MEU VERDADEIRO AMOR
Disclaimer: Isso é uma obra de ficção. Algumas personagens e lugares citados pertencem à J. K. Rowling e foram usados sem permissão. Essa história foi escrita sem fins lucrativos. Qualquer transgressão a marcas registradas não é intencional. Outras citações serão feitas quando necessário.
Pesadelo Real
Harry acabou dormindo em frente à lareira da Grifinória, sem praticar oclumencia. Desde o ocorrido a Sirius, ele havia se convencido a praticar todas as noites, o que diminuía seus sonhos. Esta noite, dois longos sonhos acabaram povoando a cabeça do garoto, e apenas o primeiro havia sido bom. Neste, ele estava de volta à enfermaria da escola, deitado confortavelmente numa cama de casal (estranho, deveria estar num leito hospitalar...) e dormia profundamente quando sentiu alguém beijar-lhe os lábios. Precisava daquele beijo e, com medo de que ele desaparecesse, continuou de olhos fechados, respondendo o beijo. 'Fique' suplicou à pessoa que emanava um calor diferente, e então abriu os olhos.
Subitamente a enfermaria não estava mais lá, e Harry sentia muito frio. Havia voltado ao Departamento de Mistérios e ele via repetidas vezes (como em um replay de televisão trouxa) Sirius ser assassinado por Bellatrix. Ele estava sozinho, sentia-se preso e nada podia fazer a não ser observar Voldemort rindo gostosamente atrás da Comensal. Começou a se debater e finalmente acordou soluçando e com lágrimas correndo livremente pela face. A lareira havia se apagado e tudo estava escuro. Pegando sua varinha, iluminou o caminho até o dormitório, onde sem conseguir parar de chorar, colocou o pijama e deitou-se em sua cama, fechando os dosséis. Mesmo tentando se controlar, as lágrimas continuavam a rolar pelo seu rosto, deixando os olhos inchados e a pele avermelhada.
Mas o que realmente o deixava desesperado era o fato de que não conseguia parar de pensar no padrinho e em tudo que mudara na vida dele desde seus treze anos. Lembrava-se bem de como fora revoltante saber que o padrinho havia traído seus pais, mas lembrava-se principalmente de como fora um alívio saber que ele era inocente e que finalmente poderia livrar-se dos Dursleys. Quando Pedro fugira parecia que tudo estava definitivamente perdido, mas com a ajuda de Hermione, tanto Sirius quanto Bicuço estavam a salvo. E Harry nutria a sincera esperança de algum dia o Ministério reconhecesse seu erro. E agora, graças à ele próprio, Sirius estava morto. E esta frase o atormentava a cada novo dia da sua vida, deixando-o completamente sem esperanças.
Foi pensando em tudo isso que Harry passara sua noite, sem conseguir fechar os olhos novamente. A esta altura, o sonho do beijo parecia algo distante, e o conforto que vinha com ele, era algo impossível de ser alcançado. Malfoy também estava completamente fora de sua cabeça, era impossível pensar no loiro num momento desses. Finalmente o grifinório notou a luz vagarosamente aumentar por baixo dos dosséis e pegando seu relógio viu que começava a amanhecer. A noite havia sido muito turbulenta e ele havia dormido por apenas uma hora e meia. Estava exausto e ainda teria que levantar-se, não poderia perder aulas.
Seguiu rapidamente para o banheiro, pois não queria que os outros o vissem com rosto daquela maneira, e aproveitou para demorar-se no banho. Estava com o moral baixo, na verdade não queria fazer nada, apenas ficar deitado em sua cama. Mas sabia que os amigos jamais o deixariam em paz e por isso entrava no jogo deles. Mesmo com o estômago embrulhado seguiu para o Salão Principal e sentou-se à mesa da Grifinória para o café da manhã. Ron e Mione chegaram de mãos dadas pouco depois e logo notaram que a noite de Harry havia sido a pior possível. Sentaram-se ao seu lado e fizeram de tudo para que o garoto comesse alguma coisa e se animasse, mas os resultados haviam sido desastrosos.
Quanto mais os garotos tentavam ajudar o amigo, mais este se fechava e se distanciava. Ele comeu muito pouco no café e logo pediu licença. Ambos sabiam que o estômago de Harry mais uma vez rejeitara a refeição e decidiram que era por bem deixá-lo algum tempo consigo mesmo. A alguns poucos metros dali um Sonserino tinha a preocupação estampada no rosto. Mesmo vendo a tristeza do moreno, não podia fazer nada, pelo menos, não enquanto estivessem rodeados por outros alunos. Draco não teve dúvidas quando o grifinório passou pela porta, apenas levantou-se rapidamente e o seguiu.
Agradecimentos: a Julia Yagami, que não me "pentelha" de jeito nenhum!!! É maravilhoso receber esse tipo de incentivo, principalmente quando a nossa inspiração coopera... Beijos!
