Um ataque aos Sentidos
Normal
Harry estava cansado. As últimas semanas... Bem, não havia palavras pra descrever as últimas semanas. Ele se largou no sofá no salão comunal e suspirou fundo. Precisava de umas férias. Outro corpo se largou junto do dele, com o cuidado de manter uma certa distância.
-Cansado? - Hermione perguntou.
Harry esfregou os olhos. -Você não sabe o quanto. Pensando bem, acho que sabe.
-Tenho algumas informações que podem te animar - Hermione ofereceu.
-Mesmo? O que é? A localização de Voldemort? Do quartel dos Comensais da Morte? Tendências da moda para o verão?
-Nem imaginava que você se interessava por moda, Harry. Não, descobri porque todas essas coisas aconteceram com a gente.
Harry remexeu desconfortável. -Não me deixe esperando.
Hermione respirou fundo. -Rony. Ele colocou os feitiços. Aparentemente, tinha um grande plano pra afetar nossos sentidos e achou um feitiço pra cada um. Quando um não funcionava, ele tentava outro.
Harry ficou sem palavras. Mexeu a boca várias vezes antes das palavras finalmente conseguirem sair. -Por que, por tudo que é mais sagrado, ele queria colocar esses feitiços na gente?
Hermione ficou um pouco constrangida. -Bem, acho que Rony estava tentando juntar a gente.
Harry levantou os olhos, surpreso. -Juntar a gente?
Hermione com certeza estava acanhada agora. -Sim, você sabe, como namorados.
Harry piscou, tentando processar essa informação. -Devia matar ele - ele disse, pensando em todos os problemas que os feitiços causaram. Tentou não notar que estava um pouco corado com a idéia de namorar Hermione. Balançou a cabeça para tirar esses pensamentos e pensou no que Hermione lhe dissera. -Espere, quer dizer que Rony estava bancando o cupido? - Pensou nisso um momento e depois começou a rir. -Pode imaginar Rony se escondendo nas sombras, nos seguindo, tentando armar situações estranhas para que pudéssemos nos apaixonar perdidamente?
Hermione ainda estava acanhada, mas a risada de Harry era contagiante e ela começou a rir também. -Azevinhos pendurados nas portas.
-Leprechauns cantantes passeando pelos corredores de novo - Harry sugeriu, rindo.
-Nos trancar em armários de vassouras - Hermione conseguiu dizer, entre as risadas.
Eles continuaram assim por um tempo, cada um inventando um plano maluco que Rony poderia ter usado (o que eles não sabiam era que vários desses planos foram considerados, mas os descartaram por falta de "estilo". Um cupido deve ter uma certa classe e ctegoria acima de tudo).
Depois de um tempo, se acalmaram e começaram a falar de quadribol e aritmancia, adivinhação (apesar de Hermione ficar contradizendo tudo) e a atenção diferente que Rony dava a Lilá. Eles decidiram que o interesse dele era bom pra ele, já que Lilá estava muito diferente da garota voadora que era há seis anos e, mais importante, podia lidar e discutir com Rony sem exagerar na raiva, diferente de várias garotas que os dois conheciam. E enquanto conversavam, uma coisa estranha aconteceu. O tom da voz de Harry envolveu Hermione enquanto ele falava e ria. Sentia-se aquecida por ouvi-lo tão feliz e despreocupado. Fazia tempo que ele não ficava assim tão relaxado. A voz clara, atenciosa de Hermione se projetou sobre Harry. Ele ouvia muito pouco a risada dela e escutar o tom jovial de sua voz, o alegrava mais que qualquer coisa.
Conseguiram se controlar e ficaram conversando num tom mais suave, falando sobre o dia que tiveram. A lareira dava ao salão um brilho quente. A luz balançava sobre as cortinas pesadas e tapetes do cômodo, escurecidos pelo uso. O dourado polido do cômodo refletia um brilho forte. As luzes amarelas brilhantes caiam sobre os ocupantes do salão, brincando sobre seus rostos e roupas. O efeito geral era de sombras rápidas e luz de velas, linhas suaves e peles brilhantes.
Os cabelos rebeldes de Harry tinham um brilho negro e Hermione tinha certeza que nunca olhara pra nada mais suave. Observava principalmente o perfil dele enquanto conversavam, a luz sobre sua aparência familiar, mas um tanto diferente. Os traços principais eram do garoto que conhecera sete anos atrás. Os óculos finalmente foram trocados (e enfeitiçados por Hermione com vários encantos para que não quebrarem) e seus olhos guardavam um pouco mais de tristeza e dor, mas ainda eram os mesmos verdes brilhantes que sempre foram e Hermione se perguntou como eles podiam brilhar tanto num cômodo tão escuro. O nariz era o mesmo 'fino e aristocrático', como Austen diria, Hermione pensou, mas o queixo tinha se alargado e ficado mais quadrado. Quando ele virava pra ela, um sorriso aparecia, iluminando todo seu rosto. Hermione ficou surpresa ao perceber que Harry garoto estava mudando para Harry homem. Como não viu isso? Não tinha deixado de perceber as mudanças em Rony, mas esse novo Harry a pegou completamente de surpresa. Ela olhava fascinada enquanto ele continuava a falar de quadribol e das atitudes de Rony.
