Capítulo 11:
Quando tudo dá errado- Nós temos muito que lhe explicar, jovem Malfoy. Ou melhor, eu tenho muito que lhe explicar.
Dumbledore mandou o 'Trio Maravilha" e Lupin levarem Sirius para um local seguro. O diretor olhou Draco por cima dos seus oclinhos meia-lua e suspirou, parecia cansado, uma cadeira e sentou-se nela. Suspirou novamente, antes de começar a falar, com a voz carregada de cólera:
- A Virginia Weasley que você conhece não é a mesma que está nessa casa hoje, Malfoy. Acho que seu pai deve ter falado para você, no verão depois do incidente da Câmara Secreta, a história do diário – Draco afirmou com a cabeça, sem coragem de falar –A garota, não sei se ele mencionara, era a Ginny Weasley, a menininha meiga e querida, apaixonada por Harry Potter que você conheceu. Quando Voldemort voltou, no seu quarto ano, Gina foi corrompida pela idéia dele ser Tom Riddle. Ninguém sabe bem ao certo como foi, só sabemos que, dia após dia, semana após semana, mês após mês aconteciam assassinatos ou tentativas dele sempre perto da onde a garota estava. Ela fingiu ser atacada algumas vezes, para não pensarem que foi ela. Fingiu ter sonhos com o Riddle e tudo mais... Investigações foram sendo feitas e descobrimos que ela foi a culpada por muito dos ataques. Foi um choque para todos nós, mas decidimos que iríamos fingir que nada tinha acontecido, fingir que não sabíamos quem ela realmente era. Então, desde o dia que descobrimos, não a deixamos sem um auror por perto. Ela não sabe que nós sabemos, mas ela, provavelmente, deve desconfiar. Assassinos de Voldemort são bem expertos...
- Você só pode estar brincando comigo! Aquela garota indefesa que todos conhecem é uma assassina? Impossível! Ela nunca gostou de Voldemort nem dos comensais... Dos dois meses de convivência que tive com ela, eu notei isso.
- Lembre-se disso, Malfoy: Todas as pessoas têm duas caras. Ela não é quem você imagina. Ela é diferente do que você se tornou, mas muito parecida com o que você era antes. – Dumbledore falou, com um tom de preocupação na voz.
- Virgínia nunca faria isso!
Draco não acreditava no que ouvia, essa era a desculpa mais idiota que alguém inventara para ele. Nem sua mãe mentia tão mal assim. Olhou desconfiado para o diretor.
- Dumbledore, você realmente achou que eu ia cair nessa conversa fiada? Eu quero saber a verdade: por que vocês não querem salvar a Gina?
O diretor suspirou, derrotado. Tirou por um momento o oclinhos e massageou a têmpora. Seu rosto denunciava o quão cansado e velho o diretor estava. Mantendo o olhar fixo no nada, voltou a falar:
- Você realmente a ama, jovem Malfoy? Não precisa responder. Depois de tudo que você fez por ela, a resposta é muito óbvia. Salvou-a do seu pai, quando ele descobriu que vocês dois saiam juntos, mesmo magoando-a e te magoando, você fez o certo. Assumiu a responsabilidade de cuidar e se casar com a mãe do seu filho, mesmo, na verdade, amando outra mulher. Fez com que a pequena Gina te odiasse, mesmo você sofrendo por causa disso. Deseja vê-la feliz, mesmo que não seja do seu lado... Você mudou muito por causa da pequena Weasley e ela mudou muito por sua causa. Eu sei de tudo isso, Draco, não adianta fingir que não é verdade.
- Se você sabe de tudo isso, por que não me deixa salva-la?
- Por que não tem como salva-la. Ela não é uma comensal e tudo que eu disse sobre isso é mentira, mas ela guarda um segredo muito grave, e não tem como salva-la desse segredo.
- Que segredo? Talvez nos tenhamos como salva-la!
