Nota da autora:Gente,eu vou ficar de férias...Estarei viajando no dia 26,e só voltarei no dia 10 de setembro.Então,as atualizações podem demorar,mas vou me esforçar pra mantê-las freqüentas,ok?Espero que gostem desse capítulo!

Capítulo 2

Ela sentiu um arrepio percorrer toda a sua espinha. Aquilo era muito importante para ela, era um passo importante na sua carreira. Hermione sentia-se imobilizada, chegou até a acreditar que alguém lhe tinha lançado um Petrificus Totalus. "E se eu não conseguir? Será que Mr.Smith não gostou da minha apresentação?" Ela só voltou a se mover quando viu que era a única que ainda não tinha voltado para a sala de reuniões. Ao entrar na sala, tremendo um pouco devido ao nervosismo, fechou a porta. Jurando a si mesma que era a última vez, olhou de relance para Ron e constatou que ele também estava nervoso, dava para perceber isso pela cor pálida que a cara dele apresentava. Se sentou no seu lugar, deu um longo suspiro para tomar coragem, olhando a mesa fixamente, e levantou a cabeça ara encarar Mr.Smith, decidida.

Ron estava conversando com Susan Bones, uma colega de trabalho e antiga colega de Hogwarts que estava interessada em seu irmão, George. Ele achava engraçado: ela não parava de falar nele e falava como se ele fosse a oitava maravilha do Mundo. Mas Ron "estava em outro lugar", e ela não parecia notar isso. Estava pensando na discussão que tivera com Hermione e se sentia bastante satisfeito por tê-la irritado. Não sabia bem porquê, mas estava.

- Ron, você ouviu a minha pergunta? – perguntou Susan, olhando para ele intrigada.

- Qual?

- Eu te perguntei se o George tem alguma namorada! – respondeu ela, impaciente.

- Ah! – Ron agora já estava se aborrecendo com aquilo. Ela sempre fazia essa pergunta quando falava com ele. – Não, agora ele não está namorando. Ele e o Fred andam muito ocupados com a loja...

- Imagino! Também, eles agora abriram uma lá em Hogsmeade, onde era aquela outra que fechou, né? Quero dizer, quando os alunos de Hogwarts vão lá, eles devem entupir a loja, aí os dois ficam cheios de trabalho e...

Susan foi interrompida por um dos assistentes de Mr.Smith, que entrou na sala e anunciou:

- Senhores, façam o favor de entrar. Mr.Smith já tomou a sua decisão.

Ron sentiu um balde de água fria escorrer por ele.

- Bom, é melhor entrarmos. Eles já estavam demorando, não acha?

- É... 'tavam sim... - respondeu ele, sem saber ao certo o que estava falando, sendo arrastado por Susan até à sala de reuniões.

Antes de entrar, ainda pode ver Hermione parada, de pé, no meio da sala, olhando fixamente a sala de reuniões através da porta aberta. Talvez a palavra 'petrificada' era a que melhor a definia naquele momento. Ao entrar na sala, reparou que todos estavam ansiosos para saber a decisão de Mr.Smith. E ele? Será que ele também estava? Alguma coisa lhe dizia que talvez ele não quisesse saber a decisão tomada por ele... Ouviu a porta sendo fechada, não sabia por quem, já que a sua atenção estava totalmente concentrada nos seus pés.

- Senhores, acalmem-se, por favor – ordenou Mr.Smith. Imediatamente fez-se silêncio.

– Antes de tudo, quero dizer que as duas associações estavam muito boas e que foi muito difícil escolher. Na verdade, acho que nunca foi tão difícil escolher. Espero que ambas as comissões continuem progredindo, trabalhando cada vez mais, evoluindo cada vez mais. Bom, vou deixar de fazer suspense. – comentou ele, sorrindo amavelmente para todos os presentes. – Infelizmente, só podia ser uma associação e eu e meus dois assistentes decidimos que a COEM irá organizar a EMPM.