Harry olhava furtivamente para Hermione, pensando sobre a mesma coisa. O cabelo dela ainda era lanzudo, mesmo assim brilhava na luz da lareira e Harry teve que se segurar para não esticar a mão e capturar um cacho solitário. Seus olhos tinham um brilho castanho profundo. O tempo mudara o rosto dela; não era mais o rosto doce de uma criança, mas o de uma mulher de inteligência firme, de compaixão profunda e um senso de humor surpreendente. Sua pele brilhava sob a luz fraca. Os olhos dele apreciaram a forma delicada que tinha curvas suaves de quadris e seios. Ela fez um gesto e a atenção dele se voltou para as mãos dela, compridas e finas, um pouco calejadas por segurar canetas de pena com muita força e escrever por muito tempo. Hermione era amável, ele percebeu com uma clareza repentina. Ele sempre a achou atraente, mas isso... Isso era a beleza de um jeito que nunca vira antes.
Enquanto a noite passava e eles ficavam com mais sono e mais relaxados, começaram a se aproximar um do outro. Eventualmente, se acharam com a cabeça de Hermione sobre o ombro de Harry e a cabeça dele descansando sobre a dela. Já tinham ficado nessa posição inúmeras vezes antes quando Harry precisava falar com Hermione e Rony sobre seus problemas ou simplesmente precisava se certificar que eles estavam ali e a salvo. Harry dividia o sofá com Hermione e Rony deitava no chão ou sentava em uma cadeira. Eles já tinham papéis de costume, com Rony animando-o muito e dando conselhos malucos e Hermione alternando entre confortá-lo ou resolver o problema ou oferecendo para pesquisar sobre o problema que ele tinha. Essa era uma posição confortável, familiar, mas agora incomodava com uma tensão estranha.
Hermione sentia o cheiro fresco do casaco de Harry e se mexesse a cabeça um pouco, seu rosto ficaria enterrado no delicioso encontro entre o ombro e pescoço dele. Mas ela não faria isso, é claro, porque era tolice. Mas talvez se ela se esticasse um pouco... Um cheiro suave, apimentado chegou ao nariz dela e corou ao perceber que era a pele de Harry. Ela tinha ficado nessa posição tantas vezes antes, mas nunca foi assim. Mesmo naquele dia estranho que eles dividiram o armário de vassouras (um problema que ela ainda não conseguira entender por completo, para sua irritação), não tinha tomado tanta consciência de Harry.
Harry, como se pode supor, estava na mesma situação. Pra uma posição de corpos e membros que j estava tão acostumado, ele estava tendo muitas dificuldades em se concentrar em qualquer coisa que não fosse o cabelo de Hermione. Era uma fragrância extremamente prazerosa, uma mistura de xampu floral, ar fresco e livros. Uma combinação estranha, com certeza, mas muito boa. Era só que... por que ele só estava notando agora? O que estava diferente?
-Você precisa cortar o cabelo - Hermione murmurou sonolenta.
Harry recuou e olhou para ela, divertindo-se. -Talvez não me conheça. Sou Harry Potter. Meu cabelo cresce magicamente na mesma hora.
Ela respirou irritada. -Cresce na mesa hora se for raspado por sua tia. Não estou sugerindo nada tão drástico. Tirar as pontas, só isso. A não ser que queira deixar seu cabelo como o de Lucio Malfoy. Ele tem cabelos lindos.
A expressão de Harry era uma mistura de desgosto, irritação e surpresa, com uma pitada de ciúmes. -Lúcio Malfoy é um dos maiores vilões, um homem péssimo. Ele é o mais sádico dos Comensais da Morte, um título muito disputado, garanto. Só perde o título de maior bastardo do planeta pra Voldemort.
-E ele tem cabelo lindo - Hermione disse, calmamente.
Harry balançou a cabeça. -É como se eu não te conhecesse.
Hermione levantou a cabeça. -Eu às vezes tenho pensamentos femininos, sabe. E apreciar a estética de cabelos longos, loiros, brilhantes é bem diferente de apreciar o homem embaixo deles.
Harry olhou surpreso para ela, pensando uma coisa. -Você não vai pitar os cabelos de loiro, não é? Mudar seu visual completamente?
Hermione balançou a cabeça veementemente. -Por Deus, não.
Harry respirou aliviado. -Que bom. Não consigo te imaginar loira.
Hermione franziu as sobrancelhas. -Não consegue? Por quê?
Harry deu os ombros. -Não é você. Muito comum. Além disso, seu cabelo é perfeito do jeito que é.
Ao ouvir isso, Hermione deu um sorriso caloroso e estremeceu um pouco. Harry se entregou ao desejo que o perseguiu a maior parte da noite e esticou a mão, enrolando um cacho ao redor de seu dedo e puxou delicadamente. -Combina com você.
Ela sorriu novamente, deu as costas pra ele, e se aproximou do garoto, se apoiando nele. Essa posição não ficou confortável para Harry, então ele virou de modo que suas costas ficaram contra o braço do sofá, as costas de Hermione pressionando contra seu peito. Ele procurou onde colocar as mãos e braços um momento, e eventualmente os colocou ao redor de Hermione, as pontas de seus dedos tocando levemente as mãos dela.
