O pesadelo de Shunrei torna-se real

Shunrei passa o dia inteiro pensando sobre o que deveria fazer. Ela mesma não podia acreditar numa história absurda como aquela. Não sabia se devia ou não contar para Shiryu sobre seu sonho. Devia ser apenas um sonho idiota. Resolveu esquecê-lo. Achava que Shiryu não a levaria a sério. Afinal, ela mesma tinha dito que não vira o rosto do assassino, como poderia agora querer que ele acreditasse em um sonho? Trabalhou com esses pensamentos lhe atormentando.

- Shunrei, você está bem? – perguntou Eire, acompanhada por June. As duas estavam preocupadas por causa do comportamento estranho de Shunrei naquele dia.

- Estou bem sim, por que não estaria?

- Tem certeza de que não há algo errado, Shunrei? – perguntou June.

- Claro... está tudo bem – tentou forçar um sorriso, mas não conseguiu convencer as amigas.

- É por causa do Shiryu, Shunrei?

- Não, Eire. Claro que não. É que... – olhou para as amigas pensando em contar a elas o que lhe estava corroendo, mas com certeza pensariam que ela estava louca – esqueçam, não é nada. Vamos trabalhar.

- Se você diz – Eire e June se afastam, não estão convencidas.

À noite

Duas horas depois de Saori ter chegado, Shiryu e Hyoga param em frente ao portão da Mansão. Os dois investigadores correm para a porta da mansão, e ao passarem na frente da garagem, Shiryu percebe que o carro esporte vermelho não está na garagem. Sente um aperto no peito.

- Talvez Seiya esteja com ele... - Hyoga já havia apertado a campainha, e quem vem abrir a porta é Seiya.

- Senhores... Saori me contou tudo. Queiram entrar, por favor – Shiryu vem correndo ao ver Seiya à porta.

- O carro... – está sem fôlego, por causa da corrida da garagem até a porta e também por causa do pânico que sentia crescendo dentro de si – Onde está o carro vermelho... Seiya?

- Eu não sei, quando cheguei hoje à tarde o carro já não estava na garagem. Eu até pensei que Saori tinha saído com ele, mas não...

- Não pode ser... – Shiryu olha para Hyoga.

- Você acha que... – Hyoga percebe o olhar do amigo.

- Ele não sabe que nós estamos na sua "cola"... mas ontem, quando Shunrei e eu viemos jantar aqui, ela ficou estranha, de repente. Talvez, ao vê-lo, ela tenha se lembrado de alguma coisa e ele percebeu. Ele deve ter ido atrás dela, Hyoga. Shunrei está em perigo! – Shiryu correu de volta ao carro, estava desesperado – Vamos, Hyoga! Precisamos ir, rápido!

- Avise a polícia, Seiya. Peça para que mandem uma viatura para cá e entregue a eles esse papel. É uma ordem de prisão. Pode ser que ele volte para cá – Hyoga se afasta de Seiya e entra no carro, do lado do passageiro.

- Não pode acontecer de novo, Hyoga... – Shiryu dizia nervoso.

- Calma, Shiryu. Talvez ele ainda não tenha chegado à loja.

- Eu não posso perdê-la também... Eu não posso...

- Tchau meninas – disse June abraçando-as – feliz natal pra vocês.

- Pra você também, June – diz Eire retribuindo o abraço da amiga.

- Feliz natal, June – diz Shunrei – você não quer carona, daqui a pouco o Shiryu vai passar e...

- Não precisa, Shunrei... eu nunca gostei de ficar segurando vela – diz dando uma piscadela para Eire que apenas riu.

- Ai, como vocês duas são bobas! – diz Shunrei enrubescendo.

- E além disso... eu já tenho carona.

- Ah é? Quem? – June fica vermelha e Shunrei começa a rir - Eu não acredito... mas já?!! – diz Shunrei incrédula – É o Shun?!!

- Ai, Shunrei ele é só um amigo – diz June envergonhada.

- Mas você gosta dele, seus olhos brilham quando você fala nele – provoca Shunrei.

– Mesmo que eu esteja apaixonada por ele, você não devia ficar tão surpresa, afinal é a prova de que o amor à primeira vista existe. Aliás, não só você, como a senhorita Eire também.

