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Kistis: LOL!!! To lembrando do msn srsrsrsrs ai credo, como sou distraída!Mais tudo bem, obrigada pelo continua, e aqui está! Beijokaxxx!!!
Norma: Agora sim, mais aguarde pois essa fic vai esquentar e muito!Não pense que ela ficará assim pra sempre.. Beijokaxxx !!!
Spirita:Vc pegou direitinho o jeitinho da fic Spirita!Espero que o John também veja que esse Antônio aí só quer se aproveitar da amizade dos dois né! Beijokaxxx !!!
Jessy:A greve está no fim, estou botando os capítulos um pouco mais lentamente, mais não se preocupe, demora mais sai!Era porque ninguém estava meio relaxados quanto as reviews em todas as fics em Português, então... Protestamos!...Agora, calminha, pois muita água vai rolar!!! Ou muita Tequila, se preferir rs... Beijokaxxx!!!
Bettin: Miguinha do meu colaxauummm!!!! Engraçado que me inspirei no visual da Salma Hayek pra vestir nossa Marguerite mexicana... Mas vamos ter que torcer, ou melhor sofrer, esperando o John tomar alguma atitude, se é que vai tomar alguma... =) Beijokaxxxx!!!!!!!!! OBS: Se eu fosse contratada levaria vc comigo!!!
Taíza:Rs to saindo da greve rs... E quanto a surra eu num sei não, gosto de dar bons exemplos rs.... Beijokaxxx!!!
Rosa:Roooooooooosa que saudade!!!realmente, vc ficaria rica rs.. e claro que uma parcela iria vir pra mim, pois eu que alertei vc desse talento para a farmácia rs....Beijokaxxx e bigadaum!!!
Camila Geisa: Concordo com tudo que vc disse principalmente a parte das bombas rs...Ai seria tudo de bom mesmo, mais o John num tem telefone em casa, só o orelhão em frente a John's Tequila! =D.Beijokaxxx!!! E quanto aos bonequinhos de voodoo, vc como baiana legítima que é, saberia que pra fazer a coisa funcionar tem que ter algo pessoal né? Rs... eu adoro brincar com isso, mais eu tenho bonequinhos sim de cada um, mais num é de voodoo, podia ser, mais num é rs...
Bem, gostaria de agradecer e dizer com grande alegria que a greve fez efeito positivo, graças a Deus, e vocês voltaram a ser leitores como antes!!! Fanáticos, o que é muito bom!!! Me animei muito e acho que hoje foi o último dia de greve para mim.Mil e uma beijokaxxx a todos!!!
Santa Madalena – Capítulo Dez
"Eu soube que ele esteve lá em casa, mas... Não tinha idéia de que estava tão bravo comigo!".
"Não, ele não está bravo, Marguerite... Só... Um pouco chateado, você sabe...".
"... Claro, se eu tivesse levado um bolo eu também ficaria...".
"Mas, por favor, não comente essa nossa conversa... Só decidi conversar com você porque... Porque eu acho que você me ajudando aqui não é bom para você... Primeiro porque você está cansada e já vem de um dia cheio, tendo que andar Mérida inteira a pé, com peso nos braços, e ainda nesse calor... Depois você tem seus afazeres, os doces e... Tem Antônio...".
"Eu sei... Mas não me dói nem incomoda te ajudar, John... Pelo contrário... Você é... é um homem que merece toda a ajuda do mundo e... Antônio poderia ter esperado na ponte! É, é isso! Porque se ele estivesse esperando lá, eu teria chegado, atrasada, mais teria chegado... A culpa não é sua John, acredite...".
John estava dobrando um guardanapo na mesa do restaurante em que sempre quando o expediente acabava, ficavam ali conversando um pouco.
"Vocês discutiram?". Ela dirigiu seu olhar a ele calmamente.
"Não...".
"John...".
"É verdade, não discutimos!... Só... conversamos...".
"Hum...".
"Bem... Já está ficando escuro então..." Ele olhou pela janela. "Você tem certeza que quer continuar aqui?".
Ela o encarou como se não duvidasse de mais nada. "Sim, claro que quero continuar aqui com você, John! Não me atrapalha em nada, eu já disse...".
Ele suspirou e olhou para ela bem mais aliviado. Mais não era o bastante, tinha medo que seu amigo lhe ferisse o coração. "Bem, já que está dizendo... É que, não sei, Antônio pode pensar alguma coisa... Bem, você sabe...".
