Taíza: Bom, se vc não quiser deixar review, não tem problema.Além de não ter capítulo novo! *= Mesmo assim, bigadu Dundun!!! *=D

Marie ou Mary: Não Mary, perguntei da cidade de Santa Madalena mesmo!E a cidade de Mérida existe sim no México.Melhor ainda se tem uma na Venezuela! *= Valeu pela pesquisa!

Camilla:Ai que horror, não compare essa fic com novela mexicana, por favor lol!Ela dá de 10 a zero nessas novelinhas que até os ricos usam maquiagem e todo mundo só sabe chorar.(Falo isso porque nunca vi um capítulo dessas novelas que ninguém tenha chorado rs). *=)

Mana! Não vi sua review, cadê?!?!?!?! =/

*~*~*

Santa Madalena / Capítulo Dois

*~*

John estava sentado no banco de sua pequena lanchonete.Com a mão apoiada no queixo e batendo no balcão com a outra, como se estivesse tocando piano, esperava um freguês já de idade, um senhor de cabelos brancos, procurar moedas em sua bolsa.O senhor tinha acabado de tomar o seu café.

"Quer ajuda meu velho?" John perguntou um pouco impaciente.

O senhor olhou para John e sorriu balançando a cabeça. "Não consigo achar minha última moeda...". E voltou a procurar insistente.

Já fazia um bom tempo em que o homem estava lá procurando pelas moedas.John estava com sono, afinal, eram 5 da manhã.

"Olha, se eu não ajudar o senhor a procura-las, vamos ficar aqui até amanha, e não vamos ter achado nada!" Ele disse mais se arrependendo em seguida, ao ver que o velho tinha certa dificuldade para enxergar.

"Paciência meu jovem, paciência..." Ele sorriu e procurou no bolso de sua camisa.

"Não... Pode deixar..." John sorriu ajudando o velho a pegar as outras coisas que tinha posto fora da bolsa no balcão. "Não precisa achar a moeda... Fica como cortesia da casa, está bem?"

O velhinho olhou calmamente para John e ficou muito feliz. "Obrigado meu jovem, não esquecerei dessa gentileza..."

"Não há de que..." John acompanhou o senhor até a porta da lanchonete.

"Martinez..." O velho estendeu a mão para cumprimentar John. "Joseph Martinez...".John sorriu e cumprimentou.

"John Cortez, a seu serviço senhor..." Os dois sorriram.

"Bem...Tenho que ir meu jovem, Juanita me espera!Adios!" Ele acenou com o chapéu e seguiu a pé na estrada de terra.

"Adios!" John entrou novamente e pegou um pano para limpar a mesa onde o senhor Joseph estava. "Sujeito simpático..." Ele sorriu ao lembrar.

Ele caminhou para dentro do balcão e estava lavando o pano, quando ouviu a máquina de expresso apitar.O café estava pronto.

Ele fechou a torneira enxugando rapidamente as mãos e foi pegar uma caneca.Ele se serviu estreando a nova máquina que havia lhe custado suas últimas economias. "Hum... Nada como um expresso dos americanos... Na outra vida acho que fui um americano... E rico, eu devia ser rico... Madre mia, onde quer que esteja, eu quero ser seu filho em todas as vidas que eu viver, mas por favor, case com um americano da próxima, tudo bem?Obrigado!".Ele sorriu ao sentir o aroma delicioso que o expresso exalava.A fumacinha quente saindo da caneca era sua perdição. "Madre sempre dizia que nunca viu um homem gostar tanto de café como eu... Madre, sinto muita saudade..." John tomou mais um gole do expresso.

Ele conversava sozinho.Estava acostumado, pois sua lanchonete ficava a beira de uma estrada de terra, e sempre vazia. De vez em quando apareciam um ou dois caminhoneiros para almoçar, ou alguém pela manhã.No máximo, umas cinco pessoas por dia apareciam por lá.Ele tinha acabado de se mudar para os fundos dessa lanchonete.Pagar aluguel, não mais.

"Pode deixar 'mi anjelito', papa vai honrar o nome da família Cortez!Vamos ter mais clientes com essa máquina americana e vamos ampliar a lanchonete dos Cortez, e ganhar muito dinheiro!" John virou-se para a foto de sua filha na parede da lanchonete, ao lado da tabela de preços.Ele sorriu para a pequena Maria. "Que Deus a tenha 'mi anjelito'...".

Ele estava bastante otimista com seu investimento.Não se via coisas parecidas assim naqueles lados.As pessoas ainda estavam um pouco atrasadas em relação às maravilhas do mundo moderno.Talvez fosse melhor para todos que a pequena cidade preservasse o lado antigo, da história, da raiz daquele país.

*

"Oh vida cruel..." Marguerite repetia o tempo todo, em cada intervalo de esfregadas em uma roupa, no tanque dos fundos de sua casa.Com algumas mechas de cabelo preso com um lenço vermelho florido, e um vestido também com miúdas flores, e com os pés no chão, Marguerite lavava umas roupas de encomenda.Já fazia algum tempo em que tinha sido despedida, e o seu lado lavadeira falou bem mais alto nos últimos meses.

"Hora do almoço senhorita!" Ela torceu a roupa e com dois pregadores na boca, terminou o trabalho.Pendurou no varal de bambu e aço, e entrou pela porta que dava acesso a pequena cozinha.

