Harry Potter e a herança de Merlim
Autor: Céfiro
E-mail : duzao16hotmail.com
Categoria da fic: Geral
Spoiler : 1º ao 5º livros.
Shippers: Segredinho!!!!
Sinopse: O Sexto ano em Hogwarts se inicia, Harry Potter esta de volta a escola, e parecia ser um começo de ano normal, porem vários acontecimentos abalam o mundo mágico, a ameaça de Voldemort se concretiza, e dois novos alunos serão transferidos para a escola, novas matérias, jogos de quadribol, aulas exaustivas de magia e um novo clube de duelos, Harry descobrirá muitas coisas, algumas agradáveis, outras nem tanto...
Nota do autor: Bom pessoal, essa é a minha primeira fic, e realmente espero que esteja pelo menos aceitável, gostaria que vocês postassem me dizendo o que acharam, criticas também são sempre bem vindas, heheheh =]
Capitulo 1 – Férias com a Sra. Figg
Estava chovendo, não sabia bem onde estava, o vento agitado e frio soprava com um barulho sibilante, a grama parecia ter vida se movimentando perante a força do vento, atrás de si um farfalhar de folhas da grande árvore que se agitava, de repente tudo para, silencio.
Um raio parte das nuvens carregadas iluminando todos e quebrando o silencio momentâneo, Harry via alguns metros a sua frente um corpo, de joelhos perto do corpo uma garota chorava colocando as mãos no rosto e sacudindo a cabeça incrédula.
- Por que Harry? – Hermione Granger perguntava entre soluços, sacudindo-se sobre o corpo inerte de Rony Weasley – Por que você fez isso...Por que?
A voz de Hermione era fraca, ela chacoalhava o corpo inerte de Rony, mas não obtinha resposta, a garota desatara a chorar, Harry assistia a tudo olhando para a garota friamente, ele caminhou até ela, a varinha em sua mão apontava para a garota sem tremeluzir..
- Ele esta morto Hermione – Harry ouviu sua própria voz soando fria e sem sentimentos, em sua mente ele gritava, dizia que não queria, pedia perdão a Rony, pedia para Hermione fugir, mas não conseguia controlar suas ações, não estava entendendo.- Eu o matei Hermione – Ouviu novamente sua voz soar fria e indiferente.
A garota tapava os ouvidos e negava com a cabeça, estava desesperada, confusa, então Harry apontando a varinha para ela e falou com uma expressão de nojo no rosto.
- Você me da pena sangue-ruim – Não, Hermione, fuja daqui, saia daqui´´ a mente de Harry não parava de repetir, ele não controlava seu corpo, algo estava errado, e por fim, de sua boca saíram gélidas as últimas palavras que Hermione Granger ouviu em sua vida.
- AVADA KEDRAVA
- NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOO – Harry levantou-se gritando, sentou na cama em um pulo jogando violentamente as cobertas para um lado, sua cicatriz doía muito, sua respiração estava ofegante, ele estava de olhos arregalados e tentava entender o que havia acontecido, colocou a mão sobre o peito e percebeu que seu pijama estava ensopado de suor.
- O... que...o que foi isso? – As palavras saíram de sua boca como se fosse uma pergunta, mas sendo direcionada a ele mesmo, estava confuso, não sabia o que fazer – Foi um sonho...um sonho...
Harry se acalmando um pouco se levantou da cama e começou a caminhar pelo quarto ainda confuso, tinha sido tão real, ele podia sentir, a dor de ter Rony morto aos seus pés, a agonia de ver Hermione chorando tão desesperadamente, mesmo se sentindo assim não podia controlar seu corpo...
-Que sonho estranho... – disse ele recuperando a calma aos poucos, Edwiges a coruja o observava pousada na janela de seu quarto ela olhava para ele de uma forma preocupada, entrava pela janela um vento refrescante, um ar noturno e tranqüilo, Harry se virou para a coruja – Estou bem Edwiges, foi só um pesadelo. – A coruja piou alto e abriu as grandes asas, então ficou em silencio novamente olhando para ele, mas agora tinha um semblante mais relaxado.
Harry se levantou, foi até a pequena cômoda que tinha perto da cama e retirou de lá um pedaço de pergaminho, um tinteiro e uma pena.Usando como apoio um de seus livros antigos de poções Harry começou a escrever uma pequena carta.
Hoje tive um sonho muito estranho, não foi como os do ano passado ou coisa assim, o sonho acontecia comigo, sei que posso estar preocupado a toa, mas mesmo assim gostaria de falar sobre isso com alguém.Neste sonho eu fazia certas coisas, mas não estava controlando meu corpo, apesar de saber o que estava fazendo, o corpo não obedecia.Pode ter sido só um pesadelo, mas mesmo assim gostaria de saber o que o senhor acha disso.
Harry
Ao terminar de escrever a carta Harry a leu varias vezes para ter certeza de que era exatamente o que queria dizer, dando-se por satisfeito ele a dobrou cuidadosamente, andou até a janela onde estava pousada Edwiges, passou o dedo na cabeça da coruja fazendo um carinho.
-Leve esta carta para o Professor Dumbledore entendeu? – perguntou calmamente, a coruja estufou o peito e abriu as asas em concordância, esticando a perna à frente para que Harry amarrasse bem a carta, não demorou muito e Edwiges já estava voando distante e fora do alcance da visão de Harry.Ele ainda ficou um tempo observando a noite na direção que ela tinha ido, respirou fundo sentindo o ar da noite, então se virou e se sentou na cama pensativo, por algum motivo aquele sonho o incomodara muito, ele não sabia bem o por que, mas era realmente estranho, fechou os olhos relembrando o sonho, e um arrepio passou pelo seu corpo, ele se deitou de costas na cama olhando para o teto.
- Ah Sirius – disse o garoto com a voz um pouco distante – Gostaria de poder falar com você sobre isso...
Sirius Black era o padrinho de Harry, havia sido condenado e mandado para Azkaban, a prisão dos bruxos, por um crime que não cometera, depois de muitas dificuldades ele e Harry se entenderam e Harry estava muito feliz por em fim ter alguma família, que o amasse verdadeiramente, ainda mais com a promessa de Sirius de trazer Harry para morar com ele quando as coisas´´ se resolvessem, mas no ano passado Sirius foi morto por Bellatrix Lestrange, membro de um grupo chamado de Comensais da morte´´ que serve o maior bruxo das trevas que já existiu, Lord Voldemort, este último foi responsável pela morte dos pais de Harry, e de muitas outras pessoas, Harry sabia que o bruxo ainda viria atrás dele, essa era sua sina, mas o garoto no momento não estava preocupado com isso, em meio as lembranças de Sirius, e uma pequena lagrima que escorria em seu rosto, Harry Potter fechou os olhos e logo adormeceu.
Harry já havia acordado a muito tempo mas mantinha seus olhos fechados como se tentasse pegar no sono novamente, desistindo após um tempo, ele se levantou se espreguiçando, apanhou seus óculos na cabeceira da cama e limpou as lentes na camisa antes de coloca-los, foi quando estava trocando de roupa que ouviu as batidas na porta juntamente com a voz de tia Petúnia
- O café esta pronto, acorde e ande logo- disse a mulher por trás da porta
- Já to indo – respondeu Harry enquanto enfiava uma camisa e já ia em direção a porta para sair.
Naquela manhã tudo indicava um começo de dia totalmente normal, Tio Válter lia um jornal enquanto mordiscava uma rosquinha, tia Petúnia estava fritando ovos e bacon, geralmente esta tarefa era de Harry mas já havia um tempo que ele nem tocava em uma panela desde que estava ali, Duda devorava cinco bacons de uma vez, foi tio Valter que quebrou o silencio naquela manhã.
- Nos estamos indo depois de amanhã, você já falou com a Figg? – disse Tio Válter a Tia Petúnia ainda sem tirar os olhos do jornal.
Duda havia parado de comer para ouvir a conversa dos pais, e Harry deixou um pequeno sorriso desdenhoso aparecer em seu rosto, era sempre assim, os Dursleys falavam dele como se fosse uma coisa, e como se ele não estivesse ali.
-Ela aceitou ficar com ele – disse Tia Petúnia trazendo uma travessa cheia de bacons recém fritos que depositou pesadamente na mesa e então se sentou também.
O Sr. Dursleys lançou um olhar desconfiado para Harry.
- E você moleque – disse agressivo – Não vai falar nada? Você esta quieto demais, deve estar tramando algo.
Harry apenas virou os olhos e respondeu com um sorriso cínico no rosto.
