Capitulo 2 – Noticias já esperadas

Harry já estava acordado fazia algum tempo, o garoto mirava o teto enquanto os pensamentos sobre a noite passada dançavam em sua cabeça, de fato a conversa que tivera com Lupin havia deixado o garoto com mais duvidas do que respostas, e ele ainda não haviam entendido como pegara no sono tão facilmente.

-Harry – ouviu a voz da Sra.Figg soar lá de baixo – O café esta pronto querido.

-Já vou – respondeu Harry começando a se trocar.

O garoto vestiu uma camisa e uma calça jeans e depois foi ao banheiro escovar os dentes e tentar dar um jeito no cabelo que além de desgrenhado como era habitualmente, estava todo amassado.Em alguns minutos descia pelas escadas um Harry parcialmente arrumado e sobre tudo faminto.

-Ahh vejo que esta com fome – disse uma sorridente Sra.Figg depositando na mesa uma travessa de torradas para fazer companhia aos bacons e a manteiga. – Vamos garoto, sente-se e coma, daqui a pouco passarão aqui para apanha- lo, você não vai querer deixar ninguém esperando não é mesmo?

Harry que havia acabado de sentar-se na mesa fez que sim com a cabeça, mas não falou nada, pois estava engolindo uma torrada.

- Já arrumou as malas? – perguntou a Sra.Figg se sentando também.

- Sim – mentiu Harry, afinal as malas estavam praticamente arrumadas, considerando que ele quase nem as desfizera desde que havia chegado a casa da velha senhora.O café da manhã fora muito tranqüilo,porem Harry não deixou de notar que a Sra.Figg estava mais quieta do que o normal, o garoto terminou o café e se levantou silenciosamente.

-Eu vou para o meu quarto – disse Harry – Ainda tenho que ajeitar algumas coisas.

-Pode ir querido – respondeu-lhe a Sra.Figg que já terminara seu café – E me espere por lá sim?!Tem algo que gostaria de lhe dar.

-Me dar? – exclamou Harry – O que? – tornou ele curioso.

A velha deu uma risadinha e continuou.

-Você logo vai ver – disse ela sorrindo e dando uma piscada marota para ele - Mas faremos suspense por enquanto certo?

-Certo – disse Harry vendo que a Sra. Figg não contaria nada antes da hora, o garoto deu um sorrisinho e depois saiu da cozinha, se dirigindo para o quarto.A Sra. Figg o acompanhou com o olhar, quando percebeu que Harry já havia subido as escadas, a velha se levantou lentamente com um ar preocupado, e começou a arrumar a cozinha.

Harry já havia entrado em seu quarto a tempos, o garoto pensava ter poucas coisas para ajeitar em sua mala viu que estava redondamente engano ao pisar ali.Roupas jogadas, livros espalhados, tinteiros, penas entre outras coisas...

-Ai meu Deus – disse ele levando as mãos à cabeça – E eu realmente achando que teria pouca coisa para fazer aqui.

O garoto caminhou pelo quarto olhando tudo, não estava uma bagunça completa, mas mesmo assim levaria algum tempo para organizar, dobrar e colocar tudo aquilo na mala e Harry não queria perder um tempo desnecessário fazendo tudo isso de mãos nuas, o garoto apanhou a varinha e tentando se lembrar de como Tonks havia feito em uma outra ocasião, levantou a varinha e deu um toque no ar, apontando para a mala que se abriu, fazendo Harry pensar que havia conseguido realizar o feitiço com perfeição, porem o resultado fora desastroso, ao invés das coisas que estavam espalhadas pelo quarto voarem e se dobrarem sendo guardadas na mala, as coisas que estava na mala saíram voando como se estivessem sido arremessados para fora dela sendo espalhadas pelo quarto.Harry assistiu tudo isso sem ação, ao fim, por todo o quarto estavam espalhados livros, e roupas, e Harry tinha uma bermuda pendurada na cabeça.

-Que droga – disse o garoto nervoso atirando a bermuda de sua cabeça ao chão, ao mesmo tempo em que escutava gargalhadas vindas da porta de seu quarto, ele se virou para ver quem estava ali e deu de cara com uma risonha Sra.Figg .

