A conversa
A hora chegara. Já passava das vinte, quando ele subiu para o quarto para se arrumar. Ele vestiu uma camisa verde escura, uma jaqueta de couro preta e uma calça jeans azul. Preparava-se para a conversa que pretendia ter com Hilda. Estava extremamente nervoso. Nunca se sentira daquela forma antes. Terminara de se vestir. Desceu as escadas correndo. Encontrou sua mãe na sala.
- Aonde vai querido? – perguntou suavemente, se aproximando do filho para ajeitar a gola de sua camisa.
- Eu preciso sair… - Niflheim olhou pra ele, como quem diz: "resposta incompleta". Siegfried suspirou: - Lembra que eu falei pr a senhora sobre uma mulher…? – disse enquanto pegava as chaves, evitando dessa forma, encarar a mãe.
- Hilda, não? – perguntou.
- Sim… eu preciso conversar com ela. Esclarecer certas coisas… - ele disse reticente. Sua mãe o olhou novamente, mas não fez nenhum comentário.
- Você gosta dela? – perguntou.
- Sim… - respondeu ele constrangido. – Eu gosto dela, mãe. Eu a amo. – a Niflheim Sigurd acariciou o rosto do filho.
- Que bom, meu filho. Que bom que resolveu viver outra vez. Você mudou muito ultimamente. - Niflheim olhou para o filho e se lembrou de como seu filho se tornara recluso e arredio depois daquela terrível decepção. Vê-lo feliz, animado, com aquele brilho no olhar, que sempre lhe fora característico quando criança e adolescente, de volta era o maior presente que poderia receber. Só por aquele olhar, Hilda já ganhara muitos pontos com ela. - Essa garota está fazendo bem a você. – ela sorriu. Então sua expressão mudou e ficou séria. – Mas ela terá que passar pela minha aprovação e você sabe como eu sou implacável… - Siegfried sorriu e beijou-a na testa.
- A senhora está se precipitando. – disse ele, envolvendo os ombros de sua mãe com o os braços – Eu disse que vou conversar com ela… não quer dizer que voltarei de lá com um compromisso… - foi interrompido.
- Só essa garota for muito cega... Ou burra pra dispensar meu filhinho. – disse abraçando-o.
- Eu tenho que ir agora, mãe. – ele se afastou dela e encarou-a sorrindo. A Niflheim tomou o rosto do filho entre as mãos e beijou-lhe a testa.
- Boa sorte, meu filho… - disse ela e Siegfried sorriu, beijando-a no rosto.
- Obrigado mãe. Tchau. – disse saindo. Dirigiu-se até a garagem e ficou em dúvida entre ir de carro ou de moto. Resolveu ir de carro. Sabia o quanto sua mãe ficava preocupada quando saia de moto e evitaria seus longos sermões. Entrou no carro, deu a partida e saiu rumo à casa de Hilda para a conversa mais importante de sua vida.
Hilda estava sozinha em casa, era sábado e Flear tinha saído um instante, para fazer compras. Convidara Hagen para jantar na casa delas aquela noite. Hilda já previa que a noite ia ser ótima. Segurando vela para o casal. Ela vestia um conjunto de moletom lilás. Estava frio àquela noite. Ela estava sentada no escritório há pelo menos duas horas, corrigindo provas. Levantara-se para pegar um copo de chocolate quente e voltara imediatamente para sua mesa. Ainda faltavam mais de cinqüenta provas para corrigir. Tinha tempo, mas não gostava de fazer as coisas na correria.
Estava novamente compenetrada em seu trabalho quando a campainha tocou. Ela se levantou e atravessou o escritório, passou pela sala e alcançou a porta, abrindo-a. Quando a porta abriu, Siegfried que tinha o braço esquerdo apoiado contra o batente, ergueu a cabeça e encarou-a. Hilda estava visivelmente surpresa. Lembrou-se de que ele dissera que a procuraria mais tarde, mas não esperou que fosse tão rápido.
- Siegfried?! – disse admirada.
- Oi... – respondeu ele endireitando-se. – Será que... Podemos conversar agora? – perguntou. Estava nervoso e Hilda percebeu isso.
- Claro! – disse ela. Abriu mais a porta – Entre! – disse dando passagem pra ele.
