Interrogatórios

Shiryu e Hyoga entraram na sala de interrogatórios e começaram a entrevistar os empregados um por um em particular. Hyoga interrogava a cozinheira. Era uma mulher gorda, com uma expressão simpática. Devia ter uns setenta anos, seus cabelos completamente brancos e seu rosto era muito enrugado. Tinha uma voz suave.

- Por favor, qual é o nome da senhora? - perguntou Hyoga dando início ao interrogatório.

- Meu nome Yukina Yamamoto – respondeu a cozinheira.

- A senhora ouviu alguma coisa?

- Não, senhor. Eu já estava dormindo. Eu me recolho muito cedo.

- Sei... e senhora não tem idéia de alguém que possa ter alguma coisa contra a senhorita Kido, ou contra o avô dela?

- Não, senhor. A Saori é um doce de pessoa, conheço-a desde de pequena, é um pouco geniosa às vezes, mas tem um coração de ouro. Herdou isso do avô, também um homem muito bom, que se preocupava com o bem-estar dos outros, e fazia o que estivesse a seu alcance para ajudar os que necessitavam.

- A senhora tem certeza, nunca ouviu algo estranho, brigas, discussões, ameaças...

- A única pessoa que discutiu com o senhor Kido foi Seiya. Mas eu não acredito que ele fosse capaz de fazer algo contra o senhor Kido e muito menos contra Saori... ele a ama muito, jamais a machucaria.

- Muito obrigado por suas informações senhora Yamamoto. Peço-lhe que não saia dacidade até que este caso seja resolvido.

- Sim, senhor Yukida e eu espero que vocês peguem logo esse assassino.

- Estamos fazendo o melhor que podemos, senhora.

Na sala ao lado, Shiryu interroga o motorista da Mansão Kido. O motorista era um homem de mais ou menos quarenta anos, tinha cabelos grisalhos nastêmporas e um olhar desconfiado e um pouco arrogante.

- Como vai, senhor...?

- Kenji Masato. Eu vou bem.

- O senhor mora na Mansão, senhor Masato?

- Não, senhor.

- E o que fazia lá esta noite? – Shiryu conduzia o interrogatório friamente.

- Eu tive que ficar até mais tarde hoje.

- E será que eu posso saber por que?

- Um dos carros estava com problema e eu estava tentando descobrir o que era.

- E o senhor não podia fazer isso amanhã cedo?

- Eu não gosto de deixar minhas obrigações para depois, e também a senhorita Saori poderia querer sair com carro, por isso eu tinha que deixá-lo preparado.

- O senhor já ouviu falar de Shunrei Chang, senhor Masato?

- Já, sim senhor. Foi a garota que testemunhou o assassinato do senhor Kido.

- O senhor já viu essa garota?

- Só pelos jornais...

- Sei, sei. O senhor ouviu alguma coisa suspeita na casa? Discussões, ameaças...

- As únicas discussões que aconteciam naquela casa era por causa de Seiya, o senhor Kido era contra o envolvimento da neta com o rapaz.

- E você pode me dizer por que?

- Bem, ele achava que o rapaz só queria o dinheiro da senhorita Kido, e tinha em mente casá-la com um jovem de nome Jabu Onitsuka.

- E esse rapaz, esse senhor Onitsuka sabia do envolvimento da senhorita Saori com Seiya?

- Sabia e não se importava, ele também não queria essa união. A senhorita Saori uma vez disse que ele estava apaixonado por uma jovem de nome Mino e que trabalhava na Fundação do senhor Kido cuidando das crianças.

- E o senhor... o que acha de Seiya?

- Eu não vou muito com a cara do rapaz. É muito ambicioso, mas parece gostar muito da senhorita Kido... não acho que ele teria coragem de machucá-la.

- De quem é aquele carro esporte vermelho que está na garagem ?

- É de senhorita Saori.

- Seiya costuma pegar aquele carro?

- Sim, ele já usou o carro algumas vezes.

- E você... costuma pegar o carro?

- Já precisei usá-lo sim, senhor.

- E pra que?

- Eu não me lembro, senhor. Não foi apenas uma vez que aconteceu.

- A senhorita Kido sabia que pegava o carro dela?

- Claro que sim. Eu jamais pegaria o carro sem autorização dela.

- O senhor ouviu alguma coisa estranha, senhor Masato? Briga, luta...

- Não senhor, eu não ouvi absolutamente nada.

- Bom... por enquanto é só isso, senhor Masato. Eu peço ao senhor que não saia da cidade até este caso ser resolvido. Poderemos precisar de sua ajuda de alguma forma.

- Sim, senhor. Eu não sairei da cidade. Até logo – disse Kenji se retirando da sala. Hyoga entrou nesse instante.

- Ainda falta o mordomo, Shiryu.

- Eu sei, podemos conduzir o interrogatório com ele juntos.

- Certo – Hyoga coloca metade do corpo para fora da sala e chama por Tatsume. Um homem muito magro, com as faces encovadas, careca e de olhar extremamente arrogante. Tatsume entra, cumprimenta e se senta a frente dos dois investigadores.

- Como vai, senhor Tatsume? – pergunta Shiryu.

- Não muito bem, senhor Suiyama. A menina Saori foi ferida e isso não devia ter acontecido

- O senhor ouviu alguma coisa, senhor Tatsume? – perguntou Hyoga

- Não senhor Yukida, eu não ouvi nada. Eu já havia me recolhido a algum tempo.

- O senhor nunca presenciou nada de estranho, ameaças contra o senhor Kido, discussões...

- Eu nunca presenciei nada do tipo – respondeu.

- O senhor tinha um bom relacionamento com o senhor Mitsumasa Kido? – perguntou Shiryu desafiadoramente.

- Eu tinha um excelente relacionamento com o senhor Kido, assim como com sua neta, Saori. A única pessoa que vivia brigando com senhor Kido era Seiya. O senhor Kido não aprovava o namoro da neta com o rapaz, e na minha opinião... ele estava certo.

- Sei, bem... era só isso, senhor Tatsume. Pedimos ao senhor que não saia da cidade – diz Hyoga.

- É claro, e pra onde eu iria? – diz o mordomo se levantando.

Depois que Tatsume saiu, Hyoga e Shiryu trocaram informações e disseram suas suspeitas.

- Todos eles apontaram Seiya com o único desafeto do senhor Kido – diz Hyoga.

- Sim... mas eu não consigo acreditar que aquele rapaz tenha feito algo a Saori Kido, e na minha opinião os dois crimes foram cometidos pela mesma pessoa.

- Esse caso está ficando cada vez mais complicado...

Continua...

Oi gente! Espero que tenham gostado. Aí vai mais um capítulo. Beijos a todos.