CAPÍTULO 10:

Salvando Gina Weasley.

A cabeça doía, os braços doíam, as pernas doíam, tudo doía. Ginny abriu os olhos com muita dificuldade. Foi cegada momentaneamente pela luz que invadiu a sala. Tentou se levantar do chão frio e úmido em que estava, mas a dor era tanta que decidiu desistir de tentar. Passos, ela conseguia ouvir passos, mas eles estavam tão distantes que era impossível dizer da onde eles vinham.

Lembrou-se do que aconteceu antes de desmaiar e teve vontade de chorar. Pansy Parkinson estava grávida de Draco Malfoy, e, pior, ela sabia do que eles tinham tido. Aquilo era muito humilhante para ela. Seus olhos se acostumaram com a luz. A dor passara um pouco e Gina conseguiu se sentar. Olhou para os lados e não viu ninguém. O lugar onde ela estava era sombrio. No chão, algumas possas de sangue misturadas com a água que caía do teto. Nas paredes, amarras e objetos de tortura. Espalhados pelo aposento, cadeiras com cordas mágicas, e, bem no canto esquerdo da sala, ela conseguiu ver um homem amarrado, sangrando muito e tentando falar com ela.

Gina tomou coragem e se levantou. Foi, cambaleando, em direção a pessoa que tentava se comunicar com ela. Umas duas ou três vezes teve que parar de andar, se se encostar à parede e respirar fundo. Mesmo em menor quantidade, ainda doía. Chegou no local, e reparou que a luz estava em menor quantidade. Forçou os olhos para ver se reconhecia a pessoa, demorou um pouquinho para reconhecer, mas quando o fez, assustou-se. Era ninguém mais, ninguém menos que...

- Peguem a garota! Ela acordou! Vamos, peguem-na, o Lord está esperando! – Ouviu Lucius berrar para dois comensais. Logo em seguida, não sentia mais o chão. Estava sendo carregada, nada gentilmente, para fora da sala. Nem tinha reparado, quando olhara a sala pela primeira vez, que, bem no canto oposto ao que estava, tinha uma porta rústica, feita de madeira.

Foi carregado um bom tempo, de um lado para outro. Já tinha cansado de espernear, berrar, gritar e implorar para que eles a soltassem, era inútil. Se sentia um saco de batatas em uma feira, carregada sem o menor cuidado, de um lado para o outro.

Antes que pudesse retornar a berrar, foi colocada, "delicadamente", numa cadeira. Já ia se levantar e falar coisas muito baixas para os três comensais, mas foi interrompida por uma voz fria como o gelo. Virou-se e viu Voldemort, ali, sentado na sua frente. Aquela visão tinha dado-lhe calafrios, mas manteve a expressão fria. "É, pensou, os dois meses que eu fiquei com o Malfoy realmente me mudaram, agora, eu não sei se isso é pra melhor ou pra pior".

- Jovem Weasley, como estás nessa manhã?- Gina teve que se concentrar ao máximo para não mostrar o medo que sentiu quando ouviu a voz dele. Ele era tão diferente de Tom, mas, ao mesmo tempo, tão parecido.

Gina ficou parada, não respondeu. Talvez fosse o medo, talvez fosse a falta de palavras, mas não sabia responder a mísera pergunta que ele fizera. Simplesmente parou, com o rosto sem expressão, medindo o "adversário" e até onde iria a paciência dele. Mas, sinceramente, não gostaria de vê-lo perdendo a paciência.

- Cadê o Tom? – perguntou secamente. Não iria responder as perguntas dele sem o Tom estar perto dela, sabia que, mesmo eles sendo a mesma pessoa, Tom iria protege-la.

- Está na sua frente... Eu sou o seu tão amado amigo Tom Riddle – Sorriu triunfante, se bem que aquilo não podia ser chamado de sorriso, já que ele tinha uma coisa que não podia ser chamada de lábios.

- Tom sempre me disse que vocês não eram o mesmo. Ele era e continua sendo diferente de você. Tom, um dia, já foi você, mas ele nunca foi o que você é agora. Ele se libertou de você e foi para o diário. Voldemort e Tom Riddle não são o mesmo desde que ele foi para o diário e você continuou "solto". Tom se tornou uma lembrança!

- Falou muito bem, Weasley. Tom se tornou uma lembrança! Ele não é mais um humano e, pelo que eu saiba, Potter – ele cuspiu o nome, muito parecido do jeito que o Draco fazia – destruiu ele!

- Harry destruiu o diário, mas Tom vive nas minhas lembranças também. Ele é uma parte minha! Tom ainda está vivo em mim! Ele é só uma lembrança, eu sei, mas ele sabe das suas fraquezas, já que vocês já foram o mesmo! Cadê o Tom? – Gina berrou a última frase.

Uma luz muito forte tomou conta do local e Ginny viu Tom aparecer. Sorriu para o rapaz, que, ou ignorou ou não viu, ela não tinha certeza de qual dos dois ele tinha feito.

