Jantar na casa de Saori/ O mistério começa a se desvendado

Alguns minutos depois de Shun ter ido embora, Shunrei se despediu das amigas. Estava na hora de ir embora. Shiryu a esperava para levá-la para casa, pra que pudesse trocar de roupa. Já era quase nove horas da noite quando o carro de Shiryu parou em frente à casa dela.

- Entre, Shiryu – convidou-o – eu não vou demorar muito para me arrumar.

- Claro – disse aceitando o convite. Entraram na casa dela.

- Sente-se. Eu já volto – disse subindo as escadas para seu quarto. Shiryu se sentou no sofá. Esperava pacientemente por Shunrei. Ela tomou um banho rápido e começou a se arrumar. Shiryu reparou em um porta-retratos em cima de uma mesinha que ficava no canto da sala. Shunrei escolheu suas roupas e acessórios e começou a se vestir. Shiryu caminhou até a mesa para poder ver aquela foto. Shunrei já estava calçando os sapatos. Shiryu viu que era uma foto de Shunrei, ela estava sorrindo e Shiryu se lembrou de quando a teve em seus braços, de quando a beijou, ansiava por sentir aquela sensação novamente. Shunrei passou um suave perfume, já tinha prendido seus cabelos, deu uma ultima olhada no espelho e saiu do quarto descendo as escadas, indo em direção a sala. Shiryu virou-se aos ouvir o som de passos na escada, quase ficou sem fôlego quando a viu descendo as escadas. Ela usava um vestido preto pouco abaixo dos joelhos, usava uma sandália prata de tiras, um par de brincos de brilhantes. O cabelo dela estava preso em um meio rabo-de-cavalo e o restante em uma trança, usava apenas um brilho nos lábios. Ele a olhava, extasiado. Ela se aproximou dele, fazendo com que ele pudesse sentir seu suave perfume.

- O que foi, Shiryu? – perguntou olhando para o vestido – Está tão mal assim? – olhou para ele, insegura.

- Você... está... você está linda... – conseguiu finalmente encontrar a própria voz.  Ela sorriu, e baixou a cabeça envergonhada.

- Obrigada – olhou para ele sorrindo – Vamos?

- Claro – entraram no carro e rumaram para a Mansão Kido.

Meia hora-depois, paravam em frente ao portão da casa de Saori Kido. Foram recebidos pelo sempre "simpático" Tatsume. Saori, acompanhada por Seiya os esperava na sala, apesar de Shiryu não ter dado certeza sobre a vinda de Shunrei.

- Olá, Shunrei. Pensei que não viesse – disse levantando-se para receber os convidados – oi Shiryu, conseguiu convencê-la.

- Obrigada pelo convite Saori. Olá Seiya.

- Olá senhorita Chang. Com vai Shiryu?

- Eu estou bem. É um prazer revê-los.

- O jantar será servido dentro de alguns minutos – dez minutos de conversa e logo o jantar estava na mesa – o jantar está pronto, senhorita Kido. Levantaram-se e foram até a sala de jantar. Saori indicou onde deveriam sentar e pediu para que os servissem. Enquanto comiam, conversavam animadamente. Com exceção de Shiryu, que como sempre permanecia calado. Shunrei contou sobre sua vida, tinha sido abandonada em um orfanato quando era criança, mas fora adotada por um casal que deu a ela todo carinho e amor que uma criança necessitava para crescer feliz. Shiryu se espantou ao perceber que sabia tão pouco sobre ela. Sua luta contra o que sentia o fez não querer saber sobre a vida dela, sabia que seria mais difícil afastá-la de si se começasse a ter conhecimento sobre a vida dela. Saori contou que seus pais morreram em um acidente quando era criança e que foi seu avô quem cuidou dela desde então. Já os pais de Seiya moravam um pouco longe, mas eles se mantinham em contato sempre. Shiryu preferiu não comentar sobre sua vida, apesar da curiosidade, todos respeitaram sua decisão. Logo, a sobremesa começava a ser servida. Shunrei olhou para o corredor, que estava escuro e viu algo reluzir. Ficou tensa. Lembrou-se do sonho e de como parecia ter sido importante no dia, mas não acabou ignorando o fato.

- Shunrei... tudo bem? – perguntou Shiryu ao perceber que ela ficara tensa. Os olhos dela se encontraram com um par de olhos frios, o que a fez se assustar ainda mais. Mas não tinha certeza de suas suspeitas, por isso resolveu que não comentaria nada – Shunrei?!

- O que? Ah, estou bem, Shiryu. Só um pouco cansada. Será que poderíamos ir agora?

- Mas, já?! Nem vão comer a sobremesa? – perguntou Saori.

- Ainda é cedo... – disse Seiya.

- Não, eu realmente tenho que ir. Amanhã eu tenho que estar na loja cedo. Vamos, Shiryu?

- Claro. Vamos, sim – eles se levantaram da mesa e Saori e Seiya os acompanharam até a porta. Despediram-se e foram para o carro. Quando entraram no carro, Shiryu mostrou-se preocupado, mas não disse nada, só depois de alguns minutos – O que houve, Shunrei?

- Nada, Shiryu. Por que?

- Você não me engana, Shunrei... você ficou nervosa de repente.

- Não foi nada, Shiryu. Com eu disse eu estava cansada, só isso.

- Tudo bem... se não quer falar é um direito seu – disse ficando em silêncio. Apesar de ter dito que respeitava seu silêncio, aquela situação o estava preocupando. Shunrei adorava um bom diálogo, quando estava com ele, era mais um monólogo, mas mesmo assim, ela adorava falar e ele adorava ouvi-la. Vendo-a muda daquele jeito o estava perturbando. Chegaram na casa dela.

- Tchau, Shiryu. Obrigada – disse beijando-o e se preparando para sair do carro. Shiryu segurou o braço dela, que olhou para ele.

- Tem certeza de que está tudo bem? – perguntou preocupado.

- Claro, Shiryu. Não se preocupe – disse para tranqüilizá-lo.

- Tchau – disse deslizando a mão pelo rosto dela, causando-lhe arrepios. Ela olhou para os olhos dele, ele sorriu. Ele sorria tão pouco, que cada vez que o fazia o coração de Shunrei parecia que explodir de tanta felicidade. Ele a beijou na testa – até amanhã.

Shunrei entrou em casa, se trocou e foi para a cama, mas não conseguiu dormir. Será que era ele? Não podia acreditar num simples sonho. Mesmo no dia do assassinato não conseguiu ver o rosto do assassino, mas lembrou-se de ver algo reluzir. Na época não deu valor a isso, mas depois do sonho, aquele fato lhe veio à mente. Mas também no seu sonho não conseguia ver o rosto do assassino. O cansaço chegou e ela pegou no sono. Acordou apavorada, tivera o mesmo sonho, só que desta vez o assassino tinha um rosto.

Continua...

Revelações... os próximos capítulos serão decisivos...