Capítulo 2 - O despertar de uma paixão

Gina e Draco Malfoy estavam sentados num banco no parque da cidade. Era um dia frio de outono, uma suave brisa soprava ao redor do lago.
- Detesto política. - comentou Draco Malfoy. Gina fitou-o, surpresa.
- Então por que quer ser Vice Ministro...?
- Porque quero mudar o sistema, Gina. Ele está sendo dominado por pessoas como Cornelius Fudge e pelas corporações que ajudar a levar as pessoas erradas para o poder para depois controlá-las. Há muitas coisas que quero fazer. - Sua voz estava cheia de entusiasmo. - As pessoas que dirigem o país o transformaram numa ação entre amigos. Estão mais preocupadas com elas próprias do que com o povo bruxo. Não é certo, e tentarei corrigir isso.
Gina ficou escutando, enquanto Draco continuava a falar, e pensou: "Ele pode conseguir".
Draco emanava uma energia contagiante. A verdade é que ela achava tudo nele excitante. Nunca se sentira assim por qualquer homem senão Draco Malfoy, e era uma experiência estimulante. Não tinha como saber o que Draco sentia por ela. Ele era sempre o perfeito cavalheiro, nem parecia o Malfoy de outros tempos. Gina tinha a impressão de que a intervalos de poucos minutos várias pessoas se aproximavam do banco para apertar a mão de Draco e lhe desejar boa sorte. As mulheres lançavam olhares furiosos para Gina. "É bem provável que todas tenham saído com ele." - pensou Gina. - "É provável também que todas tenham ido para cama com ele. O que não é da minha conta, claro".
Ela soubera que até pouco tempo atrás, Draco vinha saindo com a filha de um dos da Alta Corte do Ministério. E se perguntava o que teria acontecido. - "Mas isso também não é da minha conta."
Não havia como evitar o fato de que a campanha de Draco não ia nada bem. Sem dinheiro para pagar sua equipe e sem propaganda na televisão, rádio ou jornais, era impossível competir com o vice Ministro Cary Addison, cuja imagem parecia estar em toda parte. Gina deu um jeito para que Draco aparecesse em piqueniques de empresas, em fábricas e em uma dúzia de eventos sociais, mas sabia que essas participações eram todas de menor importância, o que a deixava frustrada.
- Tem visto as últimas pesquisas? - perguntou Jason Kriegs a Gina. - Seu candidato vai entrar pelo cano. "Não, se eu puder evitar" - pensou Gina.
Gina e Draco estavam jantando no Caldos&Cozidos.
- Não estamos indo muito bem, não é mesmo? - perguntou Draco, a voz calma.
- Ainda há tempo suficiente - respondeu Gina, tranqüilizadora. - Quando os eleitores passarem a conhece-lo melhor ..
Draco sacudiu a cabeça.
- Também leio as pesquisas. Quero que você saiba que aprecio tudo o que tentou fazer por mim, Gina. Tem sido sensacional.
Ela ficou imóvel na cadeira, observando-o do outro lado da mesa, e pensou: "Ele é o homem mais maravilhoso que já conheci, e não posso ajudá-lo". Gina sentiu vontade de toma-lo nos braços, aconchegá-lo e consolá-lo. Consolá-lo? A quem estou querendo enganar?
Quando se levantavam para ir embora, um homem, uma mulher e duas meninas pequenas se aproximaram da mesa. - Draco! Como tem passado?
O homem estava na casa dos sessenta anos, tinha cabelo oleoso e uma cicatriz, usava ainda uma venda preta sobre um olho que lhe proporcionava a aparência de um pirata trouxa. Draco levantou-se e estendeu a mão.
- Olá, Jules. Eu gostaria de apresentá-lo a Virgínia Weasley. Jules Milinight.
- Olá, Virginia. - Milinight acenou com a cabeça para a sua família: - Esta é minha esposa, Betsy, e estas são Elizabeth e Rebecca. - Havia um enorme orgulho em sua voz.
Gina sabia que já tinha ouvido falar naquele nome em algum lugar há muito tempo, mas não conseguia lembrar quem era.
Ele tornou a se virar para Draco.
- Lamento muito o que aconteceu. Foi uma pena. Detestei fazer aquilo, mas não tive opção.
- Eu compreendo, Jules.
- Se houvesse alguma coisa que eu pudesse ter feito..,
- Não tem importância. Estou bem.
- Você sabe que eu lhe desejo toda a sorte do mundo.
Voltando para casa, Gina perguntou:
- O que significava aquela conversa?
Draco deu a impressão de que ia contar alguma coisa, mas mudou de idéia.
- Não é importante.
