Santa Madalena – Capítulo Três
*~*
Marguerite voltava da cidade desanimada com a cesta de roupas vazia.Perdeu a viagem, pois o homem que havia feito a encomenda tinha acabado de ser enterrado.Diante daquela situação, o que poderia fazer!Nem cobrar o que lhe era de direito foi cobrado.Ela caminhava de volta pra casa pensativa e sozinha.
"Não estou com vontade nenhuma de voltar pra casa agora..." Pensou.
Ela então parou e olhou para os dois lados da estrada e atravessou para chegar em uma pequena lanchonete. "Estranho, nunca tinha reparado nessa coisa caindo aos pedaços bem aqui...Também, só passo por aqui correndo e nem olho pros lados, como eu iria prestar atenção!..." Ela sorriu e entrou. "Nossa, está caindo aos pedaços..."
Não havia ninguém.Não era muito tarde, mesmo assim olhou em volta a fim de achar algum recado do dono.Mas nada encontrou.Tocou a sineta duas vezes em cima do balcão, chamou, bateu palma... E nada.
"Que atendimento péssimo!O dono não quer clientes para ganhar dinheiro e arrumar isso...Tem tantas pessoas esquisitas nessa cidade!Por que nasci logo aqui, e não, na França, Itália, Inglaterra...Deixa Marguerite, já está sonhando outra vez!"
Ela pegou a cesta no chão e saiu. "Parece que vou ter que ir pra casa mesmo..." e bateu a porta.
*
John saiu correndo vestindo sua roupa, largando sua barba pela metade.Subiu as escadinhas e entrou na lanchonete pela parte de trás que ligava sua casa até ela, mas nada viu. "Eu ouvi a sineta tocar, ainda não fiquei maluco..." Ele coçou a cabeça mas mesmo assim voltou para casa. "Bom, se alguém esteve aqui devia estar com muito mau humor para não esperar nem um pouco..."
*
"Margie, não se esqueça!Amanhã é dia da nossa padroeira, e você tem que estar de pé bem cedo!..."
"Eu sei Vera, vamos montar a barraca às 2 e abri-la às 6, não é?Eu faço isso a praticamente 25 anos!"
"Ta, eu sei, mais eu sei também que você é muito distraída..."
"Sim, vou estar lá..."
"Certo, até...Ah!A propósito...José estará lá?"
"Não sei...Deve estar, todos os anos ele está!Ele e Antônio..."
"Hummmm o Antônio...Ele é bonitão, amiga!" Vera cutucou a amiga.
"Sim, é sim, eu conto com isso também ..." As duas amigas sorriram e se despediram.Marguerite desceu do muro e foi terminar de arrumar a casa.As duas eram amigas desde a infância e montavam a barraca de doces na rua, como todos os outros moradores, desde pequenas.
Aquela festa religiosa, de Santa Madalena atraia muitos turistas das cidades vizinhas e às vezes do exterior.Era uma bonita festa que seguia por dois dias seguidos.Muito trabalho, mais no final todos eram recompensados.
*
"Amanhã?Bem, eu acho que eu não quero sair de casa amanhã..."
"Ora por que não?!Amanhã é dia de festa!...As moças se arrumam e se produzem para nós, homens apreciar!E eu vou ver minha querida Verinha, ai que saudade daquelas noites em que nós ficávamos na porta do quintal da dona Mariana e...Bom, mais não irá só minha Verinha, irão várias outras moças e nós...?" O homem do outro lado da linha esperou John completar que ouvia calmamente as besteiras.
"Nós o que José?"
"Nós!!!Você ainda pergunta!!!Ora, nós fazemos nossa parte, a parte dos homens, de aproveitar as...a festa, é a festa!"
"Hmmm, sei..." John sorriu.
"Olha amigo, sei que não tenho nada a ver com sua vida muito menos a vida de sua falecida, mais preste atenção, a vida continua!Ela se foi e você ficou!Pra continuar a viver!Não teve culpa!..."
"Sei, obrigado, mais amanhã faz 5 anos que estou sem ela e m,eu anjinho então não tenho vontade de sair para me divertir..."
"Certo, certo...Então o meu papel de amigo eu estou fazendo!Agora, amanhã vou passar na sua casa, eu e Antônio, e vamos te carregar até a festa..."
"Olha eu não sei..."
"Faz o seguinte...Meu cartão está acabando e então falarei rápido, promete pelo menos que vai pensar no assunto...Prometa agora homem!"
"Está bem, irei pensar..."
"Ótimo...Então até amanhã!"
"Adios..."
John colocou o telefone no gancho. "Esses telefones públicos quebram um galho...Isso quando não estão uns 'galhos'..." Ele sorriu.
