Capítulo 12:   

            Para sempre.

            "O que eu faço agora? São dois homens fortes e inteligentes contra um..., pensou, Quer dizer... Não é contra um, e sim contra meio". Draco nunca fora valente e nunca negara isso. "Se fosse, estaria na Grifinória", ele sempre dizia. Não gostava de lutar. Só uma vez foi meio que obrigado a lutar contra o santo Potter no seu segundo ano, mas lutara só por orgulho. Agora nem isso tinha mais... Não tinha mais o orgulho que o deixava tão imponente. Era só mais um homem apaixonado. Quer dizer... Não podia ser considerado um homem ainda, não era maior de idade para tal coisa. Era só mais um adolescente apaixonado.

            Não pode deixar de sorrir internamente ao pensar nisso. Sempre desprezara qualquer forma de amor, principalmente a dos adolescentes. Eles eram tão idiotas, arriscavam a própria vida por amor, passavam por cima dos seus pais e princípios só por amor... Realmente, Draco Malfoy do passado tinha morrido no momento em que conheceu Virgínia Weasley.

            Ia dar-se por vencido. Não tinha como se salvar e, o mais importante naquele momento, salvar Gina. Ele conseguiu ouvir a garota respirando com dificuldade. Se ao menos não estivesse da frente para Voldemort e "mini" Voldemort teria como salva-la. Amaldiçoou-se por ser tão idiota a ponto de não pensar que os comensais teriam um plano contra os aurores. Só agora que tinha notado que o aposento estava precariamente iluminado. Olhou novamente para Riddle, focando os olhos dele. Aqueles olhos expressavam algo, mas Draco não conseguiu decifrar, parecia meio que um desespero ou algo do gênero.

            Uma luz forte iluminou o local, fazendo com que os três protegessem os olhos. Draco demorou a se acostumar com a luz e quando o fez, notou que vários aurores estavam em volta de Voldemort. Soltou um suspiro aliviado que estava travado em sua garganta desde o momento que vira Virgínia inerte. Dumbledore estava vindo em sua direção.

            - Vai, jovem Malfoy. Vá salvar a sua amada. Deixa que de Voldemort nós cuidemos. Uma dica: ela está aonde o sol gira e perde a força no inverno.- Draco fez um cara de "não entendi", mas ao notar que a ruivinha não estava mais ali, deduziu que Tom tinha levado-a. Mas aonde era o lugar aonde o sol gira e perde a sua força no inverno? Estava desesperado, se não corresse ia perde-la para sempre.

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            Draco corria pelos jardins da casa de campo, não tinha muito tempo. Demorara muito até descobrir onde Gina estava, tinha medo de ser muito tarde para salva-la. Ela está aonde o sol gira e perde a força no inverno. Essa frase não parava de martelar na sua cabeça. Como tinha sido burro o suficiente para não deduzir logo de cara que ela estaria lá? Apressou mais a corrida, já sentindo as suas pernas latejarem, mas não podia para. Nunca imaginara que um dia estaria correndo para salvar a vida de uma Weasley no lugar que ele passara anos escondido. Aquele lugar essa o seu "templo" sagrado. Ninguém nunca fora lá, a não ser o homem que cuidava do seu templo, que Draco sempre esquecia o nome. Era algo que começava com M, mas resolveu não perder muito tempo tentando se lembrar do nome de um reles criado.

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            Draco tinha seis anos de idade e brincava no jardim. O sol ia se pondo, sinalizando que o dia acabara e que a noite estava chegando. Era o seu último dia aqui até o Natal. Pegou uma flor do seu jardim "secreto" e saiu andando, meio triste, pensando nas saudades que teria de passar o dia inteiro ali, brincando, solitário. Sempre solitário. Uma lágrima rolou pelo seu rosto.

            Cinco anos depois (N: A/ Draco com 11 anos) e ali estava Draco, despedindo-se do seu jardim. Draco havia entrado para Hogwarts e embarcaria no Expresso para a escola no outro dia. Seu pai esbanjava orgulho e falava aos quatro ventos que ele entrara para Hogwarts. Lucius já tinha dado todos os conselhos que julgara necessário para seu filho se sair bem na escola. Já havia falado o quão desprezível e inferior os Weasleys eram. Draco, sem nem ao menos conhece-los, já os odiava.

