"Diáfanos olhos azuis…"
by Ayan Ithildin
Dâmaris auto-impediu-se de pensar quando acordou. Levantou-se de um pulo sem acordar Shaka, calçou os ténis e saiu dali a correr em direcção a casa. Meteu-se debaixo do chuveiro e sentou-se a meditar debaixo da água morna que lhe escorria por todo o corpo, em mil carícias, não queria pensar, Não vou pensar, iria enlouquecer. Uniu-se ao Cosmos e entrou em meditação.
Já na casa de Virgem, duas horas mais tarde, Shaka foi acordado por Saga que viera visitá-lo com Mu.
- Epá, dez da manhã e tu ainda estás a dormir? – perguntou a Shaka que esfregava os olhos enquanto se sentava.
- Bom dia… - disse este bocejando enquanto se levantava. Depois levou a mão ao estômago.
- Ainda te dói? – inquiriu Mu.
- Um bocado, ainda não tomei os comprimidos. – respondeu Shaka, enfiando-se na casa de banho. Ouviu-se a água a correr com força.
- Onde está a Dâmaris? – perguntou Saga.
- Não sei, ainda não a vi esta manhã. – respondeu Shaka com voz abafada.
- Aproveitou-se de estares de cama para dormir até mais tarde. – observou Mu que, ao contrário de Saga que se conseguia fazer ouvir do outro lado do Santuário sem gritar muito, tivera de erguer bastante a voz.
- Deixa-a, ela ontem trabalhou muito. – disse Shaka aparecendo a esfregar o rosto na toalha.
- Ah, será que finalmente admites ser um incomensurável cretino quando estás doente? – Saga riu-se. – Ainda se fosse só quando estás doente… - Shaka torceu a tolha para esta ficar dura e jogo-a à cara do cavaleiro de Gémeos.
- Tu é que és um cretino, pá, cada vez que queres fugir do trabalho, dizes a Saori que estás com enxaqueca. Até a porra do signo serve para justificar a preguiça! – comentou Shaka sorrindo, trocista. Saga mandou-lhe a toalha à cara também.
- Pelo menos, eu honro o meu signo. Quanto a ti, o puro, o santo Shakinha de Virgem… - troçou Saga. – Virgem, ah!, se eles soubessem… - Shaka devolveu-lhe a toalha.
- Enfim, para honrar o meu signo, Virgem, estás cá tu, não, Saga? – espicaçou o loiro.
- Essa deu bronca… - rosnou Saga entre dentes, armando o braço para lançar a toalha.
- Parem lá com… - começou Mu a dizer, metendo-se entre eles. Mas Saga já havia lançado a toalha e esta bateu em cheio na cabeça do cavaleiro de Áries. – Parem com esta porra, caramba! – praticamente berrou o não tão pacífico cavaleiro, parecendo realmente perigoso ao retirar a toalha da cabeça e ficar todo despenteado. Shaka sorriu como se pedisse desculpas, acto bastante curioso no orgulhoso cavaleiro, e tirou umas calças do armário.
- Desculpa. – disse Saga, sorrindo maliciosamente. – Não devo prestar atenção ao que o bebezinho de ouro balbuceia…
- Pára de resmungar, velhadas… - ripostou Shaka, escolhendo uma camisola.
- Vocês hoje estão insuportáveis. – desabafou Mu, sentando-se na cama. Saga deu uma volta no quarto e os seus olhos pararam na mesa-de-cabeceira.
- Desde quando usas cintos de ganga, Virgem? – perguntou trocista, inclinando a cabeça para o lado enquanto pegava no cinto. - Com bordadinhos e tudo!
- Porra, mas tu hoje não largas o osso… - protestou Shaka.
- Pára com isso, Saga, esse cinto deve ser da Dâmaris. – um segundo depois Mu apercebeu-se do que tinha dito. Saga olhou para Mu de sobrancelhas franzidas, Mu olhou para Shaka e Shaka, obviamente, não olhou para ninguém.
- Até no meu quarto?! – exclamou parecendo irritado. – Caramba, já estou farto de tanta desarrumação! Deixa tudo por todo o lado, é livros, é roupas, é pesos, é cordas, é pratos, é brinquedos do raio do gato, é tudo! Irra! – na realidade pensava, foda-se, foda-se, foda-se…Estou lixado…
- Calma lá com os cavalos, Shaka! – exclamou Saga. – Ela deve tê-lo tirado ontem quando te limpava o quarto.
- Yah, a miúda toma conta de ti e ainda protestas! Tomara eu que Kiki tomasse conta de mim quando estou doente. – disse Mu, encolhendo os ombros.
- E não toma? – quis saber Saga.
- Não, tira três dias de férias "para não incomodar"… sempre queria saber o que tanto faz ele nos Cinco Picos… - resmungou Mu.
- Tu andas muito resmungão, Mu, até pareces o Shaka. – gracejou Saga. – E tudo só por causa de um cinto.
- Ela é uma desmazelada! – protestou Shaka novamente irritado, não com Dâmaris que era toda limpezas e arrumações, mas por Saga não esquecer o assunto.
- Quem é a desmazelada? – perguntou Dâmaris, fazendo uma entrada tipo furacão, o rabo de cavalo húmido balançando atrás de si. Parou em frente a Shaka. – E o meu estimado mestre é o quê? Será que já se lembrou do pequeno-almoço? E dos comprimidos? E para que são essas calças?
- Para vestir, ora bolas. – disse Shaka, era só o que faltava, uma miúda de dezanove anos chamar-lhe irresponsável. Dâmaris tirou-lhe as roupas da mão, enfiou-as no armário, trancou-o e guardou a chave no bolso do vestido de ganga.