- O diário de Tom Riddle foi destruído, mas o Tom Riddle não. Gina o ressuscitou, mesmo sem querer. Ela era muito jovem e fraca e logo foi seduzida por Tom, que lhe prometeu ser seu amigo para sempre. Ginny guardou Tom em seu coração, deixando a memória dele ainda viva. Ele foi se alimentando de todo o sentimento bom e ruim que ela tinha, ele foi sugando a alma dela. Até um ponto que ele já estava forte o suficiente para poder sair do corpo dela e não ser apenas uma memória. Aquela noite que você salvou-a na biblioteca, ele estava tentando sair, mas ela ainda tinha forças para lutar. Agora que Voldemort pegou-a, não temos como impedir que Tom Riddle saia do corpo dela e se una a Voldemort.
Draco não falava. Não tinha como salva-la, afinal de contas. Dumbledore estava tentando poupa-lo antes, por isso tinha dito aquilo dela ser uma comensal. Draco começou a pensar em tudo que Dumbledore tinha falado. Tudo que ele tinha feito para salva-la fez ele se dar conta que amava ela. Mesmo Dumbledore falando antes, ele não queria admitir que amava a ruivinha, mas agora ele queria. O coração dele apertou e a garganta estava doendo por causa da luta que ele estava travando para não chorar. Ia perder Gina para sempre!
- Dumbledore, não tem como salvarmos a Gina depois que Tom sair do corpo dela?- perguntou, esperançoso.
- Até tem, mas precisamos da ajuda de todos os aurores, e também da ajuda do seu verdadeiro amor, Draco. Só seu verdadeiro amor pode salva-la... Como vamos encontra-lo assim, do nada?
- Mas, e eu? Não posso ser considerado o verdadeiro amor dela? Eu amo-a, professor! Não vou agüentar viver sem saber que eu podia salva-la, mesmo que ela não fique comigo no final - as palavras saiam da boca de Draco sem ao menos ele pensar antes. Tudo era tão verdadeiro que ele sorriu fracamente quando parou de falar.
- Eu posso confiar em você para por em prática o plano?- Draco afirmou com a cabeça.
Dumbledore sorriu e andou com Draco até a porta, onde o resto do grupo estava. Bolaram um plano rapidamente e foram em direção ao escritório de Lucius na casa. Deixaram Sirius aos cuidados de três aurores. O que antes eram três grupos separados, agora eram dois, andando silenciosamente, cada um por um lado da casa. Os comensais tinham sido mortos, já que não estavam em grande número.
Draco mostrou o caminho para o escritório. Não demoraram mais de dez minutos para chegarem lá, mas tinham que esperar o sinal do 2º grupo para poderem entrar com um pouco de segurança. O sinal era simples, um pergaminho ia ser jogado do 2º grupo ao 1º. O alvo ia ser o foguinho, como Draco o apelidara. Foguinho era o Weasley que tinha medo de aranhas.
Esperaram mais ou menos três minutos, que pareceram séculos, e o pergaminho no colo do foguinho, que estava agachado. Draco olhou para Dumbledore, como se pedindo forças e entrou no escritório. O plano era Draco se fingir de vítima dos aurores e distrair seu pai, que estava com Voldemort. Quando seu pai saísse da sala, para ver o que tinha acontecido, iriam prende-lo e, o resto era com o primeiro grupo. Salvariam Ginny e tentariam matar Voldemort, que estaria sozinho, ou, no máximo, com Tom Riddle.
Draco fez a sua melhor cara de pavor e entrou, arfando. Todas as pessoas se viraram para ele. "Lord" Voldemort, Tom Riddle e Lucius Malfoy. Espera um pouco! Cadê a Ginny? Procurou com os olhos um pouco mais, mas teve que parar antes de acha-la. Tinha uma missão ali, e não era procurar Virgínia, e sim despistar o seu pai.
- Aurores atacaram Hogwarts! Eles estavam atrás de comensais e filhos de comensais! Vim pra cá voando, literalmente. Peguei a minha vassoura e, como sabia onde estavam, vim para cá, despistando todos os aurores! Quando eu cheguei aqui, só vi um bando de aurores aparatando, entrei na casa e só vi comensais mortos...- a máscara de sentimentos que estava usando era tão verdadeira que convenceu a todos. Lucius olhou para Voldemort e em seguida para Riddle.
- Nós sabemos que os aurores atacaram a casa, mas não Hogwarts... Finalmente eles estão ficando espertos! Draco, vá lá fora e veja os estragos para mim, certo? Estou tratando de um assunto muito importante a não posso simplesmente parar para ver os estragos que foram causados.- falou Lucius, com um tom despreocupado na voz.