- Obrigado. – disse ele entrando. Ele ficou parado e se voltou para Hilda enquanto esta fechava a porta. Hilda o encarou e fez sinal para que a acompanhasse até a sala. Siegfried a seguiu.
- Sente-se, Siegfried. – disse indicando o sofá.
-... – não disse uma palavra, apenas acenou com a cabeça. Esperou que ela se acomodasse na pequena poltrona a sua e sentou-se em seguida.
- Como foi a reunião na empresa de seu pai? – perguntou Hilda puxando assunto.
- Foi tudo bem. Eles entenderam e me apoiaram. – disse sorrindo.
- Que bom, fico feliz por você. – disse ela.
- A única coisa boa dessa confusão toda é que meu pai e minha mãe vieram pra cá. Eles estão hospedados lá em casa. Estava com saudades deles.
- Família faz muita falta. – disse ela – Eu sinto muitas saudades de meus pais. – os dois caíram no silêncio. Hilda percebeu o nervosismo de Siegfried e decidiu ir direto ao ponto. – Sobre o que você quer falar comigo Siegfried? – ao ouvir a pergunta, ele baixou a cabeça, enquanto apertava as mãos nervosamente. Por que era tão difícil? Mais alguns minutos de silêncio. Hilda já ia falar algo novamente, quando ele começou:
– Sempre foi muito difícil pra mim, ter que falar sobre isso. – ele a encarou – Não falo sobre essa parte da minha vida a ninguém há quase nove anos. – Hilda o encarava em silêncio. – Você pode pensar que eu sou orgulhoso... Mas a verdade é que esse "episódio" me... – estava sendo difícil. Sentia-se vulnerável falando sobre aquele assunto. Nunca se expusera tanto em sua vida -... Machucou muito. Eu nunca pensei que passaria por aquela situação e nunca pensei que doesse tanto. – ele baixou a cabeça novamente e ficou alguns segundos em silêncio. Hilda podia ver a batalha que ele estava travando consigo mesmo para falar sobre aquele assunto. – Ainda jovem, eu já era o famoso e um dos homens mais ricos da Finlândia. – decidiu começar desde do início, baixou os olhos - E você sabe como o dinheiro e a fama atraem certas pessoas. Eu sabia quem eram meus verdadeiros amigos. – ele ergueu os olhos para fitá-la. – Hagen e Fenrir... Nos conhecemos desde crianças. Os pais deles ajudaram ao meu quando estávamos em dificuldades. Graças a eles, meu pai conseguiu montar sua empresa e hoje é um grande empresário. - Siegfried deu um sorriso triste. – Mas a sorte que eu tive em conseguir amigos não se repetiu quando me apaixonei... – ele desviou os olhos para a janela – Nos conhecemos numa festa. Eu me apaixonei por ela e em pouco tempo estávamos namorando. – ele tornou a olhar para Hilda. – Eu não podia estar mais feliz. Tinha conquistado o sucesso profissional fazendo o que eu mais gostava e tinha encontrado a mulher da minha vida. – ele baixou a cabeça novamente, balançando-a – Ledo engano... – Hilda sentiu a dor que emanava dele.
- Você não precisa continuar se não quiser, Siegfried... – disse ela tocando a mão dele. Siegfried ergueu os olhos e fitou-a. Segurou a mão dela nas suas.