- O médico disse "três dias de cama", e três dias de cama serão! – Dâmaris estava inflexível. – Por isso, cama! Sinceramente, qual era o plano? Sair de casa antes que eu chegasse? – Saga, fazendo jus ao signo, estava desejoso de deitar achas para a fogueira mas o fogo queimou-o antes dele ter oportunidade de o fazer.
- E vocês? Porque não o meteram na cama? Sim senhor, grandes responsáveis… Estou bem arranjada… Eu e o mundo. – Eles resolveram não fazer ondas, já que os olhos da rapariga pareciam ter labaredas. Mu levantou-se, Shaka deitou-se e Dâmaris fulminou-os aos três com os olhos antes de sair para a cozinha.
- Isto é uma geminiana completa… quem não conhecer que compre… porra. – desabafou Saga.
- Desculpa, chamas a isto "mulher"? Mais parecia a Deusa Hera, desculpem aí a blasfémia, em dias de síndroma pré-menstrual… - observou Mu. – ou quando apanha Zeus na cama com outra… Bela mas infernal.
- Passa-lhe depressa. – disse Shaka despreocupadamente, conhecia bem o espírito flexível da rapariga para se preocupar com uma explosão ou outra de mau génio. Dâmaris voltou, colocou o tabuleiro no colo de Shaka e voltou-se com um sorriso doce para os outros dois.
- Querem comer alguma coisa? Saga? Mu? – perguntou. Mu olhou-a estupefacto, aquela rapariga parecia o Saga com alternâncias de personalidade. Saga, vivendo com outro Gémeos e por experiência própria, já estava habituado, por isso sorriu.
- Não, obrigado, Saori chamou-me para ir fazer o balanço do mês. – disse com ar pesaroso. Agarrou Mu pelo braço. – Mas tu também vens, prometeste ajudar-me. – Mu estava com cara de quem nunca mais fazia uma promessa na vida, detestava economia.
- Onde andam Kanon e Camus quando preciso deles? – suspirou, despedindo-se dos amigos. Saga riu-se e despediu-se também. Shaka comeu em silêncio enquanto Dâmaris, à falta de coisa melhor, analisava as unhas, mesmo sabendo que acabara de as arranjar de modo impecável.
- Dâmaris…
- O que foi? – perguntou ela com a velocidade e impacto de uma metralhadora.
- Os.. os comprimidos. – disse ele, espantando-se por ela estar assim. A rapariga deu-lhos e Shaka não resistiu. – Estás zangada comigo? – perguntou a medo, lembrando-se da noite anterior.
- Estou. – directa e cortante, aquela rapariga tinha futuro na casa de Virgem, pensou Shaka, mas eu não lhe fiz mal, ontem. Ou será que fiz? Coisa pouco habitual, baixou a cabeça para esconder a confusão. – Tens razão em estar envergonhado. – Shaka ergueu o rosto cada vez a sentir-se pior. – Sinceramente, alguma vez te tratei mal? Magoaste-me muito. Porque é que és um doente tão rebelde? Fugir de casa? Pelos deuses, Shaka… - Shaka quase deu um suspiro de alívio. Então era por aquilo que ela estava chateada. Pousou-lhe a mão no braço.
- Desculpa. Tens razão, tu rodeias-me de mimo e eu retribuo assim… - engoliu em seco pensando no que ia prometer, mas enfim, Dâmaris parecia realmente magoada. Desde quando eu me preocupo se magoou ou não alguém?, pensou, surpreendido consigo próprio. – Eu prometo que durante estes dois dias me vou portar bem.
Shaka cumpriu essa promessa a ferro e fogo. E também cumpriu a outra, de deixar de brincar com Dâmaris, se bem que isso fosse mais difícil. E já agora, também era difícil perceber o que raio se passava com ele.
- Mas porque é que não podemos fazer isto na piscina da tua casa? – perguntou Dâmaris pela vigésima vez, enquanto era praticamente arrastada pela escadaria acima por Shaka. Este suspirou também pela vigésima vez.
- J te disse que a água ainda não recebeu tratamento. E a piscina do Santuário é tão boa como qualquer outra. – respondeu apelando ao todos os deuses para lhe darem paciência, aquela birra durava desde a tarde do dia anterior.
- E porque é que não me compraste um fato de banho? – insistiu ela, com cara de obstinada.
- Já te disse que só havia biquinis.
- Mas este é muito decotado! – protestou ela também pela vigésima vez.
- Não tenho culpa, não o vi, como querias que eu soubesse se ele era decotado ou não? – respondeu já sem tanta paciência, admitindo que devia ter aberto os olhos porque Dâmaris não era pessoa de reclamar por nada.
- Mas porque é que não me deixaste ir escolher? – perguntou já a fazer uma birra descomunal.
- Porque não estive para passar o dia numa loja a escolher fatos de banho! – pronto, a paciência acabara-se, Dâmaris tinha o condão de o fazer sair do sério, coisa que mais ninguém conseguia. – E se dizes novamente "porque" carregas tu com os pesos para cima! – Dâmaris olhou-o injustiçada. Aquilo a ele não lhe pesava nada, mas ela não era um Hércules disfarçado de menino de colégio como ele. – E pára de fazer birra que não está lá ninguém.
Entraram no ginásio principal do Santuário, Shaka escolheu uma piscina e começou a montar os pesos nas cinturas elásticas enquanto Dâmaris se despia de mau humor. Shaka pelo menos tinha razão numa coisa: não estava lá ninguém.