- Qual é a graça?- perguntou Harry emburrado – Agora vou ter que arrumar tudo outra vez.

- Desculpe Harry...querido – disse a Sra. Figg se controlando para não rir mais – É que essa cena me lembra muito uma parecida que eu vi aqui mesmo neste quarto.-tornou ela.

- Que cena? De quem? – perguntou Harry enquanto recolhia de qualquer jeito as roupas que estavam jogadas pelo quarto.

- Falemos disso uma outra hora – disse a velha senhora entrando no quarto – Agora me deixe dar uma mão aqui para você sim?!

- Seria ótimo Sra. Figg – disse Harry realmente agradecendo.

Os dois juntos demoraram quase meia hora para arrumar a bagunça, Harry apesar de não ter conseguido guardar as roupas com um feitiço, utilizava e com sucesso outro para limpar a sujeira que fora feita pelos tinteiros quebrados, enquanto a Sra. Figg apanhava e dobrava habilmente as roupas do quarto, quando terminaram, ninguém poderia dizer que meia hora atrás o quarto estivera uma bagunça completa, Harry se sentou na cama exausto enquanto a velha senhora colocava os livros que faltavam na estante.

-Até que enfim acabamos – disse Harry.

-Não foi tão ruim assim –disse a Sra.Figg – Mas da próxima vez, pratique mais esse feitiço certo?

- Pode deixar – tornou o garoto agora com um expressão que ia se transformando em curiosa – E o que a senhora iria me dar?

- Como? – perguntou a Sra. Figg, mas então teve um estalo – Oh sim, como pude me esquecer, espere só mais um minuto e já volto.

E antes que Harry pudesse dizer alguma coisa, ela já havia deixado o quarto, o garoto achou aquilo engraçado, se sentia muito bem morando com a velha, e pensar que durante quinze longos anos ele havia pensado que ela era apenas uma velhota comum que gostava muito de gatos.

Foi interrompido de seus pensamentos por um barulho abafado de bater de asas, o garoto se virou em direção a janela e percebeu Edwiges pousada no parapeito da janela, levava uma carta em sua perna.

-Edwiges – disse Harry se levantando num salto e indo abrir a janela para que a coruja pudesse entrar. – Estive te procurando, por onde você andou?

Após abrir a janela, Edwiges voou para dentro do quarto e pousou na cama piando alto.

-O que você tem aí – disse Harry se sentando ao lado dela e apanhando a carta, a coruja deu um pio baixinho – Me desculpe – tornou Harry sorrindo – Eu não tenho nada para dar para você comer agora, mas te juro que quando chegarmos a toca eu te darei algo tudo bem.

Edwiges apenas deu um pio confirmando e voou para dentro de sua gaiola, que estava limpa graças aos feitiços que Harry havia realizado, Harry deu um sorrisinho e então voltou sua atenção para carta e logo a abriu, de imediato ele notou que a carta não era carta, na verdade era um bilhete e havia sido escrito as pressas, a letra estava corrida e com alguns borrões, o garoto estranhou, mas começou a ler atentamente.

Harry, dentro de alguns minutos estaremos passando para apanha-lo, não poderemos perder muito tempo aí em hipótese alguma, por isso esteja com as coisas arrumadas e pronto para sair.

Remus Lupin

Harry passou os olhos na carta mais algumas vezes, um ar de preocupação pareceu rodear o garoto, a carta de Lupin estava estranho, muito diferente do jeito habitualmente calmo de ser que o professor sempre passara para ele, na carta Harry podia perceber pressa, nervosismo até mesmo teve e impressão de ver uma ponta de medo ali.

Ahh, não deve ser nada, devo estar ficando louco´´ pensou o garoto dobrando a carta e a guardando no bolso, não iria mostrá-la para a Ser. Figg, pois certamente a velha ficaria preocupada.

Mal Harry tinha acabado de guardar a carta nos bolsos e a Sra. Figg abriu levemente a porta.

-Posso entrar? – perguntou ela.

