Harry, Lupin, Sidra e mais 2 aurores se preparavam para partir em
direção a Azkaban. Estavam agora em uma sala, chamada Sala das Armas. Ali
estavam localizados inúmeros tipos de varinhas, poções e até armamento
trouxas como espadas, facas e bombas.
Gina entrou silenciosa no aposento e chamou por Sidra. Antes de ela partir, queria perguntar algumas coisas a velha senhora.
- Qual é a verdadeira história destas jóias, Sra Ney? Por que Calisto resolveu faze-las? – perguntou a ruiva.
Sidra a levou para um canto da sala.
- Calisto era uma mortal como eu, como você. Era uma incrível bruxa, que um dia, ousou se apaixonar por um ser impossível... Assim como Harry, ela estava predestinada a se tornar uma sacerdotisa. Só que ela foi mais longe, ela conseguiu se tornar uma Sacerdotisa Suprema.
- Ela era uma espécie de "maga"?
Sidra riu com a comparação de Gina.
- Sim, mas no mundo da magia não dizemos "maga", dizemos sacerdotisa. Quando ela iria receber o mérito de sacerdotisa suprema, ela se apaixonou, mas não foi por um homem comum. Calisto se apaixonou por um Deus. O Deus mais forte, mais poderoso, mais bonito que surgiu na Terra. Era um amor impossível, nunca poderia haver um romance entre uma mortal e um Deus, então ela decidiu se tornar uma Deusa e forjou as jóias.
- Mas como que com 3 jóias ela se tornaria uma Deusa?
- Como eu disse, ela era uma sacerdotisa suprema. Com o imenso poder que ela tinha, foi capaz de fabricar as jóias. Para se tornar uma Deusa, é necessário dominar, controlar algo que ninguém mais pode. No caso de Calisto, ela queria controlar o dia e a noite. Ninguém sabe como ela dominou este poder, qual foi os meios que utilizou, mas ela fez, conseguiu que o mundo escurecesse e logo em seguida clareasse novamente. Isso provocou a ira dos deuses pois as jóias que ela criou não só comandava a luz e a escuridão como também tinha um imenso poder em armamento... Mesmo com todo esse poder, ela não se tornou uma Deusa.
- Mas como? Não era isso que ela queria? – perguntou Gina
Sidra se calou por uns instantes e em seguida disse: "Muita gente poderosa estava contra isso; magos, deuses. Mas o que ela não sabia era que um grande amor de um mortal pudesse impedi-la. Ela desistiu de se tornar uma Deusa por esse mortal, e para que ninguém mais pudesse utilizar as jóias, ela as escondeu em cada canto do mundo e convocou três guardiões para proteger cada jóia, e o homem que a amava foi um dos escolhidos para ser um guardião."
- Sidra, podemos ir agora, já está tudo pronto. – chamou Lupin.
- Podemos continuar essa conversa depois? – perguntou Gina.
- É claro querida.
Todos foram em direção ao antigo campo de quadribol.
Remo e os outros dois aurores iriam a Azkaban montado nas mais modernas e rápidas vassouras existentes que somente aurores possuíam. Sidra era uma animago. Ela se transformou em um falcão amarronzado, abriu suas enormes asas e voou, seguida pelos aurores em suas modernas vassouras. Agora Harry não foi nem de vassoura nem se transformou em animago. Antes de partir, deu uma olhada para Gina que sorria pra ele, ele retribuiu o sorriso, pegou impulso no chão e voou. Ele voava tão rápido que quem olhasse de baixo só veria um rastro de luz no céu. Os aurores partiram para o norte, rumo a Azkaban.
A prisão dos bruxos não era mais guardada por dementadores. Eles, como se era de esperar, se aliaram a Voldemort. Como o terreno de Azkaban ficou inabitada, seres de outras terras se apoderaram do local e agora ninguém os tirava de lá. Nem o Ministério da Magia conseguiu isso. A prisão agora é habitada por goros. Ninguém ao certo sabem nada sobre eles, ninguém sabem de onde vieram e o que realmente querem. Não há nenhum registro a respeito destes seres.
Mas em Azkaban ainda há prisioneiros. Os goros somente os aceitavam lá por se alimentarem dos sentidos deles. Cada goro aprisiona os sentidos de cada detento, enquanto eles tiverem a posse dos sentidos dos prisioneiros, os goros permanecerão vivos. Goros são monstros medievais de mais de três metros de altura, tem a cara horripilante, eles são carecas mas na parte de trás da cabeça prevalecem longos pelos que vão até os joelhos, eles possuem quatro braços, onde em cada mão, guarda um sentido dos prisioneiros que são: a visão, a audição, o paladar e o olfato.