- Salta lá para dentro. – Dâmaris deu um bonito mergulho de cabeça. Shaka chamou-a até à borda na zona mais funda da piscina. – Vais mergulhar e suspender a respiração o máximo de tempo que consigas, sem apelar ao cosmos. – Dâmaris fez aquilo durante meia hora e depois mais uma hora apelando ao cosmos, melhorando imenso o tempo de submersão. Depois Shaka ajudou-a a pôr as cinturas de pesos nos braços, cintura e pernas. E deu-lhe ordem de partida. Sentou-se no cimo de uns espaldares, prendendo as pernas nas traves e abriu os olhos do seu "lugar seguro", observando a jovem fazer piscinas para um lado e para o outro, variando no estilo. A primeira vez que a jovem parou para descansar, os olhos do rapaz prenderam-se inadvertidamente no corpo esbelto, desenhando-a sonhadoramente, ela tinha razão, aquele decote é muito pronunciado, mas fica-lhe tão bem…Pára com isso, Shaka de Virgem! Enlouqueceste de vez? Falta de meditação…O rapaz fechou os olhos, pretendendo não queimar as pupilas com a imagem inocentemente provocante da jovem. Inútil, estava bem gravada a fogo na memória. Auto-repreendendo-se, o cavaleiro perdeu-se nos seus pensamentos.
- Já não chega? – a voz cansada de Dâmaris, parecendo abafada na atmosfera carregada de cloro, pareceu chegar-lhe de muito longe. Shaka despertou e deu-se conta que já deviam ter passado quase duas horas e a jovem devia estar exausta. Mandou-a sair da piscina, ainda tentando encontrar o fio à meada dos seus pensamentos nebulosos.
Dâmaris içou-se para fora da piscina, sentindo com prazer o oxigénio penetrar na sua pele saturada de água. Libertou o cabelo, torceu-o entre as mãos vendo a água cair numa pequena cascata e lançou-o para trás. Quando olhou para a sua frente deparou-se com Milo e com outro cavaleiro de quem ela não se lembrava do nome, mas era Ikki. Este assobiou baixinho.
- Ena, com um corpo desses tens o mundo a teus pés, miúda… - Milo pareceu concordar. Os olhos de Dâmaris tornaram-se frios e os músculos enrijeceram-se em auto-defesa. Sentiu umas mãos pousarem-lhe uma toalha nos ombros, na qual se enrolou prontamente, cheia de vontade de se aninhar nos braços de Shaka na procura de segurança, embora não percebe-se porque é que sentia isso. Devia ser capaz de se defender sozinha daqueles dois pares de olhos de lobos. Deixou o corpo relaxar contra o peito de Shaka.
- Virgem… - disse Miro, abanando a cabeça num cumprimento. Ikki olhou-o, mas Dâmaris sentiu-o ficar desconfortável. Porquê? Shaka não o vai matar…Depois lembrou-se de algumas conversas que ouvia, sobretudo daquela com Máscara da Morte no dia em que Shaka a levara à cidade.
- Mais alguma observação…? – perguntou Shaka numa voz capaz de transformar os oceanos do mundo em calotes polares e trazer de novo a Idade Glaciar à Terra.
- Shaka, não temos culpa de não abrires os olhos… - comentou Ikki numa tentativa amigável.
- Mesmo que abrisses, não ias poder aproveitar, então não vejo razão para impedires os outros de o fazerem e…
- Eu perguntei se havia mais alguma observação pertinente. – cortou Shaka.
- Trazes o alvo para casa e não queres que atiremos setas? E que al… - Milo e Ikki deram um passo para trás subitamente assustados.
- Calma, Shaka, era só uma brincadeira! – começou Ikki a argumentar. Dâmaris olhou para trás, queria ver porque estavam tão assustados e levou as mãos à boca para conter um grito.
Azuis. Os olhos de Shaka eram azuis. Azuis, frios, sarcásticos, insensíveis, uma promessa de morte para quem olhasse para eles. E não eram olhos de cego, eram olhos vivos, inteligentes e astutos. Dâmaris sentiu a cabeça andar à roda e obrigou-se a manter a consciência, mas a tentativa foi inútil: desabou na direcção da piscina.
Acordou sentindo o sol a tocar-lhe no corpo. Sentiu a maciez dos colchões do ginásio. Foi tudo um sonho… Nem cheguei a sair do ginásio. Depois sentiu o corpo húmido, enrolado numa toalha, o cabelo a pingar. Depois sentiu que estava encostada a alguém, entre as pernas de alguém que estavam flectidas, encostada a alguém que tinha uma respiração calma e um batimento cardíaco suave. Só havia uma pessoa no mundo tão calma. Shaka… Dâmaris detestava a sensação de sair do desmaio, como se a sua consciência fosse sugada para a realidade. Afastou-se dele, levando a mão à cabeça, sentindo-se tonta, as mãos de Shaka ampararam-na pelo ombros… sempre tão prontas, aquelas mãos suaves, a ajudá-la…
Olhou para cima, sentindo um novo choque ao ver os olhos de Shaka, a água pingando das pontas da franja. Certamente que mergulhara atrás de si.
- Não desmaies outra vez… - Dâmaris sentiu pingos de água escorrerem-lhe pela cara quando inclinou a cabeça para a frente, não devia ter passado quase tempo nenhum, talvez o suficiente para Shaka trazê-la para casa e sentar-se ali com ela.
- Porque… - raios, era tão difícil falar quando despertava de um desmaio. Respirou fundo. – Porque me mentiste?