-Claro – respondeu Harry rapidamente, ao que se certificava que a carta em seu bolso não estava visível.

A Sra. Figg entrou calmamente no quarto, levando a frente uma espécie do que pareceu a Harry ser um livro,ela o entregou a ele sorrindo.

- Não sabia mais o que fazer com isso – disse ela entregando o livro a Harry.

- O que é isso? – perguntou Harry arregalando os olhos para o livro aberto em suas mãos. Uma foto em preto e branco de uma garotinha que parecia ter no máximo cinco anos acenava para ele alegremente; logo depois, fazia um biquinho infantil levando um dedo a boca em um sorriso tímido. Mesmo que alguma coisa dentro de Harry dissesse quem ela era, o garoto olhou para a Sra. Figg procurando uma resposta.

-Isso mesmo – disse ela sorrindo para Harry – É a sua mão, Lílian Evans.

Harry por um momento ficou sem ação, o garoto abriu a boca para dizer algo, mas usa voz morreu na garganta, Lílian Evans, sua mãe, aquela garotinha na foto era sua mãe.

Mas como?´´ pensava o garoto, que levantou novamente os olhos em direção a Sra. Figg que apenas sorriu e se sentou ao lado de Harry na cama.

-Seus avós maternos – disse a Sra. Figg olhando para a garotinha na foto – Eram muito diferentes de seus tios, eram grandes amigos meus Harry – disse ela parecendo se lembrar de algo, mas depois continuou – Quando Lílian nasceu, eu morava aqui, e sempre tirei varias fotos dela nas vezes que ela e Petúnia eram deixadas comigo, claro que eu era muito mais nova do que sou agora e Lílian sempre foi uma garotinha adorável, eles nunca souberam que eu era um aborto, com exceção de sua mãe e em uma certa ocasião de seu pai James.

- Meu pai? – perguntou Harry sentindo uma súbita onda de interesse o dominando – Meu pai já esteve aqui?

- Oh sim – disse a Sra. Figg – Logo que ele e Lílian terminaram o sétimo ano em Hogwarts, seu pai veio até aqui para pedir a mão dela em casamento.Lílian me disse que nunca havia visto James tão branco... – terminou ela e depois não conteve as risadas.

Harry também não se controlou e deixou escapar algumas risadas, de súbito a cena de seu pai, postado frente a frente com seus avós, pedindo a mão se sua mãe em casamento cobriu seus pensamentos, o garoto não deixou de achar aquilo engraçado.

-Veja aqui – disse a Sra. Figg virando as páginas do álbum até achar uma em especial, onde havia uma única foto. – Era dessa cena que eu me lembrei ao ver você tentar arrumar a mala com a varinha.

Harry que ainda estava imaginando como estaria seu pai ao pedir a mão de sua mãe em casamento abaixou a cabeça lentamente para olhar a foto que a Sra. Figg apontara, de imediato ele reconheceu o quarto, era o mesmo que estava agora, no centro do quarto uma garota na casa de seus dezesseis anos de idade, se desviava de varias roupas que passavam voando pelo quarto, enquanto apontava a varinha para muitas delas, mas só conseguia fazer estas serem arremessadas em outra direção, a expressão desesperada da garota era muito engraçada, e antes que pudesse dizer alguma coisa, Harry notou que um sorriso formara-se no canto de sua boca.

-É a minha mãe não é?!- disse o garoto em um misto de pergunta e afirmação.

-É sim – respondeu a Sra. Figg sorrindo carinhosamente para Harry, enquanto a Lílian da foto se abaixava escapando por um triz de uma blusa que passara voando bem onde estaria sua cabeça – Lílian era assim, ela podia transfigurar metade desse quarto em qualquer coisa que você possa imaginar, mas não conseguia fazer um feitiço de arrumar´´certo.

Os dois deram risadas, na verdade Harry não sabia ao certo o que estava sentindo naquele momento, estava feliz, mas ainda assim não havia absorvido completamente toda a informação que estava recebendo, o garoto apenas sorrio singelo, mas não teve muito tempo depois disso.