Ron não queria acreditar no que estava ouvindo, ainda estava absorvendo as últimas palavras que acabara de ouvir, com muita dificuldade. A COEM? Ele, mais uma vez, tinha sido pior que a Hermione? Não, não podia ser! Tanto tempo trabalhando, numa coisa que ele nem gostava realmente, para poder provar a todos que podia ser melhor que ela, que era possível ser melhor que ela. Mas não, ele não era. Para seu desgosto, ele não era e tinha que se conformar com isso. Como tivessem sendo atraídos por um imã, os seus olhos pousaram em Hermione. Ela estava muito feliz, felicitando seus colegas de trabalho e sendo felicitada pelos mesmos. "Normal, quem não ficaria feliz?" pensava Ron, sarcasticamente. A uma certa altura, parecendo que tinha sentido o olhar de Ron, ela virou-se para ele e os olhos dos dois se encontraram por um instante que, para eles, pareceu uma eternidade. Ron sentiu, de novo, aquele friozinho na barriga, aquele salto mortal que seu estômago fazia. E então, ele sentiu raiva dela, muita raiva e quebrou aquele contacto visual. Mas ele não tinha percebido o que os olhos dela sentiam. Hermione mostrava que não estava totalmente feliz. Certamente ele nunca tinha ouvido falar que os olhos são o espelho da alma, pois ele não tinha notado isso...

- Devo acrescentar – disse Mr. Smith, com a voz mais elevada que o habitual para "controlar" a euforia dos membros da associação vencedora. – que, caso aconteça alguma coisa que atrapalhe e/ou impossibilite a realização do projecto da COEM, o cargo será entregue à AREM.

- Sem chance! – murmurou Ron, para si mesmo – Hermione é super responsável, ela nunca ia deixar nada acontecer com o projecto dela...

- Não se preocupe, Weasley. – disse Joseph Bynes, também murmurando e sorrindo maliciosamente – Vai dar tudo certo, eu tenho as minhas cartas na manga.

Ron olhou, desconfiado, para ele. Mr Bynes era um cara muito legal, mas alguma coisa não o agradou naquilo. "Tenho as minhas cartas na manga"? O que ele queria dizer com aquilo?

- Bom, creio que já não há mais nada a declarar. – falou Mr. Smith, sorrindo para todos os presentes na sala. – Estão dispensados, podem sair.

Ron deu um rápido "tchau" ao seu chefe e saiu da sala. Já que estava no Ministério, decidiu passar no Departamento de Aurors e chamar Harry para acompanhá-lo até o Caldeirão Furado. Olhou para o seu relógio de pulso enquanto se dirigia para o elevador. Eram 18:30h. Harry já devia estar terminando o expediente e Ron estava realmente precisando de umas boas doses de Uísque de Fogo!

- Senhores, acalmem-se, por favor! – ordenou Mr. Smith. Imediatamente fez-se silêncio. – Antes de tudo, quero dizer que as duas associações estavam muito boas e que foi muito difícil escolher. Na verdade, acho que nunca foi tão difícil escolher. Espero que ambas as comissões continuem progredindo, trabalhando cada vez mais, evoluindo cada vez mais. Bom, vou deixar de fazer suspense. – comentou ele, sorrindo amavelmente para todos os presentes. – Infelizmente, só podia ser uma associação e eu e meus dois assistentes decidimos que a COEM irá organizar a EMPM.

O quê? Será que ela tinha ouvido bem? A associação "dela", a apresentação dela tinha "vencido a disputa"? Era bom de mais para ser verdade, ela não cabia em si de contente, de tanta felicidade!! Hermione tinha vontade de pular, gritar que tinha conseguido. Mas tinha que se conter, tinha que "apresentar uma boa imagem". Logo ela foi felicitada por todos os seus companheiros e ela também os felicitava, pois tinha sido um trabalho de grupo, um trabalho que realmente dera muito trabalho a todos eles! Todos os membros da COEM estavam contentes, tinha valido a pena todas as horas extras, todo o trabalho dobrado, todos as noites em claro e todos os cafés para compensá-las. Mas aí ela se lembrou de uma coisa: e Ron? Como é que ele estava? Ao lembrar-se desse "pequeno-grande" pormenor, ao parte da sua felicidade dói evaporada. Virou-se para poder olhá-lo e, talvez, de uma certa forma, confortá-lo com o olhar. Ele também a olhava, triste, pedindo ao menos algum consolo. Ela queria tanto ir até lá, abraçá-lo, mexer carinhosamente naquele cabelo ruivo. Mas não. O seu estúpido orgulho não deixava. Então ela limitou-se apenas ao olhar, por algum tempo. Ela não sabia ao certo quanto, também não lhe interessava, mas parecia que não tinha fim. E por ela, não teria fim. Foi quando ela viu gelo, frio, nos olhos dele, assim, do nada. Ele desviou o seu olhar e ela pode ouvir Mr. Smith dizer, apesar de ainda estar atordoada por aquela frieza:

- Devo acrescentar que, caso aconteça alguma coisa que atrapalhe e/ou impossibilite a realização do projecto da COEM, o cargo será entregue à AREM.

