Manhã de natal
Shiryu olha carinhosamente para Shunrei que estava dormindo. De repente um som agudo e contínuo chamou sua atenção. O aparelho que monitorava o batimento cardíaco de Shunrei mostrava uma linha contínua. Shiryu se desespera, sai do quarto correndo pelos corredores e chama ora pelo médico, ora pela enfermeira. Encontrou o médico.
- Doutor... por favor... venha comigo.... – estava ofegante e chorava – Shunrei... – o médico acompanhou Shiryu até o quarto de Shunrei. Entraram e o médico se aproximou dela. Tomou-lhe o pulso e baixou a cabeça virando-se para Shiryu que estava em pânico.
- Eu... eu sinto muito rapaz... – disse o médico olhando para Shiryu – Ela não resistiu - foi como se ele tivesse lavado uma punhalada no coração. Sua respiração ficara ainda mais difícil e ele chorava desesperado.
- O... o... que? Não po... pode ser... você disse que ela ficaria bem... – disse pegando o médico pelo colarinho. Olhou para Shunrei soltando médico e ajoelhou-se ao lado de Shunrei – Shunrei... fala comigo, por favor... – ele tocava o rosto dela.
- Eu sinto muito, rapaz.
- Eu a perdi... – disse tomando-a em seus braços – eu a perdi... SHUNREI!!!!!
Acordou assustado, suava e tinha a respiração ofegante. O médico o chamou várias vezes para que ele acordasse, tinha ido ver como Shunrei estava.
- Ei, rapaz... você está bem? – perguntou o médico olhando preocupado para Shiryu.
- Eu... foi um pesadelo! – olhou para Shunrei e viu que ela estava respirando. Sorriu aliviado. Fora um pesadelo. Parecera tão real. Nunca sentira tanto medo em sua vida. Sentiu que ainda segurava a mão dela e desviou seus olhos para as mãos deles, vendo-as unidas. Olhou para o médico – doutor... como ela está? – voltou seus olhos para o rosto dela, enquanto apertava fortemente sua mão.
- A enfermeira me disse que ela passou muito bem à noite, eu só vim dar uma olhada para me certificar. Você passou a noite inteira aqui?
- Sim, passei – não conseguia desviar seus olhos do rosto dela, tivera tanto medo de perdê-la.
- Acho que você devia comer alguma coisa, não há nada que possa fazer aqui.
- Eu não quero deixá-la sozinha...
- Com certeza, sozinha ela não vai ficar. Todos os amigos dela estão aí fora, alguém ficará com ela.
- Eu gostaria de estar aqui quando ela acordar... – disse olhando para ela carinhosamente.
- Tudo bem, você é quem sabe. Agora eu preciso ver outros pacientes. Com licença – disse o médico. O médico saiu deixando Shiryu a sós com Shunrei. Ele ficou a observá-la ternamente durante algum tempo. Tocou delicadamente o rosto dela. Ela se mexeu e apertou a mão dele que ainda segurava a dela. Ele se surpreendeu e sorriu. Tornou a deslizar os dedos gentilmente pelo rosto dela. Mais uma vez ela se mexeu e abriu os olhos. Sua visão estava um pouco embaçada, por isso fechou os olhos novamente, tornando a abri-los em seguida. Sorriu ao ver que era Shiryu quem estava ao seu lado.
- Oi...- sussurrou ele sorrindo para ela.
- Oi – respondeu retribuindo o sorriso.
- Como você está se sentindo, Shunrei? – perguntou preocupado.
- Eu estou bem... meu ombro dói um pouco... – disse ao tentar se sentar na cama.
- Não se levante. O efeito do analgésico deve estar passando. Eu vou avisar ao médico que você já acordou – olhou para ela e se sentiu imensamente feliz ao ver que ela estava bem, não se conteve e a beijou... na testa – Eu já volto – disse chegando à porta, voltou-se para olhar para ela, que sorriu para ele. Saiu do quarto.
- Shiryu... como ela está? – perguntou Hyoga que se aproximou junto com Eire.
- Ela acordou, Hyoga. Ela ficará bem... – Shiryu não cabia em si de felicidade – eu preciso encontrar o médico. Ela está começando a sentir dor no ombro.
- Será que podemos vê-la? – pergunta Eire.