Ela sorriu e repousou sua mão sobre a dele. "Amigo, fique tranqüilo, eu te ajudando não atrapalha meu relacionamento com Antônio...".
Ele sorriu e alguns segundos depois, afastaram as mãos. "Relacionamento?".
"É..." Respondeu um pouco envergonhada. "Não é beeeemmm um relacionamento, mas... Agente sabe quando ta pra explodir!".
John riu. "Então é por isso que José estava insistindo para levar Tequila não é? Vão ter outro encontro?".
Marguerite balançou a cabeça e suspirou. "Ainda não... É um almoço de família que todos os anos tem, e este ano vai ser em minha casa... Tem que ter algo pra bebermos..." Sorriu.
"Oh sim...". Ele voltou a dobrar os guardanapos que tirava de uma caixinha de plástico. "E quando vai ser?".
"Daqui a duas semanas..." Ela parou o olhar em John de cabeça baixa. Estava tão sério, compenetrado, fazendo uma simples dobra. Era tão atencioso, gentil, meigo...
"Você quer ir?".
Ele parou e olhou para ela, que esperava alguma resposta. "No almoço em sua casa? Eu?".
"É, você sim!... Todos levam algum amigo, e porque não levar você?". Sorriu.
"Oh Marguerite, que gentileza sua de me convidar... Mas, porque não aproveita e convida Antônio também?".
Ela ficou alguns segundos em silêncio. Não tinha feito essa pergunta para ela mesma. Por que não lhe passou pela cabeça convidar Antônio?
"Bem... Posso mandar recado por José, eles estão sempre em contato...".
"Seria bem melhor se ele fosse também...".
"É...".
De repente a expressão dele ficou meio perturbada, alguma coisa o estava incomodado.
"... Mas eu não sei...".
"Ah não!" Marguerite balançou a cabeça. "Não sabe o que?".
"Eu adoraria ir... Mas tenho tido tanto trabalho aqui que, não sei... E não posso de jeito nenhum deixar você vir trabalhar neste dia especial...".
"... Diga que vai, por favor..." Ela interrompeu olhando ternamente para ele.
Ela pedia com tanto carinho que John não podia dizer não. "Tudo bem, eu vou... Mas só com uma condição...".
"Qual?". Entusiasmou-se.
"Que eu leve alguma coisa para ajudar...".
Marguerite balançou a cabeça e sorriu discretamente. "Está bem, você pode...".
Os dois retomaram outra conversa e ficaram por ali mais uma hora. Tanto assunto que parecia não ter fim, e que nem mesmo sabiam de onde vinha. Num desses assuntos, John mencionou sua filha.
"Ela se parecia com quem?". Marguerite perguntou com cuidado, não sabendo ao certo o porquê esse assunto causava tanto desconforto nele.
"Ah, ela tinha um pouco da minha mulher, e um pouco de mim... Era linda...". Sorriu ao se lembrar.
Marguerite estava curiosa sobre o assunto. Viu que era um momento propício para que prosseguisse com mais perguntas, e jurou a si mesma, se percebesse pelo olhar de John que estava entrando muito fundo no passado dele, pararia e iria embora.
"Como era seu nome?".
"Maria... Minha pequena Maria...".
"E sua esposa?".
"Luzia...".
"Lindos nomes...".
"Lindas meninas também...". Sorriram. "Quer ver alguma foto delas?".
"Nossa..." Marguerite não tinha palavras. "Como sua esposa era linda... Muito bonita mesmo!".
Estavam no sofá da casa de John, ele estava lhe mostrando algumas fotos. "E esta é Maria...".
Marguerite esticou o braço e pegou com cuidado a pequena foto. "Que menina graciosa... Ela se parecia com você...".
Ele a olhou com surpresa. "Você acha?".
"Sim, sim... Os cabelos negros são de Luzia, mais o resto é toda você...".
Ela indicava os detalhes da foto, e John teve que concordar. "É, tem razão...".
Marguerite ficou algum tempo ali olhando aquelas duas fotos. "John realmente deve ter sofrido um bocado com a perda das duas...".
"Elas eram tudo pra mim, Marguerite..." John olhava para as fotos, mas não parecia estar vendo-as de fato. Seu pensamento estava longe, muito longe. Um tom triste tomou conta da frase dita e Marguerite quase desabou em lágrimas. Seu olhar era tão profundo que ela pensou estar olhando para um poço escuro e sem fundo.
"...Eu imagino a dor que foi perdê-las John, eu sinto muito...".