- Se eu falasse alguma coisa o seu dia se tornaria mais feliz?
Isso já foi o suficiente para a cara do Tio Válter se tornar vermelha, Duda se afastou do pai olhando marotamente para Harry que já sabia que iria levar uma bronca, Tia Petúnia olhou para os dois apreensiva.
- OLHE COMO FALA COMIGO MOLEQUE, VOCÊ ME DEVE RESPEITO.- O tio levantou-se da mesa derrubando sua xícara de café que se estilhaçou no chão.
Harry já iria responder, mas achou melhor não, não ligava mais para os acessos de raiva do tio, ele só não iria agüentar mais eles o tratando como uma coisa, já estava quase para completar dezesseis anos, não era mais uma criança indefesa sem poder de reação.
Ao perceber que Harry não retrucaria, Tio Válter foi se acalmando e sentou- se à mesa novamente, o clima não estava bom, mas pelo menos todos estavam em silencio, Harry se levantou silenciosamente da mesa, e sem dizer nada saiu em direção a sala e logo depois deixou a casa.
O dia estava nublado, a rua muito silenciosa não havia muito movimento, Harry estava um tanto inquieto, nos últimos dias não recebera muitas noticia, o profeta diário, o jornal dos bruxos, só divulgava as medidas protetoras entre outras coisas agora que Voldemort havia retornado e todos sabiam da sua volta, mas o que mais intrigava Harry era o que acontecia por trás disso, Harry sabia muito bem que o jornal encobria muito dos acontecimentos e já havia algum tempo que não tinha noticia de nenhum de seus amigos.
- Harry
O garoto levou um susto, e se virou bruscamente sacando a varinha que estava guardada no bolso da calça e apontando, mas então se deparou o rosto da Sra. Figg, ela sorrio para ele bondosamente e falou em um tom brincalhão. - Sabe – disse ela com um sorrisinho no rosto – Eu iria convidar você para comer alguns biscoitos, mas parece que você não gostou muito de me ver não é mesmo?
Harry já havia guardado a varinha parecendo sem graça.
- Desculpe...- começou ele tentando explicar – É que...
- Eu sei Harry...Eu sei – disse ela seriamente, mas logo retomou uma expressão bem leve – E quanto aqueles biscoitos?
Ele fez que sim com a cabeça animadamente, desde do último ano, quando teve que lutar contra dois Dementadores enviados a Rua dos Alfeneiros por Dolores Umbridge, e Harry fazia questão de demonstrar nojo quando falava esse nome, ele descobrira que a Sra. Figg não era uma velha comum que gosta muito de gatos.
Ela era um aborto, ou seja, uma pessoa que nasceu em uma família de bruxos, mas não herdou poderes de seus pais, desde então, das poucas vezes que saia de casa, ele arrumava um tempo para dar uma passada na casa dela para conversarem, e ela provou a ele que realmente sabia cozinhar muito bem, diversos tipos de doces e salgados, eram deliciosos.
Harry já estava em seu terceiro pedaço de bolo, ele realmente estava adorando.
- Esta ótimo Sra. Figg – disse ele após terminar o pedaço
- É pra compensar pelos anos passados - respondeu ela sorrindo, Harry sorrio de volta, ela sempre lhe respondia assim quando ele elogiava a comida.
- Eu falei com os seus tios e parece que você vai passar uma parte das férias comigo não é mesmo?
- É – respondeu Harry olhando para ela – Mas só vou poder vir pra cá depois de amanhã .
Quando falou isso sua voz ficou um tanto desanimada, mais um dia maravilhoso com os Dursleys.
- Não ligue para eles Harry – tornou a Sra. Figg adivinhando o pensamento do garoto – Um dia eles ainda vão te entender.
Harry fez uma cara de duvido´´ e a Srs.Figg não deixou de dar uma risadinha, então ele olhou pela janela e viu que já estava começando a escurecer, olhando o relógio em cima da mesa ele viu o ponteiro marcar seis e trinta, hora de ir, se despediu da Sra.Figg e foi embora, havia sido alertado por uma carta de Dumbledore para não ficar andando na rua tarde da noite, nem que seja alguns passos, e Harry resolvera obedecer.
Quando entrou pela porta dos Dursleys encontrou o tio sentado em sua poltrona ainda lendo o jornal, considerando a hora, deveria ter acabado de chegar do trabalho.Harry não queria conversar com o tio e nem escutar qualquer coisa vinda dele, foi diretamente para seu quarto fechou a porta sem fazer barulho, o estranho é que nem tia Petúnia e nem Duda pareciam estar em casa.
Mais tarde naquela noite quando tia Petúnia e Duda chegaram, Harry descobriu o por que de ausência temporária, o que aconteceu foi que Duda estava preparando um sanduíche na cozinha, uma vez que a mãe pediu para ele esperar um pouco, ele não obedeceu e quando estava cortando um pedaço de salame desajeitado como era acabou fazendo um corte no dedo.O corte não foi tão grave assim, mas Duda fez um pequeno teatro e tia Petúnia o levou para o pronto socorro, no final das contas não precisaram nem dar pontos.
O jantar daquela noite ocorrera sem grandes incidentes, nenhuma discussão nem nada, os Dursleys conversavam como se ele não estivesse ali e Harry não se importava nem um pouco com a atitude dos tios e do primo, acabou de jantar e se retirou da mesa sem dizer uma única palavra.
Subiu em direção ao seu quarto e fechou a porta tentando não fazer barulho, a janela estava aberta e Edwiges não estava, Ela ainda não voltou´´ pensou Harry indo ate sua cama e se deitando.
Mal acabara de fazer isso e escutou algo entrando pela janela velozmente, ele se levantou rapidamente, recebendo uma leve pancada no rosto.
- Ai – disse ele imediatamente levando a mão ao local bem a tempo de pegar uma carta, olhou pelo quarto procurado e logo encontrou a pequena coruja pousada no parapeito da janela piando alegremente.
- Pitchi?- perguntou ele meio abobado.
A corujinha levantou vôo e começou a rodear a cabeça de Harry, que deu risada, ele não recebia uma carta de Rony já fazia alguns dias, estava curioso, abriu a carta imediatamente e começou a ler.
Harry desculpe ter ficado esse tempo todo sem dar noticias, mas é que ultimamente as coisas andam bem corridas aqui em casa, bom, eu queria saber se você quer passar as férias aqui em casa, a Hermione esta vindo pra cá semana que vem então seria ótimo você vir também.
Rony
Após ler a carta Harry pensou um pouco no que iria fazer, é claro que queria passar as férias com os Weasleys, mas ultimamente ele estava gostando muito de ficar na companhia da Sra. Figg, após um tempo pegou um pedaço de pergaminho e começou a escrever.
Rony, claro que eu aceito passar as férias com vocês, não tem nem que perguntar, mas só vou depois do meu aniversário, é que eu disse a Sra. Figg que iria passar um tempo com ela nas férias, mas depois eu vou sim.
Harry Após ler a resposta que havia escrito e dando-se por satisfeito Harry chamou Pitchi que desceu voando rapidamente e pousou no seu ombro, ele amarrou a carta gentilmente na perna da coruja.
- Entregue para o Rony, e tome cuidado.
Mal teve tempo de acabar a frase, pois a coruja levantou vôo e saiu velozmente pela janela, em pouco tempo já não se podia mais vê-la, Harry ainda olhou a rua por algum tempo então fechou a janela e foi se deitar.
O outro dia na casa dos Dursleys havia começado bem agitado, mal acabara de acordar e Harry já escutava tia Petúnia na porta de seu quarto, quando desceu para o café da manha recebeu a noticia que a viagem havia sido adiantada e os Dursleys partiriam a tarde daquele mesmo dia.
Harry não deixou de se animar, pois assim passaria mais tempo com a Sra. Figg, imediatamente ele subiu as escadas e começou a arrumar as coisas no seu quarto para passar tudo que precisava para a casa da Sra. Figg, a única coisa que o incomodou foi a ausência de Edwiges, a coruja já estava demorando demais para voltar e Harry estava começando a ficar preocupado.
Os Dursleys estavam ocupados demais em arrumar suas coisas, especialmente as de Duda que insistia em levar quase seu quarto inteiro, Harry ficou grato por isso, pelo menos enquanto eles se ocupavam com suas coisas ele não seria incomodado, demorou boa parte da manhã arrumando sua mala, já que suas coisas estavam jogadas pelo quarto.
Após arrumar a mala desceu as escadas o mais rápido que conseguiu, não queria passar nem mais um segundo naquela casa, os Dursleys pareceram não ligar para sua partida, Harry teve um relance de tia Petúnia olhando para ele parecendo um pouco preocupada, mas achou que era só impressão.
