Notas
da Autora: Oi!! Em primeiro, quero pedir desculpas por ter demorado
em postar este capítulo, ficou meio difícil arranjar
tempo e computador para escrever o capitulo. Ele ficou enorme, mas
prometo que tentarei fazer o próximo menor que este. Quero
agradecer MUITO à Morgana Le Fay, Flavi e Gabi Potter.
Obrigada por terem lido e comentado a fic!!
Capítulo
3
Era dia. Tímidos raios de sol atravessavam as frestas
das cortinas e entravam no quarto de Ron. Podia-se ouvir o canto dos
pássaros e o galo, ao longe, anunciava a chegada de um novo
dia.
Seria uma ótima maneira de acordar, se não
fosse o fato de que Ron estava com uma baita dor de cabeça...
Ele se virou na cama, resmungando baixinho coisas incompreensíveis,
até que encontrou uma boa posição: a cabeça
debaixo do travesseiro. Assim não ouvia mais nada. Mas parecia
que a sina dele era acordar... Logo depois, Ginny entrou de rompante
no quarto, dirigindo-se à janela.
- Bom dia, Ron! Hora
de acordar! – dizia ela, feliz, enquanto abria as cortinas. –
Levanta logo dessa cama. Hoje está um dia lindo! Nem parece
que é Outono...
- Ginny, eu fui dormir tarde e 'tô
com dor de cabeça. Me deixa dormir! – protestava ele, com a
voz abafada pelo travesseiro.
- É o que dá ficar
se consolando na bebida...
- Não me enche! O irmão
mais velho aqui sou eu!
- Sério? Não parece...
Mas não quero saber! Levanta logo, o café já
está na mesa! – insistia Ginny, puxando as cobertas e
arrancando o travesseiro dele.
- Não-vou!!
-
Olha, eu já sou adulta e casada, mas ainda me lembro
perfeitamente de como fazer aquele feitiço do morcego! –
ameaçou a ruiva, com a varinha na mão.
- OK! OK!
Você venceu! Vou tomar um banho e depois eu desço!
-
'Tá! Mas não demora!
Contrariado, Ron se
levantou da cama. A irmã conseguia ser bem assustadora quando
ela queria... Com certeza tinha herdado esse dote da mãe.
Tomou um banho frio, pois estava havendo um problema com a água
quente, e escovou os dentes. Ao descer as escadas, tropeçou
num degrau e caiu de bunda no fim destas.
- Começou mal
o dia, hem? – comentou Harry, rindo, pondo a cabeça de fora
da cozinha.
- Bom dia para você também, Harry! –
respondeu Ron, o que fez com que o amigo risse ainda mais. O moreno
lhe fez sinal para que entrasse. Ao chegar na cozinha, o ruivo parou,
espantado, olhando para Harry.
- O que é isso?! –
perguntou, incrédulo.
- Isso o quê?
- Você
está de avental! Quem te fez isso? Aposto que foi a Ginny! E
você deixa que ela mande em você? Claro que deixa!
-
Agora você deu para responder às suas próprias
perguntas? Você realmente está mal... Já estava
pensando que era coisa séria!
- E por acaso não
é coisa séria? Onde já se viu! Um homem de
avental!
- Larga de ser machista, Ron! – interrompeu Ginny,
que tinha acabado de entrar na cozinha em direção ao
Harry. – Ele só faz isso para me ajudar!
- Bom dia! –
disse Harry para a esposa, dando-lhe um selinho. – Não liga
não, ele hoje está mal-humorado.
- Claro! Graças
a ela!
- Para de reclamar! – se defendeu Ginny. – Você
só está assim por não ter sido escolhido na
reunião, não ponha a culpa em mim!
Ficaram em
silêncio. Um silêncio constrangedor. Ron se sentou
lentamente na mesa, cabisbaixo, e começou a cortar o pão.
Harry lançou a Ginny um olhar avisando-a que de tinha tocado
no ponto dele. Ela estava arrependida.
- Ron, me desculpe. Eu
me descontrolei, não queria ter dito isso... – murmurou ela,
tocando no ombro do irmão.
