O lar é onde o coração está
Autor: Phoenix
Um beijo especial para quem deixou review; os reviews do capítulo anterior foram acidentalmente apagados, mas este é um erro que não pretendo repetir! Um aviso: não ousem ler e não deixar review....... é isso que acalenta os singelos corações das pobres escritoras de fics, principalmente as ocultas!
Trilha: Don't speak (No doubt – Cd Tragic Kingdom)
"You and me
We used to be together
Everyday together
Always
I really feel
That I'm losing my best friend
I can't believe
This could be the end
It love as though
You're letting go
And if it's real well, I don't want to know"
No capítulo anterior:
"O semblante de Verônica não parecia ter melhorado, muito pelo contrário, agora ela parecia mais tensa que antes e levava um papel em suas mãos. O que a sacerdotisa teria lhe dito? E que novo mistério poderia estar contido naquele papel?".
CAPÍTULO 2
Verônica parecia tão desesperada para chegar em casa, que deixou de lado sua atenção costumeira aos ruídos da selva; Finn estava cada vez mais intrigada sobre o conteúdo da conversa e daquele misterioso papel. Tentou puxar conversa, mas desistiu porque Verônica nem ao menos diminuía os passos, olhando sempre em frente. Em um tempo absurdamente curto elas chegaram em casa. Enquanto a jovem da selva passou por Marguerite e Challenger como um furacão, Finn permaneceu na sala tão atônita quanto os outros. Roxton vinha logo atrás, mas elas nem haviam notado.
"Será que alguém poderia me dizer o que está acontecendo com as pessoas desta casa?". Perguntou Marguerite.
"É verdade... seria bom que alguém explicasse....".Concordou Finn.
"Onde vocês estavam?". Quis saber Roxton, exausto de tanto procurar pelas duas jovens.
"Fomos ao rio. Finalmente consegui convencer a Vê a dar uma volta...."
"E...? Diga logo Finn!". Retrucou Marguerite, com a irritação que lhe é peculiar.
"Se você deixar que eu termine..."
"Finn, por favor, continue....". Interrompeu Challenger, antes que as duas entrassem em mais uma discussão fútil.
"Bom, ficamos lá olhando a paisagem. Ela estava triste como sempre, mas de repente levantou-se e disse que deveríamos ir à aldeia Zanga".
"Por que?". Inquiriu Roxton.
"E eu sei lá! Quando comentei que deveríamos avisar antes a vocês, ela disse que eu poderia vir para casa se não quisesse ir, mas ela iria de qualquer jeito. Achei melhor ir também!"
"Fez muito bem Finn, mas e depois? O que aconteceu para que ela chegasse daquele jeito??". Challenger há tempos já não controlava mais a sua curiosidade.
"Chegando na aldeia, uma mulher estranha a recebeu, e disse que precisava falar com ela...."
"Deve ter sido a sacerdotisa!". Disseram Roxton e Challenger ao mesmo tempo.
"Sacerdotisa?! E agora mais essa! O que ela queria Finn?". Marguerite já estava zonza com tantas informações.
"Também não sei, porque as duas entraram em uma tenda e ficaram lá muito tempo.... quando Verônica saiu já estava com essa cara, passou por mim voando e se eu não tivesse corrido, nem teria alcançado. Ah! E tem mais uma coisa..... ela saiu da tenda com um papel...."
"Um papel? Mas você não perguntou nada a Verônica?". Perguntou Marguerite, achando absurda a falta de informações de Finn.
"Por acaso você já experimentou perguntar algo quando ela está irritada?! Ela não estava nem me vendo..... você acha que responderia minhas perguntas?"
Em outra ocasião, Marguerite certamente brindaria a pobre Finn com mais uma de suas respostas altamente sarcásticas, mas naquele momento sua expressão adquiriu um ar preocupado. Aquele estava sendo um dia realmente estranho e só Verônica poderia esclarecer as coisas. Mas resolveu começar por Roxton e Challenger, que haviam chegado esbaforidos, mas não haviam lhe explicado o porque. Depois que eles explicaram o que havia acontecido na aldeia e o recado para Verônica, ela começou a juntar as peças. Mas o que teria levado Verônica à aldeia, sem que ela tivesse recebido o recado? É, Verônica era a chave de tudo e ela precisava saber.
A despeito dos pedidos para que ela respeitasse a privacidade de Verônica, Marguerite dirigiu-se ao quarto da jovem para definitivamente saber o que estava acontecendo. Todos estavam preocupados, mas achavam que naquele momento Verônica deveria ficar sozinha; quando se acalmasse, ou pelo menos fizesse menção de sair do quarto, eles então falariam com ela e tentariam entender o que estava acontecendo.
