Capítulo 2 - Reunião
O garçom conduziu-a até uma sala reservada.
- Senhorita, o Sr. Dumbledore a espera nesta sala.
- O senhor sabe com quem mais ele está? - perguntou Gina apreensiva.
- O Ministro da Magia, Sr. Arthur Weasley, também está presente, acompanhado dos Srs. Lupin, Moody, Grety - acrescentou ele, referindo-se a alguém que Gina não conhecia - e Writhe. A Srta. Tonks e a Sra. McGonagall também se encontram e, antes que eu me esqueça, o Sr. Harry Potter acompanha-os.
- Obrigada - Gina retirou uma moeda da bolsa que carregava e entregou dois sicles ao garçom, que sorriu.
- Só estou aqui para servi-la - murmurou ele, enquanto ela delicadamente batia na porta.
Ouviu passos e a porta se abriu no exato momento em que, ao longe, soava a primeira badalada que sinalizava oito horas. O Prof. Dumbledore sorriu para ela e estendeu a mão para cumprimenta-la.
- Virgínia! - exclamou ele. - Pontualíssima. Fez boa viagem, eu espero.
Nem que estivessem a sós Gina teria contado sobre o sonho. Acabara de chegar e no momento estava mais preocupada em rever os amigos e os pais.
- Sim, foi... - começou ela, mas foi interrompida pela visão do seu pai. Ele estava um pouco envelhecido, os cabelos quase totalmente brancos, mas o sorriso e o olhar eram os mesmos. - Pai! - gritou ela, correndo para abraça- lo.
- Gina! - gritou o Sr. Weasley por sua vez. Enquanto se abraçavam, Gina pode ouvir sussurros, que eram tão baixos que certamente não seriam ouvidos por outra pessoa com exceção dela, mas afinal, Gina tinha treinamento para isso. - Ela está parecida com a...
- Ela é a Gina. - cortou uma voz severa: Minerva McGonagall, professora de Transfiguração.
- É claro que não é - acrescentou outra voz rouca, que mais lembrava um grunhido: Olho-Tonto Moody. - Ela morreu há anos!
- É... é... - murmurou a primeira pessoa que tinha falado.
Finalmente Gina se separou e olhou em volta. Havia sua ex-professora, McGonagall, que sorria observando-a; o auror Alastor Moody, que embora a olhasse com seu olho natural, estava olhando para trás com seu olho anormal; Nymphadora Tonks, uma bruxa transformista; seu ex-professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Remo Lupin,que ,ao contrário dos outros,parecia ter rejuvenescido: seu rosto não apresentava sinais de cansaço e seu cabelo estava menos grisalho, brilhando agora em castanho- dourado. E - Gina estremeceu ao ver - Harry Potter. Seu olhar encontrou o dele por alguns instantes e ambos puderam perceber que antigas mágoas não haviam sido esquecidas: eles haviam brigado quando ela mencionara ao acaso que iria ser uma Auror .Harry sabia que naquele período de guerras, ser Auror era uma missão difícil e temia por Gina . Eles discutiram fervorosamente e terminaram o namoro que estava para completar sete meses. Desviando-se das lembranças, Gina continuou a percorrer o olhar pela sala: havia dois moços que olhavam-na admirados e abobalhados: Writhe e Grety, ela supôs, mas não sabia quem era quem. O Prof. Dumbledore se adiantou e fez as devidas apresentações.
- Este é Oliver Writhe - disse ele, referindo-se ao que parecia o mais jovem: era branquelo, mas possuía os olhos negros e fortes. - E este é Gustav Grety - era um homem baixinho e franzino, mas que sorriu amigavelmente para ela. - Eles são ótimos Aurores.
- Prazer! - cumprimentou ela, estendendo a mão para os homens, que apertaram-na sorrindo.
A Profª Minerva se adiantou também, seguida por Lupin.
- Bem-vinda, minha jovem. Esse curso fez muito bem a você - disse ela, e para surpresa de todos, abraçou Gina.
- Obrigada, professora.
Lupin olhou hesitante para Gina e quando ela apertou a mão dele, percebeu que tremia.