Harry, apesar de ter partido por último, foi o primeiro a pousar nos terrenos da prisão. De longe ele avistou dezenas de goros nas torres e nos muros de Azkaban. Logo os outros aurores chegaram.
- Dizem que eles não são flor que se cheire, são muito fortes. Temos que ter um plano para entrar lá sem ser percebidos. – disse Lupin para seus companheiros.
- Eles podem ser fortes, mas também são burros. O meu plano é fazer- los perceber que estamos aqui. – disse Harry, ainda olhando para a prisão.
- O que você está sugerindo? Que entremos lá pelo portão principal e enfrentamos todos eles? – disse um dos aurores, num tom incrédulo.
- Exatamente.
Harry foi levitando devagar e disse: - Eu vou na frente, depois de uns minutos entrem vocês também.
O garoto nem esperou a respostas de seus parceiros e voou em direção ao presídio.
Quando Harry pousou na frente dos portões que protegiam Azkaban, cruzou os braços e esperou alguém aparecer. Do alto do portão três goros surgiram. Os três pularam ao mesmo tempo e quando entraram em contato com o chão, seus pés enterraram alguns centímetros da terra, fazendo um grande barulho. Apesar de os goros terem as caras nada amigáveis e mostrar constantemente seus dentes afiados como garras de vampiro para Harry, o rapaz permanecia em extrema calma.
- Você quer morrer humano? – disse um dos goros. Sua voz era sinistra e grossa, ele tinha um jeito estranho de falar, um sotaque que Harry não soube de onde era. – Como se atreve a vir aqui? Você sabe que quem entra aqui não sai mais?
Harry ainda com os braços cruzados continuava a encarar o goro falante que tinha dois metros a mais que ele.
O goro deu um longo e alto rugido, parecia perturbado por aquele garoto não dizer nada e ainda por ele continuar o encarando daquele jeito.
- Levem-no para dentro. – ordenou o goro para os outros dois.
Harry não lutou, deixou-se ser levado para dentro do presídio. Assim que entrou, estranhou o jeito de Azkaban ser. Nunca tinha entrado lá, mas supôs que nunca seria daquele jeito. Não havia celas e nem correntes, os presidiários estavam totalmente livres e permaneciam em uma espécie de pátio, com tudo aberto. Só eram vigiados por goros que permaneciam no alto das torres.
O goro falante se virou para olhar novamente para Harry. O garoto ainda o olhava desafiando-o. O goro parecia muito nervoso com isso.
- Mas o que tanto você olha?? – gritou, cuspindo várias gotas de saliva no rosto de Harry.
O rapaz limpou as salivas na sua bochecha com a costa de sua mão direita e disse:
- Estou tentando adivinhar como você gostaria de ser morto.
- Como ousa, humano!! – o goro deu um alto rugido novamente, só que desta vez todos os outros goros cercaram Harry, bufando e rugindo também.
Harry, olhando de um lado para o outro os goros que o cercavam, pegou impulso no chão e levantou vôo, rodopiando no ar como um redemoinho como se quisesse fabricar vento. Cada vez ele girava mais forte e o vento ia aumentando. Os pesados goros foram lançados contra as paredes das torres pela força do vento. Harry pousou no chão, mas logo foi abraçado por trás por quatro braços que o apertavam parecendo querer quebrar todos os seus ossos.
Harry, com uma grande agilidade, reverteu o goro para sua frente, dando um forte chute em suas costas. Pegou sua varinha e começou a lançar vários feitiços contra os outros goros. Em poucos minutos, Harry já havia nocauteado todos os goros ali presentes.
Sidra, Lupin e os outros dois aurores chegaram logo em seguida. Todos com a varinha a postos, mas olhando o jeito que os goros estavam, deduziram que não precisariam usa-la mais.
- Sidra, você já identificou quem é o guardião da terceira jóia? – perguntou Harry, olhando para a senhora.
Sidra olhou para todos os prisioneiros que estavam por ali. Todos eles pareciam hipnotizados, pois não se mexiam e não produziam nenhuma reação.
- Ali. – disse ela, apontando para um deles – Aquele é o terceiro guardião.
