"Vestígios negros e brancos de um confronto... Iniciações"
by Ayan Ithildin
Shaka não errara as suas previsões: o jantar fora um autêntico desastre. As dez pragas do Egipto teriam sido mais fáceis de suportar, pensou Dâmaris. Depois afastou o pensamento, as dez pragas do Egipto também tinham dado problemas no jantar. O espírito natalício fora por água abaixo… não, também era melhor não falar em água, a história sobre a quem atribuir a autoria do dilúvio dera pano para mangas: até os hindus tinham o seu dilúvio. Pelo menos uma coisa era certa, pensou Dâmaris com ironia, todos os povos concordavam que tinha existido um dilúvio… Já era um principio. Depois resolveu deixar a ironia de lado
No fim de contas, pensava Dâmaris sentada na borda de uma floreira perto da porta do salão enquanto esperava pelo mestre, a cereja do bolo fora horas de violência linguística e a comida esquecida no prato. A rapariga continuava com vontade de mergulhar no Cosmos e ficar lá para sempre!
«Que falta de classe…» pensou Dâmaris, lembrando-se do nariz empinado e olhos vermelhos de Saori quando abandonara a mesa. Aquela mulher não sabia ficar de costas direitas, cabeça erguida e falar baixo fria e calculistamente? Para quê tanta paixão no discurso? Uma mulher na sua condição nunca poderia gritar e esbracejar e chorar como uma criancinha que perdeu um chupa-chupa!
«E onde está Shaka?» Dâmaris queria ir dormir e recomeçar os treinos na manhã seguinte, longe de confusões.
«Dâmaris, vamos embora.» a voz do mestre ecoou zangada na sua mente. Dâmaris levantou-se e começou a segui-lo enquanto ele furava por entre aquela gente toda até à saída.
- Shaka! – Dâmaris estranhou Mu gritar pelo mestre quando podia pura e simplesmente chamá-lo telepaticamente. Mas depois reparou que o mestre parara com os punhos apertados. «Ele não quer parar. O que se passa?». Shaka voltou-se num repente. Os maxilares estavam cerrados numa frieza que a perturbou. Onde estava o homem que estivera consigo na varanda? – Porra, Shaka, acaba com isto de uma vez por todas!
- Acabo com o quê, Áries? – a voz de Shaka estava tão fria que Dâmaris podia jurar que ele deixara o coração no mesmo prato que o fois gras em que ele nem sequer tinha tocado. – Acabou tudo à uma hora e meia.
- A Saori está tão perturbada… - suspirou Seiya, abanando a cabeça. Num repente tinham chegado todos. Mesmo de olhos fechados, Shaka pareceu fulminá-lo o olhar.
- Ela está furiosa. E desorientada. – Mu suspirou. – Shaka, ela é uma criança!
- Desorientada? Desorientada? Áries, eu tentei-lhe mostrar que este jantar era um erro, que não valia a pena mexer em feridas que, mal ou bem, cicatrizam. Que obviamente nenhuma religião gosta de perder crentes para religiões que, de um momento para o outro, renascem das cinzas. Eu avisei-a. Tu avisaste-a! Se ela não ouviu foi porque não quis. Não me interessa que chore, não quero saber dos impactos que esta decisão estúpida vai ter: ela que se arranje sozinha!
- Tu não podes ver que ela tem apenas 18 anos? – barafustou Mu.
- Por Buda, Mu, abre os olhos! Até… até a Dâmaris, que tem 18 anos, teve juízo suficiente para ver que deste jantar só iam sair problemas!
- Pois, mas não teve juízo suficiente para tentar não arranjar problemas. – a voz de Hyoga caiu como uma pedra no charco. O loiro olhava Dâmaris com frieza. Aquilo era demais para a jovem. O rosto moldou-se em pedra fria, tal como o do mestre, e os olhos verdes pareceram estreitar-se tão frios que estavam.
- Eu posso saber do que estás a falar? – o olhar de Hyoga vacilou por um segundo.
- Custa-te muito fazer a oração?
