Comments: POR FORÇA MAIOR, NÃO ESTAREI NA INTERNET ESTE FIM DE SEMANA! NO
PRÓXIMO CAPÍTULO TERÁ TODOS OS COMMENTS QUE TÊM DIREITO! =) FELIZ DIA DO
AMIGO ATRASADO PRA TODOS RS!
DIVIRTAM-SE COM O CAPÍTULO ANTECIPADO!!! BEIJOKAXXX!!!
...................................
Santa Madalena – Capítulo Dezoito
...................................
"John... Você não está falando... você não está falando sério, não é?". Marguerite perguntou descrente, mas já sabendo a resposta.
John deu alguns passos para trás e segurou sua mão levando-a com ele até onde ela pudesse dançar.A música agora começava a se ritmar e John balançou a cabeça respondendo a pergunta.Sentou-se no banquinho do balcão e esperou pacientemente.
Marguerite já começava a se soltar.Não via outra saída.
O ambiente estava agradável.Escuro, para ela ideal.Das pequenas frestas da persiana branca que cobriam a janela entravam os feixes da luz que vinha da linda lua cheia e do céu estrelado.
Bem lentamente, Marguerite como naquele domingo, se deixou levar pelo ritmo da música, e fechou os olhos.Os cabelos que antes estavam presos com alguns grampos agora caíam sobre seus ombros nus.
John se deixou hipnotizar.
A música estava alta e então foi fácil embalar-se com o ritmo quente e dançante.John respirou fundo sem desviar um segundo se quer de sua atenção.Cruzou os braços, descruzou as pernas.Não sabia como agir.Sabia que em alguns instantes seu corpo o denunciaria, como da outra vez.Mas desta vez, estavam sozinhos.
"Cuando pienso en tu piel morena, la saliva se me escasea, y la sangre me borbotea y empiezo a sudar...".
Com seu jeito próprio, a mulher mexia os quadris de acordo com a música, deixando os passos serem dados livremente.John não sabia como explicar, mas ela realmente tinha um jeito diferente de dançar.Linda e doce, ao mesmo tempo conseguia conservar-se provocante e sensual.Parecia estar se libertando da imagem casual da mulher trabalhadora e prestativa se tornando a mulher fugaz e atraente, que John nunca imaginara existir, somente em sonho.
"Meto en mi coche la tercera, pongo la canción que me altera. Y la hormona se me acelera, ya quiero bailar...".
Pegou-se imaginando coisas novamente.Tinha que parar, ou não mais poderia se segurar.A que perigo estava exposto, tão vulneravelmente!
"... sangre que hierve en tus venas, la piel color canela que me atormenta, transpiración en que pone me despide, morena, eres el fuego, eres anhelo y eres arena...".
Mas não podia.O mesmo magnetismo que atraía seu olhar para o corpo bem modelado dela, também trazia consigo os pensamentos.As noites mal dormidas e sonhadores com que tivera muitas e muitas vezes, com sua amiga... Eles haviam se tornado tão íntimos, que às vezes se sentiam obrigados a não falarem que mantinham um relacionamento de amizade.Mas na verdade, era só isso, porém para os outros.
"Té es la solana de mi México, eres mi corazón e inspiración, si quieres ser amada, entra adelante conmigo en este baile de infierno"
Sabia-se muito bem entre os dois que não era mais só a amizade que os deixavam permanecer juntos.Era uma coisa muito maior, inexplicavelmente.
"... Cuando tocas mi cuerpo, con un parpadear mi mente vuela lejos, tú tomas mi respiración y esta canción yo canto a ti, mi amor, mi amiga y mi vida..."
O que pensava Marguerite neste exato momento? Não seria errado em dizer que tivera os mesmos pensamentos.Tantos olhares e tantas atitudes que a confundia sobre o que sentia.E as perguntas, quantas perguntas! Será que ela estaria mesmo apaixonada por ele? Aquele sonho foi somente uma fantasia ou algum aviso? Todas essas questões passeavam pela mente de Marguerite.
"... ¿Estoy sintiendo amor? No lo sé, no lo sé, no lo sé... Yo apenas quiero que bailes ahora mismo para mí... ¡arriba!".