Todos olharam para onde Sidra apontava e viram um homem, totalmente vestindo trapos e em suas costas estava uma placa com o n° 714. O homem tinha longos cabelos e a barba estava toda ingrunhada no rosto e na parte do pescoço. Parecia desnorteado e não sabendo onde estava, ele permanecia de pé e fixava seus olhos totalmente brancos em um ponto, mas parecia que não via o que olhava.
Os aurores se dirigiram ao homem, mas foram surpreendidos por um goro que pulou na frente deles. Todos rapidamente empunharam suas varinhas em direção ao monstro de quatros braços.
- Abaixem isso, humanos. – disse o goro. Ele esticou seus braços e abriu a mão e em cada uma delas surgiram esferas de luz esfumaçantes. – Eu estou com os sentidos dele, se me atacarem, ele morre.
Harry fez sinal para os aurores abaixarem a varinha. Depois que todos obedeceram, ele se aproximou do goro.
- Devolva os sentidos dele, agora! – Harry disse em tom de ordem.
- E se eu disser não?
- Então terei que mata-lo.
- Humano idiota. Pensa que será fácil?
- E você pensa que será difícil? Eu o aconselho a não pagar pra ver.
O goro deu um grande rugido e avançou pra cima de Harry, mas o garoto foi mais rápido, voando em direção ao goro e o acertando na barriga, foi carregando-o até encosta-lo na parede. Harry flutuou um pouco pra ficar da altura do inimigo e apontou sua varinha para a garganta do monstro.
Lupin lança um feitiço no goro para mantê-lo de mãos abertas e para visualizar os sentidos do prisioneiro.
- Você tem duas opções: - disse Harry – ou entrega você mesmo os sentidos à ele, ou eu terei que fazer isso depois de sua morte.
O goro bufou aquele hálito quente e mal cheiroso no rosto de rapaz e, enfim, disse com raiva.
- Você vai se arrepender disso, garoto.
O goro inclinou um pouco o seu braço para que as esferas de luz se soltassem de suas mãos e jogou em direção a onde o prisioneiro estava. Uma bola esfumaçante entrou pelo ouvido enquanto as outras iam em direção aos olhos, nariz e boca. O prisioneiro recebeu-as como um baque e caiu desmaiado no chão.
- Peguem-no e vamos embora daqui. – ordenou Sidra. Os dois aurores, pegaram o prisioneiro pelo braço e o fizeram abraça-los. Sidra e Lupin saíram logo em seguida. Todos levantaram vôo e sumiram nas nuvens noturnas.
Harry ainda apontava sua varinha para o goro que fitava o mago a sua frente com seus enormes olhos amarelos.
- Aproveite sua vida enquanto há tempo.
Dizendo isso o garoto levanta vôo e some das vistas do goro enfurecido por ter perdido seus preciosos sentidos que serviam para alimenta-lo.
O que nem os aurores e nem os goros perceberam é que haviam sido observados por alguém que se mantinha escondido na penumbra da noite.
Já em Hogwarts, no grande Salão de Reuniões, Harry parecia preocupado.
- Eu não posso crer que é ele!! Ele é um traidor!!! – dizia Harry incrédulo, andando de um lado para o outro.
- Se Draco Malfoy é um traidor, no momento não importa, precisamos dele. – dizia Dumbledore, seguindo com os olhos os movimentos de Harry, sentado em sua poltrona de líder.
Na sala do feridos, o prisioneiro, agora identificado com Draco Malfoy, começava a abrir os olhos. Levou a mão a eles para protege-los pois não estava mais acostumado com a claridade. Depois de alguns instantes, tirou a mão da frente dos olhos e olhou ao seu redor. Suas vistas estavam embaçadas como se tivessem jogado água neles. Tentou se levantar e sentiu- se zonzo, levou a mão a cabeça e finalmente conseguiu visualizar-la. Começou a admira-la, virando sua mão de um lado pro outro. Se levantou tocou em sua garganta e pronunciou um baixo "ham..."
- Tudo bem rapaz? – perguntou o ex-professor de DCAT. Draco olhou rapidamente para ele.
- E-eu... p-poss-sso... ouv-ir você... – disse ele com a voz falhando e gaguejando.
- E isso é bom, não é? – disse o simpático professor, tocando-lhe o ombro.
- Tome isto. – Sidra ofereceu um copo com algum líquido gelado dentro. – você vai se sentir bem melhor.
Draco Malfoy pegou o copo da mão de Sidra – Precisa se recuperar logo, pois não temos muito tempo.