- Eu preciso me livrar desse fardo e esclarecer as coisas que têm acontecido. – Hilda deixou que ele continuasse. – Era a festa do meu aniversário. Estava fazendo vinte anos. Estava feliz, ia me casar... Mas minha vida ruiu naquele dia. – Hilda sentia um aperto no peito ao notar o quanto ele tinha sofrido, e o quanto ele fora apaixonado. – Eu senti falta dela na festa e resolvi procurá-la. – ele se voltou para encará-la – Fui até os jardins e vi Hagen e Fenrir voltando... – ele balançou a cabeça. – Eles fizeram o máximo para me impedir de ir até aquele caramanchão. Mas... Eu ouvi sons estranhos, sussurros... Murmúrios... Gemidos... resolvi que devia descobrir o que estava acontecendo. Aquela era a minha casa, pelo amor de Deus! – ele começara a se alterar ao lembrar o que aconteceu – Ignorei meus amigos e segui os sons. Eles tentaram me alertar, mas eu não lhes dei ouvidos. – ele se levantou e começou a andar pela sala, sentindo os olhos de Hilda sobre si. – Eu entrei e a vi... – seu maxilar estalou quando ele rosnou rangendo os dentes: - NA MAIOR ESFREGAÇÃO COM OUTRO! – Hilda chocara-se com tom de voz alterado. Siegfried a encarou e percebeu que a assustara. – Desculpe. – ele passou as mãos pelos cabelos buscando acalmar-se. – Eu fiquei completamente perdido. Eu sempre considerei traição imperdoável, e não sabia, até aquele dia, o quanto machucava. A vontade que senti foi de matá-los e só não o fiz, porque Hagen e Fenrir me detiveram. No dia seguinte o "episódio" estava em todas as manchetes dos jornais, em letras garrafais. Eu não tive nem o direito de sofrer em paz. Desse dia em diante, eu morri pro mundo. Afastei-me de meus amigos e até de minha família. Passei a viver apenas para o meu trabalho. – ele baixara os olhos.
- Eu sinto muito Siegfried... – Hilda estava com os olhos marejados. Nunca pensara que ele sofrera tanto.
- Essa garota... Minha ex-noiva... – ele olhou para Hilda novamente. – É Freya. – Hilda não ficara surpresa. Quando ele começou a contar sua história, ela relembrou as reações dele desde que Freya viera para a faculdade. – Ela disse que não sabia que eu estava trabalhando na sua faculdade, mas depois que me descobriu lá... Fez de tudo para atrapalhar a minha vida. Eu sabia que ela tentaria algo, por isso resolvi me afastar da primeira vez... – ele a encarou intensamente e Hilda sentiu seu coração disparar ante aquele olhar. – Mas eu... Não consegui ficar longe. – ele se aproximou dela, ainda de pé a sua frente - Aquele roubo... Foi uma armação dela... Pra me prejudicar... Uma vingança pela humilhação que ela diz ter passado quando eu a expulsei de minha casa...
- O rapaz com ela era Alberich, não era? – perguntou Hilda, temendo irritá-lo, mas não conseguindo evitar. Siegfried a encarou, depois desviou o olhar e respondeu:
- Sim...
- Siegfried... – agora ela entendia perfeitamente as atitudes durante a festa de formatura. Seus olhos se encontraram.
- Aquele dia... Quando você viu aquele beijo... – ele se ajoelhou na frente dela, tomando-lhe as mãos. Hilda surpreendera-se com o gesto – Eu fui pego de surpresa. Não esperava que ela fosse capaz de ousar se aproximar de mim... Ainda mais daquela forma... – sem conseguir mais se conter, Siegfried tocou o rosto de Hilda suavemente. – Você não sabe o medo que eu senti quando a vi sair tão transtornada... Eu não entendia o motivo de você estar tão... Decepcionada, magoada... – ele fez uma pausa – Quando eu soube de seu acidente... Quando sua memória fora afetada... Eu senti muito medo. Eu nuca quis que aquilo acontecesse, foi minha culpa... – Hilda tocou os lábios dele com os dedos, calando-o.
- Não... – disse suavemente – A culpa não foi sua. Foi minha. – ele a encarou incrédulo e Hilda acenou com a cabeça – Hagen disse-me uma coisa que é verdade... Eu não permiti que você se explicasse... Em nenhuma das vezes que você tentou... – ela engoliu em seco, e baixou os olhos – Eu não fiquei magoada ou decepcionada ao presenciar aquele beijo... – tornou a olhá-lo nos olhos – Eu fiquei com medo...
- Medo...? – perguntou ele, ainda ajoelhado a sua frente.
- De que você estivesse apaixonado por ela... – disse Hilda ficando vermelha. Siegfried sentiu seu coração disparar ao ouvi-la pronunciar tais palavras.
- Hilda... Eu... – ela o interrompeu.
- Você ainda a ama? – perguntou sem conseguir evitar.
- Eu nunca a amei... – respondeu ele tocando o rosto dela suavemente, acariciando-lhe os lábios delicadamente. – Depois que conheci você... – disse aproximando o rosto do dela que o fitava extasiada, acompanhando-lhe cada movimento. -... Descobri que eu não sabia o que era amar... – os lábios separados por apenas alguns centímetros.