Um barulho alto ecoou pela casa, a campainha, a Sra.Figg e Harry levantaram- se no susto, ao começar a ver o álbum de fotos o garoto acabou se esquecendo que viriam apanha-lo, e pela carta de Lupin, poderia perder muito tempo ali.

- Deixe que eu vou atender – disse a Sra. Figg calmamente.

E a velha saiu do quarto e desceu as escadas rumo a porta, Harry imediatamente apontou a varinha para a mala para locomove-la escada a baixo, mas desistiu.

Chega de feitiços por hoje´´ pensou o garoto ainda se lembrando das roupas voando pelo quarto.

Ele apanhou a mala e a levou escada a baixo, juntamente com a gaiola de Edwiges e sua Firebolt, o álbum de fotos seguro de baixo do braço e Harry não deixou de se surpreender um pouco ao ver que entravam pela porta somente duas pessoas, Remus Lupin e Nimfadora Tonks.

-Alow Harry, tudo beleza? –disse Tonks se adiantando a largas passadas e apanhando a mala e a gaiola das mãos do garoto, e depois se virou para Lupin – Remus, vou deixar as coisas dele lá, não posso demorar.

Craque

Antes que qualquer um pudesse responder alguma coisa Tonks havia aparatado para algum lugar, Harry olhou para Lupin que mantinha uma expressão calma, porem não deixou de notar como o antigo professor estava abatido.

- Não se preocupe – disse Lupin – Você logo vai saber de tudo certo?

O garoto confirmou com a cabeça, ao que Lupin se aproximava dele com um pequeno sorriso.

- Tudo pronto Harry? – perguntou Lupin ao que o garoto concordou com a cabeça – E a Opera de fadas?

- Ahh me esqueci – disse Harry batendo com a mão na cabeça e se virando para ir buscar, mas deu de cara com a Sra. Figg que já lhe trazia a caixinha de música.

- Aqui vemos outra coisa em que você se parece com sua mãe – disse ela sorrindo.

Harry retribuiu o sorriso e sentiu-se corar levemente, ao que foi interrompido pela mão de Lupin tocando seu ombro.

- Arabella – disse o professor – Desculpe a minha intromissão, mas tudo esta muito corrido, por isso partiremos agora tudo bem?

A velha concordou com a cabeça, mas Harry notou que ela lançara um olhar interrogativo em direção a Lupin que pareceu não notar, ele se virou para Harry sorrindo.

- Pronto para dar um passeio de vassoura?- perguntou Lupin sorrindo.

Harry entendeu como os dois iriam para a casa de Rony naquele instante e concordou com um aceno de cabeça.O garoto não estava preocupado nem nada parecido, visto que só havia Lupin ali para leva-lo, não achou que a situação estivesse tão critica assim, o que o tranqüilizou.

Lupin se aproximou e retirou a varinha, dando um leve toque na cabeça de Harry, e depois na sua própria, o mesmo feitiço que Moody havia usado no ano passado, e Harry viu seu corpo se tornar nebuloso e pouco a pouco começar a se camuflar com o ambiente, em poucos minutos ele e Lupin estava montados em suas vassouras se distanciando da casa da Rua dos Alfeneiros, voaram rápido e Lupin não disse uma única palavra, no chão, acompanhando os pontinhos pretos que se distanciavam Arabella Figg abaixou os olhos, inquieta.

- Mas afinal o que esta havendo aqui? – perguntou a velha.

- Houveram ataques Arabella – disse uma voz grave atrás dela – Laviniah está morta.

A Sra. Figg se virou para encarar a forma alta de Quim Shacklebolt, que acabara de aparecer para ela, em sua mão segurava um tecido muito estranho que só poderia ser uma capa da invisibilidade.

- Mas como? – perguntou a velha com os olhos meio marejados – E quanto a Siegfried e Lilith?E afinal o que você esta fazendo aqui?

- Os dois estão bem... – respondeu Quim parecendo questionar-se quanto a isso – Mas houve complicações, os outros membros da escolta de Harry estão invisíveis, não podemos chamar muita atenção.