"Verônica...posso entrar?". Perguntou Marguerite com um tom de voz que expressava sua preocupação e até mesmo uma doçura incomum.
Depois de um período de silêncio, Verônica respondeu:
"Entre...."
"Sei que todos acham que você precisa ficar sozinha, mas eu pensei que talvez você quisesse falar com alguém e... eu também gostaria de saber o que está acontecendo....
"Não tem nada acontecendo. Já aconteceu e agora tudo vai ficar bem".
"Não entendi, você poderia ser um pouco mais clara?"
"Não sei o que estava acontecendo comigo nos últimos tempos..... não tinha energia para nada, mas agora sinto-me mais tranqüila, livre para seguir em frente"
Verônica dizia isso, mas não olhava para Marguerite; estava arrumando seu quarto. Na verdade, parecia estar juntando uma série de coisas em uma caixa. Ela fazia tudo automaticamente, com uma disposição nada natural e um pouco desmedida.
"Mas Verônica, espere um pouco..... Marguerite puxou ela pelo braço e a sentou na cama"
"Vamos conversar direito! Ninguém muda de atitude assim de repente! Você estava apática há algumas horas e agora está falando sobre estar livre, seguir em frente e não pára de juntar estas tralhas..."
"Não são tralhas Marguerite!". Verônica falou irritada.
"Não são tralhas....". Ela repetia.
"Desculpe, não são tralhas, mas você está cada vez mais estranha e eu preciso saber porque!"
"Leia isso..... você vai entender...."
"O que é isso?"
"Leia...."
Marguerite pegou a carta das mãos Verônica e começou imediatamente a ler; antes mesmo de saber de quem era, seu coração começou a ficar apertado. Ela temia mais o conteúdo que o remetente:
"Li em algum lugar que para se encontrar, às vezes é preciso se perder. Só agora entendo o que tais palavras significam. Só agora percebo que o momento mais importante não foi quando parti, deixando tudo para trás, mas quando aqui cheguei e tive a chance de descobrir a mim mesmo. Não conhecemos os sentimentos que habitam os lugares mais profundos da imensidão de nossas almas até aceitarmos tal encontro. Entretanto logo descobrimos porque ele foi adiado durante tanto tempo; é um duro combate, do qual não saímos ilesos, porém saímos quase sempre fortalecidos e conscientes de até onde podemos ir. Podemos ir ao infinito, que muitas vezes está tão perto que não podemos vê-lo. Deixei você para mergulhar em uma jornada que era só minha, tinha que vir sozinho, como sempre estive em meu íntimo, por mais que estivesse rodeado por uma multidão. Entretanto, fiquei surpreso ao perceber que você veio comigo; uma lembrança tão vívida que às vezes era difícil suportar e não correr ao seu encontro. Sei da importância que tenho em sua vida, mas ainda não consigo desejar ser apenas seu amigo. Esta também foi mais uma de minhas descobertas, a face egoísta do amor, que só tem olhos para seu objeto de adoração, exigindo não menos que entrega total. Eu poderia tentar ficar a seu lado, mas no final eu ainda seria sozinho e, se for assim, eu prefiro sê-lo de fato. Escrevi esta carta para dizer que estou bem e que continuo a minha jornada sem saber se um dia ela terá seu fim. Não espero voltar para casa, mas meus pensamentos sempre estarão com você. Com amor, Edward T. Malone".
Enquanto Marguerite lia, Verônica permanecia ali sentada, sem esboçar nenhuma reação, além de um leve tremor nas mãos. Ela já tinha lido aquela carta várias vezes e as palavras martelavam em sua cabeça, tentava disfarçar, mas estava confusa, um misto de alegria, tristeza, desespero, angústia; um turbilhão de emoções que a jovem estava experimentando, desencadeado por um pedaço de papel, e principalmente por quem assinava a carta.
Nem uma lágrima conseguia derramar. Depois de tanto tempo de espera era isso que ela recebia? Uma carta de despedida? Ele reconhecia que a amava, mas mesmo assim ia embora definitivamente baseado em coisas que haviam falado há tanto tempo atrás! Ele nem sequer tentaria mais uma vez, nem teria curiosidade ou um fio de esperança de que ela tivesse mudado de idéia?
Se Malone havia conhecido uma das muitas faces deformadas do amor, Verônica não havia sido poupada. A mágoa tomou conta dela, o ressentimento pelo abandono, pois era exatamente assim que ela se sentia. Sozinha, mais uma vez. Achou que talvez todo o seu sofrimento tivesse sido desmerecido. Mas dali em diante as coisas seriam diferentes. Muito diferentes.
CONTINUA...
DISCLAIMER: Os personagens aqui citados fazem parte da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World", não sendo, portanto de propriedade do(a) autor(a) desta fanfiction.