- Pequena Gina, você me libertou. – Falou Tom, mansamente. – Mas não devia ter feito isso, pois não sou mais o mesmo! – a lembrança do rapaz falou rispidamente, fazendo Gina se assustar. Pronto, estava ferrada! Agora eram dois dos maiores bruxos do mundo contra uma garota de quase dezesseis anos. Aquilo não ia acabar bem...

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Pansy olhava para o nada, com uma cara assustada. Draco já estava ali, de pé, há quase vinte minutos, e ela continuava a na mesma posição, como uma estátua. Isso já estava irritando Draco, que ia fazer uma loucura se a garota não saísse da posição de múmia.

- Pansy? – Falou com sua típica voz de tédio – Você morreu ou algo do gênero e ninguém me avisou?

- Ta falando comigo, Draco? Desculpa, eu não prestei atenção... – A garota saiu do transe e olhou-o, com uma cara inocente.

- Por quê diabos você estava olhando para o nada com uma cara de "Eu- vi-uma-aranha" que o Weasley faz?

- AI MEU MERLIN! Falando em Weasley... – Pansy voltou com aquela cara assustada e olhou Draco – Seu pai veio e estuporou ela, depois a levou embora com mais dois comensais!

Draco se assustou, aquilo só podia ser uma brincadeira sem-graça da Pansy. Ela sabia muito bem que Lucius tinha ameaçado matar a Weasley se ele continuasse com ela. Essa foi a razão de Draco se separar da garota que ele tanto gostava. Essa foi a razão de Draco sofrer e de fazer a ruivinha sofrer durante um bom tempo. Seu coração ficou pesado, sentia que Pansy não estava brincando, mas, pra onde ele teria levado-a?

Para onde mesmo que seu pai tinha dito que o "Lord" estava? Era nessas poucas horas que Draco se recriminava por não prestar atenção em nada que ele falava. Tinha que salvar a ruiva, mesmo que ela não o perdoasse, mesmo que, no fim, o Potter levasse todo o crédito, mesmo que, no fim, o cara bonzinho ficasse com a mocinha e que o "bandido" se desse mal. Ele já tinha se dado mal mesmo, no momento em que engravidara a sua melhor amiga...

Já sabia o que ia fazer... Deixou Pansy ali, assustada, e resolveu ir atrás do "Trio Maravilha", só eles poderiam ajuda-lo a salvar a garota.

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Aquela cena era completamente peculiar, para não dizer outras coisas. Harry Potter, Hermione Granger, Ronald Weasley e Draco Malfoy bolando um plano para salvar Gina. Draco falara com eles no mesmo dia, e resolveram juntar forças para poder salvar a garota. Já tinham falado com a Ordem, que relutou em deixar eles fazerem parte do grupo que ia salva-la, mas tiveram que aceitar, já que Draco é quem tinha contado o que tinha acontecido e aonde, depois de muito tempo tentando se lembrar, estariam os comensais e Voldemort.

O local, a noite, era sombrio, mas de dia, parecia uma perfeita casa de campo. Na verdade, antes de ser o "covil" dos comensais e de Voldemort, era uma casa de campo. A tão famosa pela sua beleza e pelas suas festas. Era a Casa de Campo dos Malfoys. Draco se lembrara que seu pai tinha dito que era por essa razão (de ser o covil dos comensais e de seu "Lord") que Draco não passaria o verão lá, como todos os anos fazia.

A noite estava fresca, uma brisa suave fazia um barulho agradável ao ouvido de Draco. Mas esse não pode se concentrar muito no som da brisa de verão, já que tinha uma missão: resgatar Ginny Weasley das garras de "Lord" Voldemort. O nervosismo fazia com que o seu estômago pesasse e que ele não parasse de suar. O "Trio Maravilha" estava do seu lado, juntamente com Remus Lupin, seu professor de DCAT no terceiro ano e Dumbledore. Os aurores tinham sido separados em três grupos, e Draco tinha ficado naquele. "Patético", como tinha dito na hora em que o botaram ali.

O plano perecia simples, mas não era. Tinham que entrar por uma porta secreta, nos fundos da casa, ir até as masmorras da casa, aonde Draco imaginara que estariam "guardando" a garota e salva-la. Os outros dois grupos tinham missões diferentes. O primeiro tinha que entrar pela frente, forjando um ataque aos comensais e distraindo-os. O segundo era o grupo de apoio, eles iriam cuidar dos outros dois grupos para ajudarem, se desse algo errado.

O primeiro sinal tinha sido dado, tinham que esperar até o terceiro. O "grupo de apoio" estava vigiando-os de perto. Segundo sinal. Só faltava mais um e, era nessa hora, que Draco pensara em desistir e sair correndo. Mas a imagem da ruiva sendo torturada e morta não lhe agradava nem um pouco. Aquele era o terceiro sinal! Hora de agir. Draco empunhou mais forte a varinha e foi guiando os outros componentes do grupo pela entrada secreta da casa.

Nenhum comensal vigiava a porta, o que fez a entrada um pouco mais fácil para o grupo. Foram andando, cautelosos, até a masmorra do norte da casa. Ouviam, bem fraco, o barulho do ataque. Draco fechou os olhos e forçou a porta da masmorra, que cedeu sem esforço. Não tinha ninguém lá dentro, estava tudo limpo e arrumado. Draco se desesperou, sabia e já tinha avisado os outros que, se ela não estivesse na masmorra norte, provavelmente ela já estaria sendo executada na masmorra sul.

