MEU VERDADEIRO AMOR

Disclaimer: Isso é uma obra de ficção. Algumas personagens e lugares citados pertencem à J. K. Rowling e foram usados sem permissão. Essa história foi escrita sem fins lucrativos. Qualquer transgressão a marcas registradas não é intencional. Outras citações serão feitas quando necessário.


O Dia Seguinte

Draco seguia o garoto que praticamente corria à sua frente mantendo uma certa distância. Ele viu quando Harry entrou num banheiro pouco usado no segundo andar e achou melhor aguardar um pouco antes de entrar atrás dele. Ficou se lembrando de como no começo do ano letivo, Harry saía apressado da mesa quase todos os dias e pouco falava com os amigos. Mas desde o encontro na torre, seguido de uma bela refeição na cozinha, o garoto parecia estar melhor. Ainda tinha a expressão triste e estava muito fechado, mas pelo menos conseguia comer e estava menos apático. E então, naquela manhã, ele regredira tudo novamente.

Draco entrou no banheiro e notou que estava vazio, à exceção de Harry, que apoiava firmemente as mãos na borda da pia enquanto se olhava no espelho. Havia rastros secos de lágrimas em sua face, e ele parecia não ter notado a presença do loiro naquele lugar, logo ao lado dele.

"Potter?" Pela primeira vez desde que se conheceram, Malfoy não 'cuspia' o nome do outro, e sim chamava com uma certa urgência na voz. Mas não teve resposta imediata, Harry sequer piscou "Potter, fale comigo!"

"O que você quer Malfoy? Será que não deu para perceber que eu quero ficar sozinho? Vá embora, ainda não tenho solução para os seus problemas..."

"Não vim aqui procurar soluções Potter, vim lhe dar algumas."

"O quê..." Começou o moreno, mas logo foi interrompido.

"Mas preciso saber o que você tem exatamente, o que você está sentindo. Sei que nada tem a ver com o Lord, então o que é?" Malfoy fez uma pausa esperando pela resposta de Harry, mas como esse continuava mudo, resolveu acrescentar "É por causa do seu padrinho?"

Finalmente Harry desviou os olhos de sua própria imagem refletida no espelho para olhar diretamente para Malfoy. Novas lágrimas se formavam naqueles olhos verdes, e sem responder nada ao loiro, sentou-se no chão do banheiro, apoiando as costas na parede e tentando inutilmente secar o rosto com as costas das mãos. Draco percebeu que a situação exigiria mais tempo e paciência do que ele previra, e provavelmente ambos acabariam perdendo a primeira aula. Para evitar serem interrompidos, o sonserino trancou a porta do banheiro, e depois sentou-se ao lado de Harry.

"Harry... Posso te chamar assim não é? Olha, eu sinto muito por tudo isso, mas no momento não há nada que possamos fazer. Só o que eu posso te oferecer é um ombro amigo" Harry olhou incrédulo para Malfoy que logo acrescentou "Você não me recusou ajuda ontem e eu estou aqui a lhe oferecer a minha agora. Acho que isso faz da gente amigos, ou não?"

"Não sei Malfoy... Eu realmente não sei. Mas quanto a sua ajuda, não há nada realmente que você possa fazer. Um ombro amigo não vai diminuir minha culpa ou as saudades que eu sinto. Não vai conseguir tirar da minha cabeça a imagem dele sendo assassinado por tentar me salvar..."

"Primeiro, me chame de Draco, Ok? E em segundo não, eu realmente não posso diminuir as saudades que você sente, mas posso lhe convencer de que você não teve culpa na história. Não me interrompa..." Disse Malfoy rapidamente quando Harry fez menção de falar alguma coisa "O grande vilão aqui é o Lord das Trevas, e não você. Muito pelo contrário, você está aqui para acabar com as forças das Trevas, lembra-se? O que se passou aquela noite no Departamento de Mistérios foi causado pelo Lord, tudo culpa dele e de seus Comensais. Acredite, mesmo que você tentasse ou estudasse alguma coisa, jamais conseguiria repelir aquele sonho. Meu pai me contou tudo quando chegou em casa, e lembrou de acrescentar que os seus sonhos eram fruto de Magia Negra poderosíssima."

Harry ficou pensativo por alguns instantes e levantou-se de supetão. Murmurou um 'Te vejo à noite' para Malfoy e saiu do banheiro em direção à sala do prof. Flitwick, deixando um loiro surpreso no chão do banheiro. O sonserino se recompôs e também seguiu para a aula, agora esperando ansiosamente o encontro daquela noite.