O lar é onde o coração está

Autor: Phoenix

Comentários:

Gio

Não faça com que eu me sinta malvadinha; não chore! Vc logo verá o que vai acontecer a Ned e Vê.... só espero que não se irrite!

Rosa

Não precisa agradecer o carinho da mensagem, pois todas vcs merecem, já que me apóiam e me incentivam a escrever a fic!

Towanda

Pronto: agora vc já vai saber o que o porque do elevador esquecido e tudo mais! Os caps têm o tamanho adequado......

Nessa Reinehr

Bom, se vc gosta de suspense, então não pode se unir às outras e me cobrar caps maiores e em menos tempo, não é?! Isso é bom!

Beijos para todas vcs! Divirtam-se!

Trilha: Inverno (Adriana Calcanhoto – Cd Perfil)

"Há algo que jamais se esclareceu

Onde foi exatamente

Que larguei naquele dia mesmo

O leão que sempre cavalguei

Lá mesmo esqueci que o destino

Sempre me quis só

No deserto sem saudades

Sem remorso, só

Sem amarras, barco embriagado ao mar"

No capítulo anterior:

"Olhou para cima, mas não viu sinais de movimento na casa; era muito cedo ainda e todos deveriam estar dormindo. Jogou um graveto na cerca para testar se estava ligada; não estava, um golpe de sorte armado pelo destino, pensou ele. Mas como subir era sua nova pergunta. O elevador deveria estar travado lá em cima e isso dificultaria tudo. Pensou em gritar para que alguém o descesse, mas dando uma segunda olhada, viu o golpe de sorte número 2, muito mais inesperado que o primeiro: o elevador havia sido deixado, displicentemente, embaixo".

CAPÍTULO 7

Sorrateiro, como aprendeu a ser para andar na selva, Malone chegou até a casa. Era realmente muito cedo, a casa estava absolutamente silenciosa; nem mesmo Verônica, que sempre acordava antes de todos, estava de pé. Ele foi ao quarto de um a um e verificou que todos estavam ali e bem, por último, deu uma olhada no quarto de Verônica e suspirou ao ver a jovem dormindo profundamente.

Decidiu deixar que acordassem espontaneamente, pois achava que deste modo a surpresa de sua chegada seria maior. Para passar o tempo, resolver fazer café; não foi astuto para imaginar que o cheiro inebriante da bebida acordaria um por um, como de fato aconteceu. O cheiro de café fresco foi buscar cada um em seus quartos e todos foram se levantando. Marguerite foi a primeira a se dirigir à cozinha:

"Roxton, não me diga que é você que está fazendo este café delicioso... é bem verdade que poderia ter feito isso um pouco mais tarde, mas vou levar em conta sua boa intenção...."

Os outros só ouviram o barulho do copo, que Marguerite levava nas mãos, quebrando, e seu grito abafado. Todos correram para ver o que tinha acontecido, mas rapidamente isso ficou bastante claro.

"Malone". Gritaram Challenger e Roxton ao mesmo tempo.

"Então você é o famoso Malone?? Finalmente!". Exclamou Finn.

"Olá pessoal! Sentiram minha falta?"

"Seu grandessíssimo traidor! Como você pode deixar todos nós aqui preocupados por tanto tempo?? Eu sabia que você era um garoto, mas não sabia que era mimado a ponto de sumir assim!"

"Calma Marguerite! Eu esperava uma recepção melhor, depois de tanto tempo fora...."

Malone exibia um sorriso largo; Challenger e Roxton correram para abraçá-lo e prontamente começaram a questioná-lo sobre as aventuras pelas quais teria passado em sua jornada. Ele retribuiu o abraço, mas ainda havia alguém importante com quem deveria falar. Só então todos perceberam que Verônica havia ficado inerte, sem gritar nem esboçar nenhuma reação. Ela só se pronunciou quando o próprio Malone dirigiu-se a ela:

"E você Verônica..... sentiu minha falta?"

"Quer mesmo que eu responda?". A cara de Verônica não era das melhores.

"Como?!"

"Desculpe.... acho que não fui muito clara: perguntei se você quer mesmo que eu responda essa sua pergunta idiota!"

Ninguém entedia a reação de Verônica.

"Ora Verônica, acho que você está um pouco nervosa com a surpresa da chegada de Malone e....". Disse Roxton tentando esclarecer as coisas.

"Não Roxton.... eu estou muito bem....."

"Eu acho que vocês dois precisam conversar longamente..... vamos procurar o que fazer enquanto vocês se entendem aí....". Sugeriu Marguerite.

"Marguerite.....". A voz de Verônica denotava certa irritação.

"Ela tem razão... temos muito que conversar.... por favor.....". Disse Malone.

Quando todos saíram, Malone aproximou-se da jovem e fez menção de abraçá-la, mas logo foi bruscamente repelido:

"O que está acontecendo Verônica? Achei que você ficaria feliz em me ver!"