Gina morava num apartamento de quarto e sala no bairro de Kostgriew em Londres. Ao se aproximarem do prédio, Draco disse, hesitante:
- Gina, sei que sua agência está cuidando da minha campanha quase de graça, mas, francamente, acho que você está desperdiçando seu tempo. Poderia ser melhor se eu desistisse agora.
- Nada disso! - exclamou Gina, com uma intensidade na voz que a surpreendeu. - Não pode desistir. Encontraremos um meio de superar todas as dificuldades.
Draco virou a cabeça para fitá-la.
- Você realmente se importa, não é? Estou percebendo algo mais nessa pergunta?
- Claro que sim. - murmurou ela. - Realmente me importo.
Ao chegarem ao apartamento, Gina respirou fundo, antes de indagar:
- Não quer entrar?
Ele fitou-a em silêncio por um longo momento.
- Quero.
Depois, ela não saberia dizer quem fez o primeiro movimento. Tudo o que podia lembrar era de os dois se despindo, de cair nos braços de Draco, da pressa desenfreada e primitiva com que fizeram amor Depois, houve uma fusão lenta e tranqüila, num ritmo intemporal e extasiado. Foi a sensação mais maravilhosa que Gina já experimentara. Passaram a noite inteira juntos e foi um momento mágico. Draco era insaciável, dando e exigindo ao mesmo tempo, e parecia querer continuar para sempre. Era um animal.
Pela manhã, enquanto comiam um desjejum com suco de laranja, ovos mexidos, torradas e bacon, Gina disse:
- Vai haver um piquenique no lago Green River na sexta feira Draco, com muitas pessoas presentes. Agendarei um discurso para você. Compraremos tempo de rádio para que todos saibam que você estará lá. E depois...
- Gina, não temos dinheiro para isso.
- Ora, não se preocupe. - respondeu ela, despreocupada. - A agência pagará.
Gina sabia que não havia nem a mais remota chance de a agência pagar. Tencionava fazer aquilo com seu próprio dinheiro. Diria a Jason Kriegs que o dinheiro fora doado por um partidário de Malfoy. E seria a verdade. "Farei qualquer coisa no mundo para ajudá-lo" - pensou ela.
Havia duzentas pessoas no piquenique no lago Green River e Draco fez um discurso brilhante para a multidão.
- Metade dos bruxos neste país não vota. Temos o mais baixo registro eleitoral entre todos os países industrializados do mundo... Menos de cinqüenta por cento. Se vocês querem que as coisas mudem, têm a responsabilidade de fazer com que mudem. É mais do que uma responsabilidade é um privilégio. Há uma eleição iminente. Quer votem em mim ou em meu adversário, votem. Vocês têm de participar.
Ele foi aplaudido com entusiasmo.
Gina providenciou para que Draco comparecesse a tantos eventos quanto possível. Ele presidiu à inauguração de uma clínica infantil, à abertura de uma ponte, conversou com grupos bruxos femininos, representantes do Ministério, falou em festas beneficentes, em asilos para idosos. Apesar de tudo, continuava a cair nas pesquisas. Sempre que não estava em campanha, Draco encontrava algum tempo para passar com Gina. Passearam de charrete pelo parque da cidade, circularam numa tarde de sábado pelo Antique Market, jantaram no À la Lucie. Draco deu flores a Gina no Dia das Bruxas e no dia da derrota de Voldemort, e de vez em quando sua coruja lhe trazia mensagens afetuosas.
"Querida, onde você está? Sinto saudade, muita saudade.'
"Acho que deve ser ilegal alguém se sentir tão feliz. Eu amo você."
Não importava para Gina aonde ia com Draco: queria apenas estar com ele.
Uma das coisas mais excitantes que fizeram foi descer de balsa as corredeiras do rio Fork, num domingo. E a viagem começou de maneira inocente, tranqüila, até que o rio começou a se agitar, na base das montanhas, dando uma volta imensa, com uma sucessão de quedas verticais, ensurdecedoras, vertiginosas, iniciando as corredeiras: um metro e meio, dois metros, três... Tudo assustador, a balsa dando impressão de que ia se desmanchar. A viagem demorou três horas e meia. Ao saírem da balsa, Gina e Draco estavam encharcados e contentes por continuarem vivos. Gina fez um feitiço e rapidamente ela e Draco estavam secos. Não conseguiam afastar as mãos um do outro. Fizeram amor em sua cabana na pousada, no banco traseiro do carro de Draco, no bosque. Uma noite, no início do outono, Draco preparou o jantar em sua encantadora casa em Versailles, uma cidadezinha perto de Londres. Ele serviu bifes grelhados, marinados em molho de soja, alho e ervas, com batatas cozidas, salada e um vinho tinto perfeito, bebida trouxa que Gina mais gostava.