Continuaram a conversar noite a dentro, falando de seus colegas, planos pras férias e conceitos filosóficos que só faziam sentido a essa hora da madrugada. O calor do fogo penetrava em seus corpos. O ar ficou pesado e seus movimentos ficaram lentos, lânguidos. As mãos de Harry começaram a percorrer os braços de Hermione, de forma longa, preguiçosa. Para alguém olhando de fora, parecia o toque antigo, confortável e familiar de um namorado, mas para Hermione não era nada disso. Os dedos de Harry pareciam deixar um trilho de fogo atrás deles, arrepiando-a por onde passavam. O que enlouquecia Hermione era que Harry parecia não perceber o que estava fazendo e o efeito que tinha sobre ela – aquelas mãos deliciosamente macias. Amuada, ela pegou a outra mão dele e começou a alisar seus dedos compridos, elegantes, distraída por pensamentos obscuros de como isso tudo era injusto e por que de repente ela estava dando tanta atenção ao que a mão de Harry fazia? Ela suspirou. Que mãos bonitas ele tinha.
Harry se assustou quando Hermione segurou a mão dele e começou a alisar seus dedos, mas era uma sensação tão boa que era melhor ficar quieto. Os dedos dela passavam pelos dele enquanto conversavam, correndo cada dedo de cima a baixo antes de alisar as costas das mãos de maneira aleatória pra depois passar para palma. O toque dela era leve como uma pluma e mal passava em alguns pontos, mas aumentava a pressão nos nós dos dedos dele, fazendo círculos, tirando a tensão. Era uma sensação deliciosa, relaxante e estimulante ao mesmo tempo e Harry inclinou a cabeça para trás sobre o braço do sofá, quase ronronando de prazer. Sua mente se voltou para mais cedo naquela noite, ele e Hermione sentados e rindo... Rindo por pensar em Rony bancando o cupido pra eles. Não, ele se corrigiu, rindo por pensar nele e Hermione juntos.
-Por que é uma má idéia? - Harry perguntou repentinamente. -Nós rimos disso. Por que é uma idéia tão ruim?
Hermione pausou sua massagem, imaginando como responder. Ela sabia sobre o que ele estava perguntando. Sabia o que estava perguntando porque estava pensando a mesma coisa, mas todas as razões que tinha não pareciam muito sólidas no momento. Recomeçou sua massagem, tentando colocar um pouco de ordem em seus pensamentos.
-E você não pode dizer que é porque somos melhores amigos - Harry falou. -Nós dois sabemos que não é um motivo de verdade.
-Acho que é um motivo muito bom - Hermione respondeu. -Sabemos como agir e essa relação funciona. Por que arruinar isso?
-Quem disse que vai ser arruinado? Por que assumimos isso? Por isso rimos – 'ah, nós dois, um casal? Claro que não, somo amigos. Acabaríamos em três meses, no máximo. Não podemos nos ver como mais nada alem de amigos.' Por que? Quando decidimos que eu não posso te ver mais do que como uma amiga? - Ele perguntou com um tom de raiva.
Dessa vez Hermione parou completamente sua massagem. -Você me olharia mais do que como amiga?
Harry deu uma risada incrédula. -Claro que sim, Hermione. O que você acha que significou aquilo no campo de quadribol?
Ela respirou fundo. -Pensei que fosse o feitiço. Não... não achei que fosse real.
Harry balançou a cabeça. -Você está se fazendo de estúpida de propósito.
Estúpida, Hermione pensou. Aquele que não tem rapidez ou inteligência. Uma coisa estranha pra acusá-la de estar se fazendo. Então por que ele disse? Pense no problema logicamente – comece com os feitiços. Mágica não é 'mágica' de verdade. Tem que obedecer às leis da ciência; magia é apenas outra força que pode ser manipulada. Conservação de matéria e energia se aplica ao mundo mágico. Nada se cria espontaneamente, tudo começa de algum lugar – o "ouro" dos leprechauns desaparece depois de certo tempo, a comida de Hogwarts é preparada com antecedência e depois transportada por Dumbledore – Hermione engasgou um pouco quando seus pensamentos pararam de repente.
Como ela podia ser tão estúpida?
Virou-se para encará-lo, ainda atônita. -Aqueles feitiços. Eles só podiam ter nos afetado se estivessem usando algo que já existia em nós. De outra forma, seriam inúteis.
Harry apenas a olhava, sem expressão.
Hermione balançou a cabeça. -Não, espere. Eles poderiam ter usado a amizade que temos e transformado esses sentimentos em algo que não eram. Acreditaria que estava apaixonado, se tivesse todos 'sintomas', mas depois quando o feitiço passasse, esses sentimentos aumentados magicamente acabariam e tudo voltaria ao normal.
-Eles não voltaram ao normal, Hermione - Harry disse, nu sussurro, virando para encarar a lareira. -E tenho quase certeza que eles não estavam 'normais' antes dessa coisa toda.