"Feliz? Certamente tão feliz quanto me senti quando li sua carta.....". A cada palavra a raiva de Verônica aumentava e ela não fazia a mínima questão de esconder isso dele.

"Claro.... a carta! Verônica, por favor, esqueça tudo que eu disse naquela carta, exceto que eu estarei sempre com você. Parece até que neste tempo todo que estive longe não aprendi que coisas importantes devem ser ditas frente a frente e não através de cartas".

Malone falava desesperado; as palavras saltavam de sua boca e pela primeira vez na vida ele estava sendo absolutamente espontâneo.

"Então porque você escreveu aquilo? Para me tranqüilizar?! Me deixar livre para seguir minha vida?!"

"Por favor, Verônica tente me entender....não seja cruel"

"Cruel? Você não sabe o que é ser cruel. Ou melhor, sabe sim! Eu passei os dia e noites esperando você voltar, achando que eu tinha sido uma idiota em dizer que só queria você como amigo e de repente recebo uma carta onde você diz que não sabe se vai voltar! Pois eu lhe digo: isso é cruel!"

Verônica saiu derrubando o que havia pela frente. Como já estava se tornando comum naqueles tempos, os demais moradores da casa da árvore atuavam como meros espectadores daquele enredo intrincado em que havia se tornado o relacionamento de Verônica e Malone. Ele ainda fez menção de seguí-la, mas ela virou-se:

"E nem pense em vir atrás de mim como você costuma fazer!"

Aquelas palavras atingiram em cheio o jovem jornalista. Só neste momento ela deixou transparecer definitivamente a idéia que fazia dele: um fraco, o cãozinho que sempre corria atrás das pessoas, tentando consertar as coisas e se desculpar. Ele seguiu a ordem dela; não foi atrás de Verônica.

Quando ela finalmente voltou, ele estava na sala, sentado, esperando por ela.

"Ah finalmente você voltou! Será que agora nós podemos conversar de verdade?"

Ela ia passar por ele sem nem sequer olhá-lo, mas ele a segurou pelo braço.

"Me solta Malone!"

"Você vai sentar aqui e nós vamos conversar como dois adultos que somos!"

"Acho que você ainda não percebeu que eu não quero nem olhar para a sua cara..... conversar então...."

"Verônica você já percebeu que sempre que você tem raiva de alguém ou alguma coisa você foge?"

"Como é que é? Eu o que?"

"Foge! Você sempre foge.... quando eu tentava falar de meus sentimentos era assim...."

"Sentimentos?!"

"Isso mesmo. Mas sabe de uma coisa: não dá para conversar mesmo! Agora quem não quer mais sou eu..... ter ficado tanto tempo sozinha devia ter melhorado você, mas pelo visto foi exatamente o oposto! Você se tornou egoísta e intolerante!"

"Eu não preciso ficar aqui ouvindo isso!"

"Ah é?! Eu é que não preciso ficar aqui tentando lhe convencer que sinto alguma coisa por você..... essa minha loucura de ir embora foi a melhor coisa que já fiz. Agora sei quem você é de fato e não quero isso pra mim!"

"Ah não.... e vai fazer o que..... ficar aqui e continuar tentando voltar em vão para Londres?"

"Tem certeza que você desejaria que fosse assim, mas não será mais! Eu voltei para contar que Eu achei a saída deste maldito lugar! Antes de voltar até aqui, eu havia pensado na possibilidade de você ir também, mas agora eu tenho certeza de que você merece ficar aqui..... sozinha!"

Estava tudo terminado; se um dia houve a mais remota possibilidade de algo mais que amizade entre Malone e Verônica, agora ela não existia mais. Os dois nem se olhavam; ele se apressou em contar aos outros à novidade da descoberta da saída. Todos, é claro, ficaram eufóricos e correram para arrumar seus pertences. Depois de tanto tempo, eles finalmente sairiam do plateau e voltariam à Londres; poderiam retomar suas vidas e mais que isso: contariam à todos que o Mundo Perdido existia, mostrariam as provas e receberiam os louros por esta descoberta fascinante.

Enquanto para Challenger, Roxton, Marguerite, Finn e principalmente Malone, aquele era um dos momentos mais felizes de suas vidas, para Verônica, este era um dos piores. Eles nem pareciam lembrar da existência dela, não perguntaram uma só vez se ela ficaria ou iria com eles. Sempre imaginou o que aconteceria quando fatalmente achassem a saída. Na verdade, esse sempre foi seu pior pesadelo: depois de criar laços tão fortes, ser separada de novo; vê-los eufóricos com a possibilidade de voltar para casa, deixando facilmente para trás tudo que viveram no plateau. Seu mundo estava desmoronando e mais uma vez ela ficaria sozinha.

CONTINUA...

DISCLAIMER: Os personagens aqui citados fazem parte da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World", não sendo, portanto de propriedade do(a) autor(a) desta fanfiction.