- Deixa pra lá. Você
tem razão, pra variar. Eu sou um tonto mesmo. Vou embora,
lembrei que tenho de tratar de umas coisas. – disse ele, se
levantando com uma fatia de pão na mão e pegando o seu
casaco. – Obrigado por ter me deixado dormir aqui, Harry. Mais
tarde a gente se fala. Tchau, Ginny.
E desaparatou.
-
Harry, eu só não percebo uma coisa. – disse Ginny,
virando-se para encarar o marido. – Ele não gosta daquele
emprego. Ele queria, e quer, ser um Auror, certo?
Harry fez
que sim com a cabeça.
- Então, por Merlim,
porquê ele está tão triste? Quero dizer, se ele
realmente gostasse do emprego dele, eu até perceberia o motivo
dessa tristeza toda. Mas não, ele não gosta, nunca
gostou! Normalmente, ele não fica triste por não
conseguir coisas que não lhe interessam!
- Não é
bem assim, Ginny. É verdade, Ron não gosta do emprego,
mas ele se interessa por si próprio.
- Por causa do
salário?
- Não. Eu te explico melhor.
Harry
puxou a esposa para se sentar ao lado dele e disse:
- Ron só
está trabalhando na AREM por causa da Hermione.
-
Porquê?!
- Lembra daquela briga que eles tiveram no fim
do sétimo ano? – Ginny fez que sim com a cabeça,
incentivando-o a continuar. – Então. Desde esse dia, ele
decidiu que iria provar que Hermione não era a melhor, que ele
podia ser melhor que ela. Ron ficou muito magoado e, pelo jeito,
continua...
- Hermione também está, até
hoje.
- Eu sei.
- Mas o que o emprego tem a ver com
isso de ser melhor ou pior?
- Você ainda não
percebeu, Ginny? Ele só trabalha na AREM porque a COEM, onde a
Mione trabalha, e a empresa "dele"iriam disputar a organização
da EMPM. Ele traballhou muito para ser o porta-voz. Ele queria ser
melhor, no sentido acadêmico, que Hermione, pelo menos uma vez
na vida, só por causa daquele estúpido orgulho
dele!
Ginny se encostou na cadeira, olhando fixamente para a
parede branca, incrédula.
- Eu-não-acredito! Meu
irmão está abdicando da felicidade dele só por
ser orgulhoso! Que bobagem!! - concluiu Ginny.
- E o pior, é
que ele ainda a ama ...
- E ela? – interrompeu a ruiva,
virando-se de repente para encará-lo.
- Também,
claro. Mas eles teimam em negar, esconder isso.
Ginny encostou
a sua cabeça no ombro de Harry e ficaram assim durante algum
tempo, em silêncio, pensando. Até que Ginny falou:
-
Que vamos fazer agora?
- Juntá-los, é
óbvio.
Ginny riu baixinho e voltou a falar:
- Eu
'tô falando sério, Harry. O que vamos fazer?
-
Eu 'tô falando sério.
Ginny desencostou a sua
cabeça do ombro do marido e falou encarando-o:
- Isso
não vai dar certo. Você sempre tenta e nunca dá!
Ginny, só assim é que eles vão deixar esse
orgulho bobo de lado! Eles se amam, muito! E eles sofrem com esse
sentimento! O único jeito de eles não sofrerem mais com
isso é deixando ele acontecer, já que, mesmo depois de
quatro anos, esse sentimento não se apagou!
Ginny
observava-o, com um sorriso, até que falou:
- Desde
quando você é tão romântico?
- Não
sei. – disse ele, também sorrindo, enquanto a abraçava.
– O problema, agora, é como vamos juntá-los... –
continuou o moreno, carregando na palavra 'como.
- Sabe, eu
estava pensando em fazer um jantar, daqui a uns dias, pra gente
anunciar aquilo. Mas um jantar simples, só com gente mais
próxima.
- E o que isso tem a ver com o problema do Ron
e da Mione?
- Eles também vêm...
Ficaram
um tempo em silêncio. Harry não estava percebendo o que
ela queria dizer. Até que a ficha caiu...
