bN/A: Oba, oba! A fic já está começando a se encaminhar para o lado deprê que eu quero que ela se encaminhe! Espero que vocês possam suportar às cenas mais nojentas que baratas e mais pesadas que elefantes nessa fic! XD~ Ah, e o aviso que eu esqueci de dar é que provavelmente a fic vai mudar de nome mais uma vez, caso a TPM ataque e não tenha chocolate suficiente! XD~ Então, não estranhem se a fic de repente mudar o título para: "Voldinho, o Coelinho da Páscoa!" Beijinhos!bThe sun is shinning/b O sol está brilhando

bBut I don't feel the rays /b Mas eu não sinto os raios

bThe boats are sailing /b Os barcos estão navegando

bBut I don't want to play /b Mas eu não quero brincar

bI don't think I can make it /b Eu não acho que posso fazê-lo

bWithout you /b Sem vocês"/i

Without you – Lenny Kravitz

- Onde... – Hermione acordava aos poucos, tentando focalizar o lustre no teto. – Harry... – Ela piscava constantemente. – Ron... Por favor! Mãe, Pai! Onde vocês estão? Por que não me respondem? – A menina murmurava, em uma voz fraca, cheia de desespero. – Mamãe... Papai... – Dolorosas lágrimas passaram a escorrer-lhe pela face.

- Srt. Granger! Acalme-se! – Disse Madame Pomfrey docemente, impedido que Hermione levantasse.

- Madame Pomfrey... – Ela olhou para a enfermeira, ainda se esforçando em focalizar os objetos, agora com as lágrimas dificultando ainda mais o processo.

- Sim, minha querida? – A enfermeira continuava com um tom de voz doce.

- Foi tudo uma brincadeira de mau gosto, não foi? – A menina perguntou, deixando a enfermeira surpresa, paralisando-a. Logo conseguiu se sentar na cama, e escorregar, fraca, para o chão, quase não conseguindo manter-se de pé. – Não foi? – Ela perguntou mais uma vez, apoiando suas costas em uma pilastra ao lado de sua cama.

Ao ver o silêncio e a expressão fúnebre da enfermeira a menina travou. Não respirava, não enxergava, não falava. O que pareceu uma eternidade foi apenas um minuto. Hermione não pode conter mais o que segurava, girou de forma que somente uma mão lhe apoiava na pilastra, encarou o chão com olhos vazios, e não pôde agüentar mais: esvaziou o estômago, inclusive de sangue, como se aquilo lhe livrasse da tristeza que a consumia.

A enfermeira, apavorada, correu para ajudá-la, e a levou de volta para a cama, sem falar mais nada. Deu-lhe uma série de poções medicamentosas, com cores, cheiros e sabores estranhos, e murmurou alguns feitiços. Ao fim disso, a menina já dormia completamente dopada. Acordaria na manhã seguinte, e com certeza, bem melhor, mas apenas fisicamente.

Com um toque da varinha, a enfermeira trocou sua roupa por uma camisola branca, bem clara, um pouco transparente e pequena, mas fora a que Madame Pomfrey achara mais confortável.

A enfermeira suspirou profundamente. Com certeza Hermione precisaria de um acompanhamento psicológico... O golpe fora enorme dessa vez... E afetara o coração de uma maneira que ela jamais conseguiria saber ou explicar...

Observou os belos cabelos castanhos acobreados da menina se espalharem pelo travesseiro muito branco. A face pálida dela se contrastava com a cor dos cabelos, sempre muito bem cuidados, mas estranhamente sem a menor vivacidade. Ela parecia totalmente desprovida de vida. A única coisa que a diferenciava de alguém morto era seu peito, pulsando junto com a respiração calma.

hr

Quando Hermione acordou na enfermaria já era dia. Umas dez horas da manhã, ela calculou, devido à altura do sol. Olhou para sua mão e viu que estava em perfeito estado. Por um momento pensou que tudo poderia se tratar de um vil pesadelo, mas balançou a cabeça afastando essas esperanças de si. Não. Não queria se enganar, não queria viver dentro de uma mentira... Fora real e ela sabia. Era sempre real...

