O grande Salão estava repleto de grupos de aurores com as cores das vestes diferentes uns dos outros. Além dos costumeiros aurores sentados em poltronas nas paredes, havia mais alguns no chão. Cada um deles estava parado do lado de uma espécie de bastão fincado no chão e que na ponta, havia uma esfera azulada.
Gina foi guiada por Sidra até um ponto da sala onde também parou ao lado do bastão com a esfera na ponta que não passava da altura de sua cintura.
Assim que Gina se posicionou, na entrada do grande Salão, Remo vinha acompanhado por Malfoy. Gina quase não o reconheceu. Ele estava muito diferente de quando eles estudavam, mais magro, mais pálido. Vestia agora roupas de cor azul escuro, com uma longa capa. Era a mesma roupa que alguns aurores vestiam. Haviam dado um corte ao seu cabelo e aparado sua barba. Lupin o posicionou ao lado de Gina que continuava a olha-lo. O rapaz por sua vez olhava na direção dos aurores sentados nas poltronas nas paredes.
A cadeira do líder Dumbledore estava no alto bem no meio do salão. Sua voz lá de cima ordenou: - Aproximem-se.
Todas as pessoas que permaneciam no chão postaram sua mão direita em cima da esfera. Sidra que permanecia em frente a Gina fez sinal para ela e Malfoy fazerem o mesmo. No momento em que tocaram as esferas, somente a parte em que estavam no chão, começou a se erguer como pilares. Pelos cálculos de Gina, eles devem ter subido, no mínimo, uns dez metros. Logo, no Salão havia dezenas de pilares. Pararam diante de Dumbledore que os olhava ternamente ainda com seus velhos óculos de meia-lua. Harry estava ao seu lado, flutuando, com os braços cruzados e olhava diretamente para Draco que retribuiu o olhar.
- Senhoras. Senhores. Nos reunimos aqui para, quem sabe, a nossa última investida contra Voldemort – falou o líder – Para quem não sabe ainda, a Escolhida para libertar o poder das lendárias Jóias Sagradas foi encontrada. Apresento-lhes Virginia Weasley, a escolhida de Calisto, a criadora das jóias da Luz e da Escuridão, nossa última esperança. Voldemort se tornou um Mago Supremo e esta em posse da pedra da Escuridão e, sendo um dos guardiões, depois de libertado o poder da jóia, poderá usa-la como desejar. Felizmente, encontramos também o guardião da jóia da Luz. Harry Potter já esta em poder de sua protegida. Mas para termos uma grande vantagem sobre a Escuridão, precisamos da terceira jóia, a jóia Zen, o equilíbrio entre a Luz e a Escuridão. Graças a Sidra, descendente da sacerdotisa Calisto, podemos encontrar o terceiro guardião, o único que poderá nos dizer onde está a jóia Zen, a principal das três jóia sagradas. Aqui está ele: Draco Malfoy.
Dumbledore apontou para Draco, apresentando-o para todos.
Gina olhou para Draco surpresa, mas não mais que o próprio.
- Mas ele é um Malfoy. Ele é um traidor, não podemos confiar nele. – disse um auror sentado na poltrona na parede. Podia-se ouvir os cochichos entre os aurores. Dumbledore pediu silêncio e foi atendido.
- Neste momento, não importa o que ele fez no passado, o que importa é o que ele vai querer fazer daqui pra frente. – Alvo olhou pra Malfoy que parecia ainda não ter entendido.
- Você está dizendo que eu sou esse tal guardião? – Draco se pronunciara, olhando Dumbledore como se não acreditasse no que acabara de ouvir. Sua voz já tinha recuperado o tom cínico de antigamente.
- Exatamente – foi a vez de Sidra falar – você é a reencarnação de Kamus, o guardião designado pela própria Calisto para proteger a jóia Zen.
- Reencarnação?? Há, acho que essa guerra mexeu com a cabeça de vocês. Que palhaçada!! – disse ele irônico.
- Isso não é brincadeira Malfoy! – Gina falou nervosa com o cinismo do rapaz
- É claro que isso aqui é uma palhaçada, a Weasley esta metida nisso. – disse ele com um sorriso
Harry flutuou para frente de Draco ainda com os braços cruzados e disse.