Marguerite rodou lentamente e retomou a dança que a deixava em bicas de suor.Tentava desviar os pensamentos, mas... Em sua mente somente aquele homem vinha para tirar seu fôlego e acalentar seu desejo.
"... Soy una mujer sincera... e antes de caerse en amor, yo quiero, cantar mis versos del alma..."
Abriu involuntariamente os olhos e se deu conta que John estava próximo.No escuro, apenas viu a sombra daquela face que tanto desejou tocar e beijar.John parou em sua frente como se não pudesse mais avançar.Ambos estavam segurando seus impulsos.
"Sonríeme, mí querida... tu sonrisa es mía, y yo soy ahora tuyo..."
Marguerite deu o sorriso com que tanto John admirava.Já não podendo mais se conter, ele repousou, ainda receando, levemente ambas as mãos em seus quadris, uma de cada vez.A música adquiriu-se um pouco mais lenta e ela balançava agora devagar.
"... Estoy en tus brazos... ahora sólo puedo lanzarme en tu calor!... Sí, ahora déjame llevar tu cuerpo conmigo, al baile del Amor...".
Encostando levemente as testas Marguerite não teve coragem de presenciar o que viria a seguir e fechou os olhos.John receou tomar alguma iniciativa.
"Permíteme ver tu cuerpo... Yo te permitiré ver todo mi amor..."
No ritmo da música ela elevou lentamente os braços sem parar de dançar e os repousou em seu pescoço delicadamente, mas não querendo mais se soltar.
"... Permíteme... Permíteme... Permíteme ver tu corazón..."
Quando deram por si estavam dançando juntos.Ambos de olhos bem fechados, depois de um suspiro mais forte de Marguerite, John a abraçou com firmeza e sugaram-lhe os lábios com paixão.
"El toque de tu boca no sale de mi cabeza... Yo quiero beber toda tu miel, mi solana tan dulce..."
Como se tudo tivesse caindo em cima dos dois, Marguerite correspondeu ao carinho com tanto ou mais desejo.John afundou sua mão dentre os cachos soltos e segurando sua cabeça por trás a beijou com extremo carinho.
"Ahora es tiempo, y ahora nosotros tenemos que ahogarnos... en el lago de la emoción..."
Como se necessitasse de seu beijo para viver, Marguerite apreciou cada pedaço daqueles lábios grossos.Mordendo-os levemente, sentia-se muito sensível em seus braços.
"Amor, amor, amor, amor, amor... Yo quiero tu corazón... Yo te quiero para mí, yo pertenezco a ti..."
Alguns murmúrios da parte dele a deixavam com mais vontade de acaricia- lo.Sentiu alguma coisa firme em contato com um pouco a baixo de sua cintura e então o apertou para mais perto de si.
"Yo sólo quiero tenerte cerquita... Yo estaba perdido, pero ahora... ¡Yo me he encontrado!"
Ele chamou por seu nome com uma voz rouca, enquanto beijava-lhe o pescoço.As mãos finas apertavam com força as costas dele, até que se beijaram novamente, desta vez, beijos ousados e molhados.
"Yo me uno en tus besos... mi hombre, mi amor, mi propio todo..."
Seu cheiro era mais que afrodisíaco.Sentiu na pele queimada de sol, o gosto salgado do suor, o que estava deixando-o quase fora de si.
"...Yo no puedo esperar para... hum... hum..."
De repente os dois se afastaram ofegantes.Marguerite levou uma das mãos para a cabeça, pensando no que eles acabaram de fazer.Nunca foi beijada de tal forma.
"Uau!". Pensou arrumando as mechas soltas.
Todos os sentimentos agora foram expostos de tal maneira que eram impossíveis de se esconder que estavam loucamente apaixonados.
"John, me desculpe eu...". Marguerite sentia um cheiro embriagante de canela.Esse era o cheiro que sentiu no sonho que tivera alguns dias atrás.
O homem a sua frente não conseguia dizer nada.Ainda embalado pelo ritmo do seu coração aquele beijo ainda tinha um gosto em sua boca.Viu Marguerite fechar os olhos e levemente, ele tocou seus lábios para que se silenciasse.Uma lágrima deslizou furtivamente dos olhos cinzentos.John rapidamente secou aquela lágrima e sorriu.Marguerite abriu somente o necessário de seu olhar para constatar que aquilo talvez não fosse um sonho.