- Eu não te menti. – aquilo indignou-a. Passara dez meses a acreditar que Shaka era cego e agora dizia-lhe que não lhe tinha mentido?
- Disseste-me que eras cego! – era difícil encarar aqueles olhos, mas Dâmaris suportou.
- Eu nunca te disse tal. Nunca te cheguei a responder, logo, nunca te menti.
- Porque é que nunca me disseste? – perguntou furiosa.
- Nunca pensei que fosse assim tão importante para ti se eu era cego ou não. Assim como assim, passo a maior parte do tempo de olhos fechados.
- Não era importante? – os nervos cederam e ela desviou os olhos. – Eu passei este tempo todo a pensar que eras cego, a pensar que o tinhas ficado numa batalha! Sabes quantas vezes sonhei com cenas horríveis em que ficavas cego? - a este ponto já estava a chorar, primeiro porque se sentia enganada, segundo porque não percebia o porquê de lhe contar aquilo. Chorou com mais intensidade pela raiva que sentia de estar a chorar sem razão nenhuma.
- Dâmaris… - Shaka respirou fundo. Segurou-lhe o rosto pelo queixo, fazendo-a olhar para si. Mas desta vez os olhos de Shaka estavam de um azul claro, suave, preocupado, até mesmo carinhoso. Dâmaris perdeu-se naqueles olhos. – Eu não te quis enganar, juro-te que não… desculpa. – Era incrível, já quantas vezes lhe pedia ele desculpa? Estava a perder a fibra, aquela rapariga levava-o mesmo aos extremos. Ele quis acrescentar qualquer coisa irónica, que o fizesse recuperar a imagem de "durão", mas quando olhou para os olhos de Dâmaris não conseguiu dizer uma palavra que fosse. Fitou, fascinado, aqueles orbes exóticos, a íris desenhada por uma linha preta sombreada, o círculo pintado de verde-esmeralda que ficava mais pardo à medida que se aproximava da pupila e o centro, em torno da pupila, terminava num castanho quase dourado, pontilhado de pequenos pontos, pequenas estrelas ou luas negras. As pestanas escuras compridas sombreavam a pele clara, mais clara do que a sua, e terminavam o aspecto enigmático e provocador daquele par de olhos estonteantes. Os seus olhos observaram o rosto bonito da jovem sem nunca lhe deixarem os olhos, quanto ao corpo, sentia-o ali, bem encostado ao seu.
Dâmaris foi a primeira a despertar. Desviou a custo o olhar dos olhos azuis que lhe pareciam ser as portas do paraíso e baixou o rosto. Shaka despertou no momento em que perdeu o contacto com os olhos dela. Sentiu-a afastar-se um pouco.
- Porque têm eles medo de ti quando abres os olhos? – perguntou curiosa e para evitar ter de olhar para ele.
- Bem, é uma superstição maluca de que quando eu abro os olhos é para explodir com quem está ao pé de mim. – disse ele encolhendo os ombros. – Eu até abria mais vezes os olhos, mas já estás a ver a reacção habitual… - disse com ar inocente.
- Pois, pois, e tu adoras o efeito… - Dâmaris olhou-o divertida. – Até aposto que essa superstição foi alimentada por ti…
- Não, por acaso esta superstição foi alimentada porque eu realmente só abro os olhos quando quero explodir com quem está ao pé de mim. – Dâmaris olhou-o como quem espera explodir a qualquer instante. Shaka sorriu. – Descansa, não tenho razão para te fazer isso. E hoje só abri os olhos para os fazer calar antes que eles me irritassem a sério.
- Tu nunca abres os olhos?
- Não.
- Nunca mesmo? – insistiu.
- Tirando nas batalhas mais sérias ou para ler, não.
- E quando vais para a cama com alguém? – perguntou ela, nem pensando no que estava a dizer. Ele olhou-a surpreso e depois começou a rir-se. Pôs-lhe uma mecha de cabelo atrás da orelha com carinho. – Tens que ver o que estás a fazer, não?
- Até hoje não foi preciso abrir os olhos para isso. És virgem, não és?
- Não, sou geminiana. – brincou ela, desviando os olhos, mas este gesto e o tom rosado de que a sua pele se tingiu foi o suficiente para dar uma resposta afirmativa.
- Bem, um dia hás-de aprender que quando se têm outras qualidades e sentidos apurados, os olhos podem não ser necessários nessas coisas, Senhora geminiana. – disse ele suavemente, dando-lhe um piparote no nariz. Aquela conversa, em qualquer outra ocasião, ter-lhe-ia parecido, se não absurda, absolutamente improvável. Mas parecia-lhe tão natural, tão natural como o bem que se sentia com ela sentada entre as suas pernas, ambos apanhando os raios majestosos do Apolo estival. Ela ficou em silêncio, talvez meditando no que ele lhe dissera. Shaka inclinou a cabeça para trás, apoiando-a na parede e fechou os olhos.
- Não feches os olhos. – pediu ela, e logo a seguir perguntou – porque andas de olhos fechados?
- Bem… - disse ele abrindo os olhos e fitando-a trocista. – Para não ver as bestas que circulam em solo sagrado. – Dâmaris deu-lhe um murro de brincadeira. – Pronto, está bem, para resistir à tentação do pecado da carne. – Dâmaris deu-lhe outro murro.
- Diz lá.
- Lá.