Ela não deu muita importância a esta última advertência de Mr. Smith. O que poderia correr mal?

- Bom, creio que não há mais nada a dizer. – continuou Mr. Smith – Estão dispensados, podem sair.

Hermione decidiu ficar mais um pouco na sala adjunta à sala de reuniões, conversando com os seus colegas. Quando olhou para o relógio que estava pendurado na parede, este indicava que eram 19:30h.

"Melhor eu ir pra casa." pensou ela. "'Tô super cansada, preciso de um bom banho. Não vejo a hora de tirar estes sapatos apertados!!" Se despediu de seus colegas e, então, decidiu passar ir no escritório de Harry e contar-lhe a novidade, antes de ir pra casa. Chagando lá, encontrou Ernie Macmillan, antigo colega seu dos Hufflepuff, que também se tinha tornado um Auror.

- Oi, Hermione! Faz tempo que eu não te vejo, hem? – cumprimentou Ernie.

- Oi! É mesmo, faz um bom tempo. Andei tendo muito trabalho, mas finalmente acabou! E você, como vai?

- Eu também estou trabalhando bastante. Mas eu prefiro assim, adoro o meu emprego!

- Que bom! – disse Hermione, sorrindo. – Você viu o Harry por aí?

- Ele saiu com o Ron faz mais ou menos... - parou para consultar o seu relógio e continuou – uma hora.

- Ah! – exclamou ela, esmorecendo o sorriso. – Tudo bem, mais tarde eu falo com ele.

- Você quer um suco de abóbora, um café...?

- Não, obrigada. Eu acabei de sair de uma reunião e estou cansadíssima. Não vejo a hora de chegar em casa...

- OK. Então a gente se vê por aí, tenho um monte de papelada pra tratar. – comentou ele, indicando um grande maço de papéis. – Ah! Agora que eu lembrei! Quem vai organizar a EMPM?

- É a nossa comissão, Mr. Smith decidiu faz pouco tempo. – respondeu ela, com um sorrido cansado.

- Parabéns! Você merece! Bom agora eu vou mesmo. Accio papéis! - e o maço de folhas veio de encontro a ele. Ele as segurou e se despediu dela, se desmaterializando logo em seguida.

Hermione também se desmaterializou, até a sua casa. Logo foi recebida pelo seu gato, Crookshanks.

- Oi, lindo! – falou ela para o gato. – Você deve estar com fome, né? Vou tratar agorinha mesmo desse assunto.

Foi até a cozinha e pôs comida na tigelinha de Crookshanks. Também pois um pouco de água e dirigiu-se de novo para a sala. Deixou a bolsa, o casaco e os sapatos jogados no tapete e foi para o banheiro, onde ligou a água da banheira, bem quente. Olhou para o espelho e sentiu os seus olhos começarem a ficar molhados.

"Como é que as coisas chegaram a este ponto?", se questionava ela, encostada na parede, deslizando lentamente por ela até ficar sentada no chão. "Como é que eu pude deixar as coisas chegarem a este ponto?"

E começou a chorar. Silenciosamente, mas chorava, com direito a soluços abafados. Ela não percebia como uma briga inicialmente boba pôde ter acabado numa discussão horrível e num afastamento que parecia não ter volta. Arrependia-se profundamente de tudo o que tinha dito, tudo! Só tinha falado bobagem e, as coisas que ela realmente precisava dizer, não haviam sido ditas. E eram tantas essas coisa... Talvez até continuem sendo muitas e também continuam sendo não ditas. Mas ela "não daria o braço a torcer", de maneira alguma! Ele havia magoado muito ela e ainda não havia pedido desculpas, apesar de ela também não o ter feito. E então, do nada, um pequeno sorriso se iluminou no seu rosto, ela não tinha conseguido detê-lo. Lembranças vieram à sua mente, lembranças de quando ainda frequentava Hogwarts. Como eram bons esses tempos...

:.: FLASHBACK :.:

- Ron, eu já te falei milhões de vezes: ignore o que o Malfoy diz! – dizia Hermione enquanto ela, Harry e Ron entravam na sala comum dos Gryffindor através do buraco atrás do quadro da Mulher Gorda. Ron tinha um olho roxo e um pouco de sangue no canto do lábio inferior. – Eu já nem ligo mais para o que ele diz.

- Mas devia! Ele sequer tem o direito de te dirigir palavra! Aquele nojento, seboso, filho da...