O telefone ficava em frente à lanchonete dele, considerando uma pequena vantagem, pois este era o terceiro da cidade inteira.
*
A madrugada seguia calma, menos para John que teve um pesadelo.Mais um envolvendo sua filha e sua mulher.Estava agora tomando uma caneca de café forte que fizera para espantar o frio da noite, e não conseguia parar de pensar no pesadelo que acabara de ter...
Estava em um lindo jardim, com muitas flores.Sua filha corria em volta de uma árvore, onde ele e sua mulher estavam sentados sobre uma linda toalha verde.Não se parecia nada com a Santa Madalena de onde ele nunca saíra.Nem ele, nem sua família.
O tempo fechou e começou a cair raios no lindo jardim que tomara um aspecto sombrio.Ele tentava proteger a mulher e a filha, mas o vento quase os carregava.Começou a chover forte, e seus braços não mais puderam segurar as duas, que foram levadas estranhamente pela ventania.
John ainda estava suando com essas lembranças que o atormentavam. "Besteira homem, foi apenas um sonho ruim...Onde elas estão, estão bem melhor que você, acredite..." Ele tomou mais um gole de café, deixando a caneca em cima da pia e voltando para a cama.
Dois anos após a morte de sua família, John ainda não se recuperara totalmente.Por isso o isolamento com o mundo após o acontecimento o tornou um pouco descrente e muito solitário.Os verdadeiros amigos faziam de tudo para que John saísse de sua casa e conhecesse pessoas novas, espairecer um pouco as idéias.Mesmo assim, não conseguiam sucesso.Muitos diziam que essa falta nunca seria preenchida, outros o contrário.Só uma pessoa disse que essa falta seria ao menos recompensada por uma mulher, o que nunca foi o forte dele ser um conquistador.Tinha seu charme, mais a maioria das mulheres de Santa Madalena era incapaz de enxergar a beleza grandiosa interior que ele possuía.Pois todas sonhavam com uma vida melhor do que tinham, cercada de pobreza e miséria.Esse não era o mundo em que elas queriam para suas gerações, apesar de se conformarem, como John Cortez se conformou em ter perdido sua família.
CONTINUA...
*~*~*
***Ai que drama rs...Bem mexicano mesmo hehehe...Nada contra ao México gente, eu adoro a cultura de lá, mais que lembra as novelas de lá lembra rsrs...Só lembra eihn!!! *=) "R", por favor!Obrigada! ***
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Marguerite voltava da cidade desanimada com a cesta de roupas vazia.Perdeu a viagem, pois o homem que havia feito a encomenda tinha acabado de ser enterrado.Diante daquela situação, o que poderia fazer!Nem cobrar o que lhe era de direito foi cobrado.Ela caminhava de volta pra casa pensativa e sozinha.
"Não estou com vontade nenhuma de voltar pra casa agora..." Pensou.
Ela então parou e olhou para os dois lados da estrada e atravessou para chegar em uma pequena lanchonete. "Estranho, nunca tinha reparado nessa coisa caindo aos pedaços bem aqui...Também, só passo por aqui correndo e nem olho pros lados, como eu iria prestar atenção!..." Ela sorriu e entrou. "Nossa, está caindo aos pedaços..."
Não havia ninguém.Não era muito tarde, mesmo assim olhou em volta a fim de achar algum recado do dono.Mas nada encontrou.Tocou a sineta duas vezes em cima do balcão, chamou, bateu palma... E nada.
"Que atendimento péssimo!O dono não quer clientes para ganhar dinheiro e arrumar isso...Tem tantas pessoas esquisitas nessa cidade!Por que nasci logo aqui, e não, na França, Itália, Inglaterra...Deixa Marguerite, já está sonhando outra vez!"
Ela pegou a cesta no chão e saiu. "Parece que vou ter que ir pra casa mesmo..." e bateu a porta.
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John saiu correndo vestindo sua roupa, largando sua barba pela metade.Subiu as escadinhas e entrou na lanchonete pela parte de trás que ligava sua casa até ela, mas nada viu. "Eu ouvi a sineta tocar, ainda não fiquei maluco..." Ele coçou a cabeça mas mesmo assim voltou para casa. "Bom, se alguém esteve aqui devia estar com muito mau humor para não esperar nem um pouco..."
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"Margie, não se esqueça!Amanhã é dia da nossa padroeira, e você tem que estar de pé bem cedo!..."
"Eu sei Vera, vamos montar a barraca às 2 e abri-la às 6, não é?Eu faço isso a praticamente 25 anos!"
"Ta, eu sei, mais eu sei também que você é muito distraída..."
"Sim, vou estar lá..."
"Certo, até...Ah!A propósito...José estará lá?"
"Não sei...Deve estar, todos os anos ele está!Ele e Antônio..."