Ele bebeu o liquido contido no copo e pareceu surpreso em poder sentir o gosto novamente.
- Iremos nos reunir no Salão de Reuniões em vinte minutos. Até lá, você já estará bom para entender algumas coisas. – disse a velha senhora para o ex-prisioneiro. – Aguarde aqui, até alguém vir busca-lo.
Todos saíram da sala, deixando Draco confuso e desnorteado, parecendo um completo maluco admirando o copo a sua frente.
Gina estava na antiga sala comunal da Grifinória. Tantas lembranças ela trazia daquele lugar que agora estava em repleta ruína, quase sem paredes. Alias todo o castelo estava assim, com tudo a beira do desmoronamento. Gina acredita que só não caiu por alguma magia feita pelos aurores da Ordem. Ela olhava para o horizonte de onde, antigamente, havia uma janela, que agora só mostra um grande rombo na parede. Estava totalmente perdida em seus pensamentos quando Sidra anuncia a sua chegada.
- Tudo bem, querida?
Sem olhar para Sidra, Gina continua a olhar o horizonte.
- Olhe Sidra, olhe no que se tornou Hogwarts. – Gina apontava tudo ao seu redor. – Essa sala era fabulosa, cheia de alunos empolgados. Parece que eu ainda posso escutar suas vozes, suas animações. Isso aqui era uma verdadeira festa quando tinha baile ou algum jogo de quadribol. O jardim e o lago lá embaixo... – Gina, com os olhos lacrimejados, caminhou até onde havia uma reconfortante lareira - ... o jardim está sem vida e o lago está seco. Tudo está destruído. E tudo por causa dele...
- Infelizmente, Gina, não é só Hogwarts que esta assim. Ao longo destes anos, se aliaram a Voldemort muitos bruxos, admirados ou amedrontados pelo seu poder. Pode ter certeza de que a cada canto do mundo, Voldemort tem um seguidor. – disse Sidra abraçando-a.
- Às vezes eu penso que não tem mais jeito, que ele nunca será vencido. Somos tão poucos e a cada minuto ele torna alguém seu comensal.
- É isso que não pode acontecer, nunca podemos perder as esperanças. Olhe aquelas árvores – Sidra apontou para as árvores abaixo delas – apesar de estarem destruídas e sem vida, elas continuam lá, firmes, fortes, esperando para um dia novamente florescerem. Temos que ser fortes como elas, Gina. Temos que acreditar no amanhã, acreditar que tudo pode melhorar.
- Mas eu não sou forte como uma árvore, Sidra. – Gina enxugou uma lágrima.
- Você é o que você quiser ser, Gina. Tudo está aqui – Sidra apontou para a testa da garota. – e aqui. – agora apontava para o coração.
- Eu não sei se posso. Não sei se vou conseguir fazer isso.
- Pode, você pode, nunca duvide disso. – Foi a vez de Sidra enxugar uma lágrima que caia do rosto da garota.
- Como três jóias vão poder acabar com esta guerra? – perguntou a garota, olhando fixamente Sidra.
- As jóias Yin, Yang e Zen são mais do que Luz e Escuridão. Elas podem fazer de quem as use tão poderoso quanto um Deus. Cada jóia tem uma arma escondida, a arma que pode tanto proteger como destruir umas as outras. Quando as Três Jóias estiverem juntas o poder de quem as usar tanto pode diminuir por completo como aumentar cem vezes. Simplesmente vai depender da vontade dos guardiões. Temos certeza que Voldemort quer essas jóias para aumentar o seu poder mais do que já está e não podemos deixar que isso aconteça. Se acontecer, será impossível derrota-lo. Por isso precisamos encontrar Zen e tentar recuperar a jóia da Escuridão, por que sem ela, Voldemort jamais poderá ser tão forte como um Deus.
- Como ele conseguiu a jóia Yin?
- Dumbledore me contou que você teve um contratempo no seu primeiro ano, não é? Tom Ridlle te usou através do diário dele. Acredito que, quando ele te dominava, sem querer, você retirou a jóia Yin que estava escondida no diário dele. Só que você, felizmente, ainda não liberou o poder desta jóia. Voldemort não sabia que ele era um guardião. Quando a jóia foi parar nas mãos dele, ele simplesmente deixou de lado. Só que agora, ele conhece a história e sabe que para desfrutar do poder da Escuridão, ele precisa da Escolhida e da jóia Zen.
- Sidra, Gina, a reunião irá começar.