- Eu não sou religiosa. Seria hipócrita se, não sendo praticante nem ao menos acreditasse na religião, me pusesse a fazer essa oração. E eu não sou hipócrita. – concluiu a jovem voltando-lhe as costas. Antes que Mu voltasse a atazanar Shaka, Hyoga respondeu acaloradamente.
- Não, és apenas géniozinho insensível e sem coração. – Dâmaris esperou uns segundos e voltou-se lentamente. Os olhos encontraram os do cavaleiro.
- O que foi, Alexei? Sentes-te inseguro na minha presença? Será que o que eu disse abalou assim tão fortemente as tuas convicções? – o loiro olhou-a perturbado. – Quanto a não ter coração, é algo de que me orgulho.
A frieza com que a jovem declarou isto chocou quem a ouviu. Hyoga acabou por desviar os olhos.
- Er… Shaka, vai lá falar com Saori. – acabou Mu por dizer. Escusado. Saori apareceu no seu vestido vermelho a condizer perfeitamente com os olhos chorosos. Não obstante, tinha voltado à sua habitual arrogância.
- Shaka de Virgem, preciso de falar contigo. – Shaka pôs a mão sobre o ombro de Dâmaris.
- Falamos amanhã. Dâmaris tem que ir dormir.
- Falamos agora! – novamente Saori parecia uma criança a fazer uma birra.
- Falamos sobre quê? Pensei que o assunto tinha sido encerrado à duas noites atrás. Não foi isso que me disseste?
- Será que já nem os meus cavaleiros me respeitam? – visto assim, até dava um pouco de pena.
«Shaka, vai falar com ela.»
«Dâmaris…»
«Quando eu erro voltas a falar comigo.»
«Ela não é minha aprendiza.»
«Aprendemos todos uns com os outros.»
- Seja, Dâmaris. – suspirou Shaka, voltando o rosto para Saori. – Eu vou falar contigo.
- Eu levo-a a casa, Shaka. – prontificou-se Afrodite. – Vou fazer a guarda com Carlo lá em baixo. – Shaka limitou-se a acenar com a cabeça antes de seguir Saori.
Dâmaris rolou na cama e olhou para o relógio: 3 da manhã. O mestre ainda não passara. O que estava ele a discutir à uma hora e meia? O sono desaparecera assim que se deitara. Ficara a pensar no jantar e à espera que o mestre passasse. Ergueu-se sacudindo os cabelos para trás e sentou-se na posição de meditação. Entrou no Cosmos.
O seu inconsciente trabalhara durante o jantar. Agora, se bem que não os distinguisse muito bem, conseguia ver as essências dos cavaleiros movendo-se à sua volta. Procurou a do mestre, fácil de distinguir das outras por ser tão diferente. E por estar completa, claro. Shaka estava junto a uma essência que parecia dividida em duas. A segunda era muito parecida à do mestre. Dâmaris percebeu que era a essência de Athena. Resolveu começar a desenvolver a sua visão dos cosmos, indo descobrindo a essência completa das coisas até ficar com sono. O trabalho era fácil mas monótono. Passado bastante tempo, Dâmaris sentiu uma essência mover-se perto de si: o mestre voltava para casa. Dâmaris viu-o chegar a casa e entrar no que devia ser o quarto. Os sentidos fracamente desenvolvidos no Cosmos da rapariga foram, no entanto, suficientes para sentir como ele estava cansado.
Abriu os olhos e deitou-se. Não sabia dizer porquê, mas saber que o mestre estava na casa ao lado fazia-a sentir-se segura. Segura de quê também não sabia.
Dâmaris entrou na cozinha do mestre às oito em ponto, mas encontrou-a vazia. E sem o pequeno-almoço preparado. Também não estava na sala de treinos nem na sala de estar. Seguiu o cosmos até uma porta entreaberta. Dâmaris, curiosa, empurrou a porta e entrou num quarto mergulhado numa penumbra suave. Andou com passos leves até à cama.