- Tudo bem homem – disse a velha impaciente – Mas afinal de contas que complicações, você disse que Siegfried e Lilith estão bem...Laviniah...Oh Laviniah que bons ventos a levem, mas Siegfried e Lilith estão bem, então que complicações podem haver, desembuche homem.

E o homem negro apenas abaixou a cabeça, a resposta daquela pergunta foi o suficiente para levar Arabella ao chão de joelhos, sem conseguir mais conter as lágrimas que escorriam descontroladas pelo seu rosto.

Não sabia ao certo a quanto tempo estava voando, mas a gostosa sensação de ter o vento batendo em seu rosto, as vestes esvoaçando, sentir-se livre como em nenhum outro lugar, haviam sido deixadas para trás a tempos.

- Falta pouco – gritou Lupin para ser ouvido devido a grande velocidade em que estavam – só mais alguns minutos agora.

- Entendi – gritou Harry também, sentindo o corpo todo gelar como se tivessem jogado um balde de água fria sobre ele.Os dois haviam acabado de atravessar uma nuvem de chuva – Podemos desviar da próxima, por favor? Não agüento mais atravessar essas nuvens carregadas. – disse Harry emparelhando com Lupin.

- Já estamos chegando – respondeu Lupin calmamente – só mais um pouquinho e estaremos lá, agüente mais um pouco.

Harry pareceu não gostar muito da resposta, mas confirmou com a cabeça, o garoto estava começando a desconfiar, estava ficando intrigado com o por que de toda aquela pressa, Lupin nunca agira assim, sempre fora calmo e mais moderado no que fazia, no entanto, apesar da calma com que havia respondido, havia ainda uma certa urgência na voz do professor, sem mencionar o modo como este havia agido na casa da Sra.Figg.

É bom mesmo ele ter uma boa explicação.´´ pensou Harry imprimindo mais velocidade à vassoura. Mal acabara de fazer isso e já se viu desacelerando, olhando para baixo, não conteve um sorriso, finalmente haviam chegado.

-Não disse a você que faltava pouco – disse Lupin calmamente enquanto postava-se ao lado do garoto que apenas sorrio.

Harry pousou suavemente bem em frente ao jardim da casa dos Weasley, não deixou de sentir um grande alivio ao tocar o chão com seus pés.Lupin pousara bem ao seu lado, e por um momento o garoto teve a impressão de ter ouvido alguns sons de baques surdos, mas não se importou, pois bem naquele instante a porta da casa se abriu repentinamente e passando por ela velozmente estava ninguém menos que Rony Weasley.

- Até que enfim vocês chegaram – gritou Rony enquanto corria em direção a Harry e Lupin – Mamãe estava quase enviando uma coruja para Dumbledore.

- O que estaria absolutamente correto senhor Ronald Weasley – disse uma séria senhora Weasley se postando ao lado de Rony que repentimante pareceu empalidecer provocando risadas em Harry e Lupin – Com tudo o que esta acontecendo... – disse ela trocando um rápido olhar com Lupin – Bem...vamos entrar Harry você deve estar com fome...- disse ela virando-se para Harry.

- É vamos , ainda tenho umas coisas pra conversar com você – disse Rony piscando para Harry.

- É, aposto que vocês tem mesmo – disse a Sra. Weasley sorrindo para os dois – E quanto a você Remus?

- Eu vou em um instante Molly – disse Lupin tranqüilamente enquanto retirava um pedaço de pergaminho do bolso – Tenho que enviar isso para Dumbledore, ele me pediu para avisa-lo assim que chagássemos.

A Sra. Weasley concordou com um aceno de cabeça e antes que Harry pudesse dizer alguma coisa, se viu sendo arrastado juntamente com Rony para dentro da casa, Lupin acompanhou-o com um olhar casual que se tornou sério assim que Harry passou pela porta.

- E agora Lupin? – ouviu-se uma voz rouca soar aparentemente do ar – O garoto ficará seguro?

- Não se preocupe quanto a isso Alastor – respondeu Lupin parecendo indiferente – O próprio Dumbledore enfeitiçou a Toca, não vejo lugar melhor para ele ficar.