- Shaka…
- Pronto, não te zangues. – disse, olhando divertido para a rapariga que se começava a zangar à sua frente. – Eu fecho os olhos porque, privando-me de um sentido, a visão, é menos cosmos que desperdiço, é mais cosmos puro que acumulo, logo o meu poder sobe. Quando abro os olhos, esse poder aumenta inúmeras vezes. De qualquer maneira, a visão não me faz falta, tenho os olhos da mente.
- E eles pensam que quando abres os olhos explodes com as pessoas? – perguntou ela.
- Eu, se quiser, quando abro os olhos expludo com quem bem entender.
- Essa fama é muito útil. Também quero. Posso aprender? – quis saber a jovem.
- Poder, podes… mas para isso tens que ter o cosmos totalmente desenvolvido, o que, tirando eu, ninguém tem, infelizmente… acabava-se com essa treta da aparência num instante…
- Eu vou treinar. – prometeu ela. Depois lembrou-se de qualquer coisa. – Shaka, porque andam todos atrás de mim? Não faças essa cara, eu tenho ouvidos e olhos. Que tenho eu de especial?
Além de seres deslumbrantemente bonita e sedutora e a mulher mais inteligente que pôs o pé neste Santuário? Muita coisa, linda, muita coisa…, pensou Shaka, pensando numa resposta que não foi necessária dar.
- Posso? – perguntou a voz de Afrodite do corredor. Dâmaris afastou-se rapidamente de Shaka, reparando que estava praticamente no braços dele. – Bom dia, querida, como estás?
- Bom dia, Afrodite! – Dâmaris pura e simplesmente adorava Afrodite. Além de Shaka, Saga e Mu, parecia ser a única pessoa do Santuário que a olhava como pessoa. Só tinha pena que pensassem tão mal dele, quando Afrodite era, de facto, uma pessoa maravilhosa, exceptuando uns certos ideais sobre beleza, elegância e classe.
- Bons olhos te vejam, Afrodite. – disse Shaka num sarcasmo brincalhão e inofensivo. Os grandes olhos azuis piscina de Peixes estudaram o rosto de Shaka. Depois sorriu dando dois beijinhos a Dâmaris.
- Então é verdade que o lobo solitário abriu os olhos.
- Por favor, não me dês o mesmo nome suave que dão ao Fénix… - disse Shaka com um aspecto magoado. Afrodite sorriu ainda mais.
- Que tal "lobo disfarçado de cordeiro"?
- Condiz mais comigo, sem dúvida. – disse Shaka com um enorme sorriso naquele olhos diáfanos. – Dâmaris, vai-te secar, anda. – Afrodite observou Dâmaris desaparecer pelo corredor e depois a passar pelas escadas que a levavam a casa, um bom bocado afastada dali. Os olhos de ambos os cavaleiros escureceram.
- Queres uma cerveja? – perguntou Shaka dirigindo-se para a cozinha. Abriu o frigorifico e tirou duas, sentando-se à mesa à frente de Afrodite.
- O que aconteceu, Shaka?
- Nada de especial… - respondeu este, brincando com a tampa da cerveja, como um rapazinho que se tenta desviar das perguntas do irmão mais velho. O rosto de Afrodite tornou-se sério, afastando de si toda aquela áurea brincalhona e até narcísica de que normalmente se rodeava, e deixou vir a personalidade séria, inteligente e astuta que normalmente escondia.
- Nada não, tu não abres os olhos por nada.
- Ah, só não me quis chatear, resolvi o problema assim. – Shaka sorriu tentando convencer o outro.
- Esse sorriso não resulta comigo, Shaka de Virgem. – disse Afrodite rispidamente. – Agora, o que é que aconteceu? Tem alguma coisa a ver com Dâmaris? – os olhos de Shaka escureceram. – Bem me parecia que sim… - concluiu Afrodite, como quem espera o resto da resposta.
- Já te contaram…
- Não, o que me contaram foi uma história distorcida, eu quero ouvir a verdade. – afirmou Afrodite.
- O Ikki e o Miro meteram-se com ela… Eu juro-te, Afrodite, que vou mandar aquele biquini para o lixo e comprar um fato de mergulho! – disse Shaka irritado. Afrodite sorriu e abanou a cabeça.
- Não iria adiantar…
- O quê?
- Não iria adiantar. O resultado é o mesmo, Dâmaris é assim, irresistível, provocante, extremamente bonita. Não importa o que ela veste, Shaka, ela é assim. Parece que transpira sensualidade, não sei.
- Porra! Que posso eu fazer? – protestou Shaka, levantando-se e batendo com uma mão na bancada de mármore.
- Nada, tu não podes mudar como ela já nasceu. Parece que apenas tu resistes ao efeito dela sobre os homens. Não olhes assim para mim, eu seria incapaz de tocar em Dâmaris! – insurgiu-se Afrodite. – Apenas tenho olhos na cara.
- Eu sei. Afrodite, eu sei… não consigo ver que raio de efeito tem ela sobre os homens, porra!
- Bem, isso é porque tu és um Iluminado… vais ver tanta luz cega-te nestas ocasiões. – brincou Afrodite.
- Ora!
- Shaka, Shaka, tu és único no mundo. – Afrodite abanou novamente a cabeça. – Diz-me uma coisa… a nossa Dâmaris já sabe que é assim tão mais que bonita? Tu disseste-me que a ias impedir de ver isso, ou até mesmo, de saber ver isso.
- Vais-me dizer que agi de forma errada?
- Ah, conseguiste… Bem me pareceu que sim, ela é tão inocente em cada gesto que faz que não percebe que até a maneira de anda é provocante.