- Siegfried... – ela murmurou. Sentir o hálito quente tocar-lhe o rosto, fez Siegfried estremecer e fechar os olhos por alguns instantes, para então abri-los novamente. Seus lábios tocaram os dela suavemente, brincando com a promessa de um beijo. Ele tomou o rosto dela entre as mãos e colou os lábios aos dela. Hilda entreabriu aos lábios e Siegfried aprofundou o beijo, abraçando-a, a mão direita envolvia completamente sua cintura e a esquerda enfiava-se entre seus cabelos prateados. Siegfried se levantou, puxando-a consigo, obrigando-a a ficar de pé e estreitou o abraço. Ele estremeceu quando sentiu os braços dela envolverem seu corpo, as mãos delicadas acariciavam-no nas costas e na nuca, brincando com os cabelos dourados. Eles se afastaram um pouco, para recuperar o fôlego. Os lábios e narizes se roçando. Siegfried a encarava. Sua respiração acelerada. Seu coração batendo disparado. Hilda estava ofegante, os olhos ainda fechados, como se estivesse revivendo as sensações sentidas naquele beijo, seu corpo apresentava pequenos tremores e sem se conter ela murmurou com a voz trêmula: - Eu te amo... – ela abriu os olhos e fitou-o. O olhar no rosto dele a fez estremecer. Ele sorriu, encostando a testa na dela.
- Eu sonho com este momento há tanto tempo... – murmurou com a voz rouca. Ele a abraçou e ela se aconchegou ao peito dele, envolvendo-lhe a cintura, enquanto sentia as mãos dele a lhe acariciarem as costas em movimentos suaves. Ela podia ouvir o coração dele batendo apressado e sentiu os lábios dele tocarem sua testa. Ela ergueu o rosto para olhá-lo nos olhos. Os olhos mais lindos que já vira em toda a sua vida. Ele beijou a testa dela mais uma vez. Hilda fechou os olhos. Siegfried beijou as pálpebras fechadas, suas faces, a ponta de seu nariz, o queixo. Hilda sorriu. Ele parou e a olhou. Ela estava linda. O rosto corado, os olhos fechados, um sorriso enfeitando seus lábios. Quando os beijos pararam, Hilda abriu os olhos e o encarou. Ele parecia hipnotizado. Os olhos azuis presos aos lábios dela antes de se fixarem nos olhos violetas. Ele se inclinou para ela e beijou-a mais uma vez. Um beijo intenso e apaixonado. Siegfried alcançara o Nirvana. Nunca se sentira assim antes. Completo, realizado, loucamente apaixonado. Hilda estava em êxtase. Nunca fora tão feliz. Nunca estivara apaixonada antes. A sensação era incrível, indescritível. Queria ficar nos braços de Siegfried para sempre. Os dois estavam tão envolvidos naquele beijo delicioso que nem perceberam quando a porta da frente se abriu.
Hagen e Flear tinham ido jantar fora e acabavam de chegar. Vinham conversando e rindo animadamente pelo corredor até a sala. O casal parou de chofre. Flear olhou para Hagen, que devolveu o olhar. Os dois sorriram e voltaram os olhos para o casal que continuava o beijo e nem se dera conta da presença deles parados à entrada da sala. Flear sorriu e pigarreou. Hilda e Siegfried olharam para a porta assustados e se afastaram constrangidos:
- Desculpem interromper os pombinhos... - Flear disse séria – Mas é que eu achei que vocês estavam precisando respirar um pouco... – Hagen cobriu a boca com a mão, abafando o riso.
- Flear! – Hilda repreendeu a irmã. Estava com o coração aos pulos, a face corada.
- Ora irmãzinha... – continuou Flear. – Eu só achei que vocês iam morrer por falta de ar... – continuou troçando. Hilda baixou a cabeça e Siegfried deu um sorriso encabulado. Hagen estava surpreso. Nunca vira o amigo tão envergonhado. – Você devia era me agradecer por ter salvado a sua vida... – Hilda olhou para Flear e sorriu timidamente. Flear devolveu o sorriso e se aproximou da irmã. – Que bom! Finalmente vocês dois resolveram se acertar! Parabéns! – disse abraçando Hilda.