Mas seu coração pedia, implorava para crer.Em fim foi real.
...................................
Marguerite e John trocaram olhares durante toda a comemoração.Se José não estivesse de fato tão bêbado talvez também o notaria.
"Um brinde aos noivos!". As quatro taças se tocaram e tomaram o delicioso vinho.
"Vocês são demais mesmo..." José comentou sorrindo gozado. "John, você é meu melhor amigo... tão amigo que foi fabricar este vinho para comemorar com a gente...".
José foi interrompido por pisada no pé que levou de Vera. "Oh! Desculpe, foi sem querer...".
Marguerite engasgou, tossindo e deixando a taça sobre a mesa.John, ruborizado, largou a taça na mesa e depressa deu algumas leves batidas nas costas dela.Aos poucos ela melhorou, sob olhares suspeitos e ao mesmo tempo divertidos de Vera.
"Bem..." Marguerite disse um pouco engasgada ainda. "Podemos então já dar a notícia a eles, não é John?". Marguerite tocou em seu nome, mas sem olhar para seus olhos.O homem estava distante.
"John?" Vera cutucou.
"O que? Sim, aceito mais um pouco..." Estendeu o braço com a taça.Os três olharam-se e Vera o serviu.
"Estava falando alguma coisa?" Vera retomou a Marguerite.
"Sim... eh, John..." Desta vez esperou que fosse ouvida por ele.Certa disso prosseguiu. "Aquela notícia...".
"Oh sim... Bem... Eu e Marguerite, nós estávamos...".
"Ai finalmente, vocês vão assumir!!!" José sorriu.
Os dois se olharam e ao mesmo tempo, perguntaram. "Assumir???".
José parou de rir e passou o braço em volta de Vera que o encarava com as mãos na cintura. "Assumir que vocês têm um caso oras...".
Imediatamente a face dos dois ficou tão vermelha que foi impossível José e Vera não gargalharem. "Ele está brincando não se preocupem...".
Os dois sorriram um pouco sem graça e se olharam rapidamente.
"... Bem... Essa notícia não é a que íamos dar..." Marguerite coçou a cabeça como seu primo também o fazia.John prosseguiu.
"Bem, é que estávamos conversando e pensando se vocês já haviam pensado em caso de adoção. Poderiam adotar alguma criança, aqui mesmo temos um orfanato...".
"Creche-orfanato...". Marguerite corrigiu.
"Isto... E então?". John perguntou aos dois que pareciam pensar no assunto.
"Não é má idéia..." José virou-se para Vera.
"... Mas depois de todo este tempo em que José esteve 'por aí', não podíamos pensar em nada, nem ao menos tínhamos certeza de que iríamos continuar juntos...".
"Agora vocês têm motivos de sobra para pensar no assunto".
"Sim, por que não!" José sorriu e beijou rapidamente Verinha.
"Prefiro pensar nisto em outra hora..." Ela ficou um pouco séria, mas logo se animou. "Bem, vamos hoje apenas comemorar!".
...................................
"Marguerite, o troco..." John estendeu a mão para dar-lhe as moedas de um freguês e sem querer, um pequeno e curto toque dos dedos pareceu como se fossem pequenas descargas elétricas por todo o corpo.
Marguerite pegou rapidamente as moedas que caíram do balcão e um pouco aflita, pegou um pano e ficou limpando a superfície.John, na mesma hora tratou de atender os outros fregueses.
Ao final do dia, faziam o fechamento do mês.Ficaram aproximadamente três horas ao meio de calculadoras, papéis e notinhas.Poderia ter sido mais rápido, mas às vezes os pensamentos iam para longe... Ou para muito perto.
Na hora de Marguerite ir, um olhar brilhante e um sorriso meigo não foi o bastante.John a beijou mais uma vez, desta vez mostrando todo o amor que sentia por ela.Ao final do beijo, ela sorriu, acariciando rapidamente a barba cerrada.
Deu-se boa noite e seguiram seus caminhos.
...................................