- Três de uma vez só... é difícil de acreditar – diz Eire  sorrindo. Nesse instante ouvem um carro. June dá uma olhada pela vitrine e vê o BMW preto de Shun parado na frente da loja.

- Tchau, meninas. Até quarta, e feliz natal – diz mandando beijos para as amigas.

- Tchau, feliz natal – respondem as duas – June entra no carro de Shun e trocam um beijo, no rosto e partem.

Shunrei e Eire pegam suas coisas e vão esperar Hyoga e Shiryu na frente da loja. Combinaram de comemorarem o natal juntos, embora Shunrei não estivesse com ânimo para comemorar coisa alguma. Aquele sonho perseguiu-a durante todo o dia. Tinha resolvido contar a Shiryu, mesmo que este não acreditasse ou não a levasse a sério. Estavam conversando, quando um carro esporte vermelho pára na frente delas. Os vidros escuros não permitiam que elas vissem que estava dentro do carro. Elas ouvem as portas do carro serem destravados, os vidros desce. Ao ver quem estava no carro, Shunrei se assusta quando reconhece quem está dentro daquele carro

- Ele não pode ter percebido minhas suspeitas!

- Entrem no carro!

- Mas... – Eire tenta argumentar.

- Nada de mas... – diz tirando uma arma de dentro do casaco e apontando para elas – Entrem, não me façam repetir a ordem. Eu adoraria dar um tiro em vocês agora mesmo – Eire e Shunrei estão apavoradas – você vem aqui na frente, comigo – diz para Shunrei – se você aí atrás fizer qualquer coisa, eu mato ela aqui mesmo, ouviu? – Eire acenou positivamente, estava chorando – você não devia ter se metido no que não era da sua conta, garota. Eu estava para realizar o crime perfeito... – diz apontando a arma para o rosto de Shunrei. Eire disfarçadamente abre sua bolsa e tira o celular, havia gravado na memória o número do celular de Hyoga, por isso só precisa apertar um botão para chamá-lo. Shiryu e Hyoga estão a caminho da loja, quando o celular de Hyoga toca. Ele vê no visor que foi Eire quem ligou.

- Alô, Eire? – Hyoga atende. Eire começa a provocar o assassino para que dê pistas de onde as estava levando.

- Onde está nos levando?

– Eire...? - Hyoga estranha.

- Você logo vai saber, lourinha...

- Eire... ele esta aí? – Shiryu o olha apavorado. Hyoga que já estava nervoso, começa a entrar em pânico.

- Por que estamos indo para o cais?

- Para o cais, Shiryu. Ele as está levando para o cais. Dá-me seu celular – Shiryu passa celular para Hyoga que liga para delegacia – Central, precisamos de reforços... Mande-os para o cais... Já estamos a caminho – Hyoga desliga o celular de Shiryu e continua prestar atenção a conversa de Eire.

- Você logo vai saber, lourinha. Olha só o que você fez... se não fosse por sua culpa... sua amiga não estava metida nessa encrenca.

- Eu não...

- Cala a boca. Agora não adianta mais negar. Eu tive a confirmação de que você tinha me reconhecido, ontem. Durante o jantar quando você me olhou daquele jeito. Chegamos. Levará semanas até que alguém encontre vocês duas. Até lá, eu já estarei bem longe daqui. Desçam!

- Pra onde vai nos levar?

- Vamos para o depósito... – com medo de ser descoberta, Eire desliga o telefone – tu, tu,tu...

- Eire... ela desligou – Hyoga desligou o telefone, estava com medo do que podia estar acontecendo. Shiryu dirigia o mais rápido que podia. Conhecia bem o caminho para o cais, e procurava cortar caminho. A noite estava escura e uma tempestade parecia se formar – Temos que ir logo, Shiryu.

- Eu sei, Hyoga... eu sei.

Ikki, que tinha como sintonizar com o rádio da polícia ouviu o pedido de Hyoga, partiu imediatamente para o cais. Seria um furo e tanto.

Continua...

Continuem em frente e não esqueçam os comentários. Beijos a todos. Hei não acabou não, sigam em frente.