Ela olhou para ele, tudo o que pensou naquela noite passando por sua cabeça, lembranças de seus comportamentos diante de Harry antes dessa história de cupido inundaram sua mente, lembranças dele enrolando. Tudo girava em sua cabeça, até que ela achou um sentido, achou o fio da meada como qualquer bom aluno pode fazer e então se perguntou como nunca percebera antes. Ela sabia a resposta, mas como podia dizer alguma coisa? -Nossa... - ela sussurrou. -Nossa.
Quando Harry voltou a olhar para ela, viu a emoção queimando em seus olhos e sabia que a mesma emoção estava evidente no próprio rosto. Abriu a boca pra dizer alguma coisa, qualquer coisa, mas nenhuma palavra saiu. Ele se contentou em levantar a mão pra tirar uma mecha do cabelo do rosto. De alguma forma, ao invés de voltar para o lugar, a mão dele ficou perto do rosto dela e acariciou sua têmpora. Ela se encostou um pouco na mão, olhando para ele com os olhos bem abertos, ansiosos, sem acreditar no que acontecia. Os dedos dele correram de leve pela bochecha dela antes de segurar o queixo. O polegar dele delineou os lábios dela.
-Lembro de estar assim antes - ela sussurrou, se aproximando, seus olhos travados nos dele.
Harry balançou a cabeça. -Não dessa parte - ele murmurou antes de acabar com a distância entre eles.
Harry não acreditava em momentos perfeitos, mas agora teria que começar. As coisas se encaixaram e isso era só o começo. Um toque gentil de lábios que se encontravam, movendo suavemente um sobre o outro, a outra mão dele encontrando o rosto dela. Uma fragrância delicada pairou pelo ar, uma mistura deles, forte e doce, tinta e ar fresco. As cabeças inclinando para um lado e depois para o outro e depois voltando para o outro lado, tentando achar aquele ângulo perfeito, tentando alcançar cada parte de sua boca. A boca dele puxou o lábio inferior dela, antes de voltar com força total. Ela era a doçura e bondade e inteligência e Harry se perguntou como o sabor de alguém podia ser de inteligência, mas isso não importava mais, e tudo que podia ver, tudo que podia ouvir, tudo que podia sentir era Hermione; se afogava nela e não se importava porque ele podia ficar ali para sempre.
Hermione estava pegando fogo. Suas mãos se moviam sobre a pele e cabelo dele, mas ele não ficava perto dela o suficiente. Agarrou uma mecha de cabelo dele, com a outra mão segurou a parte de trás do pescoço dele. Ficou de joelhos e passou a língua pelo lábio dele. A boca dele se abriu sob a dela e com certeza esse era o momento perfeito. Ele era apimentado e quente e frio e delicioso. Ele era Harry e não era nada mais nada menos que seu par perfeito e tudo o que queria e precisava. O mundo dela mudou, cada peça se encaixando e agora ela entendia, entendia tudo, como não poderia? Ela se afastou e apenas o olhou, ofegando.
-Eu te amo - sussurrou, sua voz num tom maravilhado. -Estava lá o tempo todo. Por isso os feitiços tinham tanta intensidade. Já te amava antes dessa coisa de cupido. Como não vi?
Harry a encarou e deu um pequeno sorriso. -Não se culpe, eu só descobri que te amava uns trinta segundos antes que você.
-Quem disse que eu me culpo? - Hermione respondeu, ofendida. -Parece que nós estávamos muito ocupados tentando negar.
Harry levantou uma sobrancelha. -Você ouviu o que eu disse?
-O que? Que você me ama? Claro que ouvi. Descobri isso na mesma hora que descobri que te amava - ela disse, acenando com a mão.
Harry deu um grande sorriso. -Que sorte a minha de amar alguém tão inteligente. Ela consegue descobrir o que todos sentem e depois agir com completa indiferença a declarações de amor e adoração.
Hermione deu um "hum" de impaciência e irritação, balançando a cabeça e depois olhou pra ele, um pouco tímida. -Você me ama mesmo?
Harry fez que sim. -Tanto que não consigo enxergar direito- murmurou. -E não é por causa de alguma azaração de Rony.
-Você nunca me disse diretamente que me adorava - ela falou.
-Já está pedindo elogios? Tudo bem. Eu te adoro.
-Eu não estava pedindo elogios, seu bobo. Que sorte eu tenho de amar alguém que não me entende de propósito. Eu devia me poupar e namorar com Rony.
Harry a segurou e colocou em seu colo. -É melhor não fazer isso. Não me responsabilizo por minhas ações. - Ele sorriu bobo pra ela e depois ficou com uma expressão pensativa. -Então, o que fazemos agora?
Ela olhou surpresa para ele. -Como assim?
-Bem, nós descobrimos que nos amamos loucamente, declaramos esse amor e aceitamos tudo muito bem, na minha opinião. Não tivemos derramamento de lágrimas, nem ninguém arrancando os cabelos ou declarações que nunca poderíamos ficar juntos ou que somos apenas bons amigos. Francamente, quando descobri que te amava, achava que demoraria umas duas semanas até chegarmos nesse ponto. Agora você está sentada em meu colo e não sei o que fazer.