Saindo da casa dos Dursleys logo chegou a casa vizinha, colocou a mala e a gaiola no chão e quando ia bater na porta esta se abriu sozinha revelando o rosto sorridente da Sra. Figg.
- Entre Harry – disse ela ainda sorrindo olhando para ele – Vamos, eu fiz biscoitos novos que você vai adorar.
Mal entrara na casa e Harry sentiu o cheiro dos biscoitos, não era mentira, só pelo cheiro dava vontade de ir direto a cozinha para come-los, a Sra Figg começou a subir as escadas e fez um sinal para que Harry a acompanhasse, o garoto pegou novamente suas coisas e a seguiu, ela parou ao lado de uma grande porta que ficava de frente para a escada, pegou uma chave e a abriu revelando um grande quarto.
- Este vai ser o seu quarto – disse ela dando passagem para ele entrar.
Harry entrou e não deixou de se surpreender, as paredes eram pintadas de uma cor parecida com marfim, no centro do quarto havia uma grande cama coberta com lençóis brancos, a direita da cama, na parede, estava uma grande estante repleta de livros, que mais tarde Harry pôde ver se tratarem todos de magia, a esquerda da cama também encostada na parede uma pequena mesa de um lugar com uma pena e um tinteiro, e ao lado dessa mesa uma confortável poltrona.
- É bem simples – disse a Sra. Figg – mas espero que você goste.
- Eu adorei - respondeu Harry se virando para ela com um grande sorriso no rosto – É perfeito.
A Sra. Figg olhou para ele com um grande sorriso no rosto.
- Bom – continuou ela – vou dar um tempo para você se acomodar aqui, quando terminar desça que tem uns biscoitos prontinhos esperando.
Ela se virou e fechou a porta, não demorou muito para Harry ajeitar suas coisas, ele deixara a maior parte na mala, mas retirara um pergaminho para eventuais trocas de cartas e também boa parte do seu material de Hogwarts, ajeitou a gaiola de Edwiges em um canto e depois de dar mais uma olhada no quarto saiu fechando a porta.
Aquelas poderiam ser as melhores férias que Harry já passara no mundo trouxa, já fazia três dias que estava com a Sra. Figg e nunca havia imaginado que ela poderia ser uma pessoa tão legal quanto estava se mostrando.
No primeiro dia que passara em companhia da Sra. Figg, Harry recebeu um comunicado do ministério permitindo que ele realizasse magias na presença dela, já que ela sendo um aborto, tinha conhecimento dos poderes mágicos dele, ele não entendera direito o por que de receber essa permissão especial mas aproveitou ao Maximo,desde então eles se divertiam muito, em certa ocasião Harry a estava ajudando na faxina da casa e eles não estavam conseguindo levantar o sofá, Harry tentou usar um feitiço de levitação, mas bem nessa hora, um dos gatos da Sra. Figg pulou em cima do seu pé dando um belo susto nele, o resultado foi que o sofá levitou mais do que deveria e ficou grudado no teto por meia hora.
Já era por volta das oito e meia da noite, Harry estava em seu quarto folheando um dos livros sobre maldições que estavam na estante quando escutou algumas batidas na janela, ele olhou curioso e viu um contorno branco por trás do vidro.
-Edwiges? – exclamou Harry misturando surpresa e alivio em ver a coruja.
Ele correu até a janela e a abriu rapidamente dando passagem a ela que entrou voando e pousou na cama.Trazia na perna uma embrulho e amarrado a este um pequeno envelope, Harry se sentou ao lado de Edwiges na cama e passou a mão nas costas da coruja como forma de carinho.
- Por onde você andou ? – disse o garoto pegando a carta e a abrindo para começar a ler – Eu estava ficando preocupado.
Ao retirar do envelope a carta Harry começou a ler atentamente.
Harry, não há motivos para se preocupar com o sonho que você teve, acredito que ele não tem qualquer ligação com Voldemort por isso não ha nada o que temer, ultimamente eu fui informado que você esta passando as férias com Arabella, espero que esteja gostando,a propósito, desculpe a demora em te responder esta carta, estou tendo que cuidar de muitos assuntos e não há muito tempo de sobra, como você já deve ter visto, eu mandei um embrulho juntamente com a carta, pelos meus cálculos hoje seria seu aniversário então ai esta o seu presente, espero que goste.
Atenciosamente
Prof: Dumbledore
Após ler a carta Harry ficou pensando por um instante em como deveriam estar as coisas no mundo mágico, mas haveria muito tempo para se por em dia, agora olhava surpreso para o embrulho que estava em sua cama, havia se esquecido completamente de seu aniversário.
Apanhou o presente e rapidamente o desembrulhou, parecia ser uma pequena caixinha, semelhante a uma caixa de musica, do tamanho da mão de Harry, era branca com vários detalhes dourados, em cima dela havia outra carta que Harry apanhou.
Harry, esse é um presente muito especial, é uma Opera de fadas, eu costumo usar uma para dormir quando estou com insônia, é bem útil para relaxar, mas cuidado, quando for abrir a caixa, lembre-se de virar o rosto para o lato, se não a luz que sair poderá cega-lo temporariamente, e acredite em min, não vai ser nada agradável.
P.s: Você deve dizer a elas que tipo de musica cantar!
Harry leu a carta atentamente e depois ficou olhando para a caixa com muita curiosidade pensando o que seria uma Ópera de fadas, apanhou a caixa e olhou examinando-a, por fim colocou o dedo sobre a trava e quando estava prestes a abri-la a Sra. Figg abriu a porta do quarto e colocou a cabeça para dentro.
- Harry – disse ela – Você não vai descer?
Harry assustado se virou para ela ao mesmo tempo em que soltava a caixa ainda fechada na cama.
- Já vou – respondeu ele se levantando da cama – eu só estava...
- Ora essa – interrompeu-o a Sra. Figg que acabara de entrar no quarto e caminhava em direção a cama dele – Mas é uma Ópera de Fadas, elas são uma raridade e também são muito caras, onde você arrumou isso?
- O professor Dumbledore me mandou. – disse Harry meio surpreso de que aquele presente pudesse chamar tanta atenção – É o meu presente de aniversário.
A Sra. Figg olhava para a caixa muito interessada, então se virou para Harry dizendo
- Bem – disse ela – vamos indo, você não quer se atrasar para a sua própria festa não é mesmo, e traga a Ópera com você, vai ser muito bom.
Sem esperar respostas ela já desceu apressada, Harry apanhou rapidamente a caixa e desceu atrás, a Sra. Figg tivera a idéia de dar uma pequena festa´´ de aniversário para ele, Harry ficou um tanto receoso afinal com os atuais acontecimentos uma festa não seria o ideal, mas a velha senhora não aceitou um não.
Ao chegar no andar de baixo Harry sentiu um cheiro delicioso invadindo seu nariz, a Sra. Figg havia preparado vários doces e um grande bolo de chocolate, e estava levando as coisas da cozinha para a mesa sozinha, Harry deixou a Ópera de Fadas em cima de uma pequena estante ao lado da escada e foi ajuda-la.
Com um feitiço de levitação bem feito Harry logo terminou de arrumar a mesa, e foi se sentar, estava um pouco cansado, mas nem bem se sentou e logo teve que se levantar novamente, a campainha da casa começou na tocar insistentemente e Harry teve que ir atender, mal abrira a porta e quase caiu para trás tamanha a surpresa.
- Olá Harry – disse Lupin sorrindo para o garoto – como tem passado?
Se recuperando rapidamente da surpresa, Harry deu passagem para Lupin entrar, e quando ia lhe responder uma voz o interrompeu.
- Ora essa – disse uma mulher que acabara de entrar logo atrás de Lupin e que Harry reconheceu como sendo Tonks – ele esta muito bem Remus, ou você esta duvidando de min?
- De maneira nenhuma Nimfadora – respondeu Lupin para a mulher rapidamente, e ela logo emburrou a cara para ele.
Harry deixou escapar uma risadinha, pelo que bem se lembrava, Tonks não gostava de ser chamada pelo seu primeiro nome, ela fechou a cara e ficou olhando feio para Lupin, Harry após olhar mais atentamente viu que Tonks estava com um novo penteado, seus cabelos estavam completamente espetados para baixo, estavam um pouco curtos atrás e um pouco mais compridos na frente formando mechas pontiagudas que paravam nos olhos, e tinham uma coloração verde-limão, mas ela ainda mantinha o rosto em formato de coração, apesar de tudo, Harry estava realmente interessado no por que Lupin e Tonks estarem ali, Lupin pareceu perceber e deu uma piscada para Harry.