- Você é ótimo com uma varinha. Fez a comida rapidamente. - Gina aconchegou-se a ele. - Na verdade, é maravilhoso em tudo, querido.
- Obrigado, meu amor.
Ele se lembrou de uma coisa
- Tenho uma pequena surpresa para você. Quero que experimente.
Ele foi até o quarto. Voltou um momento depois com um vidro pequeno, que continha um líquido transparente.
- Aqui está.
- O que é isso?
- Já ouviu falar de ? Isto é .. Dizem que é um tremendo afrodisíaco bruxo. Quero ver se funciona. Dizem que funciona exatamente como o Ecstasy trouxa.
Gina franziu o rosto.
- Querido você não precisa disso. Nós não precisamos. E pode ser perigoso. - Ela hesitou. - Você usa com freqüência?
Draco riu.
- Para ser franco, não. Tire essa expressão do rosto. Um amigo me deu isto e sugeriu que eu experimentasse. Esta seria a primeira vez.
- Não vamos ter a primeira vez - disse Gina. - Pretende jogar fora?
- Claro que sim.
Ele foi para o banheiro e, um instante depois, Gina ouviu o barulho da descarga da latrina. Draco voltou.
- Pronto. - Ele sorriu. - Quem precisa de ecstasy num vidro? Tenho numa embalagem muito melhor
E ele a abraçou.
Gina lera histórias de amor e ouvira canções de amor, mas nada a tinha preparado para essa realidade incrível. Sempre pensara que as letras românticas eram bobagens sentimentais, sonhos irreais. Sabia melhor agora. O mundo parecia subitamente mais brilhante, mais belo.
Numa manhã de sábado, Draco e Gina faziam uma excursão a pé pelo Breaks Interstate Park, apreciando a paisagem espetacular que os cercava.
- Nunca estive nesta trilha antes. - comentou Gina.
- Acho que você vai gostar.
Estavam se aproximando de uma curva fechada no caminho. Ao saírem da curva, Gina parou, atordoada. no meio do caminho havia uma placa de madeira pintada a mão GINA, QUER CASAR COMIGO?
O coração de Gina disparou. Ela virou-se para Draco incapaz de falar. Ele abraçou-a.
- Quer?
"Como tive tanta sorte?" - perguntou-se Gina. Ela apertou-o com força e sussurrou:
- Claro que quero, querido.
- Infelizmente, não posso prometer que vai casar com um vice Ministro, mas sou bom em outras coisas.
Ela se aninhou nos braços dele e murmurou:
- Isso é mais do que suficiente.
Poucas noites depois, Gina se vestia para jantar com Draco quando ele telefonou.
- Querida, sinto muito, mas acabo de receber uma notícia. Tenho de comparecer a uma reunião esta noite, e por isso serei obrigado a cancelar o nosso jantar. Você me perdoa?
Gina sorriu.
- Está perdoado.
No dia seguinte, Gina pegou o Profeta Corvinal e leu a manchete: CORPO DE MULHER ENCONTRADO NO RIO LONDRES A notícia dizia: "No início desta manhã, o Ministério encontrou no rio Londres, o corpo de uma mulher nua, que parecia ter vinte e poucos anos. Está sendo efetuada uma autópsia para determinar a causa da morte..."
Gina estremeceu, enquanto lia o texto. "Morrer tão jovem! Será que ela tinha um amante? Um marido?"


Parecia que todos em Londres só falavam sobre o iminente casamento. Londres era uma cidade pequena e Draco Malfoy, uma figura popular. Formavam um casal de aparência espetacular, Draco moreno e bonito, Gina com rosto e corpo adoráveis, os cabelos ruivos. A notícia se espalhara como fogo em mato seco.
- Espero que ele saiba como é afortunado. - comentou Jason Kriegs para Gina que sorriu.
- Ambos somos afortunados.
- Vão procurar um juiz de paz para casar?
- Não. Draco quer um casamento formal. Vamos casar na Capela do Calvário.
- E quando vai ocorrer o feliz evento?
- Daqui a seis semanas.
Poucos dias depois, uma notícia na primeira página do Profeta Corvinal: "A autópsia revelou que a mulher encontrada no rio Londres , identificada como Pansy Parkiston, uma antiga aluna da Sonserina, morreu de overdose de uma droga bruxa ilegal e perigosa conhecida nas ruas como ..."
.. Gina recordou a noite com Draco. E pensou: "Ainda bem que ele jogou fora o que havia no vidro".