-Eu posso me desmanchar em lágrimas, se você quiser - Hermione sugeriu.
-Hum... Prefiro você aqui no meu colo mesmo.
Ela olhou pra ele com a sobrancelha levantada. -É, eu percebi.
Harry limpou a garganta e mudou um pouco a posição de Hermione em seu colo. Ela voltou pro mesmo lugar. -Sim, bem... isso é uma opção pra daqui um tempo, eu acho. Mas ainda não resolve nosso problema do que fazer agora.
-Deixa-me adivinhar, você planejou um encontro apaixonado no qual nós dois, entre lágrimas, declararíamos que nos amamos e não podemos viver sem o outro, etc, etc, etc? - Harry fez que sim com a cabeça e ela continuou. -Bem, como nós pulamos essa parte, podemos passar pra próxima fase. Qual a próxima parte?
Harry corou. -Uns malhos, na verdade.
Hermione bateu palmas e sorriu. -"timo. Sabia que era uma boa idéia te amar. Bem, uns malhos, então.
Harry ficou um pouco surpreso. -O que, agora?
-Estava planejando que fosse outra hora? - Hermione perguntou, confusa. -Achei que já estivéssemos nessa parte, em seu grande plano de amor, perda e amor.
-Que história é essa de grande plano? - Rony falou do andar sobre o salão comunal. Harry e Hermione olharam para cima e viram, em horror e espanto, o que parecia ser (e na verdade era) toda a população da Torre da Grifinória tanto espalhada nas escadas quanto na sacada, tentando achar uma posição pra ver o que estava acontecendo. -O que é esse grande plano?- Rony repetiu a pergunta quando chegou ao fim das escadas. -Por favor, não me diga que vocês têm um plano - ele disse, olhando acusador para Hermione.
-Por que estão todos aqui? - Harry quis saber, olhando a seu redor, os olhos arregalados de espanto. -Eles estavam aqui o tempo todo?
-Claro que não - Simas entrou na conversa. -Só a gente - ele explicou, apontando para o Time. -Nós relatamos tudo para os outros.
O rosto de Hermione ficou muito vermelho. Todos recuaram. Harry não tinha mais certeza se Hermione estar sentada em seu colo era realmente uma boa idéia. -O que? - ela sibilou.
-Hermione, ele estava só brincando - Lilá disse gentil, relaxando Hermione um pouco. -Bem, mais ou menos. Enfim - ela continuou apressada, vendo Hermione ficar vermelha novamente. -Ouvimos as partes importantes e pedimos desculpas por ouvir escondidos, mas isso era tão importante pra gente, e nós achávamos tão lógico que vocês dois ficassem juntos e queríamos que ficassem felizes (-e que parássemos de ter dever extra de poções - Simas resmungou) e agora vocês dois estão e se amam e tudo é maravilhoso, de verdade - ela terminou, respirando. -Sabe, todos estávamos tão envolvidos emocionalmente.
-Hã... Obrigado? - Harry disse, confuso. Uma idéia começou a passar por sua cabeça. Quanto mais ele pensava, mais fazia sentido. -Só pra esclarecer as coisas... Todos vocês estavam ajudando Rony? - para sua surpresa, o Time inteiro fez que sim. -Ah - ele disse baixinho. -Nós éramos um projeto da Casa. Que legal.
-Eu vou matar eles - Hermione rosnou. -Todos eles, enquanto estiverem dormindo. Zap! Morto.
Harry olhou surpreso para ela. -Eles nos ajudaram a ficar juntos.
Gina concordou. -Sim, ajudamos, e era quase impossível, se querem saber. Tanto trabalho com aqueles feitiços e poções e parecia que nunca iam ter resultados.
Hermione deu os ombros.-Teve resultado, só não foi o que esperavam. Também, o que vocês esperavam? O que vocês fizeram não foi uma delicada operação cupido; foi um ataque. E francamente, como puderam fazer isso? Todos aqueles feitiços e poções provavelmente eram muito perigosos e ilegais! Aposto que não pensaram o que poderia acontecer se algo desse errado - ela disse, irritada.
-Hermione, tudo o que fizemos foi pensar no que poderia acontecer a vocês dois - Simas disse secamente. -Nunca pesquisei tanto em minha vida quanto pesquisei nessas últimas semanas. Tínhamos que verificar tudo o que aqueles feitiços faziam e pesquisamos. Bem, menos com aquela poção pra alterar o olfato de vocês. Não sei o que foi que aconteceu - ele disse, olhando para Neville e Rony.
-Hei! Eu disse a Rony que não podíamos misturar as plantas e torcer que desse tudo certo! - Neville exclamou. -Fiz meu melhor naquela poção e ela quase funcionou! Eu não podia pedir a ajuda de Hermione, não é mesmo? Além disso, eles não morreram - ele disse, um pouco chateado.
Hermione se deixou controlar por sua compaixão e se achou na estranha posição de consolar alguém que tinha propositalmente causado uma confusão em sua vida. -Era uma poção boa, pro propósito que tinha - confortou. -Mas não faça mais isso. Nunca mais.
Neville fez que sim aliviado, grato que Hermione não fosse fazer nada insuportavelmente doloroso a ele.