- Bem-vinda. - disse ele apenas.
Tonks aproximou-se e sem nenhuma hesitação ou palavras, abraçou-a fortemente, enquanto seu cabelo variava na cor.
- Cresceu, hein?
- Você nem imagina o quanto, Tonks! - respondeu Gina, com um sorriso enigmático.
Finalmente, Harry se aproximou. Havia algo diferente nele, embora ela não pudesse definir. Talvez fosse o anel de leões que brilhava em seu dedo - o símbolo de Godric Gryffindor quee revelava-o como um Herdeiro do mesmo - e que o fazia parecer maior. Ele deu um breve sorriso, e estendeu a mão, que ela apertou tentando parecer desinteressada.
- Boa noite... Gina.
- Boa noite, Harry. - essas pareciam ser as únicas palavras possíveis naquele momento. Havia uma tensão entre os dois.
O jantar, porém, ocorreu calmamente, e Gina abraçada ao seu pai contava alguns casos interessantes de sua viagem ao Prof. Dumbledore, à Profª Minerva e ao Lupin.
- Foi muito proveitoso o seu curso - comentou Lupin com simplicidade, quando ela fez uma breve pausa.
- Realmente - concordou o Prof. Dumbledore. - Acho que foi uma idéia muito boa... Talvez eu deva acrescenta-la na minha lista de idéias geniais... não tenho muitas, sabem.
Gina sorriu. E uma coisa que a preocupava escapou antes que ela pensasse duas vezes se aquele era o melhor lugar para se falar sobre aquele assunto.
- O senhor - ela referiu-se a Dumbledore - sabe, ou tem alguma idéia de quando eu vou poder começar... - finalmente ela se tocou do que estava dizendo e tentou consertar: -... a trabalhar para a Ordem?
- Em breve. Já tem alguma idéia?
Ela arrepiou-se ao responder:
- Muitas. Mas sei o que vou fazer, sem problemas.
Dumbledore apenas sorriu, seus olhos azuis luminosos brilhando loucamente.
Então, meia hora depois, Dumbledore trocou um olhar com a Profª Minerva e chamou todos para uma mesa circular, própria para reuniões. Quando todos estavam acomodados, ele começou:
- Boa noite a todos. Primeiramente, devo lembrar-lhes que esta é uma reunião do tipo Ultra-Secreto. Se alguém quiser desistir, o momento é agora - ninguém fez menção de falar e o Prof. Dumbledore continuou: - Creio que todos sabem que essa reunião foi organizada por diversos motivos, e quase todos eles se referem a Srta. Virgínia Weasley, aqui presente depois de um curso de três anos na Universidade Avançada de Defesa Contra Artes das Trevas, ou, simplesmente, a UADCAT.
Alguns dos presentes sorriram discretamente; o Prof. Dumbledore pareceu não reparar, ou talvez, não se importou.
- Durante estes três anos, - continuou ele - a guerra em que vivemos se intensificou, como todos sabem, e toda a ajuda possível é bem-vinda. Se não houver nenhuma oposição clara e justificada, creio que será possível Virgínia Weasley fazer parte da Ordem da Fênix. Ela é maior de idade e só faltará apresentá-la ao restante da Ordem, que sei que a aprovarão. Alguém tem alguma contestação?
Todos se entreolharam e ninguém novamente fez menção de falar. Então, Moody tossiu ruidosamente.
- Sou totalmente a favor de novos membros - disse ele, seu dois olhos centralizados em Gina - principalmente os melhores, como sei que a Srta. Weasley deve ser, depois do curso na UADCAT, onde somente bruxos qualificados são aprovados. No entanto, deixe-me lembrar um pequeno tópico: em seu primeiro ano, a Srta. Weasley foi enfeitiçada pela mera lembrança de Lord Voldemort, que embora fosse mais jovem e se chamasse Tom Riddle, ainda era Voldemort. Sei que ela só tinha 11 anos - acrescentou Moody, percebendo que muitos faziam a menção de falar. - Mas será que ela conseguirá vencer o seu antigo "erro" quando ficar frente a frente com Voldemort ou com um de seus comensais, que possuem uma parte dele?