- Sim, Lupin, já vamos. – disse Sidra, levando Gina até a saída onde existia o retrato da Mulher-Gorda.
Gina entrou silenciosa no aposento e chamou por Sidra. Antes de ela partir, queria perguntar algumas coisas a velha senhora.
- Qual é a verdadeira história destas jóias, Sra Ney? Por que Calisto resolveu faze-las? – perguntou a ruiva.
Sidra a levou para um canto da sala.
- Calisto era uma mortal como eu, como você. Era uma incrível bruxa, que um dia, ousou se apaixonar por um ser impossível... Assim como Harry, ela estava predestinada a se tornar uma sacerdotisa. Só que ela foi mais longe, ela conseguiu se tornar uma Sacerdotisa Suprema.
- Ela era uma espécie de "maga"?
Sidra riu com a comparação de Gina.
- Sim, mas no mundo da magia não dizemos "maga", dizemos sacerdotisa. Quando ela iria receber o mérito de sacerdotisa suprema, ela se apaixonou, mas não foi por um homem comum. Calisto se apaixonou por um Deus. O Deus mais forte, mais poderoso, mais bonito que surgiu na Terra. Era um amor impossível, nunca poderia haver um romance entre uma mortal e um Deus, então ela decidiu se tornar uma Deusa e forjou as jóias.
- Mas como que com 3 jóias ela se tornaria uma Deusa?
- Como eu disse, ela era uma sacerdotisa suprema. Com o imenso poder que ela tinha, foi capaz de fabricar as jóias. Para se tornar uma Deusa, é necessário dominar, controlar algo que ninguém mais pode. No caso de Calisto, ela queria controlar o dia e a noite. Ninguém sabe como ela dominou este poder, qual foi os meios que utilizou, mas ela fez, conseguiu que o mundo escurecesse e logo em seguida clareasse novamente. Isso provocou a ira dos deuses pois as jóias que ela criou não só comandava a luz e a escuridão como também tinha um imenso poder em armamento... Mesmo com todo esse poder, ela não se tornou uma Deusa.
- Mas como? Não era isso que ela queria? – perguntou Gina
Sidra se calou por uns instantes e em seguida disse: "Muita gente poderosa estava contra isso; magos, deuses. Mas o que ela não sabia era que um grande amor de um mortal pudesse impedi-la. Ela desistiu de se tornar uma Deusa por esse mortal, e para que ninguém mais pudesse utilizar as jóias, ela as escondeu em cada canto do mundo e convocou três guardiões para proteger cada jóia, e o homem que a amava foi um dos escolhidos para ser um guardião."
- Sidra, podemos ir agora, já está tudo pronto. – chamou Lupin.
- Podemos continuar essa conversa depois? – perguntou Gina.
- É claro querida.
Todos foram em direção ao antigo campo de quadribol.
Remo e os outros dois aurores iriam a Azkaban montado nas mais modernas e rápidas vassouras existentes que somente aurores possuíam. Sidra era uma animago. Ela se transformou em um falcão amarronzado, abriu suas enormes asas e voou, seguida pelos aurores em suas modernas vassouras. Agora Harry não foi nem de vassoura nem se transformou em animago. Antes de partir, deu uma olhada para Gina que sorria pra ele, ele retribuiu o sorriso, pegou impulso no chão e voou. Ele voava tão rápido que quem olhasse de baixo só veria um rastro de luz no céu. Os aurores partiram para o norte, rumo a Azkaban.
A prisão dos bruxos não era mais guardada por dementadores. Eles, como se era de esperar, se aliaram a Voldemort. Como o terreno de Azkaban ficou inabitada, seres de outras terras se apoderaram do local e agora ninguém os tirava de lá. Nem o Ministério da Magia conseguiu isso. A prisão agora é habitada por goros. Ninguém ao certo sabem nada sobre eles, ninguém sabem de onde vieram e o que realmente querem. Não há nenhum registro a respeito destes seres.
Mas em Azkaban ainda há prisioneiros. Os goros somente os aceitavam lá por se alimentarem dos sentidos deles. Cada goro aprisiona os sentidos de cada detento, enquanto eles tiverem a posse dos sentidos dos prisioneiros, os goros permanecerão vivos. Goros são monstros medievais de mais de três metros de altura, tem a cara horripilante, eles são carecas mas na parte de trás da cabeça prevalecem longos pelos que vão até os joelhos, eles possuem quatro braços, onde em cada mão, guarda um sentido dos prisioneiros que são: a visão, a audição, o paladar e o olfato.