Ela se levantou, jogando longe os cobertores, e sem se importar que vestia apenas a mínima camisola branca, saiu decidida da enfermaria. Andou descalça pelos corredores, por sorte quentes, e logo alcançou a torre da Grifinória, entrando rápida e imperiosamente no salão comunal.

bAll that I want is/b Tudo o que eu quero é

bStillness of heart/b Silêncio no coração

bSo I can start/b Para que eu possa começar

bTo find my way/b A encontrar o meu caminho

bOut of the dark/b Para fora da escuridão"/i Stilness of Heart – Lenny Kravitz

A essa hora todos estavam em aula, e Hermione agradecia por isso. Não queria ninguém lhe importunando, fazendo perguntas demais. Entrou no seu quarto e se trocou, vestindo a primeira roupa que lhe aparecera pela frente: uma saia preta rodada, até o meio das coxas; uma blusa, também preta, de mangas compridas e sapatos estilo bonequinha, com uma meia branca até um pouco embaixo dos joelhos. Nada mais apropriado, pensou. Lavou o rosto, escovou os dentes e ajeitou os cabelos. Se analisou demoradamente no espelho, e chegou a conclusão que havia se disfarçado bem. Não aparentava estar mal. Pelo contrário, parecia bem disposta e estava bonita. A única coisa que denunciava seu estado de espírito era a expressão carregada que ostentava...

Saiu batendo portas, e se encaminhou decidida à sala de Dumbledore. Disse a senha (ela era monitora-chefe, o que lhe dava alguns privilégios como este.) e se encaminhou pelas escadas. Abriu a porta de supetão, mas lá só se encontrava Fawkes, que se assustou com a entrada repentina da garota, soltando um piado magoado. Suspirou.

Sem o cuidado de fechar a porta da sala do diretor, desceu as escadas abruptamente, se encaminhando para a sala dos professores. Vazia também.

Com raiva chegou à conclusão que teria de esquecer a idéia de achar o diretor e procurar a vice-diretora em sua sala de aula. Engoliu a raiva e correu. O quanto antes pudesse encontrá-la seria melhor. Bateu firmemente na porta de sua sala e foi prontamente atendida.

- Her-Hermione! O que você está fazendo aqui? Você deveria estar na enfermaria, mocinha! – Ela disse, atordoada, se apoiando na porta. – Como aquela doida da Pomfrey te liberou? E-entre...

- Estou aqui para falar com a senhora. A doida da enfermeira não me liberou. Provavelmente só agora irá descobrir que não estou deitada lá, com aquela camisolinha indecente e ridícula. – Ela disse, grosseira e selvagemente, adentrando rapidamente na sala.

- Senhorita Granger... – Começou McGonagal, mas Hermione logo a cortou.

- Não me repreenda! Não tenho tempo para isso. Quero saber onde está a caixa. – A moça disse, com um olhar vazio.

- Minha querida... – McGonagal começou.

- Onde está a caixa? – Hermione perguntou, levantando impacientemente a voz, ignorando a resposta mestra.

- Hermione... – Tentou novamente McGonagal, com doçura.

- ONDE ESTÁ A CAIXA? – Ela gritou, batendo com força na mesa, fazendo com que um tinteiro caísse e se espatifasse no chão, manchando de vermelho suas meias brancas. Ela não pôde deixar de soltar um risinho sarcástico: sempre era vermelho... isempre era sangue/i!

- Com Dumbledore. – A professora respondeu, encarando o chão, com as mãos no coração.

- Onde está Dumbledore? – Ela perguntou, adquirindo um tom de súplica, com os olhos cheios de lágrimas.

A professora suspirou profundamente, olhando fixa e demoradamente nos olhos de Hermione. Podia se defender do sofrimento com aquela pose rude, mas McGonagal sabia que no fundo ela ainda sofria, amava e sentia de maneira descomunal.

- Espere na sala dele. – A professora murmurou, finalmente. – Eu pedirei para que ele vá encontrá-la.

- Certo... – Falou Hermione suavemente, desprovida de expressão ou vivacidade. – Obrigada... e... desculpe... – Ela disse, saindo devagar da sala, enquanto a professora fazia um feitiço para consertar o tinteiro e limpar o chão.

hr

Sentada na cadeira, Hermione desviou seu olhar para Fawkes. Somente alguém muito sensível perceberia aquele olhar que elas trocaram. A fênix, que estava em sua melhor fase, alçou vôo em alguns círculos em volta da menina, para então pousar suavemente em seu colo. Hermione acariciou a plumagem macia da ave, que bicou levemente sua mão em sinal de carinho.

