga.
- Não seja idiota – aborrecesse Shiryu.
- A Eire me disse que o tal "amigo" fitava Shunrei intensamente – as palavras de Hyoga atingiram Shiryu em cheio. Este baixou a cabeça.
- É melhor assim, Hyoga. Ela merece alguém que não tenha medo de se entregar, que não tenha medo de amar... – diz ele chateado.
- Finalmente você admitiu que tem medo de amá-la!! – Shiryu se surpreendeu, não tinha percebido que deixara escapar seu temor.
- Satisfeito agora?!! Vá embora, Hyoga... eu... quero ficar sozinho – diz Shiryu que já estava uma pilha de nervos, não precisava que Hyoga viesse arreliá-lo ainda mais.
- Ela ama você, Shiryu. Eire me contou sobre o beijo de vocês... – admite Hyoga.
- O QUE?!! CO-CO-COMO ELA SOUBE DISSO?!!!! – Shiryu olhava para o amigo espantado.
- Shunrei contou a ela. Precisava desabafar com alguém. Eire me disse que ela estava se sentindo muito mal, e com medo do que você pensaria dela. Ela acha que você não sente nada por ela, Shiryu e está sofrendo muito com isso. Acha justo com ela? – pergunta Hyoga - Você está sendo egoísta...
- VOCÊ NÃO SABE O QUE ESTÁ DIZENDO, HYOGA... – defende-se Shiryu.
- Você só está pensando em você, Shiryu. Por ter medo de sofrer novamente a está afastando de si, mas não está levando em consideração os sentimentos dela quanto a essa atitude. É ela quem está sofrendo e isto não é justo. Pense bem, Shiryu... pense muito bem – Hyoga tenta a todo custo abrir os olhos do amigo.
- Hyoga... o que está querendo dizer? – pergunta Shiryu já esgotado por causa daquela discussão.
- Não seja idiota. Não desista de sua felicidade por medo. Tudo vale à pena Shiryu, quando se trata de nossa felicidade. Mesmo que seja por um dia, um minuto... mesmo que seja por um segundo... Não abra mão de sua felicidade! Bem... acho que já falei demais. Até logo, Shiryu e pense muito bem no que eu lhe disse – Shiryu vê o amigo sair e fica perdido em seus pensamentos: as palavras de Hyoga, os olhares de Shun para Shunrei, as perturbações que estava sentindo depois de presenciar tais olhares, mas... principalmente as lembranças do beijo que ele (Shiryu) e Shunrei haviam trocado. Seu corpo todo tremia só de pensar no momento mais feliz de sua vida.
O dia passava lentamente, e chegou a hora de Shunrei deixar o trabalho e Shiryu a estava esperando como vinha fazendo todos os dias. Ela se aproximou lentamente dele, que a admirava intensamente.
- Olá... Shiryu – depois daquele beijo, Shunrei não conseguia se sentir à vontade perto dele, que sentia o mesmo quando estava perto dela.
- Olá... Shunrei. Como foi seu almoço? – perguntou tentando parecer indiferente.
- Foi muito bom, o Shun é um grande amigo... – respondeu Shunrei.
- É só isso que ele é? Um grande amigo? – o tom indiferente havia desaparecido da voz de Shiryu. Shunrei olhou para ele ao ouvir a pergunta. Por que se importava com isso?
- Sim, ele é um amigo. O conheço há alguns anos. Estudamos juntos no colégio – explicou Shunrei.
- Mas ele estava dando em cima de você... – disse com uma ponta de irritação na voz.
- Você deve estar imaginando coisas, Shiryu. Ele é só meu amigo – diz Shunrei.
- Talvez deva esclarecer isso a ele... – diz Shiryu rispidamente.
- E mesmo que ele sinta alguma coisa por mim... o que você tem a ver com isso? – pergunta irritada – Você não é nada meu. A não ser que... esteja com ciúmes... – o coração dela implorava a ele para confirmar suas palavras.
- Eu não estou com ciúmes de você – mentiu - Por que estaria? Como você mesma disse eu não sou nada seu... – disse tentando esconder a mágoa que sentira pelas palavras dela.
- Então não se meta no que não é da sua conta!!! – diz irritada.
- Desculpe... não acontecerá de novo... - como eu sou idiota. Por que não digo a ela o que sinto? - eles caminharam durante algum tempo, Shiryu estava muito nervoso e Shunrei podia perceber isso.
- O que está acontecendo com você, Shiryu? Está tenso, nervoso... – pergunta preocupada.
- Eu... é que... bem...
- Eu não acredito... Shiryu Suiyama está gaguejando?!! A coisa é séria... – caçoou Shunrei, então Shiryu se virou para ela, e segurou seus braços com força, puxando-a para perto de si. Seus lábios quase roçavam os dela, as mãos dela estavam apoiadas no peito dele. Shunrei perdeu o fôlego quando sentiu o calor do corpo dele tão perto do seu. Os olhos dele olhavam fixamente para os dela. Era impressão sua ou ele estava tremendo? Por que ela estava, tremia da cabeça aos pés.
- Shunrei... – ele suspirou – eu... eu... – estavam quase se beijando... neste momento o celular de Shiryu tocou, assustando-os. Separaram-se ofegantes e Shiryu atendeu – Alô... o que aconteceu?... mas como?!!... esfaqueada?!! – Shunrei o ouvia preocupada – claro... estou indo... ta, te encontro lá... tchau Hyoga.
- O que aconteceu, Shiryu? – perguntou preocupada.
- Saori Kido... – começou a responder
- O que tem ela? O que aconteceu com ela?
- Ela foi esfaqueada.
Continua...
Oi pessoal! Agradecimentos no próximo capítulo.