A pergunta surpreendeu Gina. Será que ela conseguiria? Não iria falhar? A resposta pareceu óbvia: "Claro que não! Não tive treinamento? Não sou uma ótima Auror? É claro que sou! Eu enfrentaria Voldemort com todas as minhas forças, mas... tem Tom Servoleo Riddle... e aqueles sonhos..." - recordou, corando levemente - "Gina!" - uma voz dentro de si a chamou com força- " Primeiro: é só um sonho. Segundo: ele é só uma lembrança. Tom Riddle deixou de existir há anos, Gina Weasley. Erga a cabeça, e encare todos."
Gina teve uma breve consciência de que todos os olhos estavam cravados nela. E respondeu firme e um pouco fria.
- Sinceramente, eu estou segura que enfrentaria Lord Voldemort sem pestanejar. E se quer mais verdade, admito que não venceria Tom Riddle. No entanto, não é prudente confundir Riddle com Voldemort. Ambos são diferentes e para o Lord das Trevas, Riddle é um passado distante, que há muito tempo não existe mais.
- Parece que conhece muito sobre o Lord das Trevas - retrucou Moody, severo. A Profª Minerva lançou um olhar de aviso, que ele ignorou.
- Não duvide que conheço - respondeu Gina. - Ele é tão inteligente que suas atitudes são facilmente identificáveis, qualquer Auror de segunda classe saberia que para ter trocado de nome por livre vontade é preciso odiá-lo, não? E depois, Riddle me disse isso, quando contou que ele seria o Lord das Trevas depois de algum tempo... E Harry pode provar isso. Riddle contou a ele na Câmara Secreta, quando foi me salvar.
Agora os olhares estavam em Harry. Ele porém, fitou Gina.
- Como você sabe? Estava inconsciente! - os olhares voltaram para Gina.
Por um segundo fugaz, Gina quase respondeu ''foi em um sonho'', mas todos a achariam louca. Essa hipótese foi descartada.
- Deduzi - mentiu ela.
Ela evitou o olhar de todos, relembrando tudo o que acontecera - ou o que sonhara - sobre a Noite da Câmara Secreta, como costumava chamar. Mas naquele momento, palavras de Riddle sobre ela repassavam por sua mente, e Gina não conseguiu associar aquele Riddle com o de seu sonho. "Ele queria alguma coisa", pensou ela, "Tom está atrás de algo e ele precisa de mim, senão eu não estaria tendo esses sonhos... e ele está indo à pista certa, agindo como Tom Riddle. Mas o que ele quer, afinal?"
- A senhorita pareceu-me muito confiante para simplesmente ter deduzido... - comentou Moody, e sua voz agora a irritava.
- Bem, - a voz dela estava tão irritada quando a de Moody - creio que conheço Riddle muito mais do que a maioria de vocês; convivi com sua lembrança por dez meses e sei que ele não perderia a oportunidade de contar ao mundo, e principalmente a Harry Potter, que ele seria Voldemort, que ele seria um grande bruxo assassino e cruel. Isto basta, ou quer usar Veritaserum? - ela se arrependeu de ter sugerido isso: era bem capaz de Moody realmente querer usar. Para sua felicidade, ele não mencionou nada.
- Não se preocupe com Alastor - sussurrou tONKS, sentado ao seu lado. - Ele tem andado mais obsessivo depois que um Comensal da Morte o atacou.
"Ele sempre foi obsessivo", pensou Gina, com um sorriso.
- Mais alguma dúvida? - o Prof. Dumbledore parecia perfeitamente calmo. - Nenhuma? Perfeito, então. Arthur disse que haverá um almoço n'A Toca, para comemorarmos a volta de Gina, que supostamente, acontecerá amanhã. Assim que quiser Gina, venha falar comigo para acertarmos a sua Missão. Quando os detalhes estiverem acertados, falaremos com a Ordem, como sempre. - Ele olhou para a Gina. - Nós nunca divulgamos a Missão que o bruxo irá realizar. Apenas damos uma idéia, mas é total segredo e só é contado em casos especiais. Alguma dúvida? Então a reunião está encerrada. Se alguém quiser continuar, fique à vontade. - ele próprio levantou-se e apanhou uma xícara na mesa ao lado, tomando o chá com uma calma e finura invejáveis.