O corpo de Shaka estava abandonado em cima da cama, ainda com as calças da festa e os sapatos, tendo apenas tirado o casaco e a camisa que estavam jogas em cima de um sofá. O cavaleiro estava profundamente adormecido. Talvez não tanto. As sobrancelhas estavam franzidas. Estaria com pesadelos? Talvez fosse frio… Dâmaris puxou com cuidado o cobertor que estava aos pés da cama e tapou-o suavemente. «É melhor ir-me embora e voltar lá para a hora de almoço» pensou a jovem voltando as costas.
Foi quando sentiu uma mão apertar-lhe o pulso e, torcendo-lhe o braço, puxá-la para trás. Deu um grito de surpresa caiu sentada no colchão.
- Dâmaris! – disse Shaka aliviado largando-lhe o pulso. Dâmaris esfregou-o.
- Vê se controlas a força, Shaka! Qualquer dia fico sem braço! – protestou. Depois sorriu quando olhou para o mestre, que parecia um miúdo acabado de acordar, o cabelo loiro despenteado e a franja caindo-lhe para o rosto claro, cuja expressão era de sono. – És sempre assim quando acordas? - não conseguiu evitar a pergunta.
- Assim como? – perguntou Shaka esticando um braço e esfregando o peito e a barriga (extremamente bem definidos, como Dâmaris não pode deixar de reparar) desnudos com a mão do outro, antes de o esticar também, espreguiçando-se. – Violento? Só quando está alguém no quarto quando acordo.
- Sendo assim duvido que te cases. – disse Dâmaris agradecendo aos céus dele não ter percebido a pergunta.
- Bem, nesse caso a minha reacção matutina iria depender da actividade nocturna. – brincou ele sorrindo, enquanto se levantava espreguiçando-se outra vez. Dâmaris corou novamente. Mas ficou contente por mestre estar brincalhão. De repente Shaka voltou-se para ela muito sério. Ela ergueu as sobrancelhas.
- O que foi?
- Nada, estava só a pensar numa coisa…
- O qu… - Dâmaris não conseguiu acabar a pergunta pois Shaka fez-lhe um ataque de cócegas. Ela começou a gritar e a rir ao mesmo tempo enquanto se tentava escapar das mãos dele que pareciam saber exactamente a maneira e o local em que ela tinha mais cócegas. Contorcendo-se de riso deitada em cima da cama, por entre ameaças entre as pausas para respirar de coisas que lhe faria quando ele a largasse, Dâmaris via-o rir-se perdidamente, soltando gargalhadas bem dispostas.
- Shaka… pára… pára… eu… não… não…consigo… respirar… Shaka…!
Shaka acabou por parar e ficou a sorrir trocista enquanto Dâmaris tentava meter ar dentro dos pulmões.
- Então este é o teu ponto fraco… Acho melhor trabalhares bem Dâmaris, porque tenho uns castigos excelentes em mente… - Shaka começou a rir-se enquanto a rapariga o olhava indignada e começava a levantar-se para responder. O cavaleiro recomeçou a fazer-lhe cócegas na barriga. Dâmaris recomeçou a contorcer-se.
- Pára… Shaka… pára!...
Shaka parou a rir-se. Levantou-se da cama e espreguiçou-se novamente.
- Tenho que ir tomar um banho. – estendeu-lhe a mão e ajudou-a a levantar-se, agarrando-a para ela não cair da cama. Ainda a tremer por causa das cócegas, Dâmaris demorou algum tempo até recuperar o equilíbrio.
- Tu és mau. – censurou-o. Shaka continuava a sorrir trocista enquanto a segurava pelos braços.
- Eu sei. – soltou-a – Vai indo para a cozinha que eu já lá vou ter.
- Ena ena, grande surpresa. – disse Shaka entrando na cozinha enquanto dobrava as mangas da camisa branca semi-aberta. – Que cheirinho.
Há muito tempo que ninguém me preparava o café da manhã.
- Não te habitues. – avisou Dâmaris fazendo saltar as últimas torradas da torradeira e colocando-as em cima de uma pilha de pão torrado. Sentou-se à mesa de frente para o mestre.