- É
mesmo! E como eles...
- Hum-hum! – afirmou Ginny. – Isso
mesmo que você está pensando.
Harry beijou a
testa dela e disse:
- Então, vamos comer?
Hermione
abriu os olhos, lentamente, e se espreguiçava. Fazia tempo que
não dormia tanto. Olhou para o relógio. Eram 12.12h. Se
levantou rapidamente e foi em direção à
cozinha.
- Bom dia, Crookshanks! – dizia ela, enquanto fazia
carinho no gato. – Bom dia, Liz! Tenho um trabalhinho pra você!
A
coruja mexeu-se, satisfeita por ter trabalho. Hermione pegou um
pedaço de pergaminho e escreveu:
Oi!
Ponham mais um
prato na mesa, estou indo almoçar
aí.
Beijos,
Hermione.
"Talvez esteja sendo um
pouco oferecida, mas acho que não tem problema, eles são
como família.", pensava ela.
- Aqui, Liz. Leva isto
pro Harry e pra Ginny rapidinho, ok?
A coruja deu uma pequena
mordida afetuosa no dedo da dona e saiu pela janela. Hermione tomou
um banho e se vestiu. Voltou à cozinha para tomar um copo de
água e viu Liz na sua gaiola. Já devia ter entregado o
bilhete. Pegou a sua bolsa e aparatou na casa dos amigos.
-
Oi, Mione! Como vai? – cumprimentou Harry, abraçando-a.
-
Mais ou menos, e você?
- Ótimo! Você está
com uma cara cansada...Andou trabalhando muito, né?
-
Tinha que ser. Mas agora tenho uma semana de descanso.
- Ainda
bem. Vem, a Ginny está lá na cozinha. – disse o
moreno, arrastando-a.
- Oi, Ginny!
- Oi! Olha, não
repara não, mas o almoço hoje é omelete. Essa
semana não tava com paciência pra ir em supermercado.
-
Não tem problema. E olha que, para omelete, o cheiro 'tá
muito bom!
Os três se sentaram na mesa e começaram
a conversar sobre a reforma que Mrs.Weasley estava fazendo na Toca.
Até que Harry mudou de assunto:
- Já soube que a
COEM vai realizar a EMPM. Parabéns!
- Obrigada! –
disse Hermione. – Ontem, depois da reunião, eu ainda passei
no departamento de Aurores para te ver, mas o Ernie me disse que você
tinha saído com o Weasley.
- Hermione, não chama
assim o Ron! Pôxa! Vocês são amigos!
-
Éramos, Harry. Desculpa, mas agora é assim, as coisas
já não são tão simples como eram
antes.
Harry ia responder, mas Ginny fez sinal para que ele
parasse. Ele respirou fundo e disse:
- Ok, você é
que sabe.
- Erm... Mione, você já sabia que o
Lupin vai pro Canadá por três meses? – disse Ginny,
tentando puxar outro tema de conversa, com sucesso. Hermione também
não queria falar naquilo, doía muito. Ela não
queria que fosse assim. Tinha vontade de voltar atrás e
começar tudo de novo. Mas o seu estúpido orgulho não
deixava. E o tempo também. Continuaram conversando até
que Hermione decidiu voltar para casa, o clima já estava meio
pesado. Despediu-se dos amigos e desaparatou.
Ron não
queria voltar para casa. Não queria chegar lá e ver a
sua mesa coberta de papéis e projetos. Achou melhor aparatar
em Hogsmeade e dar uma volta. Ele bem que podia ter ido a pé,
já que a casa de Harry e Ginny era nos arredores da vila.
Aquele lugar lhe trazia muitas recordações: Sirius e
Lupin, batalhas contra Voldemort, momentos com os seus amigos...Ah!
Bons momentos esses, ainda se lembrava deles como se fossem
ontem.
:.: Flashback :.:
- Então, onde vamos
primeiro? – perguntou Harry.
- Na biblioteca! – sugeriu
Hermione, animada.
- Não! – disseram Harry e Ron em
coro.