John deitou e não conseguiu dormir.Marguerite também.Assim seguiu por mais uma semana, até que John Cortez parou em frente a um retrato de sua ex- esposa e sua filha, na parede da sala. Permaneceu ali, parado olhando o quadro e deixou a sala rumo ao quarto.
Chegando lá, sentou-se na cama um pouco pensativo.Esteve assim o dia todo. Olhou para a cabeceira, e viu novamente um retrato de sua filha e sua ex- esposa.Não teve coragem de continuar a olhar aqueles sorrisos.
"Sei que se estivesse no meu lugar, e eu no seu, querida, eu desejaria que continuasse a viver, e ser feliz com outro homem... E conhecendo sua maneira de pensar, arrisco-me a dizer que você faria o mesmo por mim. Eu sempre te respeitei, e você sempre me respeitou. Agora, peço que você me perdoe, pois meu coração não escolheu a solidão...".
Com essas palavras, foi encarar mais um dia de trabalho, ao lado da mulher que ele realmente estava apaixonado.
...................................
Marguerite pensava dia e noite no beijo.No primeiro beijo, que achou o melhor de todos e mágico.Sentiu-se como se estivesse nas nuvens, faltava- lhe chão.Todas as sensações, e até mesmo as que não sabia existir nela voltaram com toda a força.Estava imensamente feliz, pois seu carinho estava sendo correspondido.
Estava tão empolgada, que decidiu presenteá-lo.Fez vários doces dos quais sabia que ele gostava.Pretendia entregar-lhe hoje mesmo, quando ele viria até sua casa para combinar os últimos detalhes das cores do restaurante que iriam reformar.
Vera já tinha voltado para casa.Ela e José decidiram que ele viria morar em sua casa, contanto que ajudasse nas despesas.Idéia dela, que queria já ir se acostumando com a vida a dois.
Com Marguerite fazia planos da recepção da festa, dos convites e convidados.Claro, a comida seria simples, mas Marguerite prometeu que iria preparar.Uma parte ao menos, pois sua família também iria colaborar.Sempre conheceram Verinha e achavam que ela daria jeito em José.
E José sempre refletia sob risos de John. "Amigo... Sabe qual o erro dos casais?".
John, já sorrindo por saber que estava preste a ouvir alguma baboseira, balançou a cabeça.José continuou erguendo um pedaço de queijo no palito de dente, olhando-o detalhadamente.
"... É a mulher que pensa que depois do casamento ela vai mudar o homem, e o homem pensar que a mulher não vai mudar depois do casamento...". Sorriram os dois, afinal, alguma lógica em fim havia nas palavras de José.
...................................
Os dois homens acataram e executaram a tarefa.Praticamente jogaram Soledad em um colchão sujo no quarto do minúsculo quarto.Não contendo janelas, apenas uma pequena abertura na porta para transcorrer ar.
O homem coçava a barba e um sorriso astuto brotou de seus duas mulheres ao seu lado vestindo roupas extremamente pequenas, ele disse quase que sorrindo. "Agora vamos ao que interessa vovozinha... Ao contrário de mim, ela vai ficar esperando por muito, mas muito tempo por um sinal... Agora, se a senhora não quiser colaborar respondendo minhas perguntas... Hum, aí vai ficar muito difícil...".
"Senhor..." Um homem com terno entrou na sala onde ventiladores de teto rodavam devagar.
"O que há imprestável, conseguiu mais compradores?".
"Sim senhor, vamos agora distribuir a mercadoria por toda a fronteira". Disse seguramente.
Friamente o homem sorriu. "Bom... Agora saia...".
O homem demorou-se um pouco ali, deixando-se levar pelas aparências das mulheres.Sentiu inveja de seu chefe, mas teve que se conter.
Tarde demais.O homem levantou-se e tirou uma pistola branca da cintura e atirou no pobre empregado, lhe acertando na cabeça.
"Cobiça é pecado meu rapaz... Agora acerte suas contas com o cara lá de cima...". Beijou o crucifixo de ouro que carregava no peito e sentou-se novamente.As mulheres se olharam e logo apareceram outros homens, que pareciam não ter se assustado com o que viram.Pegaram o homem e levaram e o arrastaram para fora.Um deles perguntou o que fazer com o corpo.
