Capítulo 1 – A carta misteriosa

Eram duas horas da manhã e Alyssa estava deitada na sua cama pensando no sonho que acabara de ter.  "Que sonho esquisito" - pensara. - "Acho que não deva ser nada". Mas mesmo achando que não era nada, não pôde deixar de pensar.   Havia um túnel ou passagem completamente sombria e também tinham pessoas não muito boas os perseguindo... "Só podem ser da Sonserina" - pensou ao mesmo tempo em que não conseguiu segurar o riso...  A coisa mais divertida de Hogwarts era zombar dos sonserinos.  Eles se achavam espertos, mas ela, Giller, Paul e Inny, sua turma, eram muito mais espertos que todos eles juntos.  Mas Alyssa não estava sozinha no sonho... Estava com os amigos de Hogwarts.  Todos eles, sem exceção de nenhum.   Deu uma sacudida na cabeça e tentou se distrair com alguma coisa.  Com certeza era a ansiedade em estar prestes a voltar à Hogwarts.  Dentro de três dias estaria lá e conseguiria ver novamente todos os seus amigos.   Ficou de olhos fechados tentando se distrair até que um toc toc toc na janela fez com que seu coração desse um pulo. "Quem seria a essa hora?"

Levantou da cama muito preguiçosamente e foi até a janela tentar ver se via alguma coisa lá fora.  Nada!  Estava tudo muito escuro.  Respirou fundo e abriu a janela, num acesso repentino de coragem. Algo entrou voando rapidamente e Alyssa teve que colocar as duas mãos na boca pra não gritar, tamanho susto que havia levado. Era uma coruja.  Nada demais, já tinha recebido diversas corujas, porém nenhuma àquela hora da noite.  Não pôde deixar de notar que ela se parecia muito com Edwirges, coruja de Harry Potter.  Mas o que a coruja de Harry Potter estaria fazendo em sua casa?  Se nem ao menos tinha alguma intimidade com aquele chato.  Chato, sim.  E que gostava de sempre ser o centro das atenções em Hogwarts.  E que no final, sempre conseguia.  Afinal ele era a única pessoa que sobrevivera a Voldemort em todos os tempos. 

Alyssa achou aquilo tudo muito confuso, digno de um dos seus sonhos, mas mesmo assim foi até a coruja e retirou a carta.  Pode ler que no destinatário estava escrito: À srta. Alyssa Ravenclaw, o primeiro quarto da casa, Godric´s Hollow. Alyssa conjurou um copo de água e deu para que a para que a coruja bebesse. Ela bebeu, olhou para ela num gesto de agradecimento e ficou esperando Alyssa ler a carta. 

"P/ Senhorita Alyssa Ravenclaw

Sei que não nos conhecemos muito bem e nem ao menos temos qualquer intimidade, porém fiquei sabendo de algumas coisas e achei que seria bom avisar-lhe que esse ano descobrirá muitas coisas a respeito de si mesma.  Não posso lhe dizer o que é, mas tenho certeza que serão coisas reveladoras.  Ouvi no escritório de Dumbledore quando estive com Harry e Rony lá, e acredito que deva se preparar para voltar à escola.

Atenciosamente

Hermione Granger

Ps.: Mandei a coruja do Harry porque a minha se encontra adoentada.

- O que será que ela quer dizer com isso?  O que eu vou descobrir sobre mim?  Que petulância, ela acha que eu não sei tudo sobre mim. - disse Alyssa, desta vez se perguntando o que queria dizer aquela carta.

Edwirges deu dois pios e saiu voando pelo céu estrelado.  Alyssa imediatamente foi fechar a janela.

Deitou na sua cama e olhando para aquela estranha carta adormeceu novamente...


A muitos quilômetros dali, outra pessoa acordava assustada com um barulho que vinha do telhado.

- Será que é um ladrão?

Giller Fletcher Bagman Lockhart era um bruxo cheio de particularidades.  Era parente de Mundungus Fletcher por parte de mãe, de Giller Bagman por parte de pai e o Lochkart do seu nome era uma homenagem de sua mãe ao famoso Gilderoy.  Estudava com Alyssa na Corvinal e era engraçado, trambiqueiro e gostava de levar vantagem em tudo, mas no fundo era uma boa pessoa.  Sempre se metia em confusões e na maioria das vezes era Alyssa quem o tirava delas. 

Era o tipo de pessoa que levava alguns minutos para acordar e cair na real. Depois de umas dois piscadas ( cada uma durava 15 minutos ... ) descobriu que estava no planeta terra, em seu quarto e percebeu que não poderia ser um ladrão, pois o barulho era fraco demais.  Como era muito curioso, resolveu abrir a janela para ver o que era aquele barulho.

Vagarosamente foi na ponta dos pés até a janela e a abriu.  Nesse momento, uma coruja marrom entrou pela janela e deu de cara na parede, caindo desacordada no chão. 

- Que coruja doida.  Só me faltava essa... Uma coruja desmaiada no meu quarto a essa hora da noite...  Bom, já que estou acordado vamos ler o que tem aí...

Para Giller Fletcher Bagman Lockhart - 6º ano Corvinal

Olá,  seu que não conversamos, mas a Hermione ficou me enchendo o saco para mandar essa carta a você.  Eu sinceramente acho que ela está maluca, mas sabe como são as mulheres...

Bem, acho melhor você ficar de olhos bem abertos...  Algo vai acontecer em Hogwarts esse ano e que mudará a vida de muita gente.  Inclusive a sua.  Não me pergunte o que é...  Hermione não falou nem para mim...