- Retire o que disse, Malfoy.
- Santo Potter. O que é isso, aprendeu a voar? – disse ainda com o sorriso nos lábios.
- Se você não pedir desculpas agora eu vou...
- Você vai o quê? Me jogar daqui de cima? Vai precisar de muita coragem para tentar isso.
- Não me desafie Malfoy.
Draco caminhou pelo pequeno espaço que estava para encarar Harry nos olhos.
- O que é isso Potter, virou homem depois que aquele assassino do seu padrinho morreu?
Harry avançou para Draco, segurando-o pelos colarinhos.
- Experimente dizer algo mais sobre Sirius e eu mesmo te levo a base de pontapés para Azkaban. Tenho certeza que aqueles goros ficaram satisfeitos por receber você de volta.
Draco se soltou de Harry e já não tinha mais o sorriso nos lábios.
- Nem morto eu volto pra lá Potter.
- Rapazes... – interveio Sidra – não é hora para discussões, temos que encontrar a jóia Zen o mais rápido possível.
- Harry está certo... – disse uma auror olhando para Draco – se não colaborar, te levaremos para Azkaban.
Draco olhou para a auror e depois para todos os outros que pareceram apoiar o que a mulher havia dito. Nem sobre tortura ele voltaria para aquele maldito lugar que viveu por longos três anos, mas os aurores eram muitos e ele não podia lutar com todos eles juntos. Olhou Dumbledore como se procurasse alguma espécie de ajuda, mas pensou que, como sempre, Alvo nunca o ajudaria como ajudava Harry, até já tinha ensinado a ele como voar. Naquela hora, para evitar mais conflitos, decidiu cooperar, mas por dentro, queimava de raiva e se pudesse, sairia dali o mais rápido possível e ninguém nunca mais o encontraria. Dando um profundo suspiro disse sem vontade:
- O que eu tenho que fazer?
Sidra bateu palma três vezes e os pilares em que Draco e Gina estavam se uniram.
- Gina... – Sidra disse a ruiva que na hora entendeu o que a velha senhora iria pedir. Ela cruzou os braços aborrecida e aproximou-se de Draco mas preferiu olhar ao seu redor a encara-lo. Ele, por sua vez, deu um sorriso debochado.
- O que é isso?? – disse ele, olhando pra Sidra e apontando para a ruiva a sua frente.
- Malfoy, posicione a sua mão ao redor do pescoço de Gina.
A garota parecia não querer aquilo de Draco e ele muito menos.
Harry o olhava com os olhos cerrados, ameaçadoramente.
Quando Draco tocou na marca de Gina, sua visão imediatamente escureceu. Viu vários tufões de vento que pareciam tornados, terremotos, deserto, gelo, mar aberto, ouviu barulho de água em abundância, povos gritando pedindo socorro. As imagens e sons se misturavam, nada era definido, foi quando viu uma coisa que os fez soltar de Gina. Ele estava ofegante, todos no Salão o olhava e ele parecia atordoado.
- Então meu rapaz, o que você viu? – perguntou Sidra
Draco exitou um pouco em responder mas se pronunciou sério:
- Há uma grande depressão, em baixo não há chão, em cima há um grande buraco negro. Há duas espécies de montanhas, cada uma parecia uma mão, indo em encontro a outra. Vi raios que iam em direção ao centro das duas montanhas e um ponto que brilhava mais que o Sol ali presente.
Sidra sentou no chão, em cima do pilar, com a mão no peito muito surpresa.
- Está parecendo o ... Vale de Pirella!
Ela olhou para Dumbledore que parecia tão surpreso como ela e olhando para os jovens a sua frente disse:
- O Vale de Pirella está além do nosso mundo, é um mundo paralelo que nem aparatando ou usando a chave de portal pode se chegar lá. Há livros que dizem que o Vale guarda muitos segredos e desafios. Também dizem que lá, habitam seres que ninguém nunca ousou enfrentar e os que tentaram nunca voltaram para contar a história.