Harry, apesar de ter partido por último, foi o primeiro a pousar nos terrenos da prisão. De longe ele avistou dezenas de goros nas torres e nos muros de Azkaban. Logo os outros aurores chegaram.
- Dizem que eles não são flor que se cheire, são muito fortes. Temos que ter um plano para entrar lá sem ser percebidos. – disse Lupin para seus companheiros.
- Eles podem ser fortes, mas também são burros. O meu plano é fazer- los perceber que estamos aqui. – disse Harry, ainda olhando para a prisão.
- O que você está sugerindo? Que entremos lá pelo portão principal e enfrentamos todos eles? – disse um dos aurores, num tom incrédulo.
- Exatamente.
Harry foi levitando devagar e disse: - Eu vou na frente, depois de uns minutos entrem vocês também.
O garoto nem esperou a respostas de seus parceiros e voou em direção ao presídio.
Quando Harry pousou na frente dos portões que protegiam Azkaban, cruzou os braços e esperou alguém aparecer. Do alto do portão três goros surgiram. Os três pularam ao mesmo tempo e quando entraram em contato com o chão, seus pés enterraram alguns centímetros da terra, fazendo um grande barulho. Apesar de os goros terem as caras nada amigáveis e mostrar constantemente seus dentes afiados como garras de vampiro para Harry, o rapaz permanecia em extrema calma.
- Você quer morrer humano? – disse um dos goros. Sua voz era sinistra e grossa, ele tinha um jeito estranho de falar, um sotaque que Harry não soube de onde era. – Como se atreve a vir aqui? Você sabe que quem entra aqui não sai mais?
Harry ainda com os braços cruzados continuava a encarar o goro falante que tinha dois metros a mais que ele.
O goro deu um longo e alto rugido, parecia perturbado por aquele garoto não dizer nada e ainda por ele continuar o encarando daquele jeito.
- Levem-no para dentro. – ordenou o goro para os outros dois.
Harry não lutou, deixou-se ser levado para dentro do presídio. Assim que entrou, estranhou o jeito de Azkaban ser. Nunca tinha entrado lá, mas supôs que nunca seria daquele jeito. Não havia celas e nem correntes, os presidiários estavam totalmente livres e permaneciam em uma espécie de pátio, com tudo aberto. Só eram vigiados por goros que permaneciam no alto das torres.
O goro falante se virou para olhar novamente para Harry. O garoto ainda o olhava desafiando-o. O goro parecia muito nervoso com isso.
- Mas o que tanto você olha?? – gritou, cuspindo várias gotas de saliva no rosto de Harry.
O rapaz limpou as salivas na sua bochecha com a costa de sua mão direita e disse:
- Estou tentando adivinhar como você gostaria de ser morto.
- Como ousa, humano!! – o goro deu um alto rugido novamente, só que desta vez todos os outros goros cercaram Harry, bufando e rugindo também.
Harry, olhando de um lado para o outro os goros que o cercavam, pegou impulso no chão e levantou vôo, rodopiando no ar como um redemoinho como se quisesse fabricar vento. Cada vez ele girava mais forte e o vento ia aumentando. Os pesados goros foram lançados contra as paredes das torres pela força do vento. Harry pousou no chão, mas logo foi abraçado por trás por quatro braços que o apertavam parecendo querer quebrar todos os seus ossos.
Harry, com uma grande agilidade, reverteu o goro para sua frente, dando um forte chute em suas costas. Pegou sua varinha e começou a lançar vários feitiços contra os outros goros. Em poucos minutos, Harry já havia nocauteado todos os goros ali presentes.
Sidra, Lupin e os outros dois aurores chegaram logo em seguida. Todos com a varinha a postos, mas olhando o jeito que os goros estavam, deduziram que não precisariam usa-la mais.
- Sidra, você já identificou quem é o guardião da terceira jóia? – perguntou Harry, olhando para a senhora.
Sidra olhou para todos os prisioneiros que estavam por ali. Todos eles pareciam hipnotizados, pois não se mexiam e não produziam nenhuma reação.
- Ali. – disse ela, apontando para um deles – Aquele é o terceiro guardião.
Todos olharam para onde Sidra apontava e viram um homem, totalmente vestindo trapos e em suas costas estava uma placa com o n° 714. O homem tinha longos cabelos e a barba estava toda ingrunhada no rosto e na parte do pescoço. Parecia desnorteado e não sabendo onde estava, ele permanecia de pé e fixava seus olhos totalmente brancos em um ponto, mas parecia que não via o que olhava.
