Capítulo 1- Uma conversa

Ginny despertou ofegante. Levantara depressa e estava agora sentada em sua cama, momentos de seu pesadelo ainda ecoando, e correndo como num filme sem som algum em sua mente. Permaneceu sentada por alguns minutos, mas seus pensamentos ruins foram logo interrompidos pela voz ressoante de Fred, seu irmão mais velho (ou seria Jorge?), que a chamava para o café da manhã:

- Ginny! Acorde logo! Mamãe está com pressa, e precisamos nos arrumar para irmos ao Beco Diagonal, lembra-se? Vamos!

Os passos apressados do irmão foram se distanciando à medida que este foi descendo as escadas em direção à cozinha. Tentou não demorar muito, pois sabia como sua mãe ficaria extremamente mal- humorada durante todo o dia se demorasse. Ginny Weasley havia mudado ao longo de seus 16 anos. Seu cabelo ruivo estava longo e brilhante; os olhos claros ressaltavam-se na pele clara, e já não havia tantas sardas em sua face. Com muita pressa, vestiu-se em pouco tempo, e logo se encontrava na cozinha d'A Toca. Sua mãe, por sorte, estava radiante e de bom humor, balançava a varinha como se estivesse dançando, e num segundo o café da manhã aparecia flutuando sobre a mesa.

Seus irmãos Fred, Jorge e Rony já estavam sentados, cada um com um pão na mão, esperando a sua vez de passar manteiga, ou faziam fila para pegarem os bacons, que a mãe mexia. Seus outros irmãos, Gui, Percy e Carlinhos andavam bastante atarefados, mesmo nas férias de verão, e os Weasley quase nunca os viam. A coruja de Rony, Píchi, atravessou a cozinha como um trovão, tão rápido que ninguém pôde vê-la direito. Só algum tempo depois, Ginny percebeu que havia um pequeno pedaço de pergaminho pousado sobre a mesa, ao lado de seu suco de abóbora. Em letras caprichadas, lia-se o seguinte:

Ginny, Espero sinceramente que não se importe com a demora desse recado. Gostaria de saber se poderia ir ao Beco Diagonal hoje, pois tenho algo a te contar. Atenciosamente,
Mione

Ginny mal havia dobrado o pergaminho e guardado no bolso direito de suas vestes, corria de volta ao quarto, onde respondera a carta:

Mione, Coincidentemente, estarei no Beco hoje mesmo, às 15 hrs. Te espero no Caldeirão Furado, ok?
Até mais
Ginny

A letra corrida revelava a pressa com que ela escrevera, mas isso não a preocupava agora, pois o relógio marcava 14 hrs e 30 minutos. Desceu a escada quase tropeçando no último degrau, e terminou de comer sua torrada, que a essa hora, estava dura e fria. Nesse momento ela pensava em como o Vira-Tempo seria útil em casos como esse, mas logo se deu conta, pela vigésima vez, que estava atrasada.

Os Weasley, como de costume, usariam o Pó de Flu para chegar ao Beco. Não demoraram muito, no segundo seguinte caminhavam tranqüilamente, Ginny à caminho do já conhecido Caldeirão Furado. O tilintar da porta ao entrar no Caldeirão Furado nem foi notado, pois, como Ginny mesma havia suspeitado, o local estava mesmo bastante cheio. Havia bruxos tomando suas cervejas amanteigadas, encostados a um canto, solitários, bruxas e bruxos cantarolando alegres músicas desconhecidas, bruxos dançando, e a grande maioria deles, conversando uns com os outros. Mas uma voz conhecida chegou ao ouvido de Ginny antes mesmo dela perceber:

- Ginny!! Venha pra cá, peguei uma cerveja amanteigada pra você também. Ainda bem que não demorou, pois acho que essa é a hora em que há mais movimentação por aqui.- disse Mione, tentando desviar-se de alguns bruxos que, a essa hora, estavam quase caindo no chão de tanto rir.

- Pois é, esse lugar está... lotado!- disse Ginny, tentando fazer o mesmo.

As duas andavam devagar, desviando-se de alguns bruxos, sendo empurrados por outros. Chegaram a uma mesa vazia, meio afastada das outras, onde pudessem conversar em meio a tantas vozes misturadas. Sentaram-se e começaram a falar:

- Então, o que queria me dizer? – perguntou Ginny, ansiosa.

- Ah, bom, é que... – tentou dizer Mione. - Ahn...? - Bom, é que faz semanas que não tenho notícias de Harry. E pensei que você talvez pudesse saber de alguma coisa.- disse Mione, depressa, como se quisesse se livrar de um peso.

- Eu? Não, faz um tempo que não temos notícias dele também. Você acha que aconteceu alguma coisa? – assustou-se Ginny.

- Não, acho que não. Se tivesse, ele provavelmente teria nos escrito. Mas... o que pode ter acontecido... – tratou logo em dizer.

- É... nem meu irmão que é o melhor amigo dele tem falado com ele. É estranho. – pensou Ginny, olhando para Mione, que corou quando ouviu a palavra "irmão", embora dentro da mente de Mione, a palavra tenha se convertido para "Rony", automaticamente.

As duas pararam por um tempo, Mione olhando para a paisagem e Ginny pensando. Passando-se algum tempo, Ginny e Mione, percebendo não estar valendo em nada conversar sobre algo que elas não têm nenhum conhecimento, resolveram sair para caminhar e conversar sobre outras... coisas.

Mione também estava surpreendentemente bonita. Seus cabelos, antes cheios e armados, estavam ajeitados num bonito rabo-de-cavalo, e no brilho de seus olhos, se revelava o olhar apaixonado de uma garota de 17 anos, cujo amor, porém, ainda não tivesse sido declarado.

Caminharam em passos longos, olhando as vitrines das inúmeras lojas, e depois passando na loja de presentes, encontraram os pais de Ginny, Sra. Weasley e Sr. Weasley.

- Ginny, meu bem, estávamos te procurando. Por onde têm andado? – perguntou Sra. Weasley, num tom ligeiramente doce demais.

- Mione! Que bom te ver! Como vão as suas férias? Divertidas, eu suponho.- disse Sr. Weasley, vendo que Ginny não gostara nada de ser tratada como uma boneca na frente de tanta gente.

- Bem, estive na França semana passada, visitando um amigo. Mas agora, está tudo voltando ao normal, à rotina, quer dizer. – respondeu Mione, educada.

- Você bem que poderia voltar conosco e dormir em nossa casa até o dia 1º de setembro, o que acha? Os meninos e, principalmente Ginny, irão gostar da idéia.- convidou Sr. Weasley, vendo a aprovação nos olhares atentos de Ginny e de Sra. Weasley.

- Se não for incômodo, aceitarei sim, obrigada!- respondeu ela, sorrindo. - Então está combinado. – sorriu ele, de volta.

E assim, todos saíram, de volta à Toca.

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nota da autora: Essa é uma fic H/R, mas com virão algumas surpresinhas até o final, espero eu.

O que estão achando? Críticas (boas ou não) são muito bem vindos, ok?