            O sol estava se pondo e o dia abafado estava se despedindo do garoto. Ele já sabia que nunca mais ia poder realmente voltar para o seu jardim. Nunca mais ia poder demonstrar o quanto gostava daquele local. Agora Draco era "perfeito", não podia mostrar um defeito qualquer. Sorriu verdadeiramente pela última vez ao olhar o jardim. Chorou sabendo que nunca mais iria poder fazer isso novamente.

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            Chegara nos jardins. Fazia muito tempo que não os visitava, mas continuava a mesma coisa de sempre. A beleza do lugar inebriava-o, deixando-o meio que enfeitiçado. Se tivesse tempo para tal ato, sentaria-se na grama úmida e pensaria na vida, como sempre fazia antes de ir para Hogwarts. Mas tinha que salvar Ginny antes que fosse tarde demais, se é que já não era tarde demais.

            Avistou ao longe a garota dos seus sonhos sendo carregada no colo por Tom Riddle. Ele estava subindo o morro que existia bem no meio do Jardim. E, bem no centro do morro, havia a arvore em que Draco subia quando era criança para ver melhor as flores do local. O loiro correu, gastando todas as energias que ainda tinha no corpo e parou na frente do moreno. Olhou-o com puro ódio e, nesse momento, conseguiu desvendar o que os olhos do outro expressavam. Era angústia. Podia-se notar claramente que ele estava angustiado.

            - Larga a Gina ou vai sofrer as conseqüências!- Draco urrou com ódio puro. O moreno largou a garota delicadamente no chão e deu-a um beijo da testa, o que fez Draco ficar com náuseas.

- Não pense que eu estou largando-a só porque você "mandou" eu faze-lo. Estou largando-a para que você salve-a, já que, por mais que eu ame-a, ela ama-te. E só o verdadeiro amor dela pode salvar o meu anjo.- Tom olhou-a com carinho puro - Mas eu vou voltar Malfoy. Não pense que vai ser tão fácil assim! Vou conquista-la! Você verá! Agora, trate de salva-la.Vou te dar uma dica: A cura está aonde o sol gira e perde a força no inverno. – Falando isso o homem desapareceu.

Isso só podia ser algum tipo de piada de muito mau gosto. Ele já estava lá! Como é que o jardim pode salvar Ginny? Olhou em volta, desesperado, mas não conseguia pensar em nada. Abaixou-se para tocar a ruivinha. Ela estava gelada! O sol começou a levantar no horizonte, iluminando o jardim, dando "bom dia" as pessoas. Mas de bom aquele dia não tinha nada. Draco estava exausto, não conseguia pensar direto e ainda por cima tinha pouco tempo para salvar o amor da sua vida.

Sua vista estava embaçada, mas não só por causa do cansaço. Draco estava se segurando para não chorar, mas aquilo estava sendo quase impossível. Uma lágrima solitária passeou pelo seu rosto, desaparecendo no seu pescoço. Sentou-se na grama e abraçou-se em Gina, apoiando as suas costas na árvore de Sakuras. Ficou ali, em silêncio, chorando.

"Se ela morrer, Merlim, eu juro que eu vou junto", pensou. Não iria viver sem ela. Não se importava com o seu filho que iria nascer, com Pansy, com aurores, com comensais, com Voldemort, com seu pai ou com Tom Riddle. Fechou os olhos, ainda abraçando a ruivinha e sentiu o sol ilumina-lo. Não agüentou muito tempo e adormeceu, jurando para si mesmo que, se acordasse novamente e visse Gina morta iria cortar os seus pulsos e jazer ao lado do seu tão amado anjo.

Se eles não pudessem ficar juntos na vida, iriam ficar na morte.

N/A: Sim, ficou meio OOC esse final. Mas eu queria fazer um Draco apaixonado, não um Draco frio como sempre.

Aviso Importante: Para qualquer um que não leu o N/A do último capítulo ou para alguém que se esqueceu: Ainda tem o Epílogo e as Notas Finais. No Epílogo eu vou contar o final mesmo dos dois. Ainda tem as Notas Finais, aonde eu vou agradecer a todos que revisaram a fic e explicar o final com as palavras da autora, não como a história fala.

O Epílogo sairá dia 22/07, isso cai na quinta que vem.

Até lá, pessoal!