Gina respirou fundo e levantou-se. Seu pai estava ao seu lado enquanto ela conversava com Tonks, com Lupin e com Harry. Eles ficaram abraçados o tempo todo, e quando foi se deitar, à meia-noite, ela não tinha preocupações. Mas a noite ainda não acabara.
***---***---***---***---***---***---***---***---***---***---***---*** - Com medo, pequena Gina? - perguntou Tom, seu rosto próximo ao de Gina, porém com o tal sorriso amedrontador.
- Talvez... não tenho certeza... E não sou mais pequena, Tom!
- Realmente... - ele acariciou os lábios dela e abraçou-a, dizendo perto do ouvido dela, de um jeito que a fez se arrepiar. - Está com medo?
- Estou!
A voz dela estava cheia de convicção. Fitaram-se por algum tempo
- Não quero você com medo, Gina. Ouviu? Você vai me querer! Você vai ser minha! - ele riu cruelmente e beijou-a. Mas suas palavras soaram malignas e acabou o feitiço. Ela desvencilhou-se dele e tentou fugir. A cada lugar que virava, Tom aparecia na sua frente. Por fim, ele segurou-a.
- Não vai fugir de mim... não enquanto eu não quiser!
- Tom! Não... você é só uma lembrança... você não existe.
Gina soltou-se novamente e caiu no chão, em lágrimas abundantes. ***---***---***---***---***---***---***---***---***---***---***---*** - NÃO!!!! - gritou ela. E acordando, sentou-se na cama. As lágrimas eram reais e ela se esforçou para segura-las. Foi ao banheiro e lavou o rosto, que estava horrível. Sua respiração estava agitada e ela procurou algum calmante ou poção. Tomou dois comprimidos de algum remédio trouxa e deitou- se na cama. Mas o sono não lhe veio.
O garçom conduziu-a até uma sala reservada.
- Senhorita, o Sr. Dumbledore a espera nesta sala.
- O senhor sabe com quem mais ele está? - perguntou Gina apreensiva.
- O Ministro da Magia, Sr. Arthur Weasley, também está presente, acompanhado dos Srs. Lupin, Moody, Grety - acrescentou ele, referindo-se a alguém que Gina não conhecia - e Writhe. A Srta. Tonks e a Sra. McGonagall também se encontram e, antes que eu me esqueça, o Sr. Harry Potter acompanha-os.
- Obrigada - Gina retirou uma moeda da bolsa que carregava e entregou dois sicles ao garçom, que sorriu.
- Só estou aqui para servi-la - murmurou ele, enquanto ela delicadamente batia na porta.
Ouviu passos e a porta se abriu no exato momento em que, ao longe, soava a primeira badalada que sinalizava oito horas. O Prof. Dumbledore sorriu para ela e estendeu a mão para cumprimenta-la.
- Virgínia! - exclamou ele. - Pontualíssima. Fez boa viagem, eu espero.
Nem que estivessem a sós Gina teria contado sobre o sonho. Acabara de chegar e no momento estava mais preocupada em rever os amigos e os pais.
- Sim, foi... - começou ela, mas foi interrompida pela visão do seu pai. Ele estava um pouco envelhecido, os cabelos quase totalmente brancos, mas o sorriso e o olhar eram os mesmos. - Pai! - gritou ela, correndo para abraça- lo.
- Gina! - gritou o Sr. Weasley por sua vez. Enquanto se abraçavam, Gina pode ouvir sussurros, que eram tão baixos que certamente não seriam ouvidos por outra pessoa com exceção dela, mas afinal, Gina tinha treinamento para isso. - Ela está parecida com a...
- Ela é a Gina. - cortou uma voz severa: Minerva McGonagall, professora de Transfiguração.
