MEU VERDADEIRO AMOR

Disclaimer: Isso é uma obra de ficção. Algumas personagens e lugares citados pertencem à J. K. Rowling e foram usados sem permissão. Essa história foi escrita sem fins lucrativos. Qualquer transgressão a marcas registradas não é intencional. Outras citações serão feitas quando necessário.

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Dia das Bruxas

O sol já nascia mais tarde, mas ainda assim era a definição perfeita de como se encontrava o castelo que abrigava a Escola de Hogwarts. Tudo estava lindamente... alaranjado! Hagrid havia feito lindos enfeites com algumas centenas de abóboras de um laranja vivo como o sol nascente, o que decididamente dava ares mais alegres à escola. Por se tratar de um feriado, nenhum dos alunos pode assistir ao espetáculo que a natureza proporcionava àquele dia. Todos dormiram até um pouco mais tarde (bem mais tarde no caso de Neville e Simas), assim como todos passaram o dia eufóricos com o jantar e a apresentação que As Esquisitonas fariam à noite.

Harry tinha um motivo extra para sua impaciência: o encontro com Draco. Passou o dia inteiro jogando xadrez bruxo com Rony, disputando partidas de Snap Explosivo com Gina e até mesmo revisando algumas lições com Hermione, mas durante todo esse tempo sua mente concentrava-se apenas no loiro, o que resultou em uma lavada dos irmãos Weasley e uma bronca da estudiosa amiga.

Às sete e meia, os quatro mais Neville e Colin desceram as escadarias do colégio em direção ao Salão Principal. Ao chegarem impressionaram-se com a decoração que mudava completamente os ares de 'refeitório'. Mesas redondas para no máximo três pessoas estavam espalhadas por todo o salão, sem ter uma mesa diferenciada aos professores. Na plataforma onde geralmente encontrávamos a mesa deles, estavam todos os equipamentos da banda que tocaria a seguir. Harry, Rony e Hermione seguiram para uma das mesas centrais ainda observando as abóboras, morcegos, vassouras e outros símbolos bruxos que enfeitavam o salão. O jantar foi um espetáculo a parte. Havia cerveja amanteigada (liberada para os alunos a partir do 5º ano) acompanhando pratos deliciosos e típicos da época

Harry estava mais disperso que nunca, na verdade, a procura de um certo sonserino com quem deveria se encontrar. Procurou comer e, principalmente, aparentar que estava comendo muito. Terminou meio logo (Rony ainda estava repetindo, mas Hermione estava terminando mesmo) e pediu licença. Apesar dos protestos dos amigos, Harry disse que estava cansado e precisava relaxar um pouco, finalmente deixando os dois a sós. Seguiu direto para a Sala Precisa, onde encontrou a sala decorada da maneira de Draco. Este estava sentado no sofá, com um copo de whisky de fogo na mão e uma garrafa, ainda no começo, e outro copo no chão ao seu lado.

"Olá." Cumprimentou. O outro apenas acenou com a cabeça. "E então? O que queria falar comigo?" Perguntou o moreno enquanto sentava-se ao lado de Malfoy e servia-se do whisky no segundo copo.

"Harry, lembra-se de nosso primeiro encontro nessa sala? Do porquê eu lhe chamei até aqui?" Malfoy falava pausadamente, como que testando o terreno em que pisava.

"Claro. Você estava com problemas, mas nunca mais tocamos no assunto..."

"Eu esperava poder evitar o máximo possível tudo o que vai acontecer, mas agora não adianta mais fugir, eu estou contra a parede."

"Do que exatamente está falando?" Harry tinha uma idéia para aonde a conversa iria, mas o loiro tinha que deixar tudo bem claro, sem meias palavras se realmente quisesse sua ajuda.

"Vou receber a Marca Negra Harry, vou me tornar um Comensal." Os dois ficaram em silêncio por alguns minutos. O grifinório precisava absorver direito a informação, mas perguntas o impediam de raciocinar direito.

"Quando? Porquê???"

"Nos feriados de final de ano. E porque é a única opção que eu tenho." Draco analisava a face inquieta do grifinório, que em nada escondia sua surpresa. "Você sabe disso Harry, esse é um fato do qual eu não tenho como fugir."

"Mas, mas... Temos que dar algum jeito de impedir isso!"

"Harry! Caia na realidade, pelo amor de Merlin! Não há nada que possamos fazer!!!" A fúria de Draco crescia. Porquê justo nessa conversa tinham que discutir?

"E você vai simplesmente se conformar com isso? Trabalhar para um maluco qualquer que acha que pode matar milhares de trouxas e dominar o mundo???"

O sonserino finalmente esgotara toda a paciência que tinha restante. Levantou-se supetão do sofá e, com um grito sufocado, atirou seu copo de whisky na lareira. Ficou então admirando o fogo em silêncio, sem coragem de voltar-se para Harry, mesmo que pudesse sentir os olhos verde-esmeralda o mirando. Depois de alguns minutos, que Malfoy juraria serem horas, o loiro pode sentir a mão do Garoto-que-Sobreviveu pressionando levemente seu ombro, encorajando-o.

"Draco, o que pretende com tudo isso?"

Finalmente os olhos cinza-prateados desconcentraram-se das chamas que ardiam na lareira para voltarem-se a face do moreno. Harry, pela primeira vez, podia ver dor e vergonha neles.

"Esperava que você pudesse aparecer com uma solução... Afinal, você é o 'Garoto-Maravilha' de Dumbledore, não?" A voz de Draco nunca esteve tão arrastada, mas era porque desta vez havia emoção nela. Não estava seca como normalmente, mas embargada por um turbilhão de sentimentos.

"Talvez se recorrêssemos ao próprio Dumbledore..."

"Não!" O loiro o cortou imediatamente. "Sabe que não! Ele não deixaria eu receber a Marca e isso causaria a maior das confusões. Perseguido por Aurores e Comensais, lembra-se? Não posso me dar a esse luxo."

"Então, o que tem em mente? Se me chamou aqui, deve ter pensado em alguma coisa..."

"Sim, pensei. Mas antes eu preciso saber no quanto você confia em mim. Confia em mim Harry?" Draco o olhava com ansiedade pela resposta.

"Ora, eu...."

"Foi o que imaginei. Obrigado pela preocupação, Potter." A voz e os olhos novamente frios como gelo, Draco passou praticamente correndo por Harry em direção a porta.

"Draco espera!" Harry virou-se e agarrou Malfoy pelo pulso. "A pergunta me surpreendeu, mas sim, é claro que confio em você."

"Não foi o que pareceu até minutos atrás. Adeus Potter." Desvencilhou-se do moreno e saiu da sala.

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Draco queria mata-lo! Não, matar era pouco. Queria tortura-lo até a morte. É, talvez isso soasse um pouco melhor. Tudo o que o sonserino queria era uma palavra de apoio, para contar seu plano de se infiltrar como espião apenas, mas não! Potter tinha que estragar tudo!!!

Malfoy ia em direção ao Salão Comunal da Sonserina praticamente correndo. Quem passasse por ele provavelmente não reconheceria o rapaz, normalmente calmo e cheio de si, que no momento tinha os olhos faiscando de fúria. Ao chegar no dormitório, ainda tomou mais alguns goles da garrafa de whisky que tinha escondida antes de espatifa-la contra um quadro de Salazar Slytherin.

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Agradecimentos: a Liupo (q tbm naum deixou o mail...), Lo26, Serim, Rebeca e Julia Yagami muito obrigada pelas reviews! Valeu!!! E espero que tenham gostado do novo capítulo... Bjos.

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Continua...

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