- Eu vou falar com o médico e pergunto – Shiryu foi atrás do médico.
Voltou acompanhado de uma enfermeira, baixinha, gordinha, usava óculos e era muito simpática, devia ter uns cinqüenta anos. Estava levando um remédio para Shunrei tomar, para aliviar a dor que em breve seria quase insuportável. Ela chega perto dos amigos de Shunrei.
- Esperem aqui, eu vou dar o remédio a ela e ver se está em condições de receber visitas – disse a enfermeira.
- Sim, senhora – responde June. A enfermeira entra no quarto.
- Como está se sentindo, meu bem? – pergunta para Shunrei.
- Eu estou bem, mas meu ombro está doendo um pouco... – respondeu.
- Eu trouxe este remédio, é para aliviar a dor. Tome – entregou a ela um comprimido e um copo d'água – seus amigos querem vê-la... posso deixá-los entrar? – perguntou.
- Claro! Será que pode me ajudar? Por favor... – disse tentando se sentar. A enfermeira se aproximou para ajeitar seu travesseiro fazendo com que ela ficasse sentada apoiando suas costas nele. Abriu a porta do quarto e liberou a visita, saindo em seguida. Eles entraram.
- Shunrei... – Eire se aproximou e abraçou a amiga – como você está?
- Eu estou bem, Eire.
- Ficamos preocupados com você – disse June abraçando Shunrei.
- Eu fico feliz que estejam aqui...
- Que bom que está melhor, Shunrei – disse Shun também abraçando Shunrei – Shiryu entrou no quarto e olhou para ela. Seus olhos se encontraram e ela sorriu. Ikki se aproximou de Shunrei e tomou-lhe a mão.
- Sinto muito por tudo que aconteceu a você, Shunrei – disse beijando-lhe e mão respeitosamente. Shiryu não gostou nem um pouco do gesto de Ikki, mas se controlou.
- Não foi sua culpa, não se preocupe. Já passou.
- Shiryu ficou desesperado – comentou Hyoga. Viu o amigo lhe lançar um olhar assassino e ficar vermelho – eh... todos ficamos desesperados – tentou consertar, mas já era tarde. Se estivesse sozinho naquele quarto com certeza estaria morto. Nesse instante a porta se abre num rompante. Todos olham para porta. Ikki fica sem palavras ao ver tamanha beleza. Uma moça loira e de olhos verdes entra desesperada no quarto.
- Shunrei!! – Esmeralda olha para sua irmã – Shunrei...
- Esmeralda... – os olhos de Shunrei se enchem de lágrimas. As duas se abraçam – Que bom que você veio!
- Como está maninha? – pergunta Esmeralda, com os olhos cheios de lágrimas.
- Estou bem, agora. Bem, deixe-me apresentar meus novos amigos... – disse apontando para cada um... esse é Alexei Hyoga Yukida, ele é namorado da Eire. É policial. Ali está Shiryu Suiyama – Esmeralda olhou para Shunrei e a viu ficar corada, deu um pequeno sorriso – ele... também é policial. Ajudou-me muito... – disse Shunrei olhando sonhadoramente para Shiryu – e aquele ali no canto é Ikki Amamiya – os olhos verdes de Esmeralda encontraram os olhos azuis e penetrantes de Ikki. Cumprimentou-o com um movimento de cabeça. Ambos ficaram perdidos no olhar um do outro. Shiryu percebeu a troca de olhares entre os dois e ficou satisfeito. Ikki não daria mais em cima de sua amada Shunrei. Esmeralda se recompôs.
- Prazer em conhecer a todos – virou-se para Shunrei – agora, mocinha... trate de me contar tudo o que aconteceu... mas, antes... de tudo feliz natal! – abraça Shunrei.
- Ora é mesmo! Hoje é natal! – todos se cumprimentam. Desejando feliz natal uns aos outros. Tinham todos os motivos para comemorar aquela data. Saori e Seiya foram para o hospital assim que souberam do que acontecera com Shunrei. Ficaram felizes em vê-la bem.
Continua...
Hoje eu vou postar mais dois, O.k? Mas espero receber comentários esta semana. Afinal, vocês não vão querer ficar sem saber o final, não é mesmo? Prossigam para o próximo capítulo...