"... Cinco anos... Cinco anos e eu ainda não consegui superar...".
"Mais algum dia você vai superar, é só ter fé, John...". Ela estava comovida com o desabafo, resolveu não prosseguir com as perguntas, ele estava muito frágil.
"Eu nem sei por que estou dizendo isso, me desculpe...". Agora seus olhos estavam vazios, como quando ela o conheceu.
"Foram as fotos... É bom vê-las, mas não todos os dias, John... Não as veja com muita freqüência, isto não faz bem ao seu coração...". Ela passou sua mão levemente nos cabelos a cima da orelha, os ajeitando. Não sabia como confortar seu amigo. "Vamos, eu te ajudo a guardá-las...".
John somente concordou e começou a juntar as poucas fotos que estavam sobre a mesa. Marguerite fechou a caixa e a colocou onde ele indicou.
"Obrigado por me ouvir... Prometo não tomar seu tempo com minhas lembranças...".
"Sempre que quiser conversar, desabafar, ou até mesmo contar piadas, peço que, por favor, me chame... É bom conversar com você...".
Na porta da lanchonete, se despediram. "Obrigado... Quer que a leve em casa?".
"Oh não, obrigada, vou ser rápida... Bem, já vou indo, então... Até amanhã!".
"Oh não Marguerite, esqueci de avisar... Amanhã eu não vou abrir...".
Marguerite estranhou, mas resolver deixar pra lá. "Tudo bem... Qualquer coisa... É só me chamar!". Sorriu e lhe deu um beijo na bochecha, que o queimou por dentro. "Até breve, John!".
"Até!". Ela se foi e John voltou para a lanchonete, trancando a porta.
"Que coisa estranha...". Ele se referia ao calor que sentiu quando Marguerite lhe deu aquele beijo. "Devo estar ficando com febre...". Botou a mão na testa e foi logo entrando em casa, para procurar remédio.
No dia seguinte, a lanchonete abriu. Apenas porque precisava do dinheiro, nada mais. John queria que Marguerite fosse feliz com Antônio, mas sabendo das intenções dele, ele não queria que ele se aproximasse dela mais ainda. Sentia-se responsável, não sabia por que, pela felicidade daquela mulher. Queria protegê-la, e principalmente, não queria que se machucasse com ele. E ao passo que as coisas iam, pelo jeito Antônio não ia deixá-la em paz até que conseguisse o que queria. Mas como dizer isso à Marguerite? E como ir contra a promessa com Antônio, de aproximar os dois? John certamente não sabia por que Antônio pediu que ele se aproximasse dela para saber algo, ele sabe muito bem que não precisava disso. Estaria ele tentando despistar a atenção da mulher?Mas não era isso que estava acontecendo.
Os dias foram passando e, incrivelmente, quando Marguerite demorava a chegar à lanchonete, ele se preocupava, e muito.E quando não acontecia, contava os minutos para que ela chegasse.Parecia mais seguro quando ela estava por perto.E parecia pressentir quando alguma coisa não ia bem para ela.Quase sempre estava certo.
Marguerite também se sentia estranha após esta conversa com John. Depois de entrar um pouco no passado daquele homem, começou a sentir que precisava mais ainda ficar perto dele. Começou também a perceber que não pensava em Antônio com a mesma freqüência de antes. Agora, seus pensamentos eram voltados para John, quase o dia todo. Contava os minutos para chegar à lanchonete e ver seu amigo, se estava bem ou não, feliz ou não.Preocupava- se com ele demais e queria realmente que sua amizade com ele durasse muito tempo.
Havia algo diferente entre eles. Uma combinação tão perfeita, uma sintonia de palavras e idéias... Eles se davam tão bem que era de se estranhar. Gostavam das mesmas coisas, riam das mesmas piadas, conhecia a mesma gente, não gostavam das mesmas coisas. Tudo parecia perfeito como num mundo encantado. Uma princesa, um príncipe... E o vilão. Era assim que John pensava. Mas por incrível que parecesse, John não via a amizade dos dois além da amizade verdadeira. Eles sentiam carinho um pelo outro, mas não como homem e mulher, e sim como duas crianças. Mas toda criança algum dia vai crescer... E era isso que John e Marguerite temiam. Tinham o mesmo medo, as mesmas angústias e receios. Esse era um, mas ainda assim, oculto em ambos os corações. Parecia criar-se uma barreira, ao mesmo tempo em que tiravam tijolo por tijolo da vida de cada um. Era confuso, porém sutil.
CONTINUA...