Após Lupin e Tonks entrarem, Harry os conduziu até a sala de estar onde todos se sentaram e começaram a conversar, a Sra; Figg logo se juntou a eles, e trouxe alguns doces que tinha preparado, eles conversaram animadamente sobre vários acontecimentos do mundo mágico, mas Lupin sempre fugia das perguntas que Harry fazia sobre a ordem, eles comeram bolo e beberam suco de abóbora.
- Bem – disse a velha senhora se levantando – Vou começar a arrumar isso tudo, Tonks, vou precisar de uma varinha aqui, você pode me ajudar?
- Claro que sim Arabella – respondeu Tonks se levantando e indo ajudar a senhora.
Elas seguiram para a cozinha, a Sra.Figg levando uma travessa suja na mão e Tonks algumas outras usando um feitiço de levitação, como resultado Harry e Lupin ficaram sozinhos na sala e Harry estava realmente intrigado pelo motivo da visita, apesar de ter apreciado muito, ainda estava preocupado.
- Então Harry – disse Lupin de frente para ele – Você esta bem de verdade?
- Sim estou – respondeu Harry meio que sem entender a pergunta, Lupin o encarou por mais um tempo então disse:
- Sei, então você não tem tido sonhos estranhos ultimamente? – perguntou astutamente, e Harry começou a entender o porque da visita naquele instante.
- Bem – disse ele – Nós poderíamos conversar lá em cima no quarto?Eu não quero que a Sra.Figg escute...
Lupin concordou com a cabeça e os dois se levantaram, Harry já estava subindo a escada quando viu que Lupin se detinha ao lado da escada examinando uma coisa com um olhar de interesse.
- Você ganhou uma Ópera de Fadas – disse ele com um sorriso – Este é realmente um ótimo presente, imagino que tenha sido de Dumbledore não é mesmo?
- É sim – respondeu Harry meio sem jeito, nem tivera tempo ainda de saber realmente o que uma Ópera de Fadas fazia.
Eles começaram a subir a escada, e em pouco tempo já estava no quarto de Harry, Lupin entrou por último e fechou a porta, a janela estava aberta e entrava uma brisa refrescante, Harry se sentou na cama, enquanto Lupin sentou-se na poltrona e olhou para o garoto.
- E então? – perguntou
Harry pensou um pouco se deveria ou não contar como havia sido o sonho, mas ao ver um semblante até certo ponto preocupado em Lupin resolveu dizer a verdade, então contou nos mínimos detalhes como havia sido o sonho, ele se lembrava claramente, afinal um sonho daqueles não se esquece facilmente, ao terminar olhou para Lupin como se esperasse uma resposta, mas agora tinha a sensação de que um peso enorme havia sido retirado de suas costas.
- Humm – fez Lupin pensativo – Dumbledore me alertou que você poderia ter sonhado com algo parecido, não exatamente igual, mas parecido...
- Mas o que o sonho quer dizer? – perguntou Harry esperando uma resposta.
- Ele não quer dizer nada Harry – respondeu Lupin com simplicidade, e Harry pareceu um pouco desapontado, mas pareceu ainda mais não acreditar no que havia escutado, Lupin percebeu e continuou com uma voz calma – Você não precisa se preocupar, acredite em min, ao meu ver, foi um pesadelo indigesto, Dumbledore também concorda com isso, por isso não se preocupe.
Harry ainda desconfiou um pouco, mas resolveu deixar, afinal Lupin havia ido até ali para ver se ele estava bem, provavelmente a mando de Dumbledore, e se houvesse algo errado ele certamente contaria para Harry, e valia também lembrar que Dumbledore não esconderia mais coisas de Harry, não desde o ano passado quando haviam tido uma séria conversa.
Lupin se levantou e caminhou até Harry, ele sorrio e lhe estendeu a Ópera de Fadas
- Cuide bem disso ouviu Harry – disse ele ainda sorrindo – É um presente muito especial.
Harry apanhou a Ópera e sorrio de volta para Lupin.
- Pode deixar que eu vou cuidar.
Lupin fez uma cara satisfeita e voltou a se sentar, agora olhava para Harry de um modo mais sério.
- Escute Harry – disse ele – Sei muito bem que você deve estar com vontade de saber sobre a Ordem e tudo mais, mas aqui e agora não é o lugar nem o momento para se discutir sobre isso, mas garanto que amanhã nós vamos por você a par de tudo certo?
Harry fez que sim com a cabeça, mas não entendeu bem uma parte das palavras de Lupin.
- Amanhã?- perguntou o garoto – O que vai acontecer amanhã?
- Ora essa – disse Lupin abrindo um sorriso – Pelo que bem me lembro, amanhã você estará indo para a Toca, passar o restante das férias com os Weasleys não é mesmo? Harry arregalou os olhos ao se lembrar, era verdade, ele havia prometido a Rony, mas como os últimos dias haviam sido bem agitados e a Sra.Figg o tratava tão bem que Harry acabou se esquecendo, ele olhou para Lupin e deu um pequeno sorriso.
- Tem mais uma coisa – disse Harry – O que a Tonks quis dizer com você não confia em min?´´ lá em baixo quando vocês dois entraram?
- Ah, bem – disse Lupin com um sorrisinho astuto – Você realmente não imaginou que Dumbledore deixaria você aqui sem um apoio mágico´´ pensou?
Harry pareceu entender um pouco, mas Lupin prosseguiu.
- O que acontece Harry, é que uma das maiores preocupações de Dumbledore, e não somente dele, é a sua segurança, então a cada semana, um bruxo da ordem vem acompanhar você de longe, para se certificar de que esta bem.
- Mas por que vocês não se mostraram para min então? – Perguntou Harry surpreso
- Ordens de Dumbledore – disse Lupin seriamente – Não me pergunte mais, pois nem eu sei bem o por que.
Lupin se levantou e afastou as mangas da camisa, Harry pode ver um estranho relógio de pulso, o professor o olhou atentamente e depois respirou fundo.
- Bem – disse Lupin – É hora de ir, acho que nos veremos amanhã então.
- Vocês tem mesmo que ir? – perguntou Harry já sabendo a resposta.
- Receio que sim Harry – disse Lupin – Eu e Tonks ainda temos alguns lugares para visitar.
Harry concordou com a cabeça, apesar de querer que Lupin ficasse mais um tempo junto com ele, Harry sabia que tanto Lupin quanto Tonks deveriam estar fazendo algo para a ordem naquele momento, foi interrompido de seus pensamentos quando Tonks e a Sra. Figg entraram no quarto.
- Remus, temos que ir, esta na hora – disse Tonks mais séria do que Harry já vira antes.
- Sim, eu percebi – respondeu Lupin caminhando e ficando ao lado dela.
A Sra. Figg caminhou e se sentou ao lado de Harry parecendo meio mal humorada.
- Francamente, eu não entendo o Dumbledore – disse ela – Pra que ele foi esconder o garoto afinal? Tanto Lupin quanto Tonks tossiram incomodados, Harry pareceu não entender nada, apenas ficou quieto observando.
- Bom – disse Lupin mudando do assunto – Já estamos indo, até amanhã então Harry.
- É isso ai – disse Tonks agora com um sorriso no rosto – Vê si se cuida, agente se vê amanhã.
E antes que Harry pudesse responder alguma coisa, os dois desapareceram em um estalo na frente deles.
- Bom – disse a Sra. Figg se levantando e dando um beijo na testa de Harry – Esta na hora de dormir, amanhã você terá um dia cheio.
Depois de desejar uma boa noite a velha saiu do quarto e fechou a porta, Harry encarou a porta por alguns segundos pensativo.
Eles estão me escondendo alguma coisa´´ pensou o garoto intrigado, mas então deu um grande bocejo, quando viu já passava da meia noite e ele estava bem cansado, deitou-se na cama, colocando a Opera de fadas que ainda estava fechada ao lado.
Não demorou muito e ele adormeceu, como as férias estavam tranqüilas, e até o momento não havia recebido noticias de ataques ou coisas do gênero nem por intermédio de Rony nem pelo Profeta diário, Harry achou Voldemort estava escondido e não havia agido ainda, mas ele não tinha idéia, do quanto estava enganado.
Ele não viu varias luzes prateadas escorrerem como água da Opera de fadas bem ao lado de sua cama, e o envolverem como um véu de água, teve uma noite tranqüila, e sem sonhos, como não tinha há algum tempo, extremamente reconfortante.