Autor: Phoenix
Um beijo especial para quem deixou review; os reviews do capítulo anterior foram acidentalmente apagados, mas este é um erro que não pretendo repetir! Um aviso: não ousem ler e não deixar review....... é isso que acalenta os singelos corações das pobres escritoras de fics, principalmente as ocultas!
Trilha: Don't speak (No doubt – Cd Tragic Kingdom)
"You and me
We used to be together
Everyday together
Always
I really feel
That I'm losing my best friend
I can't believe
This could be the end
It love as though
You're letting go
And if it's real well, I don't want to know"
No capítulo anterior:
"O semblante de Verônica não parecia ter melhorado, muito pelo contrário, agora ela parecia mais tensa que antes e levava um papel em suas mãos. O que a sacerdotisa teria lhe dito? E que novo mistério poderia estar contido naquele papel?".
CAPÍTULO 2
Verônica parecia tão desesperada para chegar em casa, que deixou de lado sua atenção costumeira aos ruídos da selva; Finn estava cada vez mais intrigada sobre o conteúdo da conversa e daquele misterioso papel. Tentou puxar conversa, mas desistiu porque Verônica nem ao menos diminuía os passos, olhando sempre em frente. Em um tempo absurdamente curto elas chegaram em casa. Enquanto a jovem da selva passou por Marguerite e Challenger como um furacão, Finn permaneceu na sala tão atônita quanto os outros. Roxton vinha logo atrás, mas elas nem haviam notado.
"Será que alguém poderia me dizer o que está acontecendo com as pessoas desta casa?". Perguntou Marguerite.
"É verdade... seria bom que alguém explicasse....".Concordou Finn.
"Onde vocês estavam?". Quis saber Roxton, exausto de tanto procurar pelas duas jovens.
"Fomos ao rio. Finalmente consegui convencer a Vê a dar uma volta...."
"E...? Diga logo Finn!". Retrucou Marguerite, com a irritação que lhe é peculiar.
"Se você deixar que eu termine..."
"Finn, por favor, continue....". Interrompeu Challenger, antes que as duas entrassem em mais uma discussão fútil.
"Bom, ficamos lá olhando a paisagem. Ela estava triste como sempre, mas de repente levantou-se e disse que deveríamos ir à aldeia Zanga".
"Por que?". Inquiriu Roxton.
"E eu sei lá! Quando comentei que deveríamos avisar antes a vocês, ela disse que eu poderia vir para casa se não quisesse ir, mas ela iria de qualquer jeito. Achei melhor ir também!"
"Fez muito bem Finn, mas e depois? O que aconteceu para que ela chegasse daquele jeito??". Challenger há tempos já não controlava mais a sua curiosidade.
"Chegando na aldeia, uma mulher estranha a recebeu, e disse que precisava falar com ela...."
"Deve ter sido a sacerdotisa!". Disseram Roxton e Challenger ao mesmo tempo.
"Sacerdotisa?! E agora mais essa! O que ela queria Finn?". Marguerite já estava zonza com tantas informações.
"Também não sei, porque as duas entraram em uma tenda e ficaram lá muito tempo.... quando Verônica saiu já estava com essa cara, passou por mim voando e se eu não tivesse corrido, nem teria alcançado. Ah! E tem mais uma coisa..... ela saiu da tenda com um papel...."
"Um papel? Mas você não perguntou nada a Verônica?". Perguntou Marguerite, achando absurda a falta de informações de Finn.
"Por acaso você já experimentou perguntar algo quando ela está irritada?! Ela não estava nem me vendo..... você acha que responderia minhas perguntas?"
Em outra ocasião, Marguerite certamente brindaria a pobre Finn com mais uma de suas respostas altamente sarcásticas, mas naquele momento sua expressão adquiriu um ar preocupado. Aquele estava sendo um dia realmente estranho e só Verônica poderia esclarecer as coisas. Mas resolveu começar por Roxton e Challenger, que haviam chegado esbaforidos, mas não haviam lhe explicado o porque. Depois que eles explicaram o que havia acontecido na aldeia e o recado para Verônica, ela começou a juntar as peças. Mas o que teria levado Verônica à aldeia, sem que ela tivesse recebido o recado? É, Verônica era a chave de tudo e ela precisava saber.
A despeito dos pedidos para que ela respeitasse a privacidade de Verônica, Marguerite dirigiu-se ao quarto da jovem para definitivamente saber o que estava acontecendo. Todos estavam preocupados, mas achavam que naquele momento Verônica deveria ficar sozinha; quando se acalmasse, ou pelo menos fizesse menção de sair do quarto, eles então falariam com ela e tentariam entender o que estava acontecendo.