O homem cuja pistola colocava agora em sua cintura, gesticulou e as mulheres saíram rapidamente.Não era difícil ver o horror nos olhos de cada uma.
"Agora vamos ver se realmente a filha teve a quem puxar na arrogância...".
CONTINUA...
DIVIRTAM-SE COM O CAPÍTULO ANTECIPADO!!! BEIJOKAXXX!!!
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Santa Madalena – Capítulo Dezoito
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"John... Você não está falando... você não está falando sério, não é?". Marguerite perguntou descrente, mas já sabendo a resposta.
John deu alguns passos para trás e segurou sua mão levando-a com ele até onde ela pudesse dançar.A música agora começava a se ritmar e John balançou a cabeça respondendo a pergunta.Sentou-se no banquinho do balcão e esperou pacientemente.
Marguerite já começava a se soltar.Não via outra saída.
O ambiente estava agradável.Escuro, para ela ideal.Das pequenas frestas da persiana branca que cobriam a janela entravam os feixes da luz que vinha da linda lua cheia e do céu estrelado.
Bem lentamente, Marguerite como naquele domingo, se deixou levar pelo ritmo da música, e fechou os olhos.Os cabelos que antes estavam presos com alguns grampos agora caíam sobre seus ombros nus.
John se deixou hipnotizar.
A música estava alta e então foi fácil embalar-se com o ritmo quente e dançante.John respirou fundo sem desviar um segundo se quer de sua atenção.Cruzou os braços, descruzou as pernas.Não sabia como agir.Sabia que em alguns instantes seu corpo o denunciaria, como da outra vez.Mas desta vez, estavam sozinhos.
"Cuando pienso en tu piel morena, la saliva se me escasea, y la sangre me borbotea y empiezo a sudar...".
Com seu jeito próprio, a mulher mexia os quadris de acordo com a música, deixando os passos serem dados livremente.John não sabia como explicar, mas ela realmente tinha um jeito diferente de dançar.Linda e doce, ao mesmo tempo conseguia conservar-se provocante e sensual.Parecia estar se libertando da imagem casual da mulher trabalhadora e prestativa se tornando a mulher fugaz e atraente, que John nunca imaginara existir, somente em sonho.
"Meto en mi coche la tercera, pongo la canción que me altera. Y la hormona se me acelera, ya quiero bailar...".
Pegou-se imaginando coisas novamente.Tinha que parar, ou não mais poderia se segurar.A que perigo estava exposto, tão vulneravelmente!
"... sangre que hierve en tus venas, la piel color canela que me atormenta, transpiración en que pone me despide, morena, eres el fuego, eres anhelo y eres arena...".
Mas não podia.O mesmo magnetismo que atraía seu olhar para o corpo bem modelado dela, também trazia consigo os pensamentos.As noites mal dormidas e sonhadores com que tivera muitas e muitas vezes, com sua amiga... Eles haviam se tornado tão íntimos, que às vezes se sentiam obrigados a não falarem que mantinham um relacionamento de amizade.Mas na verdade, era só isso, porém para os outros.
"Té es la solana de mi México, eres mi corazón e inspiración, si quieres ser amada, entra adelante conmigo en este baile de infierno"
Sabia-se muito bem entre os dois que não era mais só a amizade que os deixavam permanecer juntos.Era uma coisa muito maior, inexplicavelmente.
"... Cuando tocas mi cuerpo, con un parpadear mi mente vuela lejos, tú tomas mi respiración y esta canción yo canto a ti, mi amor, mi amiga y mi vida..."
O que pensava Marguerite neste exato momento? Não seria errado em dizer que tivera os mesmos pensamentos.Tantos olhares e tantas atitudes que a confundia sobre o que sentia.E as perguntas, quantas perguntas! Será que ela estaria mesmo apaixonada por ele? Aquele sonho foi somente uma fantasia ou algum aviso? Todas essas questões passeavam pela mente de Marguerite.
"... ¿Estoy sintiendo amor? No lo sé, no lo sé, no lo sé... Yo apenas quiero que bailes ahora mismo para mí... ¡arriba!".
Marguerite rodou lentamente e retomou a dança que a deixava em bicas de suor.Tentava desviar os pensamentos, mas... Em sua mente somente aquele homem vinha para tirar seu fôlego e acalentar seu desejo.