- Obrigada, Fawkes, mas não vou me animar tão cedo... – Ela disse, sorrindo entre as lágrimas.

Fawkes respondeu com um piado triste.

- Não, não lamente as minhas lágrimas. Lamente que não tenha sido eu no lugar dos meus pais. – Hermione se virou para a janela, enquanto mais lágrimas brotavam de seus olhos.

i"Errar não é humano Depende de quem erra Esperamos pela vida Vivendo só de guerra"/i Múmias – Biquini Cavadão e Renato Russo

Uma bicada forte em seu ombro chamou-lhe mais uma vez a atenção. Fawkes a olhava severamente.

- Eu errei, Fawkes! E errar não é humano! Eu não podia errar! – Ela gritava, em uma pilha de nervos. – Eu não podia deixar uma falha tão grotesca como essa na segurança daqueles que eu amo! Você viu o que aconteceu com os Dursley! Eles se recusaram ser protegidos por magia. Resultado: assassinados cruelmente! Todos! E os meus pais? Era óbvio que Voldemort ia se vingar de mim por meio dos meus pais! Óbvio! Eu que fui estúpida demais! Eu deveria ter feito um fidelius para eles enquanto era tempo! Por que eu fui me deixar levar pela teimosia dos dois? Por quê? Teimosia que eu mesma criei! Afinal, se eu fosse sincera com eles, eles entenderiam quanto perigo corriam! Mas, nããão! A Dona-Hermione-Perfeita- Sabe-Tudo achou melhor não contar! Eles iriam ficar amedrontados! Era melhor esconder tudo! – Ela parou e respirou fundo. A essa altura as lágrimas já invadiam o olhar da menina.

Fawkes acariciou de leve a menina, esfregando sua cabeça no braço dela. Hermione acalmou. Só então pôde continuar:

- Sozinha matei mais de quinze comensais! E ainda arranquei milhares de informações dos ataques daquele velho tarado que era o Rebastan Lestrange! Eu fui imbecil! Eu os entreguei para a morte! Eu... eu imagino o quanto eles devem ter sofrido antes de morrerem! O quanto eles foram torturados.. e TUDO por minha culpa! – A menina finalizou em um sussurro. – O caso, Fawkes, é que dentre milhares de pessoas no mundo que podem errar, eu sou uma das poucas que não podem se dar a esse luxo. Errar não é humano para mim. Eu espero pela vida, vivendo só de guerra!!

Um piado revoltoso foi a resposta, mas Hermione não teve tempo de retrucar. Dumbledore irrompeu a sala, com uma expressão sombria, nunca antes vista nele. Eles se encararam por algum tempo, que seria impossível determinar quanto.

- Onde está a caixa? – Ela perguntou, cansada, se levantando, deixando Fawkes alçar vôo pela sala. Mais uma vez ela tinha aquela inexpressividade tão incomum em seus olhos e sua face.

- Para que você quer essa caixa , Hermione? – Dumbledore perguntou, com ar paternal, severo, porém, ainda de pé em frente à porta.

- O "presente" é meu! – Ela retrucou, frisando bem a palavra "presente".

O Diretor suspirou. Quantas vezes tentara lutar contra os sentimentos da garota e fora inútil. Não seria agora que ela aceitaria passivamente suas decisões e deixaria de formar decisões próprias. Provavelmente ela já teria decidido o que fazer, e nada a faria mudar de idéia ou se arrepender. Perto de Hermione, Harry era um poço de calma...

bToday is gonna be the day/b

Hoje vai ser o dia

bThat they're gonna throw it back to you/b

Que eles vão devolver isso para você.

bBy now you shoulda somehow/b

Neste momento você devia, de algum modo,

bRealized what you gotta do/b

Feito o que tem de fazer." /i Wonderwall – Oasis

Com um accio Dumbledore chamou a caixa. A repousou sobre sua mesa, encarando tristemente a garota. Hermione não disse uma palavra. Repousou as mãos sobre o tampo da bela caixa. Inspirou e expirou profundamente. Pôde distinguir, entre os desenhos entalhados na madeira, algo escrito em latim, que se traduzia por "Cavaleiro Dourado das Trevas". Não soube dizer o que significava, e, sendo sincera, não tinha interesse em saber disso no momento. Apenas contornou os desenhos e as letras com seus longos e finos dedos.

