A decisão de Shiryu
Shunrei recuperara-se rapidamente. Três dias depois de ter dado entrada no hospital, recebera alta. Estava ansiosa para voltar para casa. Shiryu e acompanharia de volta. Shunrei fez questão de agradecer à equipe médica que havia cuidado dela e à enfermeira que a tratou com tanto carinho.
- Tchau, querida. Espero que seja muito feliz – disse a enfermeira abraçando Shunrei.
- Obrigada por tudo, senhora Tamiko – afastou-se, virando-se para acenar para a enfermeira.
- Podemos ir? – perguntou Shiryu, sorrindo. Shunrei adorava vê-lo sorrir.
- Claro. Estou louca para chegar em casa – ele abriu a porta do carro para ela, que entrou. Deu a volta, entrou no carro e deu a partida.
- Então... vamos – disse saindo com o carro. Conversaram durante todo o caminho. Uma hora depois chegaram em sua casa. Ele parou o carro e Shunrei olhou para sua casa... como sentira saudades dela. Virou-se para Shiryu e sorriu.
- Quer entrar um pouco? - diz que sim! diz que sim! - pedia mentalmente.
- Claro. Eu... quero, sim – disse olhando-a intensamente. Desceram do carro e caminharam lado a lado, em silêncio, até a porta. Shunrei colocou a chave na fechadura e abriu.
- SURPRESA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! – gritaram de dentro de sua casa, assustado-a.
- mas... – ela sorriu e entrou. Pode ver todos os seus amigos na sala: Shun, June, Eire, Hyoga, Saori, Seiya, Ikki e claro sua irmã Esmeralda.
- SEJA BEM-VINDA!!!! – aproximaram-se dela e cumprimentaram-na. A sala de sua casa estava toda enfeitada. Tinha uma enorme faixa pendurada em cima da escada onde se podia ler: "Te amamos, Shunrei." Todos tinham assinado, inclusive Shiryu.
- Bom... pelo menos amizade ele sente por mim - pensou olhando para ele e sorrindo, ele retribuiu o sorriso.
- Esse sorriso me deixa louco. Preciso ter coragem para dizer a ela o que sinto. Não posso mais ficar longe. Mas eu quero estar sozinho com ela, e não com uma platéia - Ikki se aproximou de Shiryu.
- Será que podemos conversar agora, Shiryu? – perguntou querendo retomar o assunto que deixaram pendente no hospital – eu preciso dizer que...
- Ikki – Shiryu o interrompeu – Você sabe que aquela notícia que publicou, de que Shunrei tinha visto o rosto do assassino era mentira, e que foi essa história que a colocou na mira daquele assassino. Mas... você se redimiu por esse seu erro. Ajudou-me a levar Shunrei para o hospital, doou sangue... você fez o que pôde por ela, e eu fui testemunha disso. Quanto a minha irmã... acho que na verdade eu precisava é de alguém para descontar a raiva que eu sentia de mim mesmo, por não ter podido ajudá-la, protegê-la. Vamos esquecer o que passou, Ikki – estendeu a mão para ele.
- Tudo bem, Shiryu – apertou a mão de Shiryu. Shunrei que acompanhou de longe o diálogo dos dois e ficou feliz ao ver que tinham se entendido finalmente. Soube o que Ikki havia feito por ela, e o agradecera por tudo. Precisava agradecer a Shiryu, mas falar com ele era mais difícil. Ficava completamente nervosa perto dele.
Shunrei estava tão feliz por ter seus amigos por perto que nem viu o tempo passar, quando se deu conta já era noite. Já passava das oito quando um a um seus amigos começaram a ir embora. Shunrei pediu para que ficassem mais um pouco, pois não teria que trabalhar no dia seguinte, por causa de seu ferimento tirara licença para que pudesse se recuperar. Saori convidou a todos para passarem as festas de Fim de Ano em sua casa. Convite aceitado por todos. Shiryu resolveu ir com eles para que Shunrei pudesse descansar. Viu-se sozinha. Estava feliz por estar em casa, mas estava triste, pois agora não veria mais Shiryu. A obrigação dele com ela havia chegado ao fim. Subiu para o seu quarto, pegou algumas roupas e foi tomar um banho. Desabou na cama, estava exausta. Pela primeira em vez em dias, dormiu tranqüilamente.
No dia seguinte, Shunrei levantou revigorada. Tomou um bom banho e vestiu uma roupa confortável, sua boa e velha jardineira e uma blusinha vermelha. Seu ombro ainda não estava cicatrizado, mas a dor já tinha diminuído bastante, mesmo assim, ainda estava tomando o analgésico que o médico lhe receitara. Tinha o dia livre e faria o que mais gostava de fazer quando tinha um tempo de folga, bem... gostava de fazer muitas coisas.