Autor: Céfiro
E-mail : duzao16hotmail.com
Categoria da fic: Geral
Spoiler : 1º ao 5º livros.
Shippers: Segredinho!!!!
Sinopse: O Sexto ano em Hogwarts se inicia, Harry Potter esta de volta a escola, e parecia ser um começo de ano normal, porem vários acontecimentos abalam o mundo mágico, a ameaça de Voldemort se concretiza, e dois novos alunos serão transferidos para a escola, novas matérias, jogos de quadribol, aulas exaustivas de magia e um novo clube de duelos, Harry descobrirá muitas coisas, algumas agradáveis, outras nem tanto...
Nota do autor: Bom pessoal, essa é a minha primeira fic, e realmente espero que esteja pelo menos aceitável, gostaria que vocês postassem me dizendo o que acharam, criticas também são sempre bem vindas, heheheh =]
Capitulo 1 – Férias com a Sra. Figg
Estava chovendo, não sabia bem onde estava, o vento agitado e frio soprava com um barulho sibilante, a grama parecia ter vida se movimentando perante a força do vento, atrás de si um farfalhar de folhas da grande árvore que se agitava, de repente tudo para, silencio.
Um raio parte das nuvens carregadas iluminando todos e quebrando o silencio momentâneo, Harry via alguns metros a sua frente um corpo, de joelhos perto do corpo uma garota chorava colocando as mãos no rosto e sacudindo a cabeça incrédula.
- Por que Harry? – Hermione Granger perguntava entre soluços, sacudindo-se sobre o corpo inerte de Rony Weasley – Por que você fez isso...Por que?
A voz de Hermione era fraca, ela chacoalhava o corpo inerte de Rony, mas não obtinha resposta, a garota desatara a chorar, Harry assistia a tudo olhando para a garota friamente, ele caminhou até ela, a varinha em sua mão apontava para a garota sem tremeluzir..
- Ele esta morto Hermione – Harry ouviu sua própria voz soando fria e sem sentimentos, em sua mente ele gritava, dizia que não queria, pedia perdão a Rony, pedia para Hermione fugir, mas não conseguia controlar suas ações, não estava entendendo.- Eu o matei Hermione – Ouviu novamente sua voz soar fria e indiferente.
A garota tapava os ouvidos e negava com a cabeça, estava desesperada, confusa, então Harry apontando a varinha para ela e falou com uma expressão de nojo no rosto.
- Você me da pena sangue-ruim – Não, Hermione, fuja daqui, saia daqui´´ a mente de Harry não parava de repetir, ele não controlava seu corpo, algo estava errado, e por fim, de sua boca saíram gélidas as últimas palavras que Hermione Granger ouviu em sua vida.
- AVADA KEDRAVA
- NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOO – Harry levantou-se gritando, sentou na cama em um pulo jogando violentamente as cobertas para um lado, sua cicatriz doía muito, sua respiração estava ofegante, ele estava de olhos arregalados e tentava entender o que havia acontecido, colocou a mão sobre o peito e percebeu que seu pijama estava ensopado de suor.
- O... que...o que foi isso? – As palavras saíram de sua boca como se fosse uma pergunta, mas sendo direcionada a ele mesmo, estava confuso, não sabia o que fazer – Foi um sonho...um sonho...
Harry se acalmando um pouco se levantou da cama e começou a caminhar pelo quarto ainda confuso, tinha sido tão real, ele podia sentir, a dor de ter Rony morto aos seus pés, a agonia de ver Hermione chorando tão desesperadamente, mesmo se sentindo assim não podia controlar seu corpo...
-Que sonho estranho... – disse ele recuperando a calma aos poucos, Edwiges a coruja o observava pousada na janela de seu quarto ela olhava para ele de uma forma preocupada, entrava pela janela um vento refrescante, um ar noturno e tranqüilo, Harry se virou para a coruja – Estou bem Edwiges, foi só um pesadelo. – A coruja piou alto e abriu as grandes asas, então ficou em silencio novamente olhando para ele, mas agora tinha um semblante mais relaxado.
Harry se levantou, foi até a pequena cômoda que tinha perto da cama e retirou de lá um pedaço de pergaminho, um tinteiro e uma pena.Usando como apoio um de seus livros antigos de poções Harry começou a escrever uma pequena carta.
Hoje tive um sonho muito estranho, não foi como os do ano passado ou coisa assim, o sonho acontecia comigo, sei que posso estar preocupado a toa, mas mesmo assim gostaria de falar sobre isso com alguém.Neste sonho eu fazia certas coisas, mas não estava controlando meu corpo, apesar de saber o que estava fazendo, o corpo não obedecia.Pode ter sido só um pesadelo, mas mesmo assim gostaria de saber o que o senhor acha disso.
Harry
Ao terminar de escrever a carta Harry a leu varias vezes para ter certeza de que era exatamente o que queria dizer, dando-se por satisfeito ele a dobrou cuidadosamente, andou até a janela onde estava pousada Edwiges, passou o dedo na cabeça da coruja fazendo um carinho.
-Leve esta carta para o Professor Dumbledore entendeu? – perguntou calmamente, a coruja estufou o peito e abriu as asas em concordância, esticando a perna à frente para que Harry amarrasse bem a carta, não demorou muito e Edwiges já estava voando distante e fora do alcance da visão de Harry.Ele ainda ficou um tempo observando a noite na direção que ela tinha ido, respirou fundo sentindo o ar da noite, então se virou e se sentou na cama pensativo, por algum motivo aquele sonho o incomodara muito, ele não sabia bem o por que, mas era realmente estranho, fechou os olhos relembrando o sonho, e um arrepio passou pelo seu corpo, ele se deitou de costas na cama olhando para o teto.
- Ah Sirius – disse o garoto com a voz um pouco distante – Gostaria de poder falar com você sobre isso...
Sirius Black era o padrinho de Harry, havia sido condenado e mandado para Azkaban, a prisão dos bruxos, por um crime que não cometera, depois de muitas dificuldades ele e Harry se entenderam e Harry estava muito feliz por em fim ter alguma família, que o amasse verdadeiramente, ainda mais com a promessa de Sirius de trazer Harry para morar com ele quando as coisas´´ se resolvessem, mas no ano passado Sirius foi morto por Bellatrix Lestrange, membro de um grupo chamado de Comensais da morte´´ que serve o maior bruxo das trevas que já existiu, Lord Voldemort, este último foi responsável pela morte dos pais de Harry, e de muitas outras pessoas, Harry sabia que o bruxo ainda viria atrás dele, essa era sua sina, mas o garoto no momento não estava preocupado com isso, em meio as lembranças de Sirius, e uma pequena lagrima que escorria em seu rosto, Harry Potter fechou os olhos e logo adormeceu.
Harry já havia acordado a muito tempo mas mantinha seus olhos fechados como se tentasse pegar no sono novamente, desistindo após um tempo, ele se levantou se espreguiçando, apanhou seus óculos na cabeceira da cama e limpou as lentes na camisa antes de coloca-los, foi quando estava trocando de roupa que ouviu as batidas na porta juntamente com a voz de tia Petúnia
- O café esta pronto, acorde e ande logo- disse a mulher por trás da porta
- Já to indo – respondeu Harry enquanto enfiava uma camisa e já ia em direção a porta para sair.
Naquela manhã tudo indicava um começo de dia totalmente normal, Tio Válter lia um jornal enquanto mordiscava uma rosquinha, tia Petúnia estava fritando ovos e bacon, geralmente esta tarefa era de Harry mas já havia um tempo que ele nem tocava em uma panela desde que estava ali, Duda devorava cinco bacons de uma vez, foi tio Valter que quebrou o silencio naquela manhã.
- Nos estamos indo depois de amanhã, você já falou com a Figg? – disse Tio Válter a Tia Petúnia ainda sem tirar os olhos do jornal.
Duda havia parado de comer para ouvir a conversa dos pais, e Harry deixou um pequeno sorriso desdenhoso aparecer em seu rosto, era sempre assim, os Dursleys falavam dele como se fosse uma coisa, e como se ele não estivesse ali.
-Ela aceitou ficar com ele – disse Tia Petúnia trazendo uma travessa cheia de bacons recém fritos que depositou pesadamente na mesa e então se sentou também.
O Sr. Dursleys lançou um olhar desconfiado para Harry.
- E você moleque – disse agressivo – Não vai falar nada? Você esta quieto demais, deve estar tramando algo.
Harry apenas virou os olhos e respondeu com um sorriso cínico no rosto.
- Se eu falasse alguma coisa o seu dia se tornaria mais feliz?
