O lar é onde o coração está

Autor: Phoenix

Rosa: pode continuar mandando sugestões para a fic; elas podem ser aproveitadas para esta, ou quem sabe outra, no futuro. Aquela coisa do Ned sabe da busca de Marguerite pelo seu passado – lembra do episódio em que ela tenta conseguir sua certidão de nascimento? Pois é, eu supus que depois disso houve algum comentário, mesmo que sutil, sobre o assunto, além do mais todos sabem que ela não conheceu seus pais.

Gio: obrigada pelos elogios e se continuar acompanhando a história vai saber se Verônica vai esquecer o Ned e se a sua esperança de que ele volte pode ser recompensada ou não.

Taiza: vc não sabe como fiquei envaidecida com seus elogios! Obrigada mesmo; eu tenho paixão pelas palavras e escrever é uma necessidade e um prazer! Não reclama da demora dos caps, pois estou tentando colocar um por semana....série é assim, né?

Towanda: Ah Meu Deus! Estou apavorada com a possível união entre vc e Rosa para protestar por caps maiores; pior ainda se as demais leitoras descobrirem e resolverem aderir ao movimento: o que será da pobre Phoenix?

Trilha: O vento (Jota Quest – Cd Mtv Ao vivo)

"Voe por todo o mar

E volte aqui

E voe por todo o mar

E volte aqui

Pro meu peito

(...)

Mudou a minha vida e mais

Pedi ao vento pra trazer você aqui

Morando nos meus sonhos e na minha memória

Pedi ao vento pra trazer você pra mim

Aqui pra mim "

No capítulo anterior:

"Todos ficaram impressionados com as palavras de Verônica; comeram em silêncio e ao fim do jantar, cada um recolheu-se aos seus aposentos. As palavras de Verônica denotavam a sua mágoa diante da partida de Malone, mas ninguém ousou dizer nada. Os nervos estavam à flor da pele e talvez fosse melhor esperar que a poeira baixasse; as coisas iriam para o seu lugar no momento certo. As feridas precisam de tempo para que cicatrizem; algumas precisam de mais tempo que outras".

CAPÍTULO 5

Aos poucos, os dias na casa da árvore foram voltando ao normal; não havia como mudar os acontecimentos, então a única saída era adaptar-se a nova situação. Verônica passava boa parte do tempo em seu quarto, mas desta vez ela não ficava deitada com o olhar perdido ou escrevendo em seu diário, hábito que havia herdado de seu pais e fortalecido com Malone. Ela estava arrumando suas coisas; na verdade, fazendo uma faxina, separando coisas que não serviam mais, encontrando outras que lhe traziam muitas lembranças.

Entre estas coisas, muitos objetos que Malone havia lhe dado ou que tinham alguma ligação com ele. Juntou tudo em uma caixa e resolveu desfazer-se: aquelas coisas não teriam mais lugar na nova etapa de sua vida, pensava ela. O item mais difícil de pôr na caixa foi um lenço do jornalista; ele tinha muitas histórias, por isso mesmo foi o último a ser descartado. A idéia inicial foi levar aquilo para bem longe, embora ela não soubesse para onde; depois de pensar um pouco mais, ele decidiu que os objetos ficariam encaixotados, mas permaneceriam em casa, resguardados em um canto até encontrarem um destino melhor.

Perdida em suas lembranças, Verônica perdeu a noção de tempo. Há muito os outros moradores da casa haviam desejado boa noite e se encaminhado a seus quartos. Os acontecimentos dos últimos dias haviam sido tão intensos que eles estavam exaustos, ansiosos por suas camas macias e quentes. Ela ainda estava sem sono, então decidiu escrever um pouco:

"Há tempos que não escrevo, mas não encontrava ânimo nem mesmo para esta atividade que tanto aprecio. Um dos meus maiores temores era um dia precisar escrever que meus novos amigos haviam ido embora, mas o que eu não sabia é que o golpe seria maior: aquele que achei que seria meu companheiro me deixou sem nem sequer um adeus. Sinto-me triste, uma tristeza tão profunda, quase como se esvaziasse meu espírito. Estou tentando parecer forte para que Challenger, Roxton, Marguerite e Finn parem de se preocupar comigo; já dei trabalho demais. Embora ele tenha dito que não voltará, fico imaginando o que aconteceria se ele decidisse o contrário. Se ele voltasse para casa, para mim, como eu reagiria? Confesso que não sei".

Ela colocou o diário em cima de uma banqueta, deitou-se e fechou os olhos. Aos poucos foi pegando no sono.