Olhou para o resto do grupo e guiou-os até a outra masmorra. Deu pra ver que todos estavam preocupados com o resultado da busca na parte norte. Demoraram o que pareceu hora para Draco, mas finalmente chegaram. Prendeu a respiração e abriu a porta. A sala era quase toda clara, mas tinha uma parte que estava escura. Foi andando devagar, respirando pesadamente, com medo do que podia ver se encontrasse a garota. Quase berrou quando viu quem estava na parte escura da masmorra, mas se conteve, com medo que algum comensal aparecesse e pegassem-nos.

Harry correu em direção ao homem moreno que estava sentado em uma cadeira, todo ensangüentado. Draco olhou para o resto do grupo e viu a expressão de alívio no rosto de todos eles. Sentiu-se usado por um momento, quando percebeu o por quê deles terem vindo até a mansão. Eles não queriam salvar Ginny, como ele imaginava. Eles queriam era salvar Sirius Black que, pelo que ele sabia, era dado como morto.

- Então, vamos atrás da Weasley?- Perguntou, na esperança de que eles também fossem atrás de Gina.

- Jovem Malfoy- Dumbledore falava – Nós agradecemos que você tenha ajudado-nos, mas não estamos aqui para salvar a pequena Weasley. – Aquele tom calmo do diretor já estava deixando Draco irritado – Nós demos Gina como morta.

- Mas ela não está! Ela ainda tem uma chance!- Draco berrava. – Como vocês podem abandona-la desse jeito? Principalmente você, Weasley, que é irmão dela!

- Não sou irmão daquela traidora - Falou o ruivo, com uma sentimento que misturava raiva, desprezo e tristeza.

- Mesmo que nós a salvássemos, Draco, ela teria que ser presa por tudo que ela fez-Dessa vez, quem falava era Remus.

- Como assim, por tudo que ela fez? – Draco ficava mais confuso a cada palavra que uma pessoa do grupo falava.

- Por que você acha que ela teve que ir com um auror para a Grécia? Ela é uma comensal, Draco, mas, por ser menor, não podemos prende-la ainda, então um auror está sempre com ela. – Dumbledore falava, com aquele tom irritantemente calmo que ele tinha.

- Gina é uma comensal? Mas, como?

Dumbledore suspirou, derrotado. Draco se assustou quando viu que eles fizeram sentar-se no lugar onde antes Sirius estava. Todos olharam-no com pena, como se ele fosse um condenado, que ia morrer e ninguém tinha falado- lhe ainda.

- Nós temos muito que lhe explicar, jovem Malfoy.

N/A: Noooosa gente! Estou muito feliz com as reviews que venho recebendo!

Agora é hora de eu finalmente responde-las!

Rute Riddle: Pois é, tudo é possível afinal, Pansy já tinha ido ao Baile com ele no 4º livro... Eu sei que é cruel, mas é legal acabar o capítulo de um jeito enigmático... Gostou desse final? Continua revisando, ok?

Carol Malfoy Potter: Não te preocupa, a Gina não vai mais sofrer muito. Daqui a pouco ela e o Draco vão se entender e ele vai explicar (se ela deixar) o "lance" com a Pansy... Ta aí o capítulo que você pediu, espero não ter demorado muito!

Fefs Malfoy: Dessa vez eu juro: as explicações são no próximo capítulo! Também acho que a Gina só se lasca, mas é por pouco tempo! Espero que tenha gostado desse capítulo...

Taty M. Potter: Concordo plenamente! Draco e Pansy juntos não dá certo! Próximo capítulo vem as tão esperadas explicações, por enquanto eu não posso garantir nada...

Bru Valentim: Já te mandei o e-mail falando que a fic foi atualizada! Que bom que você está gostando! Ta aí mais um capítulo para você!

BeBeL Malfoy: Tua fic ta muito boa, não demora pra atualizar! Espero que me perdoe por demorar a postar esse capítulo, mas é que eu tava meio enrolada! Também odeio D/H e D/P, mas é pelo bem da fic (como tu mesmo disseste)...!

Fabi – Chan: Que bom que tu ta achando a fic maneira! Aqui mais um capítulo, só para você!

Miaka: Me deu pena também, mas ela tem que sofrer um pouquinho, não acha? Espero que tenha gostado desse capítulo!

Sweet Shine: Tonks é uma mulher... É que ela só aparece no 5º livro... Podemos dizer que, pela minha visão, ela é só uma ninfomaníaca... Acho que esse capítulo explicou um pouco sobre o Tom, mas, se você ainda não entendeu, não te preocupa, no outro eu vou explicar direitinho! Que bom que você está achando a fic maravilhosa, fico lisonjeada!

Gente! Eu juro: próximo capítulo em menos de duas semanas, com a explicação para a maioria dos enigmas da fic! Não me matem, por favor!

KiSsSsEsSsSsSs!!!!

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