- Não te preocupes eu não me habituo a milagres. – retrucou Shaka com um sorriso provocador. – Sabes… - ficou mais sério – à bocado ali no quarto é que eu reparei que tu estás muito magra.
- E daí?
- Daí que eu acho ser uma excelente altura para começares o treino físico. – Dâmaris parou de comer e olhou para ele. – Estás a ver, tu já perdeste a massa gorda. Quero que comeces a treinar antes que percas a massa muscular.
- Treino físico?
- "bvio.
- Er… Shaka… - Dâmaris corou e pousou a chávena. Era um bocado vergonhoso admitir aquilo. O mestre mantinha as sobrancelhas erguidas. – deixa-me esclarecer um ou dois pontos: eu não tenho a mínima aptidão para ginástica. Nem sequer sei subir a uma corda. – Shaka sorriu – E não te rias de mim!
- Não me estou a rir de ti, miúda. Estou-me a rir da tua falta de fé em mim.
- Desculpa, há 16 anos que tentam fazer de mim uma ginasta, ou uma lutadora, ou qualquer coisa assim e nunca conseguiram.
- Bem, eu nunca tentei. Mereço uma oportunidade, não? – Shaka continuava a sorrir. Dâmaris corou e baixou a cabeça. – Ou será que o problema é tu não gostares de fazer desporto? – Dâmaris corou ainda mais e começou a gaguejar. Shaka levantou-se e fez-lhe sinal que a seguisse. Parou à porta de um quarto e mandou-a entrar. Dâmaris entrou num ginásio e olhou Shaka que sorria trocista:
- Bem vinda à tua sala de treino dos próximos cinco meses.
Dâmaris sentiu o coração a falhar: aquilo só podia ser uma brincadeira…
N. A.: Bem, ficou um bocadinho mais pequeno este capítulo… Mas foi intencional. Adivinhem porquê :P
Agora sim, a Dâmaris ficou totalmente oposta a mim. Não é que eu goste de fazer todos os desportos, mas que me tira a natação e o kempo, tira-me tudo! Além do Yoga. Quer dizer, ultimamente não tenho muito tempo para praticar por causa da proximidade dos exames… Já só tenho cinco anos, depois não vai ficar bem uma juíza escrever estas coisas, né? :P
EI, qual é, Sha? Como eu "não tenho juízo suficiente para ser juíza?"
Beeemmm…
Pipe = Muyu… Delicadez e sobriedade, eu tento, Pipe, eu tento… mas eu sou de gémeos, tenho quatro personalidades e essa tem a mania de tirar férias :P brincadeira! Eu acho que não estou a chocar ninguém, e também acho que não estou a dizer mentiras (nem estou a expressar verdades, verdade se lhe diga), então, a minha consciência está limpa.
Quer dizer, ao lado do Shaka… o Shun e ele SÃO os mais belos do Santuário! Eu também podia falar dos meus maninhos, Saga e Kanon, mas não quero ser partidarista nem incestuosa… ;P É verdade, PARABÉNS ADIANTADOS PARA OS MEUS MANINHOS FOFOS- 30 Maio!!!!! Ok, vamos deixar a loucura de parte, tá :P? Mas ninguém me mata se eu falar do Aioria pois não? Nem do Mu…? É melhor parar ou ainda vem o Santuário inteiro… quase!
Quanto ao Carlo e ao Afrodite… Ahhhh, nada como uma bela "amizade"… O Camus tinha que fazer a apresentação em francês, óbvio! Eu não sou de deixar passar uma oportunidade destas sem fazer rien! Se bem que foi a pensar em ti :P Estava a ver se reparavas ;) O Shura vai ser tipo bomba, pedra no charco, imprevisível mas… delicioso!
Bjokas!!!!!!
