Draco Malfoy foi ao escritório do inominável Andrews naquela tarde.
- É um prazer tornar a vê-lo, Draco. Obrigado por atender ao meu convite. Você está com uma boa aparência.
- Obrigado, Carl. Você também.
- Já estou velho, mas faço o que posso.
- Bem, acho que não me chamou aqui para falarmos de nossa aparência. O que queria falar comigo, Carl?
- Draco, sente-se.
Draco se acomodou numa cadeira.
- Quero que me ajude com um problema legal que estou tendo em Paris. Uma das minhas companhias enfrenta dificuldades. Haverá uma assembléia de acionistas muito em breve. Eu gostaria que comparecesse para me representar.
- Terei o maior prazer. Quando será a assembléia? Verificarei na minha agenda...
- Lamento, mas terá de partir esta tarde.
Draco ficou atônito.
- Esta tarde?
- Detesto mobilizá-lo com tão pouco prazo, mas acabei de receber o aviso. Meu avião está esperando no aeroporto. Pode viajar? É muito importante para mim.
Draco tinha uma expressão pensativa.
- Darei um jeito. Mas não vou de avião, irei de chave de portal. Essas coisas trouxas são sempre muito antiquadas.
- Ficarei muito agradecido, Draco. Sabia que podia contar com você.
O inominável inclinou-se para frente.
- Lamento profundamente o que está acontecendo com você. Viu as últimas pesquisas? - Ele suspirou, antes de arrematar: - Você está caindo.
- Sei disso.
- Eu não deveria me importar tanto, mas... - O inominável Andrews não continuou.
- Mas...?
- Você daria um excelente vice Ministro. Na verdade, seu futuro não poderia ter sido mais brilhante. Teria muito dinheiro... E poder. Deixe-me falar um pouco sobre dinheiro e poder, Draco. O dinheiro não se importa com quem o possui. Um vagabundo pode ganhar na loteria, um idiota pode herdar uma fortuna, ou alguém pode conseguir o dinheiro assaltando um banco. Mas poder é algo diferente. Ter poder é possuir o mundo. Se você fosse vice Ministro do mundo bruxo, poderia afetar as vidas de todos os que vivem aqui. Poderia obter a aprovação de projetos que ajudariam as pessoas e teria o poder de vetar os projetos que pudessem prejudicá-las e os que lhe prejudicassem também. Eu lhe prometi em uma ocasião que poderia se tornar Ministro da Magia. Pois saiba que falei sério, que você poderia se quisesse, é óbvio. E pense sobre esse poder, Draco, ser o homem mais importante do mundo, dirigindo o mundo bruxo. Não acha que vale a pena sonhar com isso? Pense a respeito.
O inominável fez uma pausa, depois acrescentou, em voz pausada:
- O homem mais poderoso do mundo bruxo, mais poderoso até que o falecido... - o tom de sua voz diminuiu. - Você Sabe Quem.
Draco especulava sobre o rumo que a conversa tomaria. Ser mais poderoso que Lord Voldemort era impossível. Como se em resposta à sua indagação tácita, o inominável comentou:
- E você deixou escapar tudo isso apenas por uma mulher. E ainda mais a filha de Arthur Weasley. Pensei que era mais inteligente, filho.
Draco esperou. O inominável Andrews continuou, em tom casual:
- Falei com Alicia esta manhã. Ela continua em Paris, no Ritz. Quando contei que você ia casar... Ela desatou a chorar.
- Lamento muito, Carl. Sinceramente.
O inominável suspirou.
- É uma pena que vocês dois não possam reatar.
- Carl, vou casar na semana que vem. E com Virgínia Weasley, filha de Arthur Weasley.
- Sei disso. E não interferiria em seu casamento por nada neste mundo. Suponho que não passo de um velho sentimental, mas para mim o casamento é a coisa mais sagrada do mundo. Tem minha bênção, Draco.
- Fico muito grato.
- Sei que fica. - O inominável olhou para seu relógio. - Você vai querer ir para casa agora e arrumar as malas. As informações sobre a assembléia serão despachadas por uma das corujas do Ministério para você em Paris.
Draco levantou-se.
- Está certo. E não se preocupe. Cuidarei de tudo por lá.
- Tenho certeza que sim. Ah, antes que eu me esqueça, reservei um quarto para você no Ritz.
Antes de viajar para Paris com o portal, Draco refletiu sobre a conversa com o inominável. "Você daria um excelente vice Ministro. Na verdade, seu futuro não poderia ter sido mais brilhante. Teria muito dinheiro... E poder. Deixe-me falar um pouco sobre dinheiro e poder, Draco. Ter poder é possuir o mundo. Se você fosse vice Ministro do mundo bruxo, poderia afetar as vidas de todos os que vivem aqui. Poderia obter a aprovação de projetos que ajudariam as pessoas e teria o poder de vetar os projetos que pudessem prejudicá-las e os que lhe prejudicassem também.
"O que eu faço?? Ser Ministro da Magia não é para qualquer um." - assegurou Draco a si mesmo. - "De jeito nenhum. Vou casar com Gina e faremos um ao outro felizes. Muito felizes. Mas ao mesmo tempo, o que eu seria ao lado de uma Weasley? Pai de um bando de ruivos com roupas de segunda mão."
Quando chegou à Paris, uma grande limusine o esperava.
- Para onde vamos, Sr. Malfoy? - perguntou o motorista.
"Ah, antes que eu me esqueça, reservei um quarto para você no Ritz".
Alicia estava no Ritz.
"Seria mais sensato se eu fosse para um hotel diferente". - pensou Draco.
O motorista continuava a fitá-lo, aguardando a instrução.
- O Ritz - respondeu Draco intuitivamente.
O mínimo que podia fazer era pedir desculpas a Alicia.
Ele telefonou para Alicia do saguão.
- Sou eu Draco. Estou em Paris.
- Eu já sabia. - respondeu Alicia. - Papai me ligou.
- Estou no saguão do Ritz. Gostaria de cumprimentá-la.
- Suba.
Quando entrou na suíte de Alicia, Draco ainda não sabia direito o que dizer. Alicia o esperava na porta. Permaneceu parada ali por um momento, sorrindo, depois o abraçou e apertou com força.
- Papai me contou que você viria para cá. Não imagina como estou contente!
Draco ficou imóvel, desorientado. Teria de falar sobre Gina, mas precisava encontrar as palavras certas. "Sinto muito pelo que aconteceu conosco... Nunca tive a intenção de magoá-la... Eu me apaixonei por outra... mas sempre vou...".
- Eu... Tenho de lhe contar uma coisa - murmurou ele, contrafeito. - A verdade é que...
E enquanto fitava Alicia, Draco pensou nas palavras do pai dela: "Eu lhe prometi uma ocasião que poderia se tornar Ministro da Magia. Pois saiba que falei sério... E pense sobre esse poder Draco; ser o homem mais importante do mundo. Não acha que vale a pena sonhar com isso