Peço-lhe uma coisa também...  Errol provavelmente está desmaiado no seu chão...  Tente fazê-lo melhorar...  Talvez uma poção resolva.

Tchau

Ronald Weasley - MONITOR DA GRIFIN"RIA

- Eu mereço...  Cuidar da coruja do Ronald Weasley...  Grifinórios... Quando eu chegar à Hogwarts vou tirar essa história a limpo.  Mas agora... - não chegou a completar a frase, já estava dormindo quando caiu na cama.  Deixou Errol completamente desmaiado no chão.


Já era de manhã.  Os primeiros raios de sol vinham diretamente ao rosto de Alyssa que tentou a todo custo se livrar deles.  Colocou a cabeça embaixo do travesseiro, embaixo da coberta, fechou as cortinas da janela com a sua varinha, mas depois de todo esse esforço se viu completamente acordada.

- É não tem jeito...  Parece que você conseguiu o que queria solzinho...

Nessa hora, sua irmã e seu irmão entraram no seu quarto falando coisas que Alyssa não entendia.  Não conseguia entender, era alguma língua diferente.  "Meu Deus, eles são ofidioglotas!" - pensou.

- Não estou entendendo nada...  Dá para falar algum de cada vez.

- Querida irmã, não somos ofidioglotas. - disse Josh.

- Ah Josh essa mania que você tem de ler os pensamentos das pessoas é completamente horrível. - retrucou Alyssa.

- O que eu posso fazer se eu nasci com esse dom.  Posso te falar que é muito útil em certas ocasiões.

- Mas afinal, o que vocês querem tão cedo aqui no meu quarto?

- Mamãe vai nos levar hoje para comprar nosso material no Beco Diagonal. - disse Frinny, a irmã mais nova de Alyssa que estava no segundo ano em Hogwarts.

- Ah, isso é bom.  Meu estoque de ingredientes já está acabando mesmo.

- E eu estou completamente excitada em ir ao Beco Diagonal. - disse Frinny.

- Quando você estiver no sétimo ano como eu, não terá mais essa ansiedade. - disse Josh.

- Será mesmo que você não está ansioso Josh?  Voltar a ver algumas colegas de casa, mas precisamente Clarissa Frinniére. - alfinetou Alyssa. – Só que eu acho que ela não te merece, existem pessoas que valem muito mais do que a Clarissa.

- Agora você também pode ler pensamentos, Alyssa?

- Josh, Josh, ninguém precisa ler seus pensamentos para saber que você é apaixonado pela Clarissa. - disse Frinny.

- É mesmo. - disse Alyssa.

- Dá tanto na cara assim?

As duas meninas fizeram sinal de afirmativo e nesse instante, a elfa Bonny entrou no quarto.

- Hum senhoritas, sua mãe está chamando vocês, e rápido.  Que quarto mal arrumado, senhorita Alyssa, Bonny vai arrumar tudo, tudinho.

- Bonny vá para a cozinha, do meu quarto cuido eu, ok?

- Bonny só quer ajudar... Snif! Snif! Ninguém gosta de Bonny, ninguém quer os serviços de Bonny.  Seria melhor se dessem uma meia velha a Bonny.  E Bonny iria viver longe...  Não servindo ninguém.  Snif!

- Bonny pára de drama.  Quando eu sair então você arruma meu quarto.  Agora saiam vocês três que eu preciso me arrumar.

- Bonny fica feliz, senhorita Alyssa, muito feliz.  - disse enquanto saía.

- Alyssa nós temos uma elfa sentimental. – disse Josh rindo. – Se fizermos isso com ela, ela vai chorar e é capaz de pôr sua cabeça dentro do forno.

- Era só o que faltava... Uma elfa sentimental.

- Se arrume rápido, mamãe está nos esperando lá embaixo.

Assim que Frinny e Josh saíram, Alyssa pegou a carta de Hermione para ler.  Mas antes mesmo que pudesse fazer alguma coisa, pensou e jogou-a de lado, iria resolver aquilo só em Hogwarts.  Agora iria se arrumar para ir ao Beco Diagonal, o maravilhoso mercado bruxo.

Demorou um pouco, mas quando Alyssa desceu para a sala, estava realmente deslumbrante.  Estava com uma roupa lilás claro e botas pretas.

- Alyssa, você demorou muito minha filha.  Estamos atrasados.

- Mãe, que cor combina com lilás? 

- Acho que um lilás mais escuro ou roxo.  Por que?  Não vá me dizer que vai querer mudar a cor dos seus cabelos agora Alyssa.

- Mãe, é rápido.

- Tudo bem, Alyssa.  Mude a cor do seu cabelo.  – disse Josh. – Ela realmente não vai sossegar enquanto não mudar a cor, mãe.

- Realmente Josh, você estava certo.  Esse seu dom serve para alguma coisa.

Alyssa imaginou a cor que queria, se concentrou bastante e em menos de um minuto seus cabelos estavam roxos vibrantes, do jeito que ela queria.

- Parece que só eu nessa família não tenho dom algum. – disse Frinny.

- Querida todos nós temos um dom, você ainda não o descobriu, mas todos nós temos. – disse a mãe. – Agora vamos parar de conversa e ir ao Beco Diagonal.  Quero voltar antes do anoitecer.

- Péeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee...

- Que carro é aquele? – perguntou Josh olhando da janela.

- Seu pai conseguiu um carro do Ministério para nos levar.  Vamos.