"Hummmm o Antônio...Ele é bonitão, amiga!" Vera cutucou a amiga.
"Sim, é sim, eu conto com isso também ..." As duas amigas sorriram e se despediram.Marguerite desceu do muro e foi terminar de arrumar a casa.As duas eram amigas desde a infância e montavam a barraca de doces na rua, como todos os outros moradores, desde pequenas.
Aquela festa religiosa, de Santa Madalena atraia muitos turistas das cidades vizinhas e às vezes do exterior.Era uma bonita festa que seguia por dois dias seguidos.Muito trabalho, mais no final todos eram recompensados.
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"Amanhã?Bem, eu acho que eu não quero sair de casa amanhã..."
"Ora por que não?!Amanhã é dia de festa!...As moças se arrumam e se produzem para nós, homens apreciar!E eu vou ver minha querida Verinha, ai que saudade daquelas noites em que nós ficávamos na porta do quintal da dona Mariana e...Bom, mais não irá só minha Verinha, irão várias outras moças e nós...?" O homem do outro lado da linha esperou John completar que ouvia calmamente as besteiras.
"Nós o que José?"
"Nós!!!Você ainda pergunta!!!Ora, nós fazemos nossa parte, a parte dos homens, de aproveitar as...a festa, é a festa!"
"Hmmm, sei..." John sorriu.
"Olha amigo, sei que não tenho nada a ver com sua vida muito menos a vida de sua falecida, mais preste atenção, a vida continua!Ela se foi e você ficou!Pra continuar a viver!Não teve culpa!..."
"Sei, obrigado, mais amanhã faz 5 anos que estou sem ela e m,eu anjinho então não tenho vontade de sair para me divertir..."
"Certo, certo...Então o meu papel de amigo eu estou fazendo!Agora, amanhã vou passar na sua casa, eu e Antônio, e vamos te carregar até a festa..."
"Olha eu não sei..."
"Faz o seguinte...Meu cartão está acabando e então falarei rápido, promete pelo menos que vai pensar no assunto...Prometa agora homem!"
"Está bem, irei pensar..."
"Ótimo...Então até amanhã!"
"Adios..."
John colocou o telefone no gancho. "Esses telefones públicos quebram um galho...Isso quando não estão uns 'galhos'..." Ele sorriu.
O telefone ficava em frente à lanchonete dele, considerando uma pequena vantagem, pois este era o terceiro da cidade inteira.
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A madrugada seguia calma, menos para John que teve um pesadelo.Mais um envolvendo sua filha e sua mulher.Estava agora tomando uma caneca de café forte que fizera para espantar o frio da noite, e não conseguia parar de pensar no pesadelo que acabara de ter...
Estava em um lindo jardim, com muitas flores.Sua filha corria em volta de uma árvore, onde ele e sua mulher estavam sentados sobre uma linda toalha verde.Não se parecia nada com a Santa Madalena de onde ele nunca saíra.Nem ele, nem sua família.
O tempo fechou e começou a cair raios no lindo jardim que tomara um aspecto sombrio.Ele tentava proteger a mulher e a filha, mas o vento quase os carregava.Começou a chover forte, e seus braços não mais puderam segurar as duas, que foram levadas estranhamente pela ventania.
John ainda estava suando com essas lembranças que o atormentavam. "Besteira homem, foi apenas um sonho ruim...Onde elas estão, estão bem melhor que você, acredite..." Ele tomou mais um gole de café, deixando a caneca em cima da pia e voltando para a cama.
Dois anos após a morte de sua família, John ainda não se recuperara totalmente.Por isso o isolamento com o mundo após o acontecimento o tornou um pouco descrente e muito solitário.Os verdadeiros amigos faziam de tudo para que John saísse de sua casa e conhecesse pessoas novas, espairecer um pouco as idéias.Mesmo assim, não conseguiam sucesso.Muitos diziam que essa falta nunca seria preenchida, outros o contrário.Só uma pessoa disse que essa falta seria ao menos recompensada por uma mulher, o que nunca foi o forte dele ser um conquistador.Tinha seu charme, mais a maioria das mulheres de Santa Madalena era incapaz de enxergar a beleza grandiosa interior que ele possuía.Pois todas sonhavam com uma vida melhor do que tinham, cercada de pobreza e miséria.Esse não era o mundo em que elas queriam para suas gerações, apesar de se conformarem, como John Cortez se conformou em ter perdido sua família.
CONTINUA...
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***Ai que drama rs...Bem mexicano mesmo hehehe...Nada contra ao México gente, eu adoro a cultura de lá, mais que lembra as novelas de lá lembra rsrs...Só lembra eihn!!! *=) "R", por favor!Obrigada! ***