- É claro que não é - acrescentou outra voz rouca, que mais lembrava um grunhido: Olho-Tonto Moody. - Ela morreu há anos!
- É... é... - murmurou a primeira pessoa que tinha falado.
Finalmente Gina se separou e olhou em volta. Havia sua ex-professora, McGonagall, que sorria observando-a; o auror Alastor Moody, que embora a olhasse com seu olho natural, estava olhando para trás com seu olho anormal; Nymphadora Tonks, uma bruxa transformista; seu ex-professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Remo Lupin,que ,ao contrário dos outros,parecia ter rejuvenescido: seu rosto não apresentava sinais de cansaço e seu cabelo estava menos grisalho, brilhando agora em castanho- dourado. E - Gina estremeceu ao ver - Harry Potter. Seu olhar encontrou o dele por alguns instantes e ambos puderam perceber que antigas mágoas não haviam sido esquecidas: eles haviam brigado quando ela mencionara ao acaso que iria ser uma Auror .Harry sabia que naquele período de guerras, ser Auror era uma missão difícil e temia por Gina . Eles discutiram fervorosamente e terminaram o namoro que estava para completar sete meses. Desviando-se das lembranças, Gina continuou a percorrer o olhar pela sala: havia dois moços que olhavam-na admirados e abobalhados: Writhe e Grety, ela supôs, mas não sabia quem era quem. O Prof. Dumbledore se adiantou e fez as devidas apresentações.
- Este é Oliver Writhe - disse ele, referindo-se ao que parecia o mais jovem: era branquelo, mas possuía os olhos negros e fortes. - E este é Gustav Grety - era um homem baixinho e franzino, mas que sorriu amigavelmente para ela. - Eles são ótimos Aurores.
- Prazer! - cumprimentou ela, estendendo a mão para os homens, que apertaram-na sorrindo.
A Profª Minerva se adiantou também, seguida por Lupin.
- Bem-vinda, minha jovem. Esse curso fez muito bem a você - disse ela, e para surpresa de todos, abraçou Gina.
- Obrigada, professora.
Lupin olhou hesitante para Gina e quando ela apertou a mão dele, percebeu que tremia.
- Bem-vinda. - disse ele apenas.
Tonks aproximou-se e sem nenhuma hesitação ou palavras, abraçou-a fortemente, enquanto seu cabelo variava na cor.
- Cresceu, hein?
- Você nem imagina o quanto, Tonks! - respondeu Gina, com um sorriso enigmático.
Finalmente, Harry se aproximou. Havia algo diferente nele, embora ela não pudesse definir. Talvez fosse o anel de leões que brilhava em seu dedo - o símbolo de Godric Gryffindor quee revelava-o como um Herdeiro do mesmo - e que o fazia parecer maior. Ele deu um breve sorriso, e estendeu a mão, que ela apertou tentando parecer desinteressada.
- Boa noite... Gina.
- Boa noite, Harry. - essas pareciam ser as únicas palavras possíveis naquele momento. Havia uma tensão entre os dois.
O jantar, porém, ocorreu calmamente, e Gina abraçada ao seu pai contava alguns casos interessantes de sua viagem ao Prof. Dumbledore, à Profª Minerva e ao Lupin.
- Foi muito proveitoso o seu curso - comentou Lupin com simplicidade, quando ela fez uma breve pausa.
- Realmente - concordou o Prof. Dumbledore. - Acho que foi uma idéia muito boa... Talvez eu deva acrescenta-la na minha lista de idéias geniais... não tenho muitas, sabem.
Gina sorriu. E uma coisa que a preocupava escapou antes que ela pensasse duas vezes se aquele era o melhor lugar para se falar sobre aquele assunto.
- O senhor - ela referiu-se a Dumbledore - sabe, ou tem alguma idéia de quando eu vou poder começar... - finalmente ela se tocou do que estava dizendo e tentou consertar: -... a trabalhar para a Ordem?
- Em breve. Já tem alguma idéia?
Ela arrepiou-se ao responder:
- Muitas. Mas sei o que vou fazer, sem problemas.