Harry notou que Parvati olhava para eles como se quisesse perguntar algo, mas parecia hesitar em dizer, ou mesmo se realmente devia dizer. -Pergunte logo, Parvati. - Harry suspirou. -É melhor terminar esse assunto de vez.
Parvati sorriu agradecida para ele. -Só estava me perguntando quando foi que vocês descobriram que havia algo diferente entre vocês dois. Nós, hã, já sabemos quando descobriram que se amavam - ela disse, dando um olhar de desculpas pra Hermione. -Mas queria saber se todos aqueles feitiços funcionaram.
-Por que? Está pensando em abrir uma empresa de cupidos com Rony? Ou só está interessada em saber todos os detalhes? - Dino zombou.
Parvati olhou seca pra ele. -Estava curiosa sobre a eficiência daqueles feitiços. E se me lembro bem você chamou ele de "O maldito casal do milênio" e ficou muito abalado quando eles não se beijaram, então não diga que é melhor que eu!
Harry olhou de lado pra Hermione e escondeu um sorriso ao ver a discussão dos dois. -Um tempo depois que o feitiço pra nosso tato terminou, eu acho. A eletricidade não sumiu pra mim. Não conseguia entender. -Hermione deu um sorriso meigo pra ele e repousou sua testa contra a dele.
Os olhos de Rony pularam das órbitas. -O que? Você sabia que a amava e não disse nada?
-Não sabia o que fazer sobre isso! Nem tinha certeza se realmente a amava! - Harry se defendeu, olhando pra ele. -O que devia dizer a ela. 'Hei, Hermione, toda vez que encosto em você, uma sensação boa me atravessa, e acho que te amo, mas não tenho muita certeza, então você acha que eu posso passar a mão (-AH! - Dino disse, triunfante. -Passar a mão!) em você um pouco e vamos ver no que dá?' você queria me ver morto?
-Por que não pediu a ajuda de alguém então? - Rony gritou irritado.
-Bem, e o que devia dizer?
-Ah, não sei - Rony alfinetou -Talvez algo como 'Ajuda, preciso de alguém! Help, I need somebody!'
Harry olhou longamente para ele. –Help, not just anybody.
Um pequeno sorriso veio aos lábios de Hermione. -Eu sou a morsa.
Harry olhou pra ela e sorriu. -Paul morreu.
Rony olhou sério pra eles. -Do que estão falando? Vocês parecem dois doidos.
Harry acenou a mão, dizendo pra esquecer. -Nada não. Uns músicos trouxas antigos.
-Ah, eles até pensam parecido - Lilá respirou fundo. -Não é adorável?
-Seria um pouco mais interessante se não pensassem - Rony resmungou. -Onde ficam as grandes brigas, e todos os gemidos se eles devem ou não ficar juntos? Estou radiante por estarem juntos, mas é meio chato, não é mesmo?
-Decidimos não passar por isso - Harry explicou, escondendo o sorriso, sabendo o tipo de reação que essa resposta tiraria do amigo. -Não precisamos brigar nem nos preocupar com isso.
Rony estava incrédulo. -Decidiram não passar por isso? Era esse o grande plano de vocês?
Hermione respondeu com um sorriso maroto, o tempo todo aproveitando o momento para provocar o amigo. -Bem, não faz sentido ficar se lamentando sobre o passado, não é mesmo? O que passou, passou. E querer uma cena histérica é meio infantil, não acha? Prefiro seguir em frente e me concentrar no que temos agora.
O rosto de rony ficou muito vermelho. -O que quer dizer com...
-Não é maravilhoso? - Lilá falou, interrompendo-o. -Eles não vão se preocupar com o tempo que ficaram separados.
-Isso é tão fofo! - Parvati concordou com uma expressão gentil no rosto. -Estão se concentrando no futuro deles juntos. - ela e Lilá deram suspiros de desejo idênticos.
Um olhar de nojo cruzou o rosto de Rony -Acho que a partir de agora eles vão dar comida na boca do outro e se chamar por apelidos carinhosos. Não acredito que trabalhei por isso. Foi muito difícil trazê-los até aqui; um pouco de drama não seria pedir demais, eu acho.
-Nem todos acham que os rituais matrimoniais dos Kligons são modelo para os namoros humanos, Rony - Dino comentou.
Rony pareceu apenas confuso. -Kliglons? O que raios são eles?
Hermione virou rapidamente a cabeça ao ouvir o nome familiar dos aliens -Kligons? Você gosta de Jornada nas estrelas, Dino? Qual das séries?
Dino ficou um pouco constrangido, porem feliz ao ver que alguém reconheceu a referência. -Gosto sim. A série original é legal, mas a "Próxima geração" tem um enredo mais envolvente.
Hermione concordou com entusiasmo. -Sim, exatamente! ASO tem seu chame, mas APG é bem mais intrigante. Eles têm que lidar com as conseqüências de seus atos.
Harry olhava para Hermione com um pouco de surpresa e choque. -Você é uma trekkie, Hermione?
Hermione virou pra ele e sorriu. -Você acha que eu não me interessaria por uma série de tv que fala sobre explorar o espaço, conhecer novas civilizações e aprender sobre coisas novas? Eu amava a série. Além disso, Spok e capitão Picard eram bem atraentes. Sempre procuro saber o que está acontecendo na série quando estou em casa.