Isso já foi o suficiente para a cara do Tio Válter se tornar vermelha, Duda se afastou do pai olhando marotamente para Harry que já sabia que iria levar uma bronca, Tia Petúnia olhou para os dois apreensiva.
- OLHE COMO FALA COMIGO MOLEQUE, VOCÊ ME DEVE RESPEITO.- O tio levantou-se da mesa derrubando sua xícara de café que se estilhaçou no chão.
Harry já iria responder, mas achou melhor não, não ligava mais para os acessos de raiva do tio, ele só não iria agüentar mais eles o tratando como uma coisa, já estava quase para completar dezesseis anos, não era mais uma criança indefesa sem poder de reação.
Ao perceber que Harry não retrucaria, Tio Válter foi se acalmando e sentou- se à mesa novamente, o clima não estava bom, mas pelo menos todos estavam em silencio, Harry se levantou silenciosamente da mesa, e sem dizer nada saiu em direção a sala e logo depois deixou a casa.
O dia estava nublado, a rua muito silenciosa não havia muito movimento, Harry estava um tanto inquieto, nos últimos dias não recebera muitas noticia, o profeta diário, o jornal dos bruxos, só divulgava as medidas protetoras entre outras coisas agora que Voldemort havia retornado e todos sabiam da sua volta, mas o que mais intrigava Harry era o que acontecia por trás disso, Harry sabia muito bem que o jornal encobria muito dos acontecimentos e já havia algum tempo que não tinha noticia de nenhum de seus amigos.
- Harry
O garoto levou um susto, e se virou bruscamente sacando a varinha que estava guardada no bolso da calça e apontando, mas então se deparou o rosto da Sra. Figg, ela sorrio para ele bondosamente e falou em um tom brincalhão. - Sabe – disse ela com um sorrisinho no rosto – Eu iria convidar você para comer alguns biscoitos, mas parece que você não gostou muito de me ver não é mesmo?
Harry já havia guardado a varinha parecendo sem graça.
- Desculpe...- começou ele tentando explicar – É que...
- Eu sei Harry...Eu sei – disse ela seriamente, mas logo retomou uma expressão bem leve – E quanto aqueles biscoitos?
Ele fez que sim com a cabeça animadamente, desde do último ano, quando teve que lutar contra dois Dementadores enviados a Rua dos Alfeneiros por Dolores Umbridge, e Harry fazia questão de demonstrar nojo quando falava esse nome, ele descobrira que a Sra. Figg não era uma velha comum que gosta muito de gatos.
Ela era um aborto, ou seja, uma pessoa que nasceu em uma família de bruxos, mas não herdou poderes de seus pais, desde então, das poucas vezes que saia de casa, ele arrumava um tempo para dar uma passada na casa dela para conversarem, e ela provou a ele que realmente sabia cozinhar muito bem, diversos tipos de doces e salgados, eram deliciosos.
Harry já estava em seu terceiro pedaço de bolo, ele realmente estava adorando.
- Esta ótimo Sra. Figg – disse ele após terminar o pedaço
- É pra compensar pelos anos passados - respondeu ela sorrindo, Harry sorrio de volta, ela sempre lhe respondia assim quando ele elogiava a comida.
- Eu falei com os seus tios e parece que você vai passar uma parte das férias comigo não é mesmo?
- É – respondeu Harry olhando para ela – Mas só vou poder vir pra cá depois de amanhã .
Quando falou isso sua voz ficou um tanto desanimada, mais um dia maravilhoso com os Dursleys.
- Não ligue para eles Harry – tornou a Sra. Figg adivinhando o pensamento do garoto – Um dia eles ainda vão te entender.
Harry fez uma cara de duvido´´ e a Srs.Figg não deixou de dar uma risadinha, então ele olhou pela janela e viu que já estava começando a escurecer, olhando o relógio em cima da mesa ele viu o ponteiro marcar seis e trinta, hora de ir, se despediu da Sra.Figg e foi embora, havia sido alertado por uma carta de Dumbledore para não ficar andando na rua tarde da noite, nem que seja alguns passos, e Harry resolvera obedecer.
Quando entrou pela porta dos Dursleys encontrou o tio sentado em sua poltrona ainda lendo o jornal, considerando a hora, deveria ter acabado de chegar do trabalho.Harry não queria conversar com o tio e nem escutar qualquer coisa vinda dele, foi diretamente para seu quarto fechou a porta sem fazer barulho, o estranho é que nem tia Petúnia e nem Duda pareciam estar em casa.
Mais tarde naquela noite quando tia Petúnia e Duda chegaram, Harry descobriu o por que de ausência temporária, o que aconteceu foi que Duda estava preparando um sanduíche na cozinha, uma vez que a mãe pediu para ele esperar um pouco, ele não obedeceu e quando estava cortando um pedaço de salame desajeitado como era acabou fazendo um corte no dedo.O corte não foi tão grave assim, mas Duda fez um pequeno teatro e tia Petúnia o levou para o pronto socorro, no final das contas não precisaram nem dar pontos.
O jantar daquela noite ocorrera sem grandes incidentes, nenhuma discussão nem nada, os Dursleys conversavam como se ele não estivesse ali e Harry não se importava nem um pouco com a atitude dos tios e do primo, acabou de jantar e se retirou da mesa sem dizer uma única palavra.
Subiu em direção ao seu quarto e fechou a porta tentando não fazer barulho, a janela estava aberta e Edwiges não estava, Ela ainda não voltou´´ pensou Harry indo ate sua cama e se deitando.
Mal acabara de fazer isso e escutou algo entrando pela janela velozmente, ele se levantou rapidamente, recebendo uma leve pancada no rosto.
- Ai – disse ele imediatamente levando a mão ao local bem a tempo de pegar uma carta, olhou pelo quarto procurado e logo encontrou a pequena coruja pousada no parapeito da janela piando alegremente.
- Pitchi?- perguntou ele meio abobado.
A corujinha levantou vôo e começou a rodear a cabeça de Harry, que deu risada, ele não recebia uma carta de Rony já fazia alguns dias, estava curioso, abriu a carta imediatamente e começou a ler.
Harry desculpe ter ficado esse tempo todo sem dar noticias, mas é que ultimamente as coisas andam bem corridas aqui em casa, bom, eu queria saber se você quer passar as férias aqui em casa, a Hermione esta vindo pra cá semana que vem então seria ótimo você vir também.
Rony
Após ler a carta Harry pensou um pouco no que iria fazer, é claro que queria passar as férias com os Weasleys, mas ultimamente ele estava gostando muito de ficar na companhia da Sra. Figg, após um tempo pegou um pedaço de pergaminho e começou a escrever.
Rony, claro que eu aceito passar as férias com vocês, não tem nem que perguntar, mas só vou depois do meu aniversário, é que eu disse a Sra. Figg que iria passar um tempo com ela nas férias, mas depois eu vou sim.
Harry Após ler a resposta que havia escrito e dando-se por satisfeito Harry chamou Pitchi que desceu voando rapidamente e pousou no seu ombro, ele amarrou a carta gentilmente na perna da coruja.
- Entregue para o Rony, e tome cuidado.
Mal teve tempo de acabar a frase, pois a coruja levantou vôo e saiu velozmente pela janela, em pouco tempo já não se podia mais vê-la, Harry ainda olhou a rua por algum tempo então fechou a janela e foi se deitar.
O outro dia na casa dos Dursleys havia começado bem agitado, mal acabara de acordar e Harry já escutava tia Petúnia na porta de seu quarto, quando desceu para o café da manha recebeu a noticia que a viagem havia sido adiantada e os Dursleys partiriam a tarde daquele mesmo dia.
Harry não deixou de se animar, pois assim passaria mais tempo com a Sra. Figg, imediatamente ele subiu as escadas e começou a arrumar as coisas no seu quarto para passar tudo que precisava para a casa da Sra. Figg, a única coisa que o incomodou foi a ausência de Edwiges, a coruja já estava demorando demais para voltar e Harry estava começando a ficar preocupado.
Os Dursleys estavam ocupados demais em arrumar suas coisas, especialmente as de Duda que insistia em levar quase seu quarto inteiro, Harry ficou grato por isso, pelo menos enquanto eles se ocupavam com suas coisas ele não seria incomodado, demorou boa parte da manhã arrumando sua mala, já que suas coisas estavam jogadas pelo quarto.
Após arrumar a mala desceu as escadas o mais rápido que conseguiu, não queria passar nem mais um segundo naquela casa, os Dursleys pareceram não ligar para sua partida, Harry teve um relance de tia Petúnia olhando para ele parecendo um pouco preocupada, mas achou que era só impressão.