Kistis: LOL!!! To lembrando do msn srsrsrsrs ai credo, como sou distraída!Mais tudo bem, obrigada pelo continua, e aqui está! Beijokaxxx!!!
Norma: Agora sim, mais aguarde pois essa fic vai esquentar e muito!Não pense que ela ficará assim pra sempre.. Beijokaxxx !!!
Spirita:Vc pegou direitinho o jeitinho da fic Spirita!Espero que o John também veja que esse Antônio aí só quer se aproveitar da amizade dos dois né! Beijokaxxx !!!
Jessy:A greve está no fim, estou botando os capítulos um pouco mais lentamente, mais não se preocupe, demora mais sai!Era porque ninguém estava meio relaxados quanto as reviews em todas as fics em Português, então... Protestamos!...Agora, calminha, pois muita água vai rolar!!! Ou muita Tequila, se preferir rs... Beijokaxxx!!!
Bettin: Miguinha do meu colaxauummm!!!! Engraçado que me inspirei no visual da Salma Hayek pra vestir nossa Marguerite mexicana... Mas vamos ter que torcer, ou melhor sofrer, esperando o John tomar alguma atitude, se é que vai tomar alguma... =) Beijokaxxxx!!!!!!!!! OBS: Se eu fosse contratada levaria vc comigo!!!
Taíza:Rs to saindo da greve rs... E quanto a surra eu num sei não, gosto de dar bons exemplos rs.... Beijokaxxx!!!
Rosa:Roooooooooosa que saudade!!!realmente, vc ficaria rica rs.. e claro que uma parcela iria vir pra mim, pois eu que alertei vc desse talento para a farmácia rs....Beijokaxxx e bigadaum!!!
Camila Geisa: Concordo com tudo que vc disse principalmente a parte das bombas rs...Ai seria tudo de bom mesmo, mais o John num tem telefone em casa, só o orelhão em frente a John's Tequila! =D.Beijokaxxx!!! E quanto aos bonequinhos de voodoo, vc como baiana legítima que é, saberia que pra fazer a coisa funcionar tem que ter algo pessoal né? Rs... eu adoro brincar com isso, mais eu tenho bonequinhos sim de cada um, mais num é de voodoo, podia ser, mais num é rs...
Bem, gostaria de agradecer e dizer com grande alegria que a greve fez efeito positivo, graças a Deus, e vocês voltaram a ser leitores como antes!!! Fanáticos, o que é muito bom!!! Me animei muito e acho que hoje foi o último dia de greve para mim.Mil e uma beijokaxxx a todos!!!
Santa Madalena – Capítulo Dez
"Eu soube que ele esteve lá em casa, mas... Não tinha idéia de que estava tão bravo comigo!".
"Não, ele não está bravo, Marguerite... Só... Um pouco chateado, você sabe...".
"... Claro, se eu tivesse levado um bolo eu também ficaria...".
"Mas, por favor, não comente essa nossa conversa... Só decidi conversar com você porque... Porque eu acho que você me ajudando aqui não é bom para você... Primeiro porque você está cansada e já vem de um dia cheio, tendo que andar Mérida inteira a pé, com peso nos braços, e ainda nesse calor... Depois você tem seus afazeres, os doces e... Tem Antônio...".
"Eu sei... Mas não me dói nem incomoda te ajudar, John... Pelo contrário... Você é... é um homem que merece toda a ajuda do mundo e... Antônio poderia ter esperado na ponte! É, é isso! Porque se ele estivesse esperando lá, eu teria chegado, atrasada, mais teria chegado... A culpa não é sua John, acredite...".
John estava dobrando um guardanapo na mesa do restaurante em que sempre quando o expediente acabava, ficavam ali conversando um pouco.
"Vocês discutiram?". Ela dirigiu seu olhar a ele calmamente.
"Não...".
"John...".
"É verdade, não discutimos!... Só... conversamos...".
"Hum...".
"Bem... Já está ficando escuro então..." Ele olhou pela janela. "Você tem certeza que quer continuar aqui?".
Ela o encarou como se não duvidasse de mais nada. "Sim, claro que quero continuar aqui com você, John! Não me atrapalha em nada, eu já disse...".
Ele suspirou e olhou para ela bem mais aliviado. Mais não era o bastante, tinha medo que seu amigo lhe ferisse o coração. "Bem, já que está dizendo... É que, não sei, Antônio pode pensar alguma coisa... Bem, você sabe...".
