Momentos de terror
Shunrei e Eire eram conduzidas pelo cais. O assassino mantinha a arma sempre apontada para elas. Shiryu e Hyoga não demoraram muito para chegar. O assassino as conduziu até o depósito. Era um lugar escuro, com algumas caixas e prateleiras por toda parte. A chuva começava a cair e o som dentro daquele lugar era ensurdecedor.
- Por que está fazendo isso? – disse Shunrei chorando.
- Se você não tivesse se metido onde não devia, nada disso estaria acontecendo – diz ele agarrando Shunrei pelos cabelos – você é uma garota muito intrometida – ele a empurra, se virando para Eire. Puxa-a pelo braço e a empurra contra Shunrei. As duas caem no chão. Eire bate a cabeça em uma viga de madeira e perde os sentidos. Hyoga e Shiryu entram no depósito. A voz do homem ecoa por todo aquele lugar, e isso os confunde. Eles se separam para que possam investigar melhor o local. Shunrei tenta se levantar, mas está um pouco tonta. De repente ela sentiu uma coisa fria encostada contra sua testa. Ela abre os olhos e vê aquele homem parado na sua frente segurando um revólver apontado para ela. Hyoga estava com medo, temia perder a mulher de sua vida. Demorara tanto para encontrá-la, não podia perdê-la. Shiryu corria desesperadamente, as imagens de todas as pessoas queridas que ele já tinha perdido, vinham-lhe à mente em flashes. Hyoga pára ao ver Eire caída no chão, seu coração dispara e seu corpo todo treme, só então ele percebe que ela está se mexendo, ela está viva. Sente um alívio, até ver que Shunrei estava na mira daquele assassino.
- Você vai aprender não ser tão enxerida – Shiryu vê Shunrei ajoelhada no chão e aquele homem em pé na frente dela, apontando uma arma para sua testa. Shiryu sente seu corpo todo estremecer, nunca sentira tanto medo em sua vida. Shunrei abaixa a cabeça e fecha os olhos, deixando as lágrimas escorrerem. Aquela imagem parece despertar Shiryu, ele olha ao redor e vê Hyoga, em posição de ataque. Hyoga avista Shiryu e percebe seu sinal. Shiryu, tomando coragem, caminha em silêncio, pois não sabia qual seria a reação daquele homem. Ele podia se assustar e puxar o gatilho. Shiryu caminha na direção deles e isso chama a atenção do assassino, que se vira para olhá-lo. Ele reconhece Shiryu. Puxa Shunrei pelos cabelos, forçando-a a ficar de pé, coloca-a à sua frente usando-a como escudo.
- Shiryu – murmura Shunrei, sentindo as lágrimas que escorriam por seu rosto.
- Cale a boca – diz ele apertando o pescoço de Shunrei – afaste-se, Suiyama. Ou a sua namoradinha aqui, já era.
- Você não tem mais como escapar... – responde Shiryu.
- Cala a boca – aponta a arma para Shiryu. Eire se assusta, mas vê Hyoga se aproximando – Eu vou matá-la e depois eu mato você.
- Saori já sabe, a polícia já foi avisada sobre tudo. Matar-me, não vai adiantar muita coisa...
- Eu a mato, se você se aproximar – Hyoga se posicionava atrás dele, pronto para atacar. Mas, ele percebeu sua presença e se virou, aproveitando-se da distração dele, Shunrei correu em direção a Shiryu. Hyoga pulou sobre o assassino e o fez derrubar a arma. Os dois lutavam pela arma. Eire correu para os fundos do depósito.
- Shunrei! – Shiryu a chamou, estendeu os braços para ela que estava cada vez mais próxima. Tatsume conseguiu pegar a arma de Hyoga e antes que esse pudesse fazer qualquer coisa, ele atirou. Os olhos de Shunrei se arregalaram. O rosto de Shiryu se transfigurou, seus lábios tremiam e seus olhos estavam cheios de lágrimas. Shunrei deu mais um passo, arrastando o pé e caiu. Shiryu a tomou nos braços antes que ela tocasse o Chão – Sh... Shunrei – murmura Shiryu com a voz trêmula. Ele tocou o rosto dela. Um policial que tinha acabado de entrar viu o que estava acontecendo e atirou em Tatsume, matando-o. Hyoga se levantou e olhou para Shiryu, que tinha Shunrei ferida em seus braços. Eire veio correndo e abraçou Hyoga, que correspondeu ao abraço demonstrando todo o medo que tinha sentido quando percebeu a situação. Eire então olha para Shunrei e Shiryu e se desespera. Hyoga tenta acalmá-la, mas ele mesmo estava nervoso.
- ... Shi... Shir... Shiryu... – ela o olhava sorrindo. Seus olhos estavam cheios de lágrimas. Com muito esforço, ela ergueu a mão e tocou suavemente o rosto de Shiryu – Achei... que... que... nunca... mais ia ver você.
- Não fale, Shunrei. Eu vou te levar ao hospital. Vai ficar tudo bem... – Ikki que havia se escondido atrás de umas prateleiras presenciou tudo e se aproximou de Shiryu.
- Vamos, ela precisa ir para um hospital – Shiryu olhou para ele, seus olhos estavam cheios de lágrimas – Vamos logo! Quer que ela morra?!! – as palavras dele despertaram-no. Shiryu tomou Shunrei nos braços e seguiu Ikki até o carro dele. Eles passaram pela chuva. Os três estavam encharcados. A chuva parecia ficar cada vez mais forte. Os relâmpagos e os trovões eram assustadores. – Entre, eu levo vocês até lá – Shiryu entrou no carro e se sentou no banco de trás, com Shunrei em seu colo – Você não está em condição de dirigir e... ela está precisando de você.
- Shunrei – ele não ouvia uma palavra do que Ikki dizia. Acariciava ternamente o rosto de Shunrei, suas mãos tremiam. E as lágrimas não paravam de sair de seus olhos. Ela o olhava com carinho, mas não estava com medo. Estava perto dele e isso a confortava. O único medo que sentiu aquela noite era de nunca mais vê-lo.
- Eu... te... eu te... amo... Shiryu – dizendo isso, a mão que acariciava o rosto dele caiu inerte, e ela desmaia. Shiryu a abraça e as lágrimas caem livremente do seu rosto. As mãos dele estavam cheias de sangue, assim como suas roupas e seu rosto.
- Não me deixe, Shunrei... por favor, não me deixe... Eu te amo, Shunrei... Fica comigo, por favor – Ikki via tudo o que acontecia pelo retrovisor do carro. Sentia-se muito mal por tudo o que estava acontecendo com ela, talvez se não tivesse publicado aquela reportagem, ela não estivesse morrendo agora. Dirigia a toda velocidade para o hospital.
Continua...
Oi pessoal. Espero que tenham gostado. A história se encaminha para o fim. Por hoje é só, por favor não deixem de comentar. Beijos a todos e até o próximo capítulo.