- Mas... Ainda tem aurores lá fora... Eu vi que eles estavam carregando o corpo de um homem. Ele estava todo de preto, com as roupas surradas e rasgadas e o seu cabelo era negro, mas não pude ver quem era, pois não queria que eles notassem que eu estava aqui... Por isso te chamei!- Draco dera uma descrição de como Sirius estava naquela noite, torcendo para que seu pai caísse na conversa dele e fosse atrás do prisioneiro resgatado. E não é que deu certo? Lucius fez um gesto de reverência para com Voldemort e saiu apressado.
Draco olhou para os dois homens, que encaravam-no como se fossem soltar um Avada nele. Deu um sorriso bem cínico e começou a olhar em volta, procurando a ruivinha. Preocupou-se mais do que antes quando notou que ninguém entrava para ajuda-lo a salvar a garota."Vestiu" sua máscara de sentimentos de novo e fingiu estar entediado, quando, na verdade, estava nervoso. Seu coração a qualquer momento ia saltar goela a cima, de tão forte que batia. Olhou de novo para os homens e viu que Tom Riddle não prestava mais atenção nele, mas sim para o chão. Voldemort olhava-o com uma expressão, se é que aquilo podia ser chamado de expressão, vitoriosa.
- Lord, existe algo que eu possa fazer enquanto o meu pai não volta para servi-lo?- Resolveu não levantar mais suspeitas, era muito estranho, para qualquer um que visse, um quase-comensal olhando normalmente para o seu "Lord", sem nem ao menos venera-lo ou algo de gênero.
- Poderia me falar o que você viu na pequena Weasley... Estou muito curioso. Tudo bem, ela é bonitinha, mas eu tenho certeza que não foi isso que fez você se apaixonar tanto por ela como você está agora.
Draco foi pego de surpresa e calou-se. Ficou irritado quando viu que era essa a reação que Voldemort esperava dele. Mas, como será que ele sabia que Draco amava Ginny? Ele não estava blefando, já que, se estivesse blefando, não iria arriscar logo a Weasley menor, mas uma pessoa mais próxima do trio, ou talvez alguém do trio, como a única garota do trio era a Granger, Voldemort seria mais inteligente se arriscasse a Granger, não a Weasley.
Mas isso era uma suposição. Voldemort parecia ter certeza absoluta do que falava, e era isso que mais irritava Draco, ele parecia, Draco, mesmo sendo o mestre em disfarces, não sabia dizer se Voldemort estava fingindo as emoções ou não. E aquilo o deixava louco. Draco sempre gostara de saber o que os outros pensavam e a única pessoa, a não ser você-sabe-quem, que ele não sabia dos sentimentos era a Ginny. Ela não vestia máscaras, como ele ou Voldemort, ela era misteriosa mesmo. Sempre com uma expressão como se soubesse o maior segredo de todos em volta dela, sempre parecia que ela estava mergulhada em seus pensamentos.
"Como só agora eu fui notar que eu a amo? Agora que ela pode ter ido para sempre".Pensou, com grande tristeza e melancolia.
- Ela é especial, Voldemort. Eu não a amo, eu a respeito. Ela consegue ser mais forte que qualquer outro bruxo. E nem venha dizer que ela é mais fraca que você, pois ela é mais forte. Uma pessoa que agüentou firme quando lembranças de outra pessoa mandavam-na fazer coisas maléficas só pode ser forte. Ela tinha só 11 anos e conseguiu fazer algo que você nunca conseguiria: Sobreviver ao seu pior pesadelo. Esse pesadelo pode ter tomado conta do coração dela, mas ela consegui agüentar mais 4 anos sem que ele saísse dela. Você pode ser mais forte fisicamente, mas psicologicamente, não. Você "virou" mal quando tinha o quê? 16 anos? Ela combateu o mal dentro dela com apenas 11 anos, e isso diferencia vocês.
Voldemort olhou-o com cara de desgosto. Draco não sabia da onde tinha tirado tantas palavras e tanta coragem para fala-las. Notou que Tom Riddle não estava mais ali, e pelo que parecia, já fazia algum tempo. Resolveu olhar somente para Voldemort, já que estava muito na cara que, daqui a pouco ia ser morto, ou pelo menos estuporado, pela coragem que tivera de falar aquilo na cara de um homem como Voldemort.