- Estou a ver que anda tudo muito provocado por aqui…
- Bem, Shaka… - disse Afrodite, terminando a cerveja. – Talvez se Dâmaris soubesse como é, ela conseguisse controlar e esconder melhor. Ou defender-se-ia melhor. É difícil defendermo-nos de algo de que não temos conhecimento.
- Para defendê-la estou cá eu. – disse Shaka secamente.
- E quando o treino acabar, Shaka? O que vai ser de Dâmaris? Para onde vai ela, o que vai ela fazer? Podes defendê-la sempre, Shaka? De tudo mesmo?
- O que queres dizer com isso?
- Nada. Só acho que devias pensar melhor no futuro dela. Não vai ser tua aprendiza para sempre. Tenho que ir. – disse Afrodite suspirando. – Até logo.
- Tchau, Afrodite. – respondeu um soturno Shaka. Começou a fazer o jantar, tentou responder com naturalidade às brincadeiras de Dâmaris que estava muito bem disposta.
A Dâmaris já sabe que é bonita? Parece que apenas tu resistes ao poder que ela tem sobre os homens. Dâmaris é assim, irresistível, provocante, extremamente bonita. Parece que transpira sensualidade… Podes defendê-la sempre, Shaka? De tudo mesmo? Não vai ser tua aprendiza para sempre…
As palavras de Afrodite invadiam-lhe a mente umas atrás das outras. É claro que a vou defender. Para sempre. De tudo. Para sempre…
- Shaka, Shaka! Shakaaaaaaaaaaaa…. – Dâmaris abanou-o. Ele olhou para a jovem. – Estava a dizer que vou dormir, estou cheia de sono. – Shaka levantou-se de um pulo.
- Eu levo-te a casa. – Dâmaris estranhou.
- Porquê? Ah… deixa estar, é já aqui ao lado. – Mas Shaka acompanhou-a na mesma. Dâmaris meteu a chave na porta e abriu-a, deixando o cavaleiro passar. – Vês, não aconteceu nada.
- Pois é, mas um homem prevenido vale por dois. – disse ele com um sorriso. Ela abanou a cabeça.
- Boa noite, Shaka. – Shaka começou por lhe dar as boas noites mas abraçou-a num repente.– Sha…
- Gosto muito de ti. – Dâmaris ficou confusa e sentiu o coração parar. Parecia ser a primeira vez que Shaka pronunciava aquelas palavras. – Eu vou-te proteger sempre…
- Eu sei. Eu sei que sim. É por isso que sou meio maluca, meio despistada, é por saber que estás sempre ao pé de mim. – Dâmaris não resistiu e abraçou-o também. – Também gosto muito de ti, Shaka.
- Porque choras? – perguntou, fazendo-lhe festas.
- Não sei, acho que é por estar feliz. Sinto-me bem, segura, feliz. – respondeu com a cabeça aninhada no peito dele.
- Estar feliz faz-te chorar? – estranhou ele. Ela afastou-se limpando os olhos.
- Só porque sou pateta. – pôs-se em bicos de pés e deu-lhe um beijo doce na face esquerda. – Bons sonhos. – Shaka tinha novamente um nó inexplicável na garganta.
- Bons sonhos. – chegou a casa e deitou-se vestido em cima da cama, a pensar na volta que a sua vida estava a dar, naquilo que ele realmente não percebia apesar de todo o seu génio e se chamavam sentimentos. A pensar em Dâmaris. Uma lágrima solitária rolou-lhe pela face. Era salgada. Há tanto, tanto tempo que não chorava. Gosto muito de ti, Shaka. Sinto-me bem, segura… Porque choras?... Não sei, acho que é por estar feliz. Algumas irmãs daquela lágrima, poucas, correram durante uns momentos, alternadamente.
Porque choro? «Porque choras? … Não sei, acho que é por estar feliz..» Então, choro porque estou feliz? Estar feliz é realmente isto? É sentir-me no paraíso sem de facto estar lá? Será que também sou pateta? Devo ser, estar para aqui a chorar sem razão. Eu, a chorar! Shaka de Virgem, desta vez bateste no fundo, companheiro… Pensou com um sorriso muito sério antes de adormecer.
N.A.: Pedala, Shaka, vá, com mais força! (Ayan está no meio dos escombros da sua casa, sentada numa pedra, a teclar num computador ligado a um transformador de energia que lhe é fornecida por Shaka que pedala numa bicicleta sem parar). Vá!
Porque EU, hein? Sou um cavaleiro de ouro não um painel de energia solar!
Porque foste tu que me destruíste a casa! Idiota…
E quem é que fez essa cena ridícula? EU, EU a CHORAR? Quando, quando quando????????? Nunca na minha vida! E olha que ela é beeeeeeeem longa! Sinceramente, eu a chorar…
SHAKA; CALA-TE E PEDALA!
E quando eles descobrirem que fizeste uma ligação pirata à rede telefónica do presidente da República para teres INTERNET… aí sim, quero ver quem te vai salvar…
TU, óbvio, quem é que destruiu o modem e TODOS os postes telefónicos da zona? Agora pedala e fica caladinho… quanto mais depressa fizer isto, mais depressa paras…
OIEEEEEE!!!!!! Voltei! Se calhar este capítulo ficou um bocadinho lamechas, mas ele é crucial para o desenrolar da história. Mas não me venham com essa conversa de que "homem não chora" porque isso comigo não pega… Qual é, homem tem saco lacrimal, é ser humano, é animal, chora, ora essa… até parece que é o nível de testosterona que controla a secreção lacrimal… (fuzila Shaka com os olhos).