"... Soy una mujer sincera... e antes de caerse en amor, yo quiero, cantar mis versos del alma..."
Abriu involuntariamente os olhos e se deu conta que John estava próximo.No escuro, apenas viu a sombra daquela face que tanto desejou tocar e beijar.John parou em sua frente como se não pudesse mais avançar.Ambos estavam segurando seus impulsos.
"Sonríeme, mí querida... tu sonrisa es mía, y yo soy ahora tuyo..."
Marguerite deu o sorriso com que tanto John admirava.Já não podendo mais se conter, ele repousou, ainda receando, levemente ambas as mãos em seus quadris, uma de cada vez.A música adquiriu-se um pouco mais lenta e ela balançava agora devagar.
"... Estoy en tus brazos... ahora sólo puedo lanzarme en tu calor!... Sí, ahora déjame llevar tu cuerpo conmigo, al baile del Amor...".
Encostando levemente as testas Marguerite não teve coragem de presenciar o que viria a seguir e fechou os olhos.John receou tomar alguma iniciativa.
"Permíteme ver tu cuerpo... Yo te permitiré ver todo mi amor..."
No ritmo da música ela elevou lentamente os braços sem parar de dançar e os repousou em seu pescoço delicadamente, mas não querendo mais se soltar.
"... Permíteme... Permíteme... Permíteme ver tu corazón..."
Quando deram por si estavam dançando juntos.Ambos de olhos bem fechados, depois de um suspiro mais forte de Marguerite, John a abraçou com firmeza e sugaram-lhe os lábios com paixão.
"El toque de tu boca no sale de mi cabeza... Yo quiero beber toda tu miel, mi solana tan dulce..."
Como se tudo tivesse caindo em cima dos dois, Marguerite correspondeu ao carinho com tanto ou mais desejo.John afundou sua mão dentre os cachos soltos e segurando sua cabeça por trás a beijou com extremo carinho.
"Ahora es tiempo, y ahora nosotros tenemos que ahogarnos... en el lago de la emoción..."
Como se necessitasse de seu beijo para viver, Marguerite apreciou cada pedaço daqueles lábios grossos.Mordendo-os levemente, sentia-se muito sensível em seus braços.
"Amor, amor, amor, amor, amor... Yo quiero tu corazón... Yo te quiero para mí, yo pertenezco a ti..."
Alguns murmúrios da parte dele a deixavam com mais vontade de acaricia- lo.Sentiu alguma coisa firme em contato com um pouco a baixo de sua cintura e então o apertou para mais perto de si.
"Yo sólo quiero tenerte cerquita... Yo estaba perdido, pero ahora... ¡Yo me he encontrado!"
Ele chamou por seu nome com uma voz rouca, enquanto beijava-lhe o pescoço.As mãos finas apertavam com força as costas dele, até que se beijaram novamente, desta vez, beijos ousados e molhados.
"Yo me uno en tus besos... mi hombre, mi amor, mi propio todo..."
Seu cheiro era mais que afrodisíaco.Sentiu na pele queimada de sol, o gosto salgado do suor, o que estava deixando-o quase fora de si.
"...Yo no puedo esperar para... hum... hum..."
De repente os dois se afastaram ofegantes.Marguerite levou uma das mãos para a cabeça, pensando no que eles acabaram de fazer.Nunca foi beijada de tal forma.
"Uau!". Pensou arrumando as mechas soltas.
Todos os sentimentos agora foram expostos de tal maneira que eram impossíveis de se esconder que estavam loucamente apaixonados.
"John, me desculpe eu...". Marguerite sentia um cheiro embriagante de canela.Esse era o cheiro que sentiu no sonho que tivera alguns dias atrás.
O homem a sua frente não conseguia dizer nada.Ainda embalado pelo ritmo do seu coração aquele beijo ainda tinha um gosto em sua boca.Viu Marguerite fechar os olhos e levemente, ele tocou seus lábios para que se silenciasse.Uma lágrima deslizou furtivamente dos olhos cinzentos.John rapidamente secou aquela lágrima e sorriu.Marguerite abriu somente o necessário de seu olhar para constatar que aquilo talvez não fosse um sonho.