Enquanto isso, na aldeia Zanga:

Aqueles eram tempos de tranqüilidade; por saberem que os habitantes da aldeia não eram muito afeitos à estranhos, seus vizinhos não costumavam incomodá-los. Eles também não costumavam ultrapassar os limites de seu território, exceto para realizar trocas a fim de obter os produtos de que precisassem.

Seguiam pacificamente os seus dias, raramente tendo sua rotina alterada, mas naquele dia foram pegos de surpresa pela chegada de um visitante inesperado e bastante afoito. Ele dirigiu-se diretamente à tenda da sacerdotisa, mas foi contido por alguns guerreiros, desconfiados de sua atitude. Depois de explicar o que estava acontecendo, os guerreiros deixaram-no passar; afinal de contas conheciam o homem, apenas acharam estranha a maneira como chegou.

A sacerdotisa não ocupava este lugar por acaso; era uma mulher muito sábia, e por isso seus conselhos, tidos como muito valiosos, eram seguidos à risca por todos na aldeia. Os aventureiros da casa da árvore, a despeito de suas crenças pessoais, costumavam respeitá-la e tratá-la com muita deferência. Sempre que iam à aldeia, não deixavam de procurá-la, pois suas conversas sempre resultavam em lições de vida; aquela mulher, isolada no meio do nada, como os aventureiros costumavam dizer, possuía a mais profunda sabedoria antiga da humanidade. Algo que não vinha de livros, mas sim de uma força maior, inexplicável e poderosíssima.

A mulher surpreendeu-se quando foi avisada de que tinha visita; principalmente quando sou quem era esta visita. Quando o homem entrou na tenda, sua expressão de angústia bateu de frente com a expressão surpresa da mulher:

"O que veio fazer aqui? Aconteceu alguma coisa?" Perguntou ela.

"Aconteceu sim..... eu fiz uma besteira ainda maior do que quando fui embora....". Malone falava e seus olhos estavam marejados. Sua expressão estava mais abatida do que da vez que visitou a sacerdotisa e deixou as cartas.

"Arrependeu-se de que: do que escreveu ou de ter ido embora?"

"Acho que dos dois, embora eu ache que precisava dizer aquelas coisas a eles, mas nunca tenha tido coragem... As cartas ainda estão com a senhora??"

"Não..."

Aquelas palavras atingiram-lhe como um balde de água fria: agora estava feito, seus pensamentos mais íntimos sobre cada um já não eram mais segredo e com certeza soavam como uma despedida. Pior que isso: Verônica agora teria certeza de seu amor, mas ao mesmo tempo, de sua covardia; ele não havia sido nem capaz de dizer adeus pessoalmente. Mais uma vez tinha trocado ações por palavras, que provavelmente a machucaram bastante. Sua covardia havia sido tamanha, que lhe impediu de lutar pelo que mais queria.

"No que está pensando?" Perguntou a sacerdotisa.

"No quanto posso ter magoado alguém que amo...."

"E o que pretende fazer?"

"O que há para fazer?"

"Pergunte ao seu coração. Tenho certeza de que quando decidiu escrever as cartas das quais se arrepende agora, não foi ele quem você consultou. Com certeza recorreu à razão....mas nas coisas do coração, só ele pode decidir o que é melhor"

"Tem razão..... toda razão.........obrigada"

Sem dizer mais nada, ele beijou as mãos da mulher e pegou suas coisas para ir embora.

"Já está escurecendo...... porque não fica na aldeia e parte pela manhã, bem cedo? Os caminhos na selva são perigosos..... em especial na escuridão...... até mesmo o caminho de casa"

"Como sabe que eu vou voltar para casa?"

"Já vivi demais para achar que as coisas só podem ser ditas com palavras.....os olhos são as janelas da alma "

Despediram-se com um sorriso. Malone, ainda impressionado com as palavras da mulher, acomodou-se na aldeia. Estava exausto, mas o fluxo de pensamentos era tão intenso que ele demorou a pegar no sono. Quando isso finalmente aconteceu, ele teve um longo e terno sonho; sonhou que nunca havia ido embora, as coisas eram como antes e nada abalava a tranqüilidade que reinava na casa da árvore. No dia seguinte, bem cedo, com o coração transbordando de esperança e saudade, ele partiu. Agora sim começaria a jornada de sua vida.

CONTINUA....

Obs: a frase "os olhos são as janelas da alma" é da autoria de Leonardo da Vinci; tendo eu tomado a liberdade de citá-la aqui.

DISCLAIMER: Os personagens aqui citados fazem parte da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World", não sendo, portanto de propriedade do(a) autor(a) desta fanfiction.