MEU VERDADEIRO AMOR
Disclaimer: Isso é uma obra de ficção. Algumas personagens e lugares citados pertencem à J. K. Rowling e foram usados sem permissão. Essa história foi escrita sem fins lucrativos. Qualquer transgressão a marcas registradas não é intencional. Outras citações serão feitas quando necessário.
Outra Chance
Harry olhou desconcertado para a porta que se fechava com violência a sua frente. Malfoy acabara de sair por ela, deixando o moreno completamente perturbado por tudo que acontecera ali. Harry sentou-se novamente no sofá e tomou o último gole do seu whisky, enquanto admirava o fogo crepitante na lareira. Sua mente corria entre milhares de pensamentos soltos, desde lembranças a idéias que havia tido, conceitos desconexos mas com um único ponto em comum: Draco Malfoy.
Era incrível como o loiro melhorava ou piorava sua vida em questão de segundos, num redemoinho de emoções que o deixava completamente confuso. Harry sabia que teria de procura-lo, não podia deixar tudo terminar desta maneira, não quando havia uma última oportunidade de salvar o outro. Não pensou duas vezes antes de pegar pena e pergaminho (que a Sala prontamente fornecera) e iniciar sua carta a Malfoy. Procurou escrever todas as idéias que lhe passassem pela cabeça, fazendo o possível para não tornar a carta confusa.
Há muito já havia passado da meia-noite quando Harry finalmente deixou a sala em direção ao corujal. Faria exatamente como Malfoy: enviaria uma coruja da escola com ordens para fazer sua entrega ainda hoje e diretamente ao loiro. Dentre as poucas corujas que ainda não haviam saído para caçar, se encontrava aquela que lhe entregara o último bilhete do sonserino. Prendeu o pergaminho na pata dela e a observou sobrevoar a escola antes de mergulhar em direção às masmorras.
Draco havia acabado de se jogar na cama quando ouviu um barulho já conhecido na janela do quarto. Correu para receber a coruja antes que seus colegas acordassem e não ficou feliz ao perceber qual coruja era aquela. Também não gostou quando viu o pergaminho sem remetente ou destinatário do lado de fora. Liberou a coruja e estava quase atirando o pergaminho ainda lacrado na lareira quando algo o impediu. Afinal, se o outro se dera ao trabalho de lhe escrever, talvez merecesse pelo menos que tivesse sua carta lida. Abriu o pergaminho de vagar e passou os olhos sobre as palavras ali escritas.
'Malfoy,
não, Draco,
por favor pare um pouco e leia com atenção as palavras abaixo. Nunca imaginei que pudesse dizer (ou escrever) qualquer coisa parecida, mas preste atenção nestas palavras: eu estou preocupado com você. Agora, já não me importam mais nossas rixas antigas, nossas infantilidades ou nossa rivalidade. Já a algum tempo, nós iniciamos uma amizade sem nos darmos conta disso. E agora, mais do que nunca, eu estou preocupado com o seu futuro.
Eu não posso lhe impedir de tomar suas próprias decisões, bem como eu não posso surgir com um milagre para lhe salvar. Ao contrário de todas as expectativas, não, eu não sou nenhum mago todo-poderoso. Apenas tenho um punhado de sorte e bons amigos. E eu gostaria de incluir você nesta lista de bons amigos. Amigos que me ajudam e que eu faria de tudo para ajudar. Mas eu realmente não sei o que você quer Draco. Você explodiu antes que pudéssemos chegar a qualquer conclusão.
Eu lhe peço, por favor, nos dê outra chance. Se presenteie com outra chance. Estarei lhe esperando amanhã à noite, aqui, no mesmo horário. Um abraço de seu amigo,
H.J.P.'
Draco tinha o coração em frangalhos. Por Merlin! O que acabara de fazer? Agora entendia porque o moreno era o "Garoto-Maravilha" de todos. Depois de tudo o que tinha dito, ele havia lhe dado outra chance. E ele a usaria. Falaria com Potter, não, Harry e se tornaria um espião para ele. Depois que recebesse a Marca poderia ir até Dumbledore. E então tudo se ajeitaria, inclusive ele e Harry.
A noite passou ansiosa, como se o castelo inteiro ainda estivesse acordado. Dois garotos em seus dormitórios reviravam na cama a espera do dia seguinte. Cada um com seus próprios receios e imaginando o que o outro diria quando se encontrassem novamente. Quando a escola acordasse naquele domingo, depois de uma grande festa de Dia das Bruxas, de nada desconfiaria. Jamais saberiam que, enquanto todos dançavam e se divertiam ao de uma banda famosa, dois inimigos estavam aproximando mais do que nunca sua amizade.
O dia se transcorria como a noite anterior. Tudo parecia normal. Enquanto Ron fazia uma ronda pelos corredores da escola, Hermione revisava pela centésima vez a matéria da última aula de feitços. Gina estava sentada na Sala comunal, conversando e trocando beijos com seu namorado Dino Thomas , enquanto Neville procurava mais uma vez por seu sapo. Mas para Harry, tudo isso parecia surreal. Ele conseguia concentrar-se em apenas um par de olhos prateados que não estavam ali com ele. Mas que logo estariam, pelo menos, era o que ele esperava.
Agradecimentos: a Serim e a Viviane, obrigada por se fazerem presentes. Beijos!