- Obrigada. – disse Hilda correspondendo ao abraço. Flear se afastou de Hilda e se dirigiu a Siegfried.
- Parabéns "cunhadinho"! – disse abraçando-o. Siegfried olhou para Hilda e Hagen enquanto abraçava Flear. Hagen sorriu e se aproximou. Flear se afastou de Siegfried que olhou para o amigo.
- Até que enfim! – disse Hagen passando os braços entorno dos ombros de Siegfried e Hilda. – Achei que vocês nunca iam se entender! – Hilda e Siegfried se entreolharam sorrindo. O jovem historiador se aproximou de Hilda, desvencilhando-se de Hagen e puxando-a para seus braços, fingindo-se irritado, encarou a "cunhada" e o melhor amigo:
- Será que os dois malas poderiam nos deixar curtir um pouquinho?
- Hei! – Hagen se manifestou – Quem você está chamando de mala, aí? Reclamou, fingindo-se indignado. Flear cruzou os braços. Siegfried ignorou os dois. Encarando Hilda, ele perguntou:
- Onde podemos ficar um pouco a sós, amor? – Hilda corou quando o ouviu se dirigir a ela daquela forma tão carinhosa, mas o leve constrangimento não lhe impediu de abrir um belo sorriso, que fez o coração de Siegfried disparar. Flear sorriu quando viu o leve rubor no rosto da irmã.
- Podemos ir para o jardim. – disse num sussurro, envolvendo a cintura de Siegfried em um forte abraço. Hilda pegou a mão de Siegfried e puxou-o consigo em direção ao jardim, nos fundos da casa. Hagen se aproximou de Flear e envolveu-a em seus braços, beijando-a no pescoço suavemente. Sentiu quando Flear estremeceu ante a delicada carícia.
- Acho que a sala é nossa? – Flear virou de frente para o namorado, envolvendo o pescoço dele com seus braços delicados, acariciando-lhe a nuca suavemente. Hagen sorriu e baixou a cabeça, tomando os lábios de Flear num beijo apaixonado e intenso, apertando ainda mais seu abraço entorno da cintura delicada. Flear perdia-se no beijo. Estava ficando cada vez mais difícil resistir aos encantos de Hagen.
Hilda e Siegfried caminharam até o jardim de mãos dadas. Siegfried puxou-a pela mão até uma enorme árvore, de tronco grosso e longos galhos carregados de folhas e flores. Siegfried sentou-se na grama, encostando as costas no tronco da árvore e estendeu a mão para Hilda, convidando-a a se sentar também. A jovem aceitou o convite e sentou-se entre as pernas de Siegfried, recostando as costas no peito forte, sentindo os braços longos envolverem seu corpo num abraço carinhoso. Siegfried roçou o nariz contra sua nuca e Hilda estremeceu. O leve tremor não passou despercebido ao rapaz:
- Está com frio? – perguntou inocentemente, continuando a roçar os lábios e o nariz contra a nuca de Hilda que suspirou extasiada.
- Não... – respondeu num sussurro, deitando a cabeça sobre o ombro másculo. Os braços de Siegfried abraçando-lhe a cintura. Hilda buscou as mãos dele, entrelaçando seus dedos aos dele. Ela virou a cabeça para olhar pra ele. Seus olhos se encontraram e Siegfried baixou a cabeça, tomando os lábios dela nos seus.
Pela primeira vez em muito tempo sentia-se completo novamente, em paz, livre. Estava reaprendendo a amar e a se deixar amar; estava reaprendendo a viver.
Fim
Oi. Esta fic chegou ao fim. Gostaria de agradecer ao carinho de todos vocês e, como eu já disse na outra fic, ganhei amigos aqui. Espero que tenham gostado deste capítulo, da fic. As palavras de vocês foram muito importantes pra mim e me deram ânimo pra continuar. Mais uma vez muito obrigada e até a próxima. Um beijo a todos.
Ps: desculpem pelos nomes estranhos, eu não faço a mínima idéia de como se pronuncia, os escolhi por livro sobre mitologia escandinava e finlandesa que eu tenho. Achei que daria mais credibilidade à história. Tchau, e até a próxima.