Gina ficou impressionada com que acabara de ouvir. Ela já sabia que teria que ir até este lugar para pegar a jóia, mas não gostou do que Alvo acabara de dizer. Mas também percebeu que por alguma razão, Calisto havia confiado esta tarefa á ela e não poderia deixar-se amedrontar por estes obstáculos. Se o futuro do planeta estava em suas mãos, ela não iria recuar agora.
- Bom, se somente eu posso libertar a jóia Zen deste tal vale, eu vou lá buscar. – falou ela confiante, depois de um longo suspiro.
- É muito difícil chegar lá Gina, você nunca conseguiria sozinha. – disse Sidra.
- Eu vou com ela. – Harry disse, decidido.
- Gina realmente precisaria de alguém como você nesta jornada Harry, mas creio que o mais apropriado a acompanha-la nesta busca é... o sr. Malfoy
Draco disse rapidamente:
- Olha aqui, velhota, eu já cooperei, já ajudei, e pelo que me consta, meu trabalho era só encontrar essa tal jóia e não arriscar o meu pescoço para ir busca-la. Penso que isso é serviço pra vocês, aurores. Agora se vocês me dão licença...
- Como você foi parar na prisão Malfoy? – perguntou Dumbledore o interrompendo.
- Como é que é?
- Lembro-me que quando te pegaram, você não se defendeu e sim gritou para todos que era culpado. Mas eu me pergunto, você realmente era?
Draco ficou em silêncio. Dumbledore continuou:
- Não estou aqui para julgar ninguém, só creio que esteja na hora de provar o que realmente aconteceu. E eu tenho absoluta convicção de que se você conseguir a jóia Zen, você provará isso para todos e, principalmente, pra você mesmo.
- Eu fui o culpado... e já paguei por isso. – falou o rapaz decidido.
- E você acha que foi justo?
- O que quer dizer com isso?
- Draco, eu já vivi muito tempo pra saber se uma pessoa diz a verdade ou diz a mentira. Você acha realmente que foi o culpado pelo que "pensa" que fez?
Draco novamente ficou em silêncio. A verdade era que ele não conseguia lembrar-se do que acontecera naquela noite antes de ser preso. Parecia que sua mente havia bloqueado o que aconteceu. Ele tentava lembrar, mas não conseguia. Só lembrava-se da voz de seu pai dizendo: - "A culpa é sua, seu tolo, você o matou!"
- Chega, eu não quero mais tocar neste assunto.
- Você, como guardião da jóia Zen, tem o prestígio de desfrutar de seu poder, e uma das coisas que esta jóia pode fazer é revelar a verdade. Peço, que ao lado de Gina, você vá ao Vale de Pirella e encontre a jóia, somente assim você poderá nos ajudar e se ajudar também.
Draco ouvindo aquelas palavras de Dumbledore sentiu que havia chegado a hora de saber o que realmente aconteceu aquela noite. Ele assumiu a culpa pelo que fez, mas ele não tinha a certeza se foi ele mesmo o culpado. Não queria mais se esconder ou ter dúvidas. E se a chave para tudo isso fosse a jóia Zen, ele iria busca-la. Ele já ia falar sobre a sua decisão quando foi interrompido por uma voz feminina.
- Então quer dizer que a jóia Zen está no Vale de Pirella?
A voz da mulher vinha do alto, nas poltronas dos aurores fincadas nas paredes. Harry se virou bruscamente e sentiu o sangue ferver por ter visto quem era.
- Bellatrix! – gritou ele.
N/A: É galera... a bruaca da Bellatrix apareceu, e o Harry vai ter que mostrar os seus modestos novos poderes... Apesar dessa fic ser D/G eu não podia deixar de fazer o Harry poderoso a la Neo de Matrix... mas se eu fiz o Harry desse jeito, imaginem o que eu vou fazer com o Draco... Aguardem e confiem...
Agora, quero esclarecer umas coisinhas: essa lenda citada na fic é mera invenção da minha cabecinha... não sei se existe Calisto ou algum Deus do dia e da noite, certo... É que eu sou facinada por história sobre mitologias...Mas se por acaso alguém ai souber algo sobre esse assunto, pode entrar em contato comigo. Mandem reviews viu!!!!!!
