Dominus

N/A: Isto é uma obra de ficção. Nenhum dos personagens citados aqui, com exceção de Liv Delacroix bem como sua família me pertencem. Mais citações serão feitas quando necessário

Capítulo 3

Liv retornou para sua casa naquela noite satisfeita. Estava feliz em ter revisto Lex depois de tanto tempo. Estava também feliz porque percebera que ele não a esquecera, e isso era um alívio para ela. Inconscientemente estava mais feliz do que pensava. Lex era um homem como ela nunca vira antes. Tinha se tornado bonito, charmoso, sexy e porque não arriscar dizer poderoso. Liv pensava em tudo isso de uma maneira não muito perceptiva, mas lá no fundo ela se condenava ao mesmo instante que o admirava secretamente.

"Onde eu estou com a cabeça? Lex é meu amigo, mais velho que eu. Ele com certeza nunca me veria de outra forma. E eu também não o devo ver de outra forma." – procurava se conformar. Inutilmente, mas tentava. O que não sabia era que o sentimento agora desperto, era mais antigo do que ela podia imaginar. Infelizmente certas coisas são assim: não se pode fazer nada para impedir que elas surjam em sua vida e mudem você totalmente.

O jantar era servido pontualmente as oito e meia, porém, na mesa de jantar somente Liv encontrava-se sentada.

- Onde está o meu pai? – perguntou a uma das cozinheiras.

- Ele ainda não voltou Srta. Deseja jantar assim mesmo?

- Irei jantar mas leve-me o jantar no escritório onde eu estarei estudando.

- Como quiser. – e a cozinheira se retirou.

Liv se levantou e rumou para o escritório, onde se sentou na cadeira defronte ao computador. Não tinha nenhuma intenção em estudar, na verdade queria era continuar sua pesquisa sobre o Dominus. Seu pai não gostava muito de que ela se dedicasse demais a pesquisa, mas fora ela afinal, que descobrira a existência do Dominus, então ele não tinha como proibi-la. E agora, sabendo que Lex financiaria sua pesquisa, estava mais disposta do que nunca à continuar.

O pensamento sobre Lex novamente invadiu-lhe a mente, aos poucos foi perdendo a noção sobre o teclado do computador, e deixou-se cair sobre a cadeira. Apoiou a cabeça no alto da cadeira e olhando para o teto da sala deixou-se levar, queria ver até onde seus pensamentos podiam ser "pentelhos".

A imagem da casa de Lex, se é que se podia chamar assim, formava-se quase nitidamente em sua mente. Era noite, e pouco a pouco a imagem se aproximava, como flashes de cinema "ela" já se encontrava na porta do escritório onde estivera com Lex durante a tarde. Permitiu-se entrar e o encontrou sentado na cadeira olhando fixamente para um ponto qualquer da sala. Tinha um olhar muito distante, de certo estaria pensando em alguma coisa, parecia mais como se estivesse dormindo acordado. "Aproximou-se" um pouco mais dele, e pode sentir seu cheiro. Ele era exatamente como ela se lembrava, e podia passar horas ali admirando-o, secretamente.

- Essa é a vantagem do Dominus, em compensação, do que me adianta isso agora se eu não posso saber o que ele pensa de mim? – Liv retornou de sua "viagem" enquanto perguntava a si mesma sobre seus sentimentos. Inconscientemente sentimentos que ela pensou não ter apareciam lentamente, ela só não entendia como poderia ser tão rápido, já que só tinha visto Lex por algumas horas.

Liv resolveu que era hora de parar de pensar sobre o assunto, voltou a se ajeitar na cadeira e dedicou-se a pesquisa.

Por volta das dez da noite, Liv ouviu o barulho de carro e supôs ser seu pai. Caminhou para a sala onde esperou que ele entrasse.

- Boa noite, querida! – disse o Sr. Delacroix gentilmente. – Não precisa ter me esperado. Aliás me desculpe não ter chegado antes.

- Não estava esperando o senhor, estava pesquisando no escritório e quando ouvi o barulho vim ver o que era. – respondeu rudemente.

- Aconteceu alguma coisa filha? – ele percebera o tom e voz da garota. Mas ele não obteve nenhuma resposta, a garota apenas deu-lhe as costas e voltou ao escritório sem maiores explicações.

Liv estava nervosa, mas não sabia porque. Sabia que não era por causa de seu pai, mas acabara descontando nele. Ela sabia que ele entenderia, mas ela mesma não entendia. Talvez fosse algum efeito colateral do Dominus. Mas também achou que fosse cansaço, tinha tido um dia e tanto, precisava descansar.

Fechou o laptop e subiu para o seu quarto. Colocou a primeira roupa que viu pela frente, e se jogou na cama, adormecendo logo em seguida.

Dado que eram 6:30 da manhã e Liv não tinha dado sinais de acordar, uma das empregadas foi chamar a garota. Ela precisaria estar pronta em 45 minutos, senão perderia a hora da escola. A garota não gostava muito de ser acordada, mas se conformou ao ver que perderia a hora se não fosse por isso, não estava disposta a falta logo no segundo dia de aula.

- Bom dia Liv. – o pai da garota disse quando essa se juntou a ele na mesa do café.

- Bom dia papai. Que horas são por favor?