Mas nenhum ataque fora feito contra a sua pessoa e, durante alguns minutos, os dois ficaram se olhando, meio que competitivamente. Draco quebrou o contato visual antes que Voldemort pudesse perceber o medo que o loiro estava sentindo. Dumbledore estava demorando muito para entrar, isso deixava Draco cada vez mais aflito. Tudo bem, o seu pai era bom lutando, mas não era tão bom assim para vencer de vários aurores atacando ao mesmo tempo.
"E se o meu pai não estiver sozinho? Afinal, eram poucos os comensais que tentaram defender a 'fortaleza' de Voldemort e, pelo que eu saiba, os comensais são em muito maior número que aqueles que estavam lá embaixo, mortos" Draco foi atacado por esse pensamento "Isso era tudo um plano dos comensais! Eles não seriam tão burros a ponto de deixar a Mansão sem vários deles para protege-la e meu pai não estaria tão tranqüilo como ele estava depois de um ataque a sua casa".
A ficha tinha caído. Provavelmente todos os aurores já estariam rendidos agora, ou já teriam fugido. Draco estava sozinho contra Voldemort agora. Como fora tão estúpido a ponto de não pensar que os comensais poderiam ter um plano? E Gina? Como ele iria salva-la agora? Ouviu passos se aproximando e viu Tom Riddle trazer o corpo inerte da sua ruivinha.
Tom colocou o corpo da garota delicadamente numa poltrona que havia perto da mesa em que seu pai sempre trabalhava nas férias e postou-se do lado do seu 'eu' velho. Os dois gargalharam ao mesmo tempo a mesma gargalhada fria que fazia com que qualquer um se arrepiasse, e Draco não era uma exceção à regra. Olhou-os com total desgosto, logo em seguida olhou para o corpo da garota. Ela estava mais pálida do que de costume. Seu coração ficou apertado só de pensar no que podia ter acontecido com ela.
Sem nem ao menos pensar, empurrou os dois "monstros" que estavam postados na sua frente e saiu correndo em direção a garota. O ato foi tão inesperado que Voldemort e Riddle caíram no chão (N/A: Muito bizarro imaginar os dois caindo no chão). Pegou a garota no colo. Ela estava fria como o gelo e respirava fracamente. Tinha que dar um jeito de sair daquele escritório e levar a garota para um hospital.
Sentiu alguém segurar o seu ombro. Virou-se devagar e deparou-se com um par de olhos vermelhos e um par de olhos verdes. Tom Riddle e Voldemort sorriram ao mesmo tempo. Draco engoliu seco, estava ferrado.
N/A: Gente me desculpa a demora, mas a falta de inspiração foi mais forte que eu. Esse é o penúltimo capítulo, isso quer dizer que só falta mais um capítulo... E, claro, o epílogo... Tenho que ser sincera, não sou boa em escrever coisas de ação e também não gosto muito, então não esperem muita ação no último capítulo...
Capítulo meio bobinho esse, eu sei, mas tenho que ir achando um final. Não que eu esteja sendo "forçada" a acabar a fic, mas eu acho que não tem como ficar adiando o final. É inevitável... Mas, vamos parar de falar no final, já que o final vai ser mesmo só no próximo capítulo e no epílogo...
Estou muito feliz que eu tive a minha review número 50 ! Sério gente, eu nunca imaginei conseguir isso!
Infelizmente eu não vou poder responder uma por uma, mas não fiquem tristes. Todas as pessoas que revisaram (mesmo sendo em só um capítulo) vão ter os agradecimentos merecidos depois do epílogo... Vai ser um "capítulo" só pra isso, como eu todas as fic tem...
Rute Riddle, Taty M. Potter, Fefs Malfoy, Miaka, Sweet-Shine, Selene Malfoy, Franinha Malfoy, Mariana Malfoy, Bebel Malfoy, Fabi – chan e Kessy Romanov. Vocês moram no meu coração! Agradecimentos apropriados mesmo, como eu já falei antes, só vai dar no final, mesmo assim... Eu amo vocês!
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