Mari Marin = Aquela cena da rosa tinha que ser feita pelo Aioria, mas tinha mesmo!!!! Não havia outro que ficasse tão… charmoso e elegante, mas divertido e galante, como ele… como um verdadeiro cavaleiro… ai
A questão do trágico, bem… Essa fic baseia-se, e muito, apesar da parte fantasiosa, em episódios com bases reais. Na vida real, o percurso de uma pessoa não é um mar de rosas: às vezes é um mar de espinhos. Então, acho que não vou conseguir fazer algo directo a um final feliz. Mas claro que vai ter coisas muito boas
A cena da varanda também foi real, pelo menos a situação, mas não conto o resto :P!
Bjokinhas!!!!
Paula Marques = O mesmo não posso eu dizer das minhas aulas de informática…' bem, isto começa a tornar-se crónico… se as aulas não tivessem no fim e toda a gente a fazer disparates, acho que me internavam… :P O IKKI PELADO??? ONDE??? CADÊ????? ;) Era bom, era… Mas eu prometo tentar fazer o teu sorriso ficar ainda maior!!!! Podemos substituir o Ikki pelado por outro cavaleiro pelado…. Né???
Eu estou a ficar fora de controlo, meus deuses… e a culpa é toda deste loiro que eu realmente adoro… :P
Bjokas!!!!
Kourin-sama = Eu também não sei se como é que ela consegue manter o sangue frio ao pé dele… Acho que eu não conseguia (estou cada vez pior '… ) Mas se eu fizesse ela cair aos pés dele não tinha piada… Além de rolar hentai do inicio ao fim, todas as mulheres fazem isso com ele… eu quero que ele faça isso com ela! Por isso ela é assim, tão ou mais fria que ele!
Quanto à religião, eu não estou a fim de criar disputas, e, embora respeite imenso a religião, de facto choca-me ouvir certas coisas como já ouvi entidades portuguesas no Vaticano dizerem em conferências a que fui, cá em Portugal. E quem diz esses, diz também outros.
Agora "a pergunta que não cala"… vai ficar mesmo calada HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA não, pronto, não posso responder… ADIVINHEM!!!!
Bjokas ;)!!!!
Pandora-Amamiya = Mas vocês querem cenas melosas entre eles os dois…? Nossa, eu nunca teria adivinhado…! Eu até estava a pensar em deixar o hentai de fora… MENTIRA! Eu sou louca por ele! É óbvio que tenho que pô-lo em acção! E depois desse trabalho todo…
A tragédia… bem, vai ter tragédia, também, como eu já disse em relação ao drama… mas o resto, só lendo! :P
Obrigada com a força em relação à religião!!!
Bjokinhas!!!!
June Briefs = bem… ' e desta vez foi certeiro, hein, June? Mas já podias ter dito isto há mais tempo. Certo, mas eu sabia que ia acontecer.
Obrigada pelos elogios, para quem não sabe, tem sido a June que me ajuda, de vez em quando, com as fics e as lê em primeiro lugar (tipo censura de linguagem, porque há palavras cá com um significado muito diferente então ela ajuda-me a compor para "os dois lados". Merci bien, June ). Adorei a review!
E eu pensei que o trato era eu entrar no grupo e ter o Shun de volta para mim também… NOT FAIR; EU AMO O SHUN, toda a gente já reparou nisso, não foi??? Mas eu sei que tu amas o Shaka :P na psicologia isso chama-se relações de "amor-ódio" :P
Agora a parte delicada, né?
Disseste tudo muito bem, mas faltou-te um detalhe: eu quando disse que estudava religiões, eu realmente estudo todas as religiões que me parecem interessante e influentes, então eu conheço a vida de Jesus Cristo (o qual não me custa absolutamente nada admitir ter sido um grande homem, e que considero um filósofo que não é cego mas é optimista, por isso já estás a ver: tenho-o em grande conta, e concordo com muitas das suas ideias), até porque eu já li a biblia de pio a pavio. E, entre nós, quantos foram aqueles que já a leram? Ok, mas eu li, e digo-te mais: E apoio Jesus Cristo é muitas das suas ideias, mas nunca Jesus ordenou que se construíssem Igrejas ou que houvesse um sumo-pontifice ou até mesmo um padre a "governar" os outros homens. ele apenas disse isto "onde estiverem dois ou três, eu estarei entre vós e honraremos o Senhor". É mais ou menos isto que ele diz. E também diz que, sozinho, um homem pode honrar o Senhor.