Houve um pouco mais de contacto com outros cavaleiros, o inicio do treino da Dâmaris já passou à séculos, o amigo estava doente e acho que foi a altura perfeita para "introduzir" a Dâmaris no Santuário. Seja lá o que isso signifique.
Calíope Amphora = Gente, vocês deixam-me a sentir muito mal… please, não escrevam essas coisas na net! Qualquer um vê e ainda me processam!
Esse "quero mais"… espero ter sido saciado de momento! Acho que foi o maior capítulo que já fiz… ' os meus capítulos são assim tão pequenos? Sei lá, sempre achei que eram grandes demais e as pessoas ficam aborrecidas por serem tão grandes logo de uma vez! Até já me disseram para partir os capítulos ao meio, mas acho que a história ia ficar muito sem graça. Mas digam-me a vossa opinião!
Eu também não me importaria de tratar de um doente assim… Acho que vou tratar dele mesmo (olha para Shaka que começa a ficar cansado: há 24 horas que pedala à velocidade da luz…). Mais um bocado, Sha, estou quase a acabar…
Depois tens que fazer um caril de gambas extra picante para recuperar forças…
Caril de gambas, OUTRA VEZ?
Porra, sou indiano ou NÃO?
E eu é que sei? (Loiro fuzila-a com os olhos) Tá, bom, tá bom…
Bjokas!!!!!
Mari Marin = Vocês são MUITO perversas… Gente, for Christ sake, deixem-nos dormir sossegados! Além disso, número 1: O Shaka é o "senhor-auto-controlo-do-corpo-e-da-mente", número 2: a Dâmaris aprendeu e reflecte os ensinamentos do mestre, número 3: está tudo muito confuso… e eu que o diga…
Típico de uma geminiana… mete-se nos problemas e depois não os sabe resolver… escusavas de ter posto A MINHA MAGNIFICA pessoa no meio do rolo, né?
Shakinha, meu doce… EU NÃO ESTOU COM PROBLEMAS… apenas tenho que encontrar o fio à meada… no meio dos exames, não é fácil, TÁ???
Deu arrepio? Deu arrepio? Deu, deu, deu? (Ayan rói as unhas e morde os dedos, Shaka olha-a descrente).
Ei, são os MEUS olhos, coisa doce…
Cala a boca e pedala… E aí, Mari, deu arrepio? Deu?
ADOREI OS MAILS E A IMAGEM!!! Agora, tenho que pôr tudo em ordem, arranjar tempo para acabar tudinho e ler tudinho e fazer o resto das coisas todinhas… inclusive o Aioria…!
Estou a ADORAR a tua(vossa) fic!!! Tenho que deixar um review BEM gigante… Calma, só faltam dois, só faltam dois!
BJOKASSSSSS!
Ia-Chan = Complexidade cerebral baseado em dados verídicos… Afinal, eu convivo com este loiro maluco e outros tantos, né?
Vai caindo devagar a ver se alguém põe uma cama por baixo… :P (estou a ficar tão perversa como vocês!)
Tu és mais perversa que todas elas juntas, meu anjo…
Sim, culpa de quem? TUA!
Eu? Ora essa! E eles? (aponta Dorian e Lestat que discutem planos megalomaníacos como ser uma estrela rock/actor/governante do submundo e ser ainda mais narcísico, mais bonito, mais forte e governar todo o mundo…) Aliás, porque é que sou eu pedalo, hein? Pelo menos o vampiro tem que dar….
Porque foste TU quem destruiu tudo e… tenho que me repetir tanto? PEDALA!
Bjokassss!
Juninha2000 = Merci bien pelos elogios!!! :-) Aqui está o novo capítulo!!!!! Ah, posso adiantar que estamos mais ou menos a meio da história!
Bjokinhas!!!!!!!!!
Angel Vv = Oi…
Ela disse que me ama. (Shaka manda a língua de fora a Ayan) Onde está a tua teoria agora?
Ela não disse isso! Ela disse que ama os MEUS fics e que tu és o "personagem" favorito dela… por favor, tem cuidado com essa análise linguísitca…
Dá no mesmo…
Não dá não! Duh… Ok, eu não acredito que vou dizer, mas… o Shaka também é um dos meus personagens favoritos do mundo!
Eu também te amo, está descansada…
(Ayan espera pela famosa frase em relação à sua cozinha mas o loiro continua a pedalar)
Será? Bem, obrigada pelos elogios!!!!!
BjokaS!!!!!!!!!
Pandora-Amamiya = Oficialmente considerada o alarme das postagens!!! :-P
Ok, deixa ver se percebi a teoria: primeiro – elas são burras e merece
segundo – elas são seres humanos, não merecem assim tanto
terceiro – Shaka merece sofrer
quarto – Dâmaris faz Shaka sofrer antes de tudo
hum….. tá muito bem, completamente de acordo com o que estou a pensar em fazer… numa certa modalidade inovadora, etc, claro…
E ela insiste em chamar-me velho…
Vá lá, o Lestat é da segunda metade do século dezanove e segundo a verdadeira lenda do Dorian ele já tem uns bons séculos na bagagem… E NÃO SE QUEIXAM!
Vê-se mesmo que é novato em matéria de imortalidade… Tadinho do caçula… (Dorian abana a cabeça e Lestat sorri, trocista. Os olhos de Shaka começam a brilhar…)
Ok, vocês os dois, fora da conversa. Isto aqui é Saint Seiya… Shaka, doce, pedala mais um bocadinho, sim?
Com o Miro? Será???? Mas lá que o coração de pedra dele vai ser rachado vai, de uma maneira… ou de outra….
BjokihnaSSS!
Paula Marques = Oh, vá lá… estudos baseados em experiência própria e alheia… Já tive esse problema umas dez vezes, que eu me lembre e numa fiquei com caganeira… quanto muito prisão de ventre. Sejamos bonzinhos, sim? Não lhe ia fazer ainda pior do que estive, né? Pensei que ia parar à cova da sepultura…
O sari… EI, SHAKA, CADÊ O SARI VERMELHO??? É verdade, eu nunca vi sari nenhum cá em casa…
Oh, please… vocês ligam tanto para a imaginação daquele japonês maluco… nós vestimo-nos como vocês… olhem: calças Valentino e camisa Armani, sapatos…
EEXIIBBCCIIOONNIISSTTAA!!!!! (gritam os três ao mesmo tempo)
Não te conhecia essa faceta, ó grande "materialismo que lixe…"
Digamos que o Saga…
Que é que tem esse geminiano filho da mãe?
SHAKA! Mais respeito com o meu irmão! Além disso… esta casa é DELE! AIIIIIIIIII, tu destruíste a casa do meu irmão…
Ah, sim… aquele onde tu albergas, vejamos, um imortal narcisico com a mania que sabe usar uma espada e tem medo de quadros, um vampiro neo-gótico rockeiro e com complexos de raça e…
E um cavaleiro de ouro que vai ser morto pela dupla de gémeos… (Ayan olha-o zangada e os outros olham-no… indiferentes?)
Certo… Que tal se eu comprar uma casa, villa com piscina, campo de ténis, espelhos pela casa toda, uma imensa biblioteca e uma sala de som?
Excelente.
Ok, digamos que o Saga sentiu uma função paternalista com o "pequeno" rebento de gémeos para alertá-la contra o "lobo"… mais ou menos isso… ele não falou mal dele nas costas, qual é? Podia ter sido bem pior!
BJOKAS!!!
Kourin-sama = Será que foi???? Shakaaaaaa, emprestas-me a tua Armani…? (Shaka ergue as sobrancelhas e Ayan suspira) Não, Lestat, não quero a tua, quero a dele… Shaka?
Não posso tirar as mãos do guiador…
Depois falamos…
Hi, o fogo de gémeos nos teus olhos…
Qual é… (Ayan rebola os olhos) boxers não deixam ver nada… só quando são muito apertados, mas a maioria dos rapazes usam-nos largos… Olha, vai dizer isso aos meus amigos, quando me abrem a porta de manhã ainda em boxers… deves pensar que reparo muito, HAHAHAH, já estou tão habituada que parece normal… Bem, um deles é quase meu irmão, também era melhor… Também nenhum deles é nenhum destes três aqui, n
Além disso, a Dâmaris é "superior", como diz o Shaka, não liga para isso…
Triângulo amoroso…? Bem…
Digamos que o Shaka tem uns certos problemas em entender sentimentos… ele passou "essa fase" da infância à frente, foi logo para a mente… agora precisa fazer o retrocesso… começando com um concentrado… depois logo vemos se salpica…
Flagrá-los??? (Ayan ergue as sobrancelhas) QUE MÁ!
FAZER FICS É MUITO IMPORTANTE! "." eu morro se não escrever os meus…
Obrigado pelo desejo!!!
BJOKASSS!!!!!!
Fofa-Chan = OIE! Bem vinda ;-)
Multi-usos, a Dâmaris? Essa foi uma das caracterizações mais originais que fizeram sobre um personagem meu! Veremos, veremos…
EU NUNCA IRIA TRANSFORMAR O MEU IRMÃO EM VIADO! QUE HORROR!
Ah, sim, com uma enfermeira daquelas, tinha mesmo que melhorar logo… desperdício de energia, ficar doente…
"Raios"? Sei lá, acho que ficou marca registada… Bem, agora nos exames, já que não dá para dizer palavrões dentro da sala (eu digo! Em francês! Muito baixinho :-P), temos que resmungar coisas mais eruditas como: raios, bolas, caramba, fogo, etc… devo ter pegado o hábito dos meus colegas, só pode…
BJOKAS!!!
Bien, c'est finis … O que há para dizer… Ah, sim, levei metade do exame de Latim a resmungar palavrões em francês… foi o exame mais difícil… que, além de ser tão grande que nunca ninguém acabou o último grupo totalmente EM ANOS, foi tão difícil que é de caras que querem acabar com a disciplina por não haver professores… assim fazem exames difíceis para os "caçulas" não escolherem a disciplina… Além de tudo, saiu uma obra que a nossa fantástica professora não deu, um tema de desenvolvimento que a nossa professora nem referiu que existia… No stress, eu descobri que ele existia, um dia antes do exame…
Preparação ideal para o exame de Filosofia: aluguem e peguem em casa todos os filmes de vampiros disponíveis. Comecem com um Drácula em que entre o Christopher Lee… para mim, o melhor Drácula de sempre… Depois vejam a Entrevista com o Vampiro… ("Lestat")… Depois A Rainha dos Malditos ("Lestat", "Lestat"), depois leiam algumas partes das obras da Anne Rice… critiquem os filmes e vejam um Lestat melhorado nos livros… Oiçam música louca e meio gótica… e estudem ao mesmo tempo… CUIDADO! Não babem o livro e os apontamentos… BOA; é impossível um exame correr melhor! Ah, não se esqueçam de trabalhar bem durante o ano lectivo, claro…
BJOKAS PA TODOS OS LEITORES!!!!!!
Próximo capítulo: "O primeiro combate de uma guerreira"