Os aurores se dirigiram ao homem, mas foram surpreendidos por um goro que pulou na frente deles. Todos rapidamente empunharam suas varinhas em direção ao monstro de quatros braços.
- Abaixem isso, humanos. – disse o goro. Ele esticou seus braços e abriu a mão e em cada uma delas surgiram esferas de luz esfumaçantes. – Eu estou com os sentidos dele, se me atacarem, ele morre.
Harry fez sinal para os aurores abaixarem a varinha. Depois que todos obedeceram, ele se aproximou do goro.
- Devolva os sentidos dele, agora! – Harry disse em tom de ordem.
- E se eu disser não?
- Então terei que mata-lo.
- Humano idiota. Pensa que será fácil?
- E você pensa que será difícil? Eu o aconselho a não pagar pra ver.
O goro deu um grande rugido e avançou pra cima de Harry, mas o garoto foi mais rápido, voando em direção ao goro e o acertando na barriga, foi carregando-o até encosta-lo na parede. Harry flutuou um pouco pra ficar da altura do inimigo e apontou sua varinha para a garganta do monstro.
Lupin lança um feitiço no goro para mantê-lo de mãos abertas e para visualizar os sentidos do prisioneiro.
- Você tem duas opções: - disse Harry – ou entrega você mesmo os sentidos à ele, ou eu terei que fazer isso depois de sua morte.
O goro bufou aquele hálito quente e mal cheiroso no rosto de rapaz e, enfim, disse com raiva.
- Você vai se arrepender disso, garoto.
O goro inclinou um pouco o seu braço para que as esferas de luz se soltassem de suas mãos e jogou em direção a onde o prisioneiro estava. Uma bola esfumaçante entrou pelo ouvido enquanto as outras iam em direção aos olhos, nariz e boca. O prisioneiro recebeu-as como um baque e caiu desmaiado no chão.
- Peguem-no e vamos embora daqui. – ordenou Sidra. Os dois aurores, pegaram o prisioneiro pelo braço e o fizeram abraça-los. Sidra e Lupin saíram logo em seguida. Todos levantaram vôo e sumiram nas nuvens noturnas.
Harry ainda apontava sua varinha para o goro que fitava o mago a sua frente com seus enormes olhos amarelos.
- Aproveite sua vida enquanto há tempo.
Dizendo isso o garoto levanta vôo e some das vistas do goro enfurecido por ter perdido seus preciosos sentidos que serviam para alimenta-lo.
O que nem os aurores e nem os goros perceberam é que haviam sido observados por alguém que se mantinha escondido na penumbra da noite.
Já em Hogwarts, no grande Salão de Reuniões, Harry parecia preocupado.
- Eu não posso crer que é ele!! Ele é um traidor!!! – dizia Harry incrédulo, andando de um lado para o outro.
- Se Draco Malfoy é um traidor, no momento não importa, precisamos dele. – dizia Dumbledore, seguindo com os olhos os movimentos de Harry, sentado em sua poltrona de líder.
Na sala do feridos, o prisioneiro, agora identificado com Draco Malfoy, começava a abrir os olhos. Levou a mão a eles para protege-los pois não estava mais acostumado com a claridade. Depois de alguns instantes, tirou a mão da frente dos olhos e olhou ao seu redor. Suas vistas estavam embaçadas como se tivessem jogado água neles. Tentou se levantar e sentiu- se zonzo, levou a mão a cabeça e finalmente conseguiu visualizar-la. Começou a admira-la, virando sua mão de um lado pro outro. Se levantou tocou em sua garganta e pronunciou um baixo "ham..."
- Tudo bem rapaz? – perguntou o ex-professor de DCAT. Draco olhou rapidamente para ele.
- E-eu... p-poss-sso... ouv-ir você... – disse ele com a voz falhando e gaguejando.
- E isso é bom, não é? – disse o simpático professor, tocando-lhe o ombro.
- Tome isto. – Sidra ofereceu um copo com algum líquido gelado dentro. – você vai se sentir bem melhor.
Draco Malfoy pegou o copo da mão de Sidra – Precisa se recuperar logo, pois não temos muito tempo.
Ele bebeu o liquido contido no copo e pareceu surpreso em poder sentir o gosto novamente.