- Ok, ok... Era só uma sugestão. Então
vamos no "3 Vassouras", tomar uma Cerveja de Manteiga?
-
Assim está melhor! Uma Cerveja de Manteiga quentinha caia
muito bem agora. Nunca vi Hogsmeade com tanta neve... – comentou o
ruivo.
Harry foi na frente, com Hermione atrás dele e
Ron atrás dela. O chão estava todo coberto de neve e,
em algumas partes, gelo. Em frente do "3 Vassouras", o piso
estava escorregadio e Harry quase caiu.
- Cuidado aqui! O chão
tem gelo e está escorregadio! – avisou ele enquanto entrava
no bar.
Mas Ron e Hermione pareceram não ouvir por
causa do barulho do vento e por causa da preocupação em
abrigar-se dele. Ao passar por esse lugar, Hermione escorregou e
quase ia caindo de costas em cima de Ron, se ele não a tivesse
segurado pelos braços.
- Opa! – exclamou ele,
segurando-a e virando-a de frente para ele, fazendo que houvesse
pouca distância entre o casal. – Tudo bem?
- Hum-hum! –
afirmou Hermione, ajeitando o casaco. Quando levantou a cabeça
para encará-lo, apercebeu-se que havia apenas alguns
centímetros os separando e que Ron a segurava pela cintura. De
repente, ela não sentia mais frio. Ele aproximava cada vez
mais a cabeça e ela, sem saber bem como, também. Até
que ouviram a voz de Harry:
- Ei! Vocês vêm ainda
hoje ou vou ter que esperar até amanhã?
Ron
largou-a imediatamente e Hermione deu alguns passos para trás.
-
A gente já 'tá indo. – falou a garota, virando-se e
indo de encontro ao amigo que a olhava desconfiado. – Vem, Ron!
O
ruivo ainda estava meio atordoado, mas mesmo assim foi até
eles e, juntos, entraram no bar.
:.: Fim do Flashback :.:
É,
muita coisa podia ter acontecido. Mas o destino não deixou,
ou, talvez, ele mesmo não deixara. Foi desviado de seus
pensamentos quando alguém esbarrou nele. Era Fred.
-
Oi, Fred! Como vai? – cumprimentou Ron, tentando disfarçar
sua tristeza.
- Oi! Eu vou andando a pé mesmo. –
respondeu o ruivo, sorrindo. – Acho que é melhor eu nem te
perguntar como vai. Já sei o que aconteceu, li no
"Profeta".
- É... Bom, paciência. Agora só
preciso de um pouco de descanso.
- Porque você não
passa uma semaninha lá na Toca? Vai te fazer bem...
-
Acho que vou mesmo. Faz tempo que não vou lá. Eu só
preciso de passar em casa e pegar as minhas coisas. Quer vir
comigo?
- Não posso, desculpa. 'Tô indo agora
lá pra o Beco diagonal. Agora é véspera de aula
e o movimento por lá é grande.
- Ok. A gente se
vê lá em casa, então. Tchau!
- Tchau! Até
mais!
Ron voltou para sua casa e fez uma pequena mala,
rapidamente. Ao chegar na Toca, foi recebido calorosamente pela sua
mãe. E então uma semana se passou. Durante esse tempo,
Ron esqueceu temporariamente os seus problemas e Harry mandou uma
carta convidando a família Weasley para um jantar na casa
dele, pois ele e Ginny tinham uma coisa importante a dizer. Só
no dia do jantar é que Ron se lembrou que, provavelmente,
Hermione também iria. Chegou a ponderar a hipótese de
não ir, mas ele não podia fazer essa desfeita ao amigo
e à irmã e, além disso, não deixaria
Hermione pensar que ele tinha ficado abalado. Ele não lhe
daria esse prazer. Para variar, Ron atrasou-se no banho, então
disse aos pais para irem na frente. Demorou mais uns quinze minutos e
aparatou e frente da casa dos amigos. Ainda estava incerto se entrava
ou não. Não queria voltar a ver Hermione e sofrer
novamente. Mas o seu orgulho venceu, mais uma vez, obrigando-o a ir
em frente e bater na porta três vezes.