Harry balançou a cabeça. -Nunca ia adivinhar.
Ela fez que sim de novo. -Eu até tenho uma réplica daqueles uniformes que as mulheres usavam na série original.
As bochechas de Harry coraram ao lembrar como eram os uniformes, mas um pequeno sorriso surgiu em seus lábios. -Mesmo?
Hermione levantou uma sobrancelha pra ele e deu um sorriso safado. -Tenho até as botas, oh, capitão, meu capitão - sussurrou no ouvido dele.
Harry logo corou todo, mas ele estava imerso demais na fantasia do Bravo Capitão e da Travessa Tripulante pra se preocupar.
-Sabe, você ainda não me disse o que são esses Kligots - Rony lembrou a Dino.
-Kligons - Dino respondeu distraído. -E acho que você não está entendendo o que quero dizer.
-Mesmo? - Rony perguntou, irritado. -E o que quer dizer? Que ninguém me diz nada?
Gina apontou pra Harry e Hermione, que agora riam no sofá. -O casal da Era está junto a uns três minutos e já estão planejando brincadeiras de adulto.
-O que você sabe sobre brincadeiras de adulto? - Rony perguntou, seus instintos fraternos em alerta máximo. Qualquer possibilidade de drama na vida de Harry e Hermione eram nada em comparação à possível corrupção da irmãzinha.
-Provavelmente viu todos aqueles garotos saindo de seus dormitórios, peito nu, sonolentos... é o suficiente pra fazer qualquer garota se perguntar sobre toda a diversão que pode ter - Simas disse, com uma expressão surpreendentemente séria.
Gina revirou os olhos. -É, Simas, fiquei louca de desejo quando te vi saindo do quarto, com o corpo coberto apenas por um pijama de leprechaus dançando.
Simas recuou. -Odeio quando as pessoas me vêem apenas como objeto. Só porque sou incrivelmente lindo não significa que sou fácil. - todos os grifinórios tossiram de repente.
Enquanto isso, Rony, ao ouvir sua irmã falar as palavras "Simas", "desejo", "quarto" e "corpo" saiu de seu transe. -Fique longe de minha irmã! - ordenou.
-Oh, Merlin - Gina disse, irritada.
Simas olhou surpreso para Rony. -Eu não fiz nada!
-Você está olhando pra ela e não está completamente vestido!
-Só tem um botão de minha camisa aberto!
-Devia se envergonhar! - Rony uivou.
-Por que Rony está tão preocupado com Simas? - Neville perguntou inocente. -Pensei que ele se preocuparia com o rumor que Draco e Gina estavam se agarrando nas masmorras.
Silêncio absoluto. Até Harry e Hermione pararam seus planos e olharam pra essa pequena bomba.
-O que? - Rony sibilou, ficando num tom de vermelho que com certeza não seria bom para sua saúde. -Malfoy? Masmorra? Agarrando? - ele gritou.
Gina cobriu os olhos com as mãos. -Ah, não - gemeu. Os outros grifinórios olharam com interesse.
-Você realmente beijou o Malfoy? - Harry perguntou, imaginado se realmente queria saber a resposta.
Gina suspirou, as mãos ainda cobrindo os olhos. -Foi só um beijo - resmungou. -Aconteceu. Não dá pra explicar.
-Eu vou matar ele! - Rony rugiu. -Vou cortar em pedacinho, vou...
-Não vai fazer nada disso! - Gina gritou. -Foi só uma vez, foi um acidente e por tudo que é mais sagrado... eu tenho 16 anos! - gritou, atingindo um volume notável. As crianças da Grifinória olharam impressionadas pra todo aquele volume saindo da caçula da família Weasley. -Posso cuidar disso sem sua interferência! Não o fim do mundo! - e dizendo isso, saiu do salão com um humor ótimo.
-Mas está bem perto! - ele gritou pra ela. -Uma Weasley e um Malfoy. Aonde o mundo vai chegar?
-Bem, ele é meio atraente - Lilá disse hesitando. -De um jeito sonserino, bad-boy.
Rony olhou amargurado pra ela. -Eu vou matar ele. - informou.
-Bem - Harry disse animado pra todos, se levantando do sofá. -No fim das contas, foi um dia fascinante. Entretanto, estou ficando meio cansado, então acho que já vou pra cama. Hermione?
O rosto de Hermione ganhou um tom rosa enquanto ela respondia. -Sim, claro. Muito cansada. Preciso dormir. Tenho que me preparar para as aulas.
A boca de Rony se contorceu num sorriso, apesar de seu humor. -Amanhã é sábado, Hermione. Não temos aula.
Hermione contraiu os lábios e ficou pensando profundamente em outro motivo. -É importante dormirmos no mesmo horário, pra mantermos o ritmo. - Harry balançou a cabeça, concordando vigorosamente.
-Mesmo horário? Você passou a noite em claro, estudando, o ano passado inteiro - Lilá comentou. -Nunca foi tão cedo pra cama.
-Meu ritmo vai ficar desajustado! - Hermione insistiu.