- Tudo bem Remus, mas e quanto aos outros dois? – soou uma outra voz agora feminina – Se ele esta atrás deles deveríamos protege-los também.

- Dumbledore esta cuidando pessoalmente disso – respondeu Lupin calmamente.

- Não sei não – disse outra voz masculina – O Viksius foi acusado de assassinato Remus, mesmo Dumbledore vai ter trabalho para livra-lo.

- Bem, já que estamos falando de Dumbledore podemos esperar qualquer coisa – respondeu a voz rouca de Alastor Moody.

- Bem então é melhor voltarmos ao trabalho antes que percebam a nossa ausência – disse a voz feminina em tom sério.

- Sim, agora não seria conveniente despertar suspeitas – respondeu a outra voz masculina que não era a de Moody – O velho Fudge esta ficando paranóico com essa história toda.

- Bahh – respondeu a voz de Moody – Esta tendo o que merece por ter bancando um imbecil durante o ano passado.

- Bem , eu acho melhor vocês irem não é mesmo? – disse Lupin que estava apenas ouvindo a conversa dos três – Se formos continuar essa conversa acredito que ela tomará muito tempo e nós não queremos que o ministério perceba que estão faltando três aurores lá, principalmente depois da noite de ontem.

- Bem você esta certo – disse a voz feminina – e ainda tenho relatórios para entregar hoje.

- Então vamos indo – disse a voz do outro homem – Até mais tarde Remus.

Craque

- Bom, é melhor eu ir também antes que sintam minha falta – disse a voz feminina – Foi bom te ver Remus...

Craque

- Tome conta do garoto Lupin – disse Moody – Mesmo que Dumbledore tenha enfeitiçado a casa, nunca é demais estar preparado.

Lupin acenou afirmativamente com a cabeça.

- Não se preocupe Alastor – disse ele seriamente – Nada acontecerá com o Harry enquanto eu estiver aqui.

- Bom saber disso – responder Moody seriamente – Até mais, e mantenha contato.

Craque

Em um instante parecia não haver mais ninguém ali, Lupin respirou fundo, havia prometido ainda que teria uma conversa com Harry em relação a Voldemort e se conhecia bem o garoto, Harry não havia se esquecido, mirou a casa dos Weasleys por um tempo.

Hoje será um longo dia´´ pensou ele começando a caminhar calmamente em direção a porta de entrada da Toca.

Harry havia passado uma tarde muito agradável na Toca, a conversa que tivera com Rony não serviu de muito além de confirmar algumas suspeitas do garoto sobre o que estava acontecendo no mundo mágico, Rony não havia mudado muito desde o último ano, o garoto crescera mais e deixara os cabelos um pouco mais compridos que o habitual, além das sardas que haviam aumentado, fora isso nada de mais, Rony contará a ele que a ordem havia conseguido outra cede, mas ele não sabia onde era, somente seu pai e sua mãe, e eles insistiam em não contar. Como parecia, Voldemort não tinha agido abertamente desde daquela noite no ano anterior.

- Bem – disse Harry – Eu já esperava por isso, afinal agora todos sabem que ele esta de volta não é mesmo?

- Eu não diria isso tão levianamente se fosse você – disse Rony sombrio – Dumbledore diz que nem sempre é o que parece, ele acha que você-sabe-quem esta agindo nas escondidas, mas nunca diz mais do que isso por mais que eu pergunte, mamãe e papai também nunca me falam nada. – terminou Rony como um ar de uma criança que foi contrariada, o que fez Harry dar risada.

Mas a melhor parte foi quando Rony contou a Harry o que acontecera com Umbridge.

- Presa?? – exclamou Harry surpreso – Como assim presa?

- Legal não? – respondeu Rony com sorriso maldoso – Você sabe, depois do que aconteceu no ministério ano passado... – Rony parou por um momento para observar Harry, certamente aquela frase trazia lembranças da morte de Sirius ao amigo, que deu um sorrisinho estranho para ele e depois pediu para ele continuar.