"Hmmm... –Ela destampou a panela e o vapor saiu cheirando deliciosamente - ...Hoje para o almoço, estamos com o cardápio bem leve senhorita... Arroz, cenouras, beterrabas, alfaces e batatas recheadas... Quer escolher outra coisa?Não, isso está de bom tamanho!" Ela olhou para a gata perto da porta a observando. "O que... Estou me fazendo as honras da casa!" Ela se serviu e sentou-se na mesinha com dois lugares ao lado.

O vento naquela tarde refrescava toda a simples casa, fazendo o trabalho artesanal pendurado na janela emitir sons delicados e agradáveis, que ajudavam no cochilo depois do almoço da mulher.

O barulho de três palmas em frente a sua casa fez ela despertar.

Ela correu para a porta, puxando um pouco a barra do vestido. "Pode ser o patrão!".

"¡Mi dulce hija!"

¡Madre dulce! Que surpresa mamãe! O que faz por aqui?"

"Uma mãe não pode visitar sua niña?!"

"Claro Madre, entre!"

"Vim ver se você está se alimentando bem, limpando a casa direitinho..."

"Mamãe, não estou morando com nenhum homem..." Marguerite rodou os olhos quando a mulher estendeu as mãos para o céu.Beijou simbolicamente a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, e se sentou ao lado da filha na sala.

"Madre, a senhora acredita muito nessas suas vizinhas...Ela não tem o que fazer e ficam falando da vida dos outros..."

"Não senhora, é que nós ouvimos coisas... E eu sei sim que a senhorita já andou com um vagabundo por aí...Uns..."

"Que isso madre!Duvidando da minha santidade?"

"Longe de mim, filha..." As duas sorriram. "Como vão as coisas?"

Marguerite ficou um pouco triste e suspirou. "Fui despedida... Outra vez..." Ela deitou-se no colo de sua mãe.

"Oh...Aquele gordo bigodudo nunca prestou mesmo filha... Aposto que você foi despedida pelo mesmo motivo que eu fui tempos atrás..."

"A senhora já trabalhou com Diego?"

"Sim, antes de conhecer seu papito querido, eu trabalhei para ele..."

Marguerite ficou surpresa com as coisas que sua mãe lhe contara daquela época.

"Enfim... Mas apesar de tudo, meu nome nunca foi jogado na lama.Jamais!Sempre em primeiro lugar me dei respeito, se conseguir isso, todos irão respeita-la..."

Dona Soledad fazia carinho na cabeça da filha, que quase dormia outra vez.

"Madre... Conte outra vez como a senhora e o papito se conheceram!"

"Outra vez?!Mais você sabe de cor cada detalhe!"

"É que cada vez que a senhora conta surgem coisas novas... Conta, por favor!" Ela implorou.

"Muito bem... –Soledad perdeu seu olhar no tempo - ...Eu tinha 20 anos, e 20 kilos a menos também rs...Muito bonita, trabalhadora, aquelas coisinhas né filha...Naquela época ainda trabalhava com madre na Tequileira de meu padre...E claro, lavava roupa por encomenda para algumas pessoas na cidade.Um dia, estava indo entregar uma cesta de roupas limpas na cidade.Quando passei por uma rua onde só havia lanchonetes, vi que em frente a uma delas estava um tanto tumultuado, cheio de gente.Eu, moça nova, e muito curiosa, enfrentei o povo para saber o que estava provocando tudo aquilo naquela gente.Até que cheguei na origem do alvoroço."

Marguerite sabia cada palavra ou frase a seguir.O bom mesmo era ouvir sua mãe contar as boas coisas que acontecera com ela, além de tudo, ver os olhos dela brilharam com emoção dos bons tempos.Dona Soledad continuou.

"Havia um jovem muito atolado e trapalhão com alguns sacos de laranjas de um lado, e uma máquina espremedora de laranjas do outro.Essa máquina tinha acabado de chegar as lojas da cidade, por tanto, era novidade.Ele estava muito confuso, e não sabia se espremia as laranjas, se atendia os fregueses, se respondia as perguntas...Muita confusão por aquela máquina novinha...O resto você já sabe não preciso contar, certo?"

"Não madre, continue, por favor!".

A mulher sorriu. "Era uma pequena banca, e aquele rapaz estava totalmente perdido com todas aquelas laranjas.Então, larguei o cesto com as roupas no meio do povo e passei por baixo da banca.A atenção dele foi totalmente voltada a mim, com as laranjas no colo.Ele deve ter pensado, de onde eu tinha saído... –Ela sorriu- .Eu me levantei, ele olhou nos meus olhos tão profundamente, que me perdi no seu olhar também.Foi o bastante para saber que poderia ficar de baixo daquele sol, com aquelas pessoas e suas curiosidades, mas ao lado dele, a minha vida inteira...".A mulher olhou para Marguerite a fim de saber se ela estava satisfeita.Marguerite suspirou e a mulher sorriu. "Viu não teve nada de diferente!".

"Papito sabia que a senhora estava grávida quando foi combater?"

"Ele morreu com a carta que mandei, contando a notícia...Se ele leu a tempo, não sei..." Soledad se entristeceu.As duas se abraçaram.

Quando Marguerite deu adeus a sua mãe na porta de casa ficou refletindo sobre a história mais uma vez contada. "É...Preciso reclamar menos...". Ela ficou pensativa e entrou para casa.

*~*

*** O capítulo Um e Dois, apresentou os personagens, as mudanças, e um pouco da vida de cada um.Vamos agora para o Terceiro Capítulo, onde mostra a introdução dos respectivos um ao outro.Por Favor, "R" , se quiserem! =) ***