- Ron! – interrompeu Harry. – Acho melhor a gente ir até a enfermaria para Madam Pomfrey ver isso.

- Não precisa! Não é a primeira vez que eu tenho um olho roxo.

- Tem certeza? – perguntou Hermione, preocupada.

- Tenho. – respondeu ele, Ron, sentindo a sua cara ficar quente.

- Não quero que isso piore, - insistia ela. – é melhor irmos lá!

- Não precisa, Mione! Mas obrigada pela preocupação.

Foi a vez de Hermione ficar vermelha. Harry deu um suspiro e disse:

- Bom, já que o cabeça dura aqui não quer ir até a enfermaria, é melhor a gente ir dormir.

- Apoiado! Boa noite, Hermione! – disse Ron, cansado, indo em direcção ao dormitório com Harry.

- Ah, não! Nem pensar! A gente tem que fazer essa redação enorme para Poções. Vamos fazê-la agora. – protestou Hermione, fazendo questão de carregar na palavra 'agora'.

- Hermione, nós estamos cansados e, ainda por cima, o Ron está machucado. A gente precisa dormir.

- E além disso, nós temos de entregar essa redação semana que vem, dá tempo. –acrescentou o ruivo.

- Vocês tiveram um 'Brilhante' a Poções nos NPF's por pouco! Deviam se empenhar mais! E o facto de vocês estarem cansados ou do Ron estar machucado não tem nada a ver para...

- ' Pera aí! – interrompeu Ron, zangado e indignado ao mesmo tempo – Como o de eu estar machucado não tem nada a ver?! Até agora à pouco você estava preocupada me perguntando se não era melhor eu ir até a enfermaria!

- Estava! – respondeu ela, friamente. – Já não estou! Você mesmo falou que não precisava, que não era a primeira vez que você está machucado!

-ENTÃO VOCÊ QUER DIZER QUE O FACTO DE EU TER TE DEFENDIDO NÃO IMPORTA, HEM?! – falou ele, já gritando

- EU NÃO FALEI NADA DISSO! – ela também já estava gritando – EU DISSE QUE VOCÊS TÊM QUE SE EMPENHAR MAIS NOS ESTUDOS SE QUISEREM SER AURORS!

- AH! SE FOSSE O VITINHO ERA DIFERENTE, NÉ?! AÍ VOCÊ JÁ NÃO FALAVA PRA ELE FICAR FAZENDO DEVER E FICAVA AI BABANDO EM CIMA DELE – ripostou Ron, sarcasticamente.

- NÃO FALA BOBAGEM!EM PRIMEIRO, NÃO CHAMA ELE DE VITINHO E NÃO IA SER DIFERENTE COISA NENHUMA . ALÉM DO MAIS, VIKTOR É SÓ MEU AMIGO, NÃO PASSA DISSO!

- CLARO! E EU SOU O PAPAI NOEL!!!

Harry decidiu dar o fora dali rápido, senão ainda sobrava para ele. Ron e Hermione já estavam discutindo de novo, não havia meio de pará-los. Foi andando discretamente até o dormitório e então a voz do ruivo o fez parar:

-Harry, espera aí! Eu também vou com você! Não vou ficar discutindo com ela por causa de bobagem! E ainda por cima, as provas só vão ser daqui a dois anos!! – falava ele, muito vermelho, olhando fixamente para Hermione, que também estava muito vermelha, olhando do mesmo modo para Ron, quase soltando fogo dos olhos, Provavelmente eles ainda não tinha notado que praticamente todos os Gryffindor estavam vendo tudo... - E da próxima vez que Malfoy xingar ela, eu nem me vou dar ao trabalho de defendê-la!

Harry não pode esconder um sorriso. Da última vez, Ron tinha dito a mesma coisa e não cumprira a sua promessa. Isso sem contar com as outras mil vezes. Tinha certeza que isso ia acontecer de novo.

- ÓTIMO! – gritou Hermione e entrou no dormitório, fechando a porta com muita força.

:.: FIM DO FLASHBACK :.:

Eles sempre brigavam, sempre. E, a cada ano que passava, eles brigavam ainda mais. Até que, no fim do sétimo ano, eles atingiram o "ponto máximo"... Ela foi desviada dos seus pensamento quando viu que a água já estava transbordando da banheira. Enxugou as lágrimas com as costas da sua mão, fez um feitiço para secar aquela água toda que estava no chão e esvaziou um pouco a banheira. Tirou a roupa e entrou nela. Agora ela queria esquecer de tudo!!