Realmente consideras-me budista? Tenho vontade de levar isso num enorme elogio. Só que, se eu fosse budista, eu seria realmente budista, segundo os ensinamentos primários e originais de buda e não uma budista dessas actuais que seguem aquilo que o império chinês, após anos de censura e mudanças, deixou fluir como sendo o verdadeiro budismo, quando, no fim de contas, tem mais de metade das ideias de buda ao contrário apenas porque lhes é conveniente, entre as quais o estatuto da mulher (Sabias que a tia e um das mulheres de Shakyammuni fizeram parte do seu primeiro grupo de discipulos? e entre elas, muitas mais!). De qualquer maneira, eu nunca seria totalmente budista, mesmo do budismo original, porque existem certas ideias com as quais não concordo e penso que, em certas análises, ele cometeu pequenos erros de interpretação. De qualquer maneira, como considero Jesus Cristo, também considero Buda um filósofo, até porque, no budismo original, buda não é um deus, não existe o buda, mas sim os budas, já que buda significa " o ilumindao", aquele que chega à iluminação e, muitos homens chegaram e ainda podem chegar. Por isso mesmo, eu vejo o budismo original tal como ele é: uma filosofia, como o nihilismo ou o existencialismo.
E eu escolhi o Vaticano por uma razão muito simples: quer queiramos quer não, o Vaticano é muito poderoso (oscila entre o primeiro e segundo maior banco mundial e é accionista maior em muitas das empresas mas fortes do mundo, muitas das quais produzem aquilo que tanto criticam) e o Catolicismo a religião mais praticada no mundo. Mas a razão até ultrapassa isto, porque, para mim, religião é amor e cada um pratica como quer e a que quer e não é um grupo de pessoas que, por acaso, até é a fatia mais pequena de uma religião, que vai caracterizar os outros praticantes que são a maioria e, muitas vezes, muito melhores crentes, praticantes, etc. Também não quero criticar todos os padres. Conheço bastantes e tenho um que é um amigo muito especial, um homem culto em todas as direcções, como eu poucos vejo. O catolicismo é uma das poucas religiões dominantes que tem um sistema hierarquizado, por isso escolhi-o, só isso. Além disso, o próprio mundo prefere a opinião do Papa à do Dalai-Lama, então eu também estou no direito de por, neste caso, o Vaticano ao invés do budismo, se bem que, este budismo actual, comigo não entra… Mas tanto o Papa como o Dalai-Lama são pessoas que eu respeito muito.
Realmente não sei como é o catolicismo aí no Brasil, mas vejo bem como é aqui na Europa e cada vez se torna pior. Por isso, dou a minha opinião do ângulo em que posso ver, aquele mais próximo do Vaticano.
Mas o escândalo também já acabou, até porque o jantar terminou e o Shaka não quer nem mais ouvir falar nele ' Deixemos isto para lá, agora o clima vai começar a aquecer… em todos os sentidos!
"Continue logo que essas meninas ainda irão babar muito com essa maravilha de história." = foi ela que disse, hein? Depois não me responsabilizem...
Eu realmente exagerei no tamnho, né??? ' ' ' ...
Eu adoro-te, June, apesar de andar-mos quase sempre à porrada :P
Muitas bjokas pra minha "mummy"!!!!
Agora, tenho que ir fazer os deveres da escola… MAS QUE PREGUIÇA! NÃO QUERO! As próximas quatro actualizações deverão sair mais cedo, as minhas aulas acabam para a semana e tenho a semana a seguir livre da escola para me preparar para os exames. Depois acho que se calhar posso falahar num dia ou outro, mas a culpa não é minha… eu não sou uma iluminada tipo Shaka, né? Quem me dera
Bjokas para todos os que lêem esta fic!!!!!
Ayan Ithildin
Próximo capítulo = "Treinando o corpo, abrindo o coração".