Ela sorriu e repousou sua mão sobre a dele. "Amigo, fique tranqüilo, eu te ajudando não atrapalha meu relacionamento com Antônio...".
Ele sorriu e alguns segundos depois, afastaram as mãos. "Relacionamento?".
"É..." Respondeu um pouco envergonhada. "Não é beeeemmm um relacionamento, mas... Agente sabe quando ta pra explodir!".
John riu. "Então é por isso que José estava insistindo para levar Tequila não é? Vão ter outro encontro?".
Marguerite balançou a cabeça e suspirou. "Ainda não... É um almoço de família que todos os anos tem, e este ano vai ser em minha casa... Tem que ter algo pra bebermos..." Sorriu.
"Oh sim...". Ele voltou a dobrar os guardanapos que tirava de uma caixinha de plástico. "E quando vai ser?".
"Daqui a duas semanas..." Ela parou o olhar em John de cabeça baixa. Estava tão sério, compenetrado, fazendo uma simples dobra. Era tão atencioso, gentil, meigo...
"Você quer ir?".
Ele parou e olhou para ela, que esperava alguma resposta. "No almoço em sua casa? Eu?".
"É, você sim!... Todos levam algum amigo, e porque não levar você?". Sorriu.
"Oh Marguerite, que gentileza sua de me convidar... Mas, porque não aproveita e convida Antônio também?".
Ela ficou alguns segundos em silêncio. Não tinha feito essa pergunta para ela mesma. Por que não lhe passou pela cabeça convidar Antônio?
"Bem... Posso mandar recado por José, eles estão sempre em contato...".
"Seria bem melhor se ele fosse também...".
"É...".
De repente a expressão dele ficou meio perturbada, alguma coisa o estava incomodado.
"... Mas eu não sei...".
"Ah não!" Marguerite balançou a cabeça. "Não sabe o que?".
"Eu adoraria ir... Mas tenho tido tanto trabalho aqui que, não sei... E não posso de jeito nenhum deixar você vir trabalhar neste dia especial...".
"... Diga que vai, por favor..." Ela interrompeu olhando ternamente para ele.
Ela pedia com tanto carinho que John não podia dizer não. "Tudo bem, eu vou... Mas só com uma condição...".
"Qual?". Entusiasmou-se.
"Que eu leve alguma coisa para ajudar...".
Marguerite balançou a cabeça e sorriu discretamente. "Está bem, você pode...".
Os dois retomaram outra conversa e ficaram por ali mais uma hora. Tanto assunto que parecia não ter fim, e que nem mesmo sabiam de onde vinha. Num desses assuntos, John mencionou sua filha.
"Ela se parecia com quem?". Marguerite perguntou com cuidado, não sabendo ao certo o porquê esse assunto causava tanto desconforto nele.
"Ah, ela tinha um pouco da minha mulher, e um pouco de mim... Era linda...". Sorriu ao se lembrar.
Marguerite estava curiosa sobre o assunto. Viu que era um momento propício para que prosseguisse com mais perguntas, e jurou a si mesma, se percebesse pelo olhar de John que estava entrando muito fundo no passado dele, pararia e iria embora.
"Como era seu nome?".
"Maria... Minha pequena Maria...".
"E sua esposa?".
"Luzia...".
"Lindos nomes...".
"Lindas meninas também...". Sorriram. "Quer ver alguma foto delas?".
"Nossa..." Marguerite não tinha palavras. "Como sua esposa era linda... Muito bonita mesmo!".
Estavam no sofá da casa de John, ele estava lhe mostrando algumas fotos. "E esta é Maria...".
Marguerite esticou o braço e pegou com cuidado a pequena foto. "Que menina graciosa... Ela se parecia com você...".
Ele a olhou com surpresa. "Você acha?".
"Sim, sim... Os cabelos negros são de Luzia, mais o resto é toda você...".
Ela indicava os detalhes da foto, e John teve que concordar. "É, tem razão...".
Marguerite ficou algum tempo ali olhando aquelas duas fotos. "John realmente deve ter sofrido um bocado com a perda das duas...".
"Elas eram tudo pra mim, Marguerite..." John olhava para as fotos, mas não parecia estar vendo-as de fato. Seu pensamento estava longe, muito longe. Um tom triste tomou conta da frase dita e Marguerite quase desabou em lágrimas. Seu olhar era tão profundo que ela pensou estar olhando para um poço escuro e sem fundo.
"...Eu imagino a dor que foi perdê-las John, eu sinto muito...".