Mas seu coração pedia, implorava para crer.Em fim foi real.
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Marguerite e John trocaram olhares durante toda a comemoração.Se José não estivesse de fato tão bêbado talvez também o notaria.
"Um brinde aos noivos!". As quatro taças se tocaram e tomaram o delicioso vinho.
"Vocês são demais mesmo..." José comentou sorrindo gozado. "John, você é meu melhor amigo... tão amigo que foi fabricar este vinho para comemorar com a gente...".
José foi interrompido por pisada no pé que levou de Vera. "Oh! Desculpe, foi sem querer...".
Marguerite engasgou, tossindo e deixando a taça sobre a mesa.John, ruborizado, largou a taça na mesa e depressa deu algumas leves batidas nas costas dela.Aos poucos ela melhorou, sob olhares suspeitos e ao mesmo tempo divertidos de Vera.
"Bem..." Marguerite disse um pouco engasgada ainda. "Podemos então já dar a notícia a eles, não é John?". Marguerite tocou em seu nome, mas sem olhar para seus olhos.O homem estava distante.
"John?" Vera cutucou.
"O que? Sim, aceito mais um pouco..." Estendeu o braço com a taça.Os três olharam-se e Vera o serviu.
"Estava falando alguma coisa?" Vera retomou a Marguerite.
"Sim... eh, John..." Desta vez esperou que fosse ouvida por ele.Certa disso prosseguiu. "Aquela notícia...".
"Oh sim... Bem... Eu e Marguerite, nós estávamos...".
"Ai finalmente, vocês vão assumir!!!" José sorriu.
Os dois se olharam e ao mesmo tempo, perguntaram. "Assumir???".
José parou de rir e passou o braço em volta de Vera que o encarava com as mãos na cintura. "Assumir que vocês têm um caso oras...".
Imediatamente a face dos dois ficou tão vermelha que foi impossível José e Vera não gargalharem. "Ele está brincando não se preocupem...".
Os dois sorriram um pouco sem graça e se olharam rapidamente.
"... Bem... Essa notícia não é a que íamos dar..." Marguerite coçou a cabeça como seu primo também o fazia.John prosseguiu.
"Bem, é que estávamos conversando e pensando se vocês já haviam pensado em caso de adoção. Poderiam adotar alguma criança, aqui mesmo temos um orfanato...".
"Creche-orfanato...". Marguerite corrigiu.
"Isto... E então?". John perguntou aos dois que pareciam pensar no assunto.
"Não é má idéia..." José virou-se para Vera.
"... Mas depois de todo este tempo em que José esteve 'por aí', não podíamos pensar em nada, nem ao menos tínhamos certeza de que iríamos continuar juntos...".
"Agora vocês têm motivos de sobra para pensar no assunto".
"Sim, por que não!" José sorriu e beijou rapidamente Verinha.
"Prefiro pensar nisto em outra hora..." Ela ficou um pouco séria, mas logo se animou. "Bem, vamos hoje apenas comemorar!".
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"Marguerite, o troco..." John estendeu a mão para dar-lhe as moedas de um freguês e sem querer, um pequeno e curto toque dos dedos pareceu como se fossem pequenas descargas elétricas por todo o corpo.
Marguerite pegou rapidamente as moedas que caíram do balcão e um pouco aflita, pegou um pano e ficou limpando a superfície.John, na mesma hora tratou de atender os outros fregueses.
Ao final do dia, faziam o fechamento do mês.Ficaram aproximadamente três horas ao meio de calculadoras, papéis e notinhas.Poderia ter sido mais rápido, mas às vezes os pensamentos iam para longe... Ou para muito perto.
Na hora de Marguerite ir, um olhar brilhante e um sorriso meigo não foi o bastante.John a beijou mais uma vez, desta vez mostrando todo o amor que sentia por ela.Ao final do beijo, ela sorriu, acariciando rapidamente a barba cerrada.
Deu-se boa noite e seguiram seus caminhos.
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John deitou e não conseguiu dormir.Marguerite também.Assim seguiu por mais uma semana, até que John Cortez parou em frente a um retrato de sua ex- esposa e sua filha, na parede da sala. Permaneceu ali, parado olhando o quadro e deixou a sala rumo ao quarto.