"Verônica...posso entrar?". Perguntou Marguerite com um tom de voz que expressava sua preocupação e até mesmo uma doçura incomum.
Depois de um período de silêncio, Verônica respondeu:
"Entre...."
"Sei que todos acham que você precisa ficar sozinha, mas eu pensei que talvez você quisesse falar com alguém e... eu também gostaria de saber o que está acontecendo....
"Não tem nada acontecendo. Já aconteceu e agora tudo vai ficar bem".
"Não entendi, você poderia ser um pouco mais clara?"
"Não sei o que estava acontecendo comigo nos últimos tempos..... não tinha energia para nada, mas agora sinto-me mais tranqüila, livre para seguir em frente"
Verônica dizia isso, mas não olhava para Marguerite; estava arrumando seu quarto. Na verdade, parecia estar juntando uma série de coisas em uma caixa. Ela fazia tudo automaticamente, com uma disposição nada natural e um pouco desmedida.
"Mas Verônica, espere um pouco..... Marguerite puxou ela pelo braço e a sentou na cama"
"Vamos conversar direito! Ninguém muda de atitude assim de repente! Você estava apática há algumas horas e agora está falando sobre estar livre, seguir em frente e não pára de juntar estas tralhas..."
"Não são tralhas Marguerite!". Verônica falou irritada.
"Não são tralhas....". Ela repetia.
"Desculpe, não são tralhas, mas você está cada vez mais estranha e eu preciso saber porque!"
"Leia isso..... você vai entender...."
"O que é isso?"
"Leia...."
Marguerite pegou a carta das mãos Verônica e começou imediatamente a ler; antes mesmo de saber de quem era, seu coração começou a ficar apertado. Ela temia mais o conteúdo que o remetente:
"Li em algum lugar que para se encontrar, às vezes é preciso se perder. Só agora entendo o que tais palavras significam. Só agora percebo que o momento mais importante não foi quando parti, deixando tudo para trás, mas quando aqui cheguei e tive a chance de descobrir a mim mesmo. Não conhecemos os sentimentos que habitam os lugares mais profundos da imensidão de nossas almas até aceitarmos tal encontro. Entretanto logo descobrimos porque ele foi adiado durante tanto tempo; é um duro combate, do qual não saímos ilesos, porém saímos quase sempre fortalecidos e conscientes de até onde podemos ir. Podemos ir ao infinito, que muitas vezes está tão perto que não podemos vê-lo. Deixei você para mergulhar em uma jornada que era só minha, tinha que vir sozinho, como sempre estive em meu íntimo, por mais que estivesse rodeado por uma multidão. Entretanto, fiquei surpreso ao perceber que você veio comigo; uma lembrança tão vívida que às vezes era difícil suportar e não correr ao seu encontro. Sei da importância que tenho em sua vida, mas ainda não consigo desejar ser apenas seu amigo. Esta também foi mais uma de minhas descobertas, a face egoísta do amor, que só tem olhos para seu objeto de adoração, exigindo não menos que entrega total. Eu poderia tentar ficar a seu lado, mas no final eu ainda seria sozinho e, se for assim, eu prefiro sê-lo de fato. Escrevi esta carta para dizer que estou bem e que continuo a minha jornada sem saber se um dia ela terá seu fim. Não espero voltar para casa, mas meus pensamentos sempre estarão com você. Com amor, Edward T. Malone".
Enquanto Marguerite lia, Verônica permanecia ali sentada, sem esboçar nenhuma reação, além de um leve tremor nas mãos. Ela já tinha lido aquela carta várias vezes e as palavras martelavam em sua cabeça, tentava disfarçar, mas estava confusa, um misto de alegria, tristeza, desespero, angústia; um turbilhão de emoções que a jovem estava experimentando, desencadeado por um pedaço de papel, e principalmente por quem assinava a carta.
Nem uma lágrima conseguia derramar. Depois de tanto tempo de espera era isso que ela recebia? Uma carta de despedida? Ele reconhecia que a amava, mas mesmo assim ia embora definitivamente baseado em coisas que haviam falado há tanto tempo atrás! Ele nem sequer tentaria mais uma vez, nem teria curiosidade ou um fio de esperança de que ela tivesse mudado de idéia?
Se Malone havia conhecido uma das muitas faces deformadas do amor, Verônica não havia sido poupada. A mágoa tomou conta dela, o ressentimento pelo abandono, pois era exatamente assim que ela se sentia. Sozinha, mais uma vez. Achou que talvez todo o seu sofrimento tivesse sido desmerecido. Mas dali em diante as coisas seriam diferentes. Muito diferentes.
CONTINUA...
DISCLAIMER: Os personagens aqui citados fazem parte da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World", não sendo, portanto de propriedade do(a) autor(a) desta fanfiction.