Saindo da casa dos Dursleys logo chegou a casa vizinha, colocou a mala e a gaiola no chão e quando ia bater na porta esta se abriu sozinha revelando o rosto sorridente da Sra. Figg.
- Entre Harry – disse ela ainda sorrindo olhando para ele – Vamos, eu fiz biscoitos novos que você vai adorar.
Mal entrara na casa e Harry sentiu o cheiro dos biscoitos, não era mentira, só pelo cheiro dava vontade de ir direto a cozinha para come-los, a Sra Figg começou a subir as escadas e fez um sinal para que Harry a acompanhasse, o garoto pegou novamente suas coisas e a seguiu, ela parou ao lado de uma grande porta que ficava de frente para a escada, pegou uma chave e a abriu revelando um grande quarto.
- Este vai ser o seu quarto – disse ela dando passagem para ele entrar.
Harry entrou e não deixou de se surpreender, as paredes eram pintadas de uma cor parecida com marfim, no centro do quarto havia uma grande cama coberta com lençóis brancos, a direita da cama, na parede, estava uma grande estante repleta de livros, que mais tarde Harry pôde ver se tratarem todos de magia, a esquerda da cama também encostada na parede uma pequena mesa de um lugar com uma pena e um tinteiro, e ao lado dessa mesa uma confortável poltrona.
- É bem simples – disse a Sra. Figg – mas espero que você goste.
- Eu adorei - respondeu Harry se virando para ela com um grande sorriso no rosto – É perfeito.
A Sra. Figg olhou para ele com um grande sorriso no rosto.
- Bom – continuou ela – vou dar um tempo para você se acomodar aqui, quando terminar desça que tem uns biscoitos prontinhos esperando.
Ela se virou e fechou a porta, não demorou muito para Harry ajeitar suas coisas, ele deixara a maior parte na mala, mas retirara um pergaminho para eventuais trocas de cartas e também boa parte do seu material de Hogwarts, ajeitou a gaiola de Edwiges em um canto e depois de dar mais uma olhada no quarto saiu fechando a porta.
Aquelas poderiam ser as melhores férias que Harry já passara no mundo trouxa, já fazia três dias que estava com a Sra. Figg e nunca havia imaginado que ela poderia ser uma pessoa tão legal quanto estava se mostrando.
No primeiro dia que passara em companhia da Sra. Figg, Harry recebeu um comunicado do ministério permitindo que ele realizasse magias na presença dela, já que ela sendo um aborto, tinha conhecimento dos poderes mágicos dele, ele não entendera direito o por que de receber essa permissão especial mas aproveitou ao Maximo,desde então eles se divertiam muito, em certa ocasião Harry a estava ajudando na faxina da casa e eles não estavam conseguindo levantar o sofá, Harry tentou usar um feitiço de levitação, mas bem nessa hora, um dos gatos da Sra. Figg pulou em cima do seu pé dando um belo susto nele, o resultado foi que o sofá levitou mais do que deveria e ficou grudado no teto por meia hora.
Já era por volta das oito e meia da noite, Harry estava em seu quarto folheando um dos livros sobre maldições que estavam na estante quando escutou algumas batidas na janela, ele olhou curioso e viu um contorno branco por trás do vidro.
-Edwiges? – exclamou Harry misturando surpresa e alivio em ver a coruja.
Ele correu até a janela e a abriu rapidamente dando passagem a ela que entrou voando e pousou na cama.Trazia na perna uma embrulho e amarrado a este um pequeno envelope, Harry se sentou ao lado de Edwiges na cama e passou a mão nas costas da coruja como forma de carinho.
- Por onde você andou ? – disse o garoto pegando a carta e a abrindo para começar a ler – Eu estava ficando preocupado.
Ao retirar do envelope a carta Harry começou a ler atentamente.
Harry, não há motivos para se preocupar com o sonho que você teve, acredito que ele não tem qualquer ligação com Voldemort por isso não ha nada o que temer, ultimamente eu fui informado que você esta passando as férias com Arabella, espero que esteja gostando,a propósito, desculpe a demora em te responder esta carta, estou tendo que cuidar de muitos assuntos e não há muito tempo de sobra, como você já deve ter visto, eu mandei um embrulho juntamente com a carta, pelos meus cálculos hoje seria seu aniversário então ai esta o seu presente, espero que goste.
Atenciosamente
Prof: Dumbledore
Após ler a carta Harry ficou pensando por um instante em como deveriam estar as coisas no mundo mágico, mas haveria muito tempo para se por em dia, agora olhava surpreso para o embrulho que estava em sua cama, havia se esquecido completamente de seu aniversário.
Apanhou o presente e rapidamente o desembrulhou, parecia ser uma pequena caixinha, semelhante a uma caixa de musica, do tamanho da mão de Harry, era branca com vários detalhes dourados, em cima dela havia outra carta que Harry apanhou.
Harry, esse é um presente muito especial, é uma Opera de fadas, eu costumo usar uma para dormir quando estou com insônia, é bem útil para relaxar, mas cuidado, quando for abrir a caixa, lembre-se de virar o rosto para o lato, se não a luz que sair poderá cega-lo temporariamente, e acredite em min, não vai ser nada agradável.
P.s: Você deve dizer a elas que tipo de musica cantar!
Harry leu a carta atentamente e depois ficou olhando para a caixa com muita curiosidade pensando o que seria uma Ópera de fadas, apanhou a caixa e olhou examinando-a, por fim colocou o dedo sobre a trava e quando estava prestes a abri-la a Sra. Figg abriu a porta do quarto e colocou a cabeça para dentro.
- Harry – disse ela – Você não vai descer?
Harry assustado se virou para ela ao mesmo tempo em que soltava a caixa ainda fechada na cama.
- Já vou – respondeu ele se levantando da cama – eu só estava...
- Ora essa – interrompeu-o a Sra. Figg que acabara de entrar no quarto e caminhava em direção a cama dele – Mas é uma Ópera de Fadas, elas são uma raridade e também são muito caras, onde você arrumou isso?
- O professor Dumbledore me mandou. – disse Harry meio surpreso de que aquele presente pudesse chamar tanta atenção – É o meu presente de aniversário.
A Sra. Figg olhava para a caixa muito interessada, então se virou para Harry dizendo
- Bem – disse ela – vamos indo, você não quer se atrasar para a sua própria festa não é mesmo, e traga a Ópera com você, vai ser muito bom.
Sem esperar respostas ela já desceu apressada, Harry apanhou rapidamente a caixa e desceu atrás, a Sra. Figg tivera a idéia de dar uma pequena festa´´ de aniversário para ele, Harry ficou um tanto receoso afinal com os atuais acontecimentos uma festa não seria o ideal, mas a velha senhora não aceitou um não.
Ao chegar no andar de baixo Harry sentiu um cheiro delicioso invadindo seu nariz, a Sra. Figg havia preparado vários doces e um grande bolo de chocolate, e estava levando as coisas da cozinha para a mesa sozinha, Harry deixou a Ópera de Fadas em cima de uma pequena estante ao lado da escada e foi ajuda-la.
Com um feitiço de levitação bem feito Harry logo terminou de arrumar a mesa, e foi se sentar, estava um pouco cansado, mas nem bem se sentou e logo teve que se levantar novamente, a campainha da casa começou na tocar insistentemente e Harry teve que ir atender, mal abrira a porta e quase caiu para trás tamanha a surpresa.
- Olá Harry – disse Lupin sorrindo para o garoto – como tem passado?
Se recuperando rapidamente da surpresa, Harry deu passagem para Lupin entrar, e quando ia lhe responder uma voz o interrompeu.
- Ora essa – disse uma mulher que acabara de entrar logo atrás de Lupin e que Harry reconheceu como sendo Tonks – ele esta muito bem Remus, ou você esta duvidando de min?
- De maneira nenhuma Nimfadora – respondeu Lupin para a mulher rapidamente, e ela logo emburrou a cara para ele.
Harry deixou escapar uma risadinha, pelo que bem se lembrava, Tonks não gostava de ser chamada pelo seu primeiro nome, ela fechou a cara e ficou olhando feio para Lupin, Harry após olhar mais atentamente viu que Tonks estava com um novo penteado, seus cabelos estavam completamente espetados para baixo, estavam um pouco curtos atrás e um pouco mais compridos na frente formando mechas pontiagudas que paravam nos olhos, e tinham uma coloração verde-limão, mas ela ainda mantinha o rosto em formato de coração, apesar de tudo, Harry estava realmente interessado no por que Lupin e Tonks estarem ali, Lupin pareceu perceber e deu uma piscada para Harry.