-Bem...- continuou Rony se refazendo – Depois daquele dia, ninguém mais duvidou de Dumbledore quando ele falava entende? Todo mundo agora acredita nele, e acontece que assim que teve um tempo, contou tudo que a sapa velha tinha feito com todo mundo em Hogwarts, e também sobre ela ter enviado aqueles Dementadores atrás de você nas férias.

Harry arregalou os olhos de surpresa.

- Não me pergunte – disse Rony rapidamente – Também não tenho a mínima idéia de como ele foi saber isso, mas a questão é que o Fudge não gostou nadinha de ouvir aquilo, e quando a Umbridge foi questionada, claro que ela negou, gritou e brigou, aí eles a chamaram para tomar um chá na sala do Fudge para ela se acalmar, e claro que ela não iria recusar não é mesmo?! Então...

- Então....? – perguntou Harry se inclinando.

- Acidentalmente um pouco de Veritaserum acabou caindo no copo de chá dela – disse Rony sorrindo – E o resto você pode adivinhar, foi até manchete no profeta.

- Sabe – disse Harry que não andara lendo o profeta enquanto estava com a Sra. Figg – De todas as noticias que você poderia ter me dado nessas férias, essa com certeza foi a melhor.

E os dois amigos não puderam conter mais as risadas, havia sido uma tarde muito animada, Harry descobriu que Hermione também viria passar as férias com eles, noticia que o animou muito. Após a conversa, os dois deixaram o quarto de Rony, já estava anoitecendo e nem bem puseram os pés pra fora do quarto escutaram o grito da Sra. Weasley chamando-os.

- Vocês dois aí em cima – gritou ela – O jantar esta pronto, andem logo.

Ao chegar a cozinha Harry encontrou a mesa toda posta, a Sra.Weasley estava acabando de se sentar, enquanto Lupin e Gina que sorriu para ele,já estavam em seus lugares fazendo seus pratos. Sem perder tempo Harry se sentou juntamente com Rony e os dois começaram a comer.

- Estão com fome não?! – disse a Sra. Weasley sorrindo – Não me admira, passaram a tarde toda naquele quarto.

Lupin lançou um olhar discreto e amigável a Rony e Harry, o primeiro pareceu não notar, mas Harry que estava olhando para o professor neste mesmo momento sustentou o olhar por um instante, Lupin deixou um sorriso discreto aparecer no canto de seus lábios.

Você logo saberá de tudo Harry´´ pensou o professor se virando para a Sra. Weasley e trocando um rápido olhar com ela.

- Molly eu já acabei – disse Lupin passando calmamente um guardanapo nos lados e se levantando.

- Tudo bem Remus – disse a Sra Weasley sorrindo – Pode deixar o prato aí, quando todos acabarem de comer eu levo todos para a pia.

Lupin sem se importar com o comentário da Sra. Weasley apanhou seu prato mesmo assim e se dirigiu até a pia da cozinha.

- De maneira nenhuma – disse o professor tranqüilamente – Já que estou de visita, tenho que ajudar também não acha?

E após depositar o prato na pia, que pareceu tomar vida e começou a lavar e enxugar tudo sozinha, Lupin se retirou, e foi em direção a sala dos Weasleys, mas não antes de lançar um olhar furtivo para Harry, que logo entendeu.

Harry na pressa de engolir o restante de seu jantar se engasgou e teve que rapidamente tomar um copo cheio de água cedido por Rony que olhou para ele preocupado e logo em seguida intrigado

- Eu to bem, eu to bem – disse Harry depois de tomar fôlego e beber o copo d'água – Não se preocupe – continuou ele corando um pouco – Sra. Weasley eu já acabei será que eu posso...

- Claro querido – interrompeu a Sra. Weasley com um sorrisinho– Pode ir.

Harry sorriu também, com certeza a senhora Weasley sabia que ele e Lupin iriam conversar e pelo olhar que Rony lançou a Harry no instante seguinte o amigo também desconfiava de algo, somente Gina permanecia quieta olhando de hora em hora para o relógio.Harry se abaixou próximo a Rony.

- Depois eu te conto tudo – sussurrou para o amigo, que deu uma piscada discreta para Harry, este último logo se retirou da cozinha.