Dumbledore apenas sorriu, seus olhos azuis luminosos brilhando loucamente.
Então, meia hora depois, Dumbledore trocou um olhar com a Profª Minerva e chamou todos para uma mesa circular, própria para reuniões. Quando todos estavam acomodados, ele começou:
- Boa noite a todos. Primeiramente, devo lembrar-lhes que esta é uma reunião do tipo Ultra-Secreto. Se alguém quiser desistir, o momento é agora - ninguém fez menção de falar e o Prof. Dumbledore continuou: - Creio que todos sabem que essa reunião foi organizada por diversos motivos, e quase todos eles se referem a Srta. Virgínia Weasley, aqui presente depois de um curso de três anos na Universidade Avançada de Defesa Contra Artes das Trevas, ou, simplesmente, a UADCAT.
Alguns dos presentes sorriram discretamente; o Prof. Dumbledore pareceu não reparar, ou talvez, não se importou.
- Durante estes três anos, - continuou ele - a guerra em que vivemos se intensificou, como todos sabem, e toda a ajuda possível é bem-vinda. Se não houver nenhuma oposição clara e justificada, creio que será possível Virgínia Weasley fazer parte da Ordem da Fênix. Ela é maior de idade e só faltará apresentá-la ao restante da Ordem, que sei que a aprovarão. Alguém tem alguma contestação?
Todos se entreolharam e ninguém novamente fez menção de falar. Então, Moody tossiu ruidosamente.
- Sou totalmente a favor de novos membros - disse ele, seu dois olhos centralizados em Gina - principalmente os melhores, como sei que a Srta. Weasley deve ser, depois do curso na UADCAT, onde somente bruxos qualificados são aprovados. No entanto, deixe-me lembrar um pequeno tópico: em seu primeiro ano, a Srta. Weasley foi enfeitiçada pela mera lembrança de Lord Voldemort, que embora fosse mais jovem e se chamasse Tom Riddle, ainda era Voldemort. Sei que ela só tinha 11 anos - acrescentou Moody, percebendo que muitos faziam a menção de falar. - Mas será que ela conseguirá vencer o seu antigo "erro" quando ficar frente a frente com Voldemort ou com um de seus comensais, que possuem uma parte dele?
A pergunta surpreendeu Gina. Será que ela conseguiria? Não iria falhar? A resposta pareceu óbvia: "Claro que não! Não tive treinamento? Não sou uma ótima Auror? É claro que sou! Eu enfrentaria Voldemort com todas as minhas forças, mas... tem Tom Servoleo Riddle... e aqueles sonhos..." - recordou, corando levemente - "Gina!" - uma voz dentro de si a chamou com força- " Primeiro: é só um sonho. Segundo: ele é só uma lembrança. Tom Riddle deixou de existir há anos, Gina Weasley. Erga a cabeça, e encare todos."
Gina teve uma breve consciência de que todos os olhos estavam cravados nela. E respondeu firme e um pouco fria.
- Sinceramente, eu estou segura que enfrentaria Lord Voldemort sem pestanejar. E se quer mais verdade, admito que não venceria Tom Riddle. No entanto, não é prudente confundir Riddle com Voldemort. Ambos são diferentes e para o Lord das Trevas, Riddle é um passado distante, que há muito tempo não existe mais.
- Parece que conhece muito sobre o Lord das Trevas - retrucou Moody, severo. A Profª Minerva lançou um olhar de aviso, que ele ignorou.
- Não duvide que conheço - respondeu Gina. - Ele é tão inteligente que suas atitudes são facilmente identificáveis, qualquer Auror de segunda classe saberia que para ter trocado de nome por livre vontade é preciso odiá-lo, não? E depois, Riddle me disse isso, quando contou que ele seria o Lord das Trevas depois de algum tempo... E Harry pode provar isso. Riddle contou a ele na Câmara Secreta, quando foi me salvar.
Agora os olhares estavam em Harry. Ele porém, fitou Gina.
- Como você sabe? Estava inconsciente! - os olhares voltaram para Gina.
Por um segundo fugaz, Gina quase respondeu ''foi em um sonho'', mas todos a achariam louca. Essa hipótese foi descartada.
- Deduzi - mentiu ela.
Ela evitou o olhar de todos, relembrando tudo o que acontecera - ou o que sonhara - sobre a Noite da Câmara Secreta, como costumava chamar. Mas naquele momento, palavras de Riddle sobre ela repassavam por sua mente, e Gina não conseguiu associar aquele Riddle com o de seu sonho. "Ele queria alguma coisa", pensou ela, "Tom está atrás de algo e ele precisa de mim, senão eu não estaria tendo esses sonhos... e ele está indo à pista certa, agindo como Tom Riddle. Mas o que ele quer, afinal?"
- A senhorita pareceu-me muito confiante para simplesmente ter deduzido... - comentou Moody, e sua voz agora a irritava.
- Bem, - a voz dela estava tão irritada quando a de Moody - creio que conheço Riddle muito mais do que a maioria de vocês; convivi com sua lembrança por dez meses e sei que ele não perderia a oportunidade de contar ao mundo, e principalmente a Harry Potter, que ele seria Voldemort, que ele seria um grande bruxo assassino e cruel. Isto basta, ou quer usar Veritaserum? - ela se arrependeu de ter sugerido isso: era bem capaz de Moody realmente querer usar. Para sua felicidade, ele não mencionou nada.
- Não se preocupe com Alastor - sussurrou tONKS, sentado ao seu lado. - Ele tem andado mais obsessivo depois que um Comensal da Morte o atacou.
"Ele sempre foi obsessivo", pensou Gina, com um sorriso.
- Mais alguma dúvida? - o Prof. Dumbledore parecia perfeitamente calmo. - Nenhuma? Perfeito, então. Arthur disse que haverá um almoço n'A Toca, para comemorarmos a volta de Gina, que supostamente, acontecerá amanhã. Assim que quiser Gina, venha falar comigo para acertarmos a sua Missão. Quando os detalhes estiverem acertados, falaremos com a Ordem, como sempre. - Ele olhou para a Gina. - Nós nunca divulgamos a Missão que o bruxo irá realizar. Apenas damos uma idéia, mas é total segredo e só é contado em casos especiais. Alguma dúvida? Então a reunião está encerrada. Se alguém quiser continuar, fique à vontade. - ele próprio levantou-se e apanhou uma xícara na mesa ao lado, tomando o chá com uma calma e finura invejáveis.
Gina respirou fundo e levantou-se. Seu pai estava ao seu lado enquanto ela conversava com Tonks, com Lupin e com Harry. Eles ficaram abraçados o tempo todo, e quando foi se deitar, à meia-noite, ela não tinha preocupações. Mas a noite ainda não acabara.
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- Talvez... não tenho certeza... E não sou mais pequena, Tom!
- Realmente... - ele acariciou os lábios dela e abraçou-a, dizendo perto do ouvido dela, de um jeito que a fez se arrepiar. - Está com medo?
- Estou!
A voz dela estava cheia de convicção. Fitaram-se por algum tempo
- Não quero você com medo, Gina. Ouviu? Você vai me querer! Você vai ser minha! - ele riu cruelmente e beijou-a. Mas suas palavras soaram malignas e acabou o feitiço. Ela desvencilhou-se dele e tentou fugir. A cada lugar que virava, Tom aparecia na sua frente. Por fim, ele segurou-a.
- Não vai fugir de mim... não enquanto eu não quiser!
- Tom! Não... você é só uma lembrança... você não existe.
Gina soltou-se novamente e caiu no chão, em lágrimas abundantes. ***---***---***---***---***---***---***---***---***---***---***---*** - NÃO!!!! - gritou ela. E acordando, sentou-se na cama. As lágrimas eram reais e ela se esforçou para segura-las. Foi ao banheiro e lavou o rosto, que estava horrível. Sua respiração estava agitada e ela procurou algum calmante ou poção. Tomou dois comprimidos de algum remédio trouxa e deitou- se na cama. Mas o sono não lhe veio.