Escorregou as mãos para o fecho da caixa. Abriu. Puramente madeira por dentro e por fora, acomodava largamente duas cabeças: a de sua mãe e a de seu pai, mergulhadas em sangue. As lágrimas voltaram a rolar violentamente pelo seu rosto, mas, dessa vez, desprovidas de qualquer emoção.

Hermione retirou primeiro a cabeça da mãe. Deu-lhe um beijo na testa, e murmurou: "Descanse em paz, e jamais lembre-se dessa tua filha que tirou sua vida.". Tirou então a cabeça do pai. Beijou-lhe amorosamente a testa e lhe disse: "Jamais tente me perdoar: eu não mereço seu perdão."

Dumbledore assistia a cena chocado. Em seu rosto uma expressão jamais vista antes em sua face tomava conta. O dano a Hermione fora muito mais grave do que ele imaginara... Ele não soube o que fazer, não soube se a fazia parar, se a deixava continuar ou o que outra coisa poderia fazer. Decidiu, por fim, que por mais transtornada que Hermione estivesse, aquela era sua decisão e que não poderia ser contestada.

Fawkes piava baixa e desesperadamente. Dumbledore estava estático. Podia-se ouvir o barulho do relógio de parede de Dumbledore, o vento que entrava sorrateiramente bagunçando os papéis. Hermione, porém, simplesmente estava alheia a todos os ruídos ao seu redor.

Depois das duas cabeças estarem devidamente descansadas na mesa de Dumbledore, manchando os papéis que lá descansavam, ela mergulhou a mão direita no sangue, que ocupava metade da caixa, magicamente alterada para que não o absorvesse. Brincou um pouco com aquela quantidade rubra à sua frente... enxugou as lágrimas com a mão seca e só depois puxou uma pena do diretor, que acreditava que tivesse a ponta fina o suficiente. Rasgou o pulso direito dolorosamente. Fawkes piou mais forte, o diretor estremeceu, o vento parecia ter cessado e o relógio parado.

Ela ficou observando durante muito tempo seu sangue cair na caixa, e só parou quando estava absolutamente pálida e tonta. Dumbledore precisava fazê- la parar, mas não conseguia reagir. Ela fez um feitiço em seu pulso para que o sangue não estancasse, e logo em seguida um para que isso não a matasse. Devolveu as cabeças dos pais à caixa, beijando a bochecha de cada um. Fechou bem, e encarou a caixa ainda por alguns instantes.

- Onde nós podemos ser enterados? – A menina perguntou, erguendo os olhos.

- Nós quem? – Ele perguntou, fraco.

- Eu e meus pais. A partir desse momento eu estou morta.

Dumbledore jamais soube o que deveria ter feito naquela situação. Hilário! Finalmente ele se deparava com situações que não sabia resolver. Ele apenas murmurou que no dia seguinte decidiriam, ela precisava descansar.

- Obrigada. – Ela disse, saindo da sala do Diretor, carregando a caixa, diante de um piado desesperado de Fawkes.

bN/A: Huummm... parece que a Claire acertou o que tinha na caixa... me senti tão previsível agora! Acho que vou ter que elaborar coisas mais criativas!!! XD~ Obrigada à Mila, minha beta favorita, que contribui com as minhas fics, me chateando, betando, fazendo doce, e principalmente estará me ajudando a enrolar, colocando os capítulos betados pra disfarçar a demora dos outros! XD~ Obrigada também à Claire e à Anjinha que deixaram rewiews pra mim no ff.net, me fazendo uma escritora mais feliz XD~, e às meninas do Fórum do Sobresites, que comentaram também! Ah! E respondendo à pergunta da Claire, não, Draco não é defensor de trouxas e pessoas que não tem "sangue puro". Porém ele não compartilha dos mesmos ideais do Lord das Trevas: pensa de uma maneira bem diferente. Ao longo da fic vai ficando tudo mais claro. Beijinhos da Blue! X:*******~ P.S.: Durante três dias eu cacei uma música que combinasse com Hermione. Por fim, achei apenas uma ou outra que fosse mais ou menos relacionada, e algumas que tinham apenas uma estrofe que pudesse ser usada. Achei melhor, então, colocar trechos que tenham a ver com as cenas. Acho que a fic inteira será assim./i