-Acho que seu 'ritmo' vai ficar ótimo - Dino disse, revirando os olhos. -Vá entrar em serviço, capitão. - Uma onda de riso se espalhou no salão.
Harry apenas suspirou e coçou a ponta do nariz. -Acho que descobriram nosso plano, Hermione.
Hermione ficou tensa. -Eu planejo dormir - ela disse, por alguma razão determinada a manter a fachada.
Harry olhou pra ela com um sorriso predador -Eu não. - ele disse gentil.
Hermione levantou uma sobrancelha. -Acho que vou pra cama então. - ela virou e acenou para todos. -Boa noite. - e se dirigiu até as escadas.
Harry parou em frente a Rony. -Obrigado - disse baixo.
Rony corou, sorriu e deu um murrinho no ombro de Harry. -Que mais eu poderia fazer por meus dois melhores amigos?
-Além de semanas de desconforto físico, mental e emocional? - Hermione perguntou. Ela balançou a cabeça e olhou pra ele com um sorriso radiante. -Obrigada - sussurrou pra ele e ficou na ponta dos pés pra lhe dar um beijo na bochecha. Rony corou violentamente enquanto Harry e Hermione iam até as escadas.
-Ah, e Rony? - Harry disse, parando e virando de frente pra ele novamente.
-Hmmmm?
Hermione lhe deu um sorriso meio assustador. -Fique atento - Rony deu um sorriso nervoso e acenou pra que continuassem seu caminho.
Toda a Grifinória olhava em silêncio enquanto Harry escoltava Hermione pelas escadas. Quando perderam o casal de vista, um segundanista correu silenciosamente escada acima, seguindo-os. O silêncio continuou até que o aluno voltou, um sorriso gigante no rosto.
-Ele entrou no quarto dela.
Barulho. Caos. Desordem. Assovios e gritos. Piadinhas obscenas e frases vulgares se espalharam pela multidão como água. Apostas foram feitas. Lilá e Parvati davam gritinhos tão agudos, que algumas criaturas parecidas com morcegos desviaram de seus caminhos na Floresta Proibida. Simas e Dino dramatizavam algumas permutas possíveis dentro do quarto, com resultado extremamente engraçados.
Rony chorava.
Neville se perguntava quando todos ficaram loucos.
Depois de um tempo, o resto da Grifinoria foi fazendo seu caminho pelas escadas, ainda conversando animados sobre a união de dois membros do Trio maravilha e da fascinante revelação sobre Draco e Gina. Lilá se largou sobre o sofá e Parvati fez o mesmo numa das poltronas.
-Sabe, você ainda não explicou o ritual de casamentos daqueles Kligon - Rony lembrou a Dino.
Dino riu -Você ia gostar deles, Rony. As fêmeas jogam objetos pesados nos machos.
-E o que os machos fazem? - Lilá perguntou, interessada nessas pessoas estranhas.
-Lêem poesia. E se desviam.
-Parecem idiotas - Rony resmungou.
-Uma diversidade infinita com combinações infinitas, Rony - Dino falou, plácido. -Não descarte uma idéia até que tenha tentado.
-Ah, e agora é o momento em que nos conta de sua experiência com fêmeas jogando coisas em você? - Parvati perguntou, venenosa. -Não sei porque, acho que a prática é familiar pra você.
-Bem, posso contar da vez que uma garota me deixou lamber a...
-Pervertido! - Parvati gritou e jogou uma almofada nele.
Dino se desviou e sorriu. -Devo te comparar a um dia de verão? Tua arte mais amável e temperada...
-Ah, cala boca! - Parvati respondeu e marchou escada acima.
Simas balançou a cabeça. -Bela tentativa, amigo. - deu um tapa no ombro de Dino e depois virou pra Lilá e Rony e sorriu. -Não fiquem acordados até tarde. - e correu pelas escadas.
Dino deu de ombros. -Bem, acho que sempre podemos esperar pelo amanhã. - deu um sorriso maroto pra Rony. -Divirta-se. - depois subiu, deixando Rony e Lilá sozinhos no salão comunal.
-Eh, do que eles estavam falando? - Rony disse, olhando curioso para Lilá.
Lilá apenas sorriu e bateu no assento ao lado dela no sofá. -Sente aqui e aproveite o momento.
Rony levantou as sobrancelhas. Harry e Hermione estavam no quarto, presumidamente fazendo coisas bem travessas um ao outro e aproveitando imensamente. Tinham admitido que se amavam, se poupando de muita dor e mágoa e poupando a sanidade dos outros grifinórios. Pessoalmente, suas córneas, ouvidos e fígado estavam a salvo de um grande abuso e ele estava grato por isso. E agora, Lilá olhava pra ele com um olhar muito interessante. Rony deu um sorriso charmoso e foi até o sofá.
Ele era um gênio.
NT: Demorou, mas chegou! Espero que tenham gostado da fic... Apesar dela não ser tão grande, comédia sempre é mais complicado pra traduzir, esse capítulo em especial. Mas acho que no geral, deu pra entender... Obrigada a todos que comentaram (aqui e por e-mail) e até a próxima! Beijos!