- Iremos nos reunir no Salão de Reuniões em vinte minutos. Até lá, você já estará bom para entender algumas coisas. – disse a velha senhora para o ex-prisioneiro. – Aguarde aqui, até alguém vir busca-lo.
Todos saíram da sala, deixando Draco confuso e desnorteado, parecendo um completo maluco admirando o copo a sua frente.
Gina estava na antiga sala comunal da Grifinória. Tantas lembranças ela trazia daquele lugar que agora estava em repleta ruína, quase sem paredes. Alias todo o castelo estava assim, com tudo a beira do desmoronamento. Gina acredita que só não caiu por alguma magia feita pelos aurores da Ordem. Ela olhava para o horizonte de onde, antigamente, havia uma janela, que agora só mostra um grande rombo na parede. Estava totalmente perdida em seus pensamentos quando Sidra anuncia a sua chegada.
- Tudo bem, querida?
Sem olhar para Sidra, Gina continua a olhar o horizonte.
- Olhe Sidra, olhe no que se tornou Hogwarts. – Gina apontava tudo ao seu redor. – Essa sala era fabulosa, cheia de alunos empolgados. Parece que eu ainda posso escutar suas vozes, suas animações. Isso aqui era uma verdadeira festa quando tinha baile ou algum jogo de quadribol. O jardim e o lago lá embaixo... – Gina, com os olhos lacrimejados, caminhou até onde havia uma reconfortante lareira - ... o jardim está sem vida e o lago está seco. Tudo está destruído. E tudo por causa dele...
- Infelizmente, Gina, não é só Hogwarts que esta assim. Ao longo destes anos, se aliaram a Voldemort muitos bruxos, admirados ou amedrontados pelo seu poder. Pode ter certeza de que a cada canto do mundo, Voldemort tem um seguidor. – disse Sidra abraçando-a.
- Às vezes eu penso que não tem mais jeito, que ele nunca será vencido. Somos tão poucos e a cada minuto ele torna alguém seu comensal.
- É isso que não pode acontecer, nunca podemos perder as esperanças. Olhe aquelas árvores – Sidra apontou para as árvores abaixo delas – apesar de estarem destruídas e sem vida, elas continuam lá, firmes, fortes, esperando para um dia novamente florescerem. Temos que ser fortes como elas, Gina. Temos que acreditar no amanhã, acreditar que tudo pode melhorar.
- Mas eu não sou forte como uma árvore, Sidra. – Gina enxugou uma lágrima.
- Você é o que você quiser ser, Gina. Tudo está aqui – Sidra apontou para a testa da garota. – e aqui. – agora apontava para o coração.
- Eu não sei se posso. Não sei se vou conseguir fazer isso.
- Pode, você pode, nunca duvide disso. – Foi a vez de Sidra enxugar uma lágrima que caia do rosto da garota.
- Como três jóias vão poder acabar com esta guerra? – perguntou a garota, olhando fixamente Sidra.
- As jóias Yin, Yang e Zen são mais do que Luz e Escuridão. Elas podem fazer de quem as use tão poderoso quanto um Deus. Cada jóia tem uma arma escondida, a arma que pode tanto proteger como destruir umas as outras. Quando as Três Jóias estiverem juntas o poder de quem as usar tanto pode diminuir por completo como aumentar cem vezes. Simplesmente vai depender da vontade dos guardiões. Temos certeza que Voldemort quer essas jóias para aumentar o seu poder mais do que já está e não podemos deixar que isso aconteça. Se acontecer, será impossível derrota-lo. Por isso precisamos encontrar Zen e tentar recuperar a jóia da Escuridão, por que sem ela, Voldemort jamais poderá ser tão forte como um Deus.
- Como ele conseguiu a jóia Yin?
- Dumbledore me contou que você teve um contratempo no seu primeiro ano, não é? Tom Ridlle te usou através do diário dele. Acredito que, quando ele te dominava, sem querer, você retirou a jóia Yin que estava escondida no diário dele. Só que você, felizmente, ainda não liberou o poder desta jóia. Voldemort não sabia que ele era um guardião. Quando a jóia foi parar nas mãos dele, ele simplesmente deixou de lado. Só que agora, ele conhece a história e sabe que para desfrutar do poder da Escuridão, ele precisa da Escolhida e da jóia Zen.
- Sidra, Gina, a reunião irá começar.
- Sim, Lupin, já vamos. – disse Sidra, levando Gina até a saída onde existia o retrato da Mulher-Gorda.