- Cinco para as sete da manhã. Você está atrasada não é? – perguntou o Sr. Delacroix

- Estou sim. "timo para uma recém chegada chegar atrasada em seu segundo dia de aula não? – comentou sarcasticamente. Liv tomou o café, ou melhor, engoliu o que deu, e correu para a garagem pegar o carro.

A caminho da escola pensou, novamente, em como tinha sido bom rever Lex na noite anterior, entretanto esse pensamento logo se foi, porque Liv começava a se achar aquelas menininhas que acreditam em amor à primeira vista. Não demorava muito de sua residência até o colégio, mas não queria causar "muitas impressões" ao chegar no colégio com um carro como aquele, que, diga-se de passagem, não dava para passar despercebido. Afinal, qual pessoa em sã consciência deixa um Mazda preto passar sem ser notado, mas também não poderia parar muito longe da escola. Conclusão dos fatos: Liv fora obrigada a deixar o carro no estacionamento da escola, o que de fato, chamou muita atenção.

Logo que o veículo se aproximou da escola, os olhares curiosos se voltaram para ele. Por possuir vidros escuros (com insul-film), as pessoas não podiam identificar quem era a pessoa que estava dentro do carro, de forma que a curiosidade geral cresceu, até mesmo para Chloe, Clark e Pete que estavam na porta da escola. Quando parou no estacionamento, as pessoas próximas viraram suas cabeças o máximo que seus pescoços permitiram para poderem ver quem era a pessoa dentro do carro. Na certa esperavam algum famoso, rico, talvez algum dos Luthor, mas ficaram mais surpresos quando de dentro do carro saiu Liv. Essa último, muito incomodada com os olhares, disse:

- Perdi o ônibus e tive de vir de carro. Que queriam que eu fizesse? – as pessoas ainda um tanto curiosas resolveram voltar a suas atividades. Liv fechou o carro e se aproximou de onde Clark e os amigos estavam.

- Belo carro Liv. – comentou Pete. – Será que eu poderia dar uma volta nele um dia desses?

- Se você não quiser participar de um racha com ele, não tem problema algum. Sabe como é, ele não é um carro de velocidade. – ela se deixou comentar. Pete olhou-a um tanto magoado, mas ainda assim não estava bravo, afinal ela não sabia de nada.

- Será que não estamos atrasados? – Chloe perguntou.

O dia, apesar da manhã conturbada não poderia ter corrido de forma mais calma. Apesar do furor causado com a chegada do carro pela manhã, as pessoas paravam Liv no meio do caminho e pediam para dar um volta no carro. E Liv nada respondia, só dava um sorriso e saía andando.

Na hora da saída encontrou com Clark na porta do Torch.

- Hey Clark! – ela o cumprimentou

- Olá Liv. Como foram as aulas?

- Calmas, nada fora do comum.

- Eu estava mesmo querendo falar com você. – disse Clark.

- Diga então. – eles foram andando em quanto conversavam de forma que acabaram chegando na porta de entrada. Quando lá estavam, parado próximo a rua encostado no carro, estava alguém que ela não esperava ver, muito menos ali. Não que não quisesse vê-lo, intimamente, ela implorava por isso, mas preferia não dar ouvido a essas "tolices".

- Lex! – ela disse sorrindo, num misto de timidez e felicidade.

- Ei Lex! – cumprimentou Clark, que vinha logo atrás. No instante que Clark apareceu, o rosto de Lex mudou subitamente de feliz (do jeito dele) para um realmente bravo (do jeito dele também. Uma coisa bem Luthor), não que isso ficasse aparente em seu rosto, mas ele sentia isso, e Liv o conhecia suficientemente bem para também perceber isso.

- Ei Clark! Olá Liv.

- Bom Liv, eu vou indo, depois nós terminamos a nossa conversa.

- Okay então Clark. Tchau. – e deu um beijo na bochecha de Clark.

- Então Lex, o que trás você até aqui? Assuntos pendentes? Flertando com alguma estudante? – ela fingiu-se brava.

- Claro que não. Que tipo de homem você acha que eu sou, que fica flertando com estudantes? – dessa vez foi ele quem fingiu-se ofendido. – Na verdade vim lhe fazer um convite.

- Que espécie de convite?

- Gostaria de passar a tarde com você. Não tivemos muito tempo para conversar ontem. – Liv ia falar alguma coisa mais Lex a interrompeu. – E, não aceito um não como resposta. – ele concluiu.

- Eu sei. Luthors em geral não aceitam um não. E quando contrariados podem se tornar perigosos. E você bem sabe que eu quero ser a última pessoa na Terra a ser vítima da ira de um Luthor. – ela disse esboçando um largo sorriso. – Principalmente se esse Luthor for você! – ela adicionou. Lex achava muita graça de tudo aquilo. Ele não podia imaginar como uma pessoa podia ser tão doce em quanto era igualmente irônica.

- Ora vamos! Eu não sou tão mau assim. – ele fez cara de cachorro sem dono. – Até porque, você sabe que eu jamais faria algo que te deixasse infeliz. – ele completou com um olhar misterioso. Liv gostou do que ouviu, entretanto manifestou um pouco de desconforto com o comentário. Ela era uma pessoa difícil de ficar inconfortável, mas com Lex isso estava se tornando um tanto freqüente demais para dois amigos. Lex, por outro lado, nada desconfortável, só pensava que às vezes seus comentários não condiziam com o que ele sentia. Não que ele não gostasse de Liv, mas não queria acreditar que estivesse gostado mais do que deveria.