Chegando lá, sentou-se na cama um pouco pensativo.Esteve assim o dia todo. Olhou para a cabeceira, e viu novamente um retrato de sua filha e sua ex- esposa.Não teve coragem de continuar a olhar aqueles sorrisos.
"Sei que se estivesse no meu lugar, e eu no seu, querida, eu desejaria que continuasse a viver, e ser feliz com outro homem... E conhecendo sua maneira de pensar, arrisco-me a dizer que você faria o mesmo por mim. Eu sempre te respeitei, e você sempre me respeitou. Agora, peço que você me perdoe, pois meu coração não escolheu a solidão...".
Com essas palavras, foi encarar mais um dia de trabalho, ao lado da mulher que ele realmente estava apaixonado.
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Marguerite pensava dia e noite no beijo.No primeiro beijo, que achou o melhor de todos e mágico.Sentiu-se como se estivesse nas nuvens, faltava- lhe chão.Todas as sensações, e até mesmo as que não sabia existir nela voltaram com toda a força.Estava imensamente feliz, pois seu carinho estava sendo correspondido.
Estava tão empolgada, que decidiu presenteá-lo.Fez vários doces dos quais sabia que ele gostava.Pretendia entregar-lhe hoje mesmo, quando ele viria até sua casa para combinar os últimos detalhes das cores do restaurante que iriam reformar.
Vera já tinha voltado para casa.Ela e José decidiram que ele viria morar em sua casa, contanto que ajudasse nas despesas.Idéia dela, que queria já ir se acostumando com a vida a dois.
Com Marguerite fazia planos da recepção da festa, dos convites e convidados.Claro, a comida seria simples, mas Marguerite prometeu que iria preparar.Uma parte ao menos, pois sua família também iria colaborar.Sempre conheceram Verinha e achavam que ela daria jeito em José.
E José sempre refletia sob risos de John. "Amigo... Sabe qual o erro dos casais?".
John, já sorrindo por saber que estava preste a ouvir alguma baboseira, balançou a cabeça.José continuou erguendo um pedaço de queijo no palito de dente, olhando-o detalhadamente.
"... É a mulher que pensa que depois do casamento ela vai mudar o homem, e o homem pensar que a mulher não vai mudar depois do casamento...". Sorriram os dois, afinal, alguma lógica em fim havia nas palavras de José.
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Os dois homens acataram e executaram a tarefa.Praticamente jogaram Soledad em um colchão sujo no quarto do minúsculo quarto.Não contendo janelas, apenas uma pequena abertura na porta para transcorrer ar.
O homem coçava a barba e um sorriso astuto brotou de seus duas mulheres ao seu lado vestindo roupas extremamente pequenas, ele disse quase que sorrindo. "Agora vamos ao que interessa vovozinha... Ao contrário de mim, ela vai ficar esperando por muito, mas muito tempo por um sinal... Agora, se a senhora não quiser colaborar respondendo minhas perguntas... Hum, aí vai ficar muito difícil...".
"Senhor..." Um homem com terno entrou na sala onde ventiladores de teto rodavam devagar.
"O que há imprestável, conseguiu mais compradores?".
"Sim senhor, vamos agora distribuir a mercadoria por toda a fronteira". Disse seguramente.
Friamente o homem sorriu. "Bom... Agora saia...".
O homem demorou-se um pouco ali, deixando-se levar pelas aparências das mulheres.Sentiu inveja de seu chefe, mas teve que se conter.
Tarde demais.O homem levantou-se e tirou uma pistola branca da cintura e atirou no pobre empregado, lhe acertando na cabeça.
"Cobiça é pecado meu rapaz... Agora acerte suas contas com o cara lá de cima...". Beijou o crucifixo de ouro que carregava no peito e sentou-se novamente.As mulheres se olharam e logo apareceram outros homens, que pareciam não ter se assustado com o que viram.Pegaram o homem e levaram e o arrastaram para fora.Um deles perguntou o que fazer com o corpo.
O homem cuja pistola colocava agora em sua cintura, gesticulou e as mulheres saíram rapidamente.Não era difícil ver o horror nos olhos de cada uma.
"Agora vamos ver se realmente a filha teve a quem puxar na arrogância...".
CONTINUA...