Harry entrou na sala caminhando bem devagar, encontrou Lupin com uma expressão séria enquanto lia uma carta, ao terminar o professor com um aceno de varinha fez a carta desaparecer e com a cabeça indicou um lugar para ele se sentar, acompanhando o garoto com os olhos sem dizer uma única palavra. Harry pode notar pela primeira vez que Lupin tinha um semblante sério porem mantinha um ar muito sereno, bem típico do professor.

- Eu lhe prometi uma conversa – disse o professor calmamente – E aqui estamos, porem ocorreu um imprevisto e teremos que ser rápidos, por isso, pode perguntar Harry.

Harry que se sentara bem em frente ao professor ficou um tempo em silencio enquanto olhava para Lupin, muitas perguntas se formavam na mente do garoto, que não sabia ao certo o que dizer.

- O que aconteceu com Voldemort? – perguntou ele por fim.

Lupin respirou fundo, com um ar de quem já esperava a pergunta.

- Eu não poderia te responder isso Harry – disse o professor calmamente ao que Harry arregalou os olhos – Não poderia te responder – continuou Lupin – Porque nem eu e nem qualquer outro membro da Ordem sabemos o paradeiro dele.

- A Ordem – disse Harry rapidamente – O que aconteceu com a Ordem, o ministério descobriu alguma coisa?

- Não – respondeu Lupin – Ninguém do ministério sabe da existência da Ordem, mas tivemos que mudar de cede como Rony já deve ter mencionado para você, mas infelizmente não posso lhe contar a localização da cede atual.

- Mas por que? – perguntou Harry desapontado

- Por ordem de Dumbledore, e tenho certeza que no momento certo ele irá lhe esclarecer tudo.– disse Lupin botando um ponto final no assunto.

Harry respirou fundo, sabia que não iria arrancar nada em relação a isso do professor.

- E quanto a Voldemort? – perguntou Harry novamente – Você me disse que ninguém sabe o paradeiro dele, mas e quanto as ações dele?

- Sinceramente – continuou Lupin mantendo o habitual tom calmo – Não sabemos de muita coisa, com certeza ele já tem planos em mente, mas ele não vai arriscar uma aparição agora que todos sabem que voltou.

Harry fez que sim com a cabeça, na verdade aquela conversa tão esperada com Lupin não estava revelando nada ao garoto, que estava começando a ficar frustrado.

- E quanto aquela noite em que você e Tonks saíram rápido da casa da Sra. Figg? – disse Harry – Foi por causa dele não foi?

Lupin abaixou a cabeça lentamente e depois voltou a fitar Harry,que notou um certo desconforto no professor.

- Sim – respondeu Lupin, e percebendo que Harry iria perguntar novamente , continuou – Voldemort não parou de reunir aliados Harry, entenda, se há bruxos que o temem, também há aqueles que o admirem, e naquele dia eu e Tonks saímos rápido da casa de Arabella por que ficamos sabemos que ele tentaria recrutar uma certa pessoa, que com certeza iria recusar, e você sabe o que Voldemort faz com pessoas que o neguem não é mesmo?!

- E o que aconteceu? – perguntou Harry surpreso – Vocês chegaram lá?

- Infelizmente não chegamos a tempo -disse Lupin pesarosamente – Eu, Ninfadora e mais alguns membros da Ordem, mas, não pudemos fazer muito a respeito.

Harry abaixou a cabeça em silencio entendendo o que aquilo tudo queria dizer, ele olhou nos olhos de Lupin procurando uma confirmação, o professor apenas concordou com a cabeça. Depois de um tempo Harry se levantou, a conversa estava encerrada.

- Harry – disse Lupin calmamente antes do garoto subir as escadas em direção ao quarto de Rony – Mais uma coisa, eu notei que você não esta dando muita importância para a sua Opera de Fadas...acho que você deveria tomar mais cuidado com ela, já que ela pertenceu ao seu pai.

Harry que estava pondo o pé no primeiro degrau da escada parou abruptamente e se virou para encarar o professor.