Após Lupin e Tonks entrarem, Harry os conduziu até a sala de estar onde todos se sentaram e começaram a conversar, a Sra; Figg logo se juntou a eles, e trouxe alguns doces que tinha preparado, eles conversaram animadamente sobre vários acontecimentos do mundo mágico, mas Lupin sempre fugia das perguntas que Harry fazia sobre a ordem, eles comeram bolo e beberam suco de abóbora.
- Bem – disse a velha senhora se levantando – Vou começar a arrumar isso tudo, Tonks, vou precisar de uma varinha aqui, você pode me ajudar?
- Claro que sim Arabella – respondeu Tonks se levantando e indo ajudar a senhora.
Elas seguiram para a cozinha, a Sra.Figg levando uma travessa suja na mão e Tonks algumas outras usando um feitiço de levitação, como resultado Harry e Lupin ficaram sozinhos na sala e Harry estava realmente intrigado pelo motivo da visita, apesar de ter apreciado muito, ainda estava preocupado.
- Então Harry – disse Lupin de frente para ele – Você esta bem de verdade?
- Sim estou – respondeu Harry meio que sem entender a pergunta, Lupin o encarou por mais um tempo então disse:
- Sei, então você não tem tido sonhos estranhos ultimamente? – perguntou astutamente, e Harry começou a entender o porque da visita naquele instante.
- Bem – disse ele – Nós poderíamos conversar lá em cima no quarto?Eu não quero que a Sra.Figg escute...
Lupin concordou com a cabeça e os dois se levantaram, Harry já estava subindo a escada quando viu que Lupin se detinha ao lado da escada examinando uma coisa com um olhar de interesse.
- Você ganhou uma Ópera de Fadas – disse ele com um sorriso – Este é realmente um ótimo presente, imagino que tenha sido de Dumbledore não é mesmo?
- É sim – respondeu Harry meio sem jeito, nem tivera tempo ainda de saber realmente o que uma Ópera de Fadas fazia.
Eles começaram a subir a escada, e em pouco tempo já estava no quarto de Harry, Lupin entrou por último e fechou a porta, a janela estava aberta e entrava uma brisa refrescante, Harry se sentou na cama, enquanto Lupin sentou-se na poltrona e olhou para o garoto.
- E então? – perguntou
Harry pensou um pouco se deveria ou não contar como havia sido o sonho, mas ao ver um semblante até certo ponto preocupado em Lupin resolveu dizer a verdade, então contou nos mínimos detalhes como havia sido o sonho, ele se lembrava claramente, afinal um sonho daqueles não se esquece facilmente, ao terminar olhou para Lupin como se esperasse uma resposta, mas agora tinha a sensação de que um peso enorme havia sido retirado de suas costas.
- Humm – fez Lupin pensativo – Dumbledore me alertou que você poderia ter sonhado com algo parecido, não exatamente igual, mas parecido...
- Mas o que o sonho quer dizer? – perguntou Harry esperando uma resposta.
- Ele não quer dizer nada Harry – respondeu Lupin com simplicidade, e Harry pareceu um pouco desapontado, mas pareceu ainda mais não acreditar no que havia escutado, Lupin percebeu e continuou com uma voz calma – Você não precisa se preocupar, acredite em min, ao meu ver, foi um pesadelo indigesto, Dumbledore também concorda com isso, por isso não se preocupe.
Harry ainda desconfiou um pouco, mas resolveu deixar, afinal Lupin havia ido até ali para ver se ele estava bem, provavelmente a mando de Dumbledore, e se houvesse algo errado ele certamente contaria para Harry, e valia também lembrar que Dumbledore não esconderia mais coisas de Harry, não desde o ano passado quando haviam tido uma séria conversa.
Lupin se levantou e caminhou até Harry, ele sorrio e lhe estendeu a Ópera de Fadas
- Cuide bem disso ouviu Harry – disse ele ainda sorrindo – É um presente muito especial.
Harry apanhou a Ópera e sorrio de volta para Lupin.
- Pode deixar que eu vou cuidar.
Lupin fez uma cara satisfeita e voltou a se sentar, agora olhava para Harry de um modo mais sério.
- Escute Harry – disse ele – Sei muito bem que você deve estar com vontade de saber sobre a Ordem e tudo mais, mas aqui e agora não é o lugar nem o momento para se discutir sobre isso, mas garanto que amanhã nós vamos por você a par de tudo certo?
Harry fez que sim com a cabeça, mas não entendeu bem uma parte das palavras de Lupin.
- Amanhã?- perguntou o garoto – O que vai acontecer amanhã?
- Ora essa – disse Lupin abrindo um sorriso – Pelo que bem me lembro, amanhã você estará indo para a Toca, passar o restante das férias com os Weasleys não é mesmo? Harry arregalou os olhos ao se lembrar, era verdade, ele havia prometido a Rony, mas como os últimos dias haviam sido bem agitados e a Sra.Figg o tratava tão bem que Harry acabou se esquecendo, ele olhou para Lupin e deu um pequeno sorriso.
- Tem mais uma coisa – disse Harry – O que a Tonks quis dizer com você não confia em min?´´ lá em baixo quando vocês dois entraram?
- Ah, bem – disse Lupin com um sorrisinho astuto – Você realmente não imaginou que Dumbledore deixaria você aqui sem um apoio mágico´´ pensou?
Harry pareceu entender um pouco, mas Lupin prosseguiu.
- O que acontece Harry, é que uma das maiores preocupações de Dumbledore, e não somente dele, é a sua segurança, então a cada semana, um bruxo da ordem vem acompanhar você de longe, para se certificar de que esta bem.
- Mas por que vocês não se mostraram para min então? – Perguntou Harry surpreso
- Ordens de Dumbledore – disse Lupin seriamente – Não me pergunte mais, pois nem eu sei bem o por que.
Lupin se levantou e afastou as mangas da camisa, Harry pode ver um estranho relógio de pulso, o professor o olhou atentamente e depois respirou fundo.
- Bem – disse Lupin – É hora de ir, acho que nos veremos amanhã então.
- Vocês tem mesmo que ir? – perguntou Harry já sabendo a resposta.
- Receio que sim Harry – disse Lupin – Eu e Tonks ainda temos alguns lugares para visitar.
Harry concordou com a cabeça, apesar de querer que Lupin ficasse mais um tempo junto com ele, Harry sabia que tanto Lupin quanto Tonks deveriam estar fazendo algo para a ordem naquele momento, foi interrompido de seus pensamentos quando Tonks e a Sra. Figg entraram no quarto.
- Remus, temos que ir, esta na hora – disse Tonks mais séria do que Harry já vira antes.
- Sim, eu percebi – respondeu Lupin caminhando e ficando ao lado dela.
A Sra. Figg caminhou e se sentou ao lado de Harry parecendo meio mal humorada.
- Francamente, eu não entendo o Dumbledore – disse ela – Pra que ele foi esconder o garoto afinal? Tanto Lupin quanto Tonks tossiram incomodados, Harry pareceu não entender nada, apenas ficou quieto observando.
- Bom – disse Lupin mudando do assunto – Já estamos indo, até amanhã então Harry.
- É isso ai – disse Tonks agora com um sorriso no rosto – Vê si se cuida, agente se vê amanhã.
E antes que Harry pudesse responder alguma coisa, os dois desapareceram em um estalo na frente deles.
- Bom – disse a Sra. Figg se levantando e dando um beijo na testa de Harry – Esta na hora de dormir, amanhã você terá um dia cheio.
Depois de desejar uma boa noite a velha saiu do quarto e fechou a porta, Harry encarou a porta por alguns segundos pensativo.
Eles estão me escondendo alguma coisa´´ pensou o garoto intrigado, mas então deu um grande bocejo, quando viu já passava da meia noite e ele estava bem cansado, deitou-se na cama, colocando a Opera de fadas que ainda estava fechada ao lado.
Não demorou muito e ele adormeceu, como as férias estavam tranqüilas, e até o momento não havia recebido noticias de ataques ou coisas do gênero nem por intermédio de Rony nem pelo Profeta diário, Harry achou Voldemort estava escondido e não havia agido ainda, mas ele não tinha idéia, do quanto estava enganado.
Ele não viu varias luzes prateadas escorrerem como água da Opera de fadas bem ao lado de sua cama, e o envolverem como um véu de água, teve uma noite tranqüila, e sem sonhos, como não tinha há algum tempo, extremamente reconfortante.
