Capítulo 4- Algo... importante?
Uma grande parte dos alunos veteranos de Hogwarts estava parada em frente às escadas de mármore, que davam para o Salão Principal, onde começaria o cerimonial, já bastante comum para os alunos do sétimo ano, inclusive Harry, Mione, Neville e Ron, que escolhiam lugares para se sentarem. Ginny foi se sentar com suas amigas do sexto ano, quase na ponta da grande mesa.
- Cara, não acredito que esse é o nosso último ano. – disse Rony, de repente.
- Com certeza... não quero nem pensar em como será minha vida após deixar Hogwarts. Quem sabe o que pode acontecer comigo no mundo real, quero dizer, no mundo bruxo?- disse Harry, baixinho, pois nesse momento, Dumbledore levantara, pedindo silêncio.
Sejam bem vindos, alunos novos, e para os antigos, um ótimo retorno!
- Vocês já sabem o que farão no ano que vem?- perguntou Neville.- Minha avó diz para eu ser professor. Não acho uma má idéia, sabem. Eu estaria dentro de Hogwarts.
Começaremos então esclarecendo algumas regras, que todo ano...- continuava Dumbledore, sem perceber o cochicho entre os alunos da Grifinória.
- Eu realmente não tenho a mínima idéia do que fazer.- falou Mione, num tom baixo, quase sussurrando.
- Bem, você é boa em tudo.- disse Rony, mas, ficando vermelho, quis completar- Quero dizer, nas matérias, você não precisa pensar muito para decidir o que fazer, suponho...
... e também que não entrem na Floresta Proibida, precisamos fazer jus ao nome da Floresta, certo? Filch pediu-me para que avisassem à todos que...
- E o pior é que temos pouco tempo para pensarmos nisso. Não queria estar nem pensando nisso, pra ser sincero.- disse Harry.
Por enquanto é isso. O que acham de comermos?- disse Dumbledore, que, com um toque de varinha, fez as mesas se encherem de doces, salgados, tortas e sucos de todos os sabores.
- O Dumbledore falou bem pouco esse ano, não acham?- estranhou Rony.- Não importa. Estou com muita fome.
Os outros riram e começaram a comer. Rony foi, como sempre, o que comia mais e mais, e Harry não sabia como podia ser magro, embora, se comparado a ele, Rony estaria num estado normal, nem magro demais e nem gordo. Pensando nisso, Harry nem reparou que Ginny o olhava da ponta da mesa.
Terminaram de comer, Rony e Mione precisariam ficar para monitorar os outros alunos, então Harry despediu-se deles e ia subindo as escadas para o salão comunal da Grifinória, quando alguém chegou ofegante ao seu lado:
- Hey, Harry!- disse Ginny, ainda respirando rápido.
- Oi! O que houve?- perguntou.
- Bom, é que...- Ginny olhava para os próprios sapatos- queria saber se é verdade que você e Cho... sabe, estão juntos mesmo.
- Estamos... por quê?- quis saber Harry.
- Vou ser sincera com você, pois não quero te ver sendo usado como um sapato velho. Sou sua amiga, não sou?- disse Ginny, com um pouco mais de confiança, e forçando para não ficar corada.
- Claro. O que está acontecendo?- indagou Harry, cada vez mais sem entender.
- Eu a encontrei três semanas antes de as aulas começarem, e...
Ginny não pôde terminar de contar. Draco Malfoy se aproximava, com um olhar curioso e malicioso.
- Ahá! Eu sabia... Weasley e Potter. Querem a minha opinião? Acho que vocês dariam um belo casal... de patos!- e saiu, rindo sozinho.
- Que grande pateta, esse Malfoy.- disse Harry, olhando-o como se fosse a pior espécie de inseto, a mais insignificante e a mais nojenta.
- Esquece, ele é só um grande mimado querendo um pouco de atenção.- respondeu Ginny, como se estivesse acostumada com tudo aquilo.
- Mas quer saber? Acho é que ele gosta de alguém. Está agindo mais pateticamente que o normal, se isso for possível. Ele parece não perceber que estamos no sétimo ano- riu Harry.- e acho que ele gosta de alguém... alguém como... você.
Dessa vez Ginny ficara tão vermelha que não soube como conseguiu continuar mirando Harry.
- Estou brincando, fica calma. Esqueça o que eu disse, está bem?- disse Harry, antes que Ginny pudesse lhe dar um soco.
- Ok.- disse Ginny, ainda vermelha como um pimentão.
Ginny ia recomeçar a falar sobre Cho, quando vários alunos da Grifinória apareciam, pouco a pouco, a caminho do salão comunal.
O barulho aumentou cada vez mais, de modo que fosse impossível ter uma conversa clara e importante com Harry. Então Ginny disse que falaria com ele mais tarde, e o deixou ali, no meio da multidão de alunos que se aproximava.