Shiryu levantou cedo naquela manhã, na verdade, dormira muito mal. Tomou um bom banho para ver se espantava o sono e foi preparar seu café da manhã. Estava terminando, quando campainha tocou. Levantou-se da mesa e foi atender a porta.
- Ah... Oi Hyoga – cumprimentou Shiryu – Entre.
- Oi, Shiryu – disse ele entrando no apartamento de Shiryu – Nossa! Que cara é essa? Parece que não pregou o olho a noite inteira...
- É... Eu dormi muito pouco essa noite - confessou.
- Dá pra perceber... – Hyoga olhou para o amigo e percebeu que tinha mais alguma coisa, Shiryu não estava só cansado, parecia que alguma coisa o incomodava – O que foi Shiryu?
- Hã?... – olhou para Hyoga - Nada não, Hyoga. – respondeu baixando a cabeça.
- Nada...? Eu conheço você, Shiryu... é a Shunrei, né? Não adianta tentar esconder... – disse Hyoga.
- Agora ela ficará bem... não precisará mais que eu fique no pé dela o tempo todo... – disse Shiryu, mas estranhamente não soara feliz.
- E você não fica feliz com isso? – disse Hyoga fingindo não ter entendido o que o amigo quis dizer.
- Mas é claro que sim! Agora ela está em segurança... – diz Shiryu.
- Mas...? – perguntou obrigando-o a falar.
- Não poderei mais vê-la todos os dias... – admitiu Shiryu.
- E por que não? – perguntou Hyoga.
- ... – Shiryu olhou para Hyoga sem saber o que responder.
- Mas será possível que mesmo depois de tudo o que você passou quando ela foi ferida, do medo que você sentiu de perdê-la... será que depois de tudo isso você ainda acha que é capaz de ficar longe dela?!!! – perguntou Hyoga incrédulo.
- Hyoga, eu... – Shiryu tentou argumentar.
- Eu sei muito bem do que estou falando Shiryu. Eu não agüentaria ficar longe de Eire, eu a amo mais do que tudo na minha vida e faria... FAREI o máximo que eu puder para fazê-la feliz. Você gosta... ou melhor... você AMA a Shunrei, admita isso e seja feliz como eu estou sendo.
- Mas... e se Shunrei não sentir o mesmo que eu sinto por ela? – pela primeira vez Shiryu se sentia inseguro.
- Francamente, Shiryu!!! Às vezes você é tão tapado que nem dá pra acreditar... – diz Hyoga sem paciência.
- Hei, calma aí... não vem querer me ofender não... – diz Shiryu furioso com o adjetivo usado pelo amigo – Não é por que você é meu ami...
- É exatamente por eu ser seu amigo, que eu tenho obrigação de lhe abrir os olhos. Eu já falei isso pra você uma porção de vezes... mas você parece que não entende... – diz Hyoga olhando para Shiryu como se fosse esganá-lo.
- Mas como eu posso ter certeza do que ela sente por mim? – pergunta Shiryu, ainda inseguro.
- Basta olhar pra ela, Shiryu. Você é cego?! Deve ser no mínimo surdo... não foi você mesmo quem me contou que ela havia dito que te ama? Não entendeu o que essas palavras significavam? Se não entendeu é porque você é muito burro... – disse Hyoga apoiando as mãos no encosto de uma cadeira.
- Tá passando dos limites, Hyoga... – diz Shiryu ameaçadoramente – Quanto a isso, ela estava delirando...
- Que delirando o quê?!!! Ela disse o que sente, agora cabe a você dar o próximo passo.
- Você tem razão... eu não vou conseguir mais ficar longe dela. Eu a amo demais e preciso dela... – admite Shiryu, finalmente.
- É isso aí, agora só precisa dizer isso a ela... – sorri Hyoga triunfante.
- Eu vou dizer... e vai ser hoje mesmo – Shiryu olha para Hyoga sorrindo.
- Eu já vou, fiquei de passar na loja para pegar a Eire, depois a gente se vê e você me conta como foi. Tchau. – diz Hyoga se despedindo do amigo.
- Tchau, Hyoga – Hyoga sai deixando Shiryu pensativo. Estava decidido, falaria com Shunrei naquele mesmo dia, só precisava criar coragem para isso. Trocou de roupa, vestindo uma camisa jeans azul e uma calça jeans preta. Deixou os cabelos soltos, fazia muito tempo que não os soltava. Sua irmã sempre gostou de ver os cabelos dele soltos, por causa disso, depois que ela morreu, eles estavam sempre presos. Pegou as chaves do carro e saiu apressado para o estacionamento do prédio. Pegou seu carro e foi em direção à casa de Shunrei - Tem que ser hoje - pensava sentindo seu coração disparar só de pensar que em revê-la.
Continua...
Bom, gente... o próximo capítulo é o último. Mandem comentários... ou minha vingança será maligna...