"... Cinco anos... Cinco anos e eu ainda não consegui superar...".
"Mais algum dia você vai superar, é só ter fé, John...". Ela estava comovida com o desabafo, resolveu não prosseguir com as perguntas, ele estava muito frágil.
"Eu nem sei por que estou dizendo isso, me desculpe...". Agora seus olhos estavam vazios, como quando ela o conheceu.
"Foram as fotos... É bom vê-las, mas não todos os dias, John... Não as veja com muita freqüência, isto não faz bem ao seu coração...". Ela passou sua mão levemente nos cabelos a cima da orelha, os ajeitando. Não sabia como confortar seu amigo. "Vamos, eu te ajudo a guardá-las...".
John somente concordou e começou a juntar as poucas fotos que estavam sobre a mesa. Marguerite fechou a caixa e a colocou onde ele indicou.
"Obrigado por me ouvir... Prometo não tomar seu tempo com minhas lembranças...".
"Sempre que quiser conversar, desabafar, ou até mesmo contar piadas, peço que, por favor, me chame... É bom conversar com você...".
Na porta da lanchonete, se despediram. "Obrigado... Quer que a leve em casa?".
"Oh não, obrigada, vou ser rápida... Bem, já vou indo, então... Até amanhã!".
"Oh não Marguerite, esqueci de avisar... Amanhã eu não vou abrir...".
Marguerite estranhou, mas resolver deixar pra lá. "Tudo bem... Qualquer coisa... É só me chamar!". Sorriu e lhe deu um beijo na bochecha, que o queimou por dentro. "Até breve, John!".
"Até!". Ela se foi e John voltou para a lanchonete, trancando a porta.
"Que coisa estranha...". Ele se referia ao calor que sentiu quando Marguerite lhe deu aquele beijo. "Devo estar ficando com febre...". Botou a mão na testa e foi logo entrando em casa, para procurar remédio.
No dia seguinte, a lanchonete abriu. Apenas porque precisava do dinheiro, nada mais. John queria que Marguerite fosse feliz com Antônio, mas sabendo das intenções dele, ele não queria que ele se aproximasse dela mais ainda. Sentia-se responsável, não sabia por que, pela felicidade daquela mulher. Queria protegê-la, e principalmente, não queria que se machucasse com ele. E ao passo que as coisas iam, pelo jeito Antônio não ia deixá-la em paz até que conseguisse o que queria. Mas como dizer isso à Marguerite? E como ir contra a promessa com Antônio, de aproximar os dois? John certamente não sabia por que Antônio pediu que ele se aproximasse dela para saber algo, ele sabe muito bem que não precisava disso. Estaria ele tentando despistar a atenção da mulher?Mas não era isso que estava acontecendo.
Os dias foram passando e, incrivelmente, quando Marguerite demorava a chegar à lanchonete, ele se preocupava, e muito.E quando não acontecia, contava os minutos para que ela chegasse.Parecia mais seguro quando ela estava por perto.E parecia pressentir quando alguma coisa não ia bem para ela.Quase sempre estava certo.
Marguerite também se sentia estranha após esta conversa com John. Depois de entrar um pouco no passado daquele homem, começou a sentir que precisava mais ainda ficar perto dele. Começou também a perceber que não pensava em Antônio com a mesma freqüência de antes. Agora, seus pensamentos eram voltados para John, quase o dia todo. Contava os minutos para chegar à lanchonete e ver seu amigo, se estava bem ou não, feliz ou não.Preocupava- se com ele demais e queria realmente que sua amizade com ele durasse muito tempo.
Havia algo diferente entre eles. Uma combinação tão perfeita, uma sintonia de palavras e idéias... Eles se davam tão bem que era de se estranhar. Gostavam das mesmas coisas, riam das mesmas piadas, conhecia a mesma gente, não gostavam das mesmas coisas. Tudo parecia perfeito como num mundo encantado. Uma princesa, um príncipe... E o vilão. Era assim que John pensava. Mas por incrível que parecesse, John não via a amizade dos dois além da amizade verdadeira. Eles sentiam carinho um pelo outro, mas não como homem e mulher, e sim como duas crianças. Mas toda criança algum dia vai crescer... E era isso que John e Marguerite temiam. Tinham o mesmo medo, as mesmas angústias e receios. Esse era um, mas ainda assim, oculto em ambos os corações. Parecia criar-se uma barreira, ao mesmo tempo em que tiravam tijolo por tijolo da vida de cada um. Era confuso, porém sutil.
CONTINUA...