As semanas subseqüentes foram preenchidas pelos frenéticos preparativos para o casamento. Havia muita coisa a fazer. Foram enviados convites para duzentas pessoas. Gina escolheu a dama de honra, iria ser Serna, a filha de Rony e Hermione, e selecionou o vestido dela, com o comprimento de um traje de bailarina, sapatos combinando e luvas para complementar a extensão das mangas. Para si mesma, ela foi até uma loja de roupas para todas as ocasiões no Beco Diagonal, e escolheu um vestido longo, com saia rodada e uma ampla cauda, sapatos para combinar com vestido e luvas compridas.
Draco encomendou uma casaca preta, com calça listrada, colete cinza, camisa branca de colarinho. O padrinho era um antigo amigo da família Malfoy.
- Está tudo preparado. - informou Draco a Gina. Já tomei as providências necessárias para a recepção. Quase todos aceitaram o convite.
Gina sentiu um pequeno calafrio percorrer seu corpo.
- Mal posso esperar, meu querido.
Numa noite de quinta-feira, uma semana antes do casamento Draco foi ao apartamento de Gina.
- Infelizmente, Gina, surgiu uma emergência. Um amigo meu está com um problema. Terei de voar até Paris para resolver tudo.
- Paris? Por quanto tempo ficará ausente?
- Não deve levar mais que dois ou três dias, quatro no máximo. Voltarei com tempo de sobra.
- Promete?
- Prometo.
Depois que Draco se retirou, Gina pegou o jornal na mesa. Sem pensar, abriu na página do horóscopo de Sibila Trelawney onde leu:

PARA ESCORPIÃO (23 DE OUTUBRO A 22 DE NOVEMBRO). ESTE NÃO É UM BOM DIA PARA MUDAR DE PLANOS. ASSUMIR RISCOS PODE LEVAR A GRAVES PROBLEMAS.

Ela tornou a ler o horóscopo, perturbada. Quase que se sentiu tentada a telefonar para Draco e lhe pedir que não viajasse. "Mas isso seria ridículo" - pensou ela. - "Afinal, é apenas um horóscopo idiota."
Na segunda-feira, Gina não teve qualquer notícia de Draco. Telefonou para o escritório dele, mas o pessoal de lá também não sabia de nada. Também não houve notícia na terça-feira. Gina começou a entrar em pânico. Às quatro horas da madrugada de quarta-feira, ela foi acordada pela insistente campainha do telefone. Sentou-se na cama e pensou: "É Draco! Graças a Deus!" Sabia que deveria se mostrar zangada com ele por não ter lhe telefonado antes, mas isso não tinha importância agora.
Ela atendeu.
- Draco...
Uma voz de outro homem indagou:
- É Virgínia Weasley quem está falando?
Ela sentiu um súbito calafrio.
- Quem... Quem é você?
- Alexander Towers, da Associated Press. Acabamos de receber uma informação, srta. Weasley, e queríamos saber sua reação.
Alguma coisa terrível acontecera. Draco morrera.
- Srta. Weasley?
- Pois não?
A voz de Gina era um sussurro estrangulado.
- Podemos divulgar uma declaração sua?
- Uma declaração sobre o quê?
- Sobre Draco Malfoy casar com a filha do funcionário do Ministério Carl Andrews, em Paris.
Por um instante, o quarto pareceu girar.
- Era noiva do Sr. Malfoy, não é mesmo? Se pudermos divulgar uma declaração...
Gina estava imóvel, congelada.
- Srta. Weasley?
Ela recuperou a voz.
- Pois não... Eu... Desejo felicidade a ambos.
Gina desligou, atordoada. Era um pesadelo. Despertaria dentro de poucos minutos e descobriria que não passa de um sonho.
Mas não era um sonho. Ela fora abandonada de novo. Draco não voltaria. Deveria saber que ele nunca iria mudar. Uma vez Malfoy, sempre Malfoy. Uma vez Sonserino, sempre sonserino.

N/A: Segundo Capítulo no ar... Parece que a nossa querida Gininha está apaixonada pelo loiríssimo Draco... Será que ele também está apaixonado também? Bem, só lendo os próximos caps...

Trecho do próximo capítulo: Exatamente uma hora depois, uma limusine parou na frente do prédio em que Gina trabalhava. Um motorista abriu a porta do carro para ela. O inominável Andrews estava sentado no banco traseiro. Era um homem de aparência distinta para os bruxos, para os trouxas seria um tanto excêntrico, tinha cabelos brancos lisos bem parecidos com o de Dumbledore, um bigode pequeno e impecável. Tinha o rosto de um patriarca. Mesmo no outono, vestir vestes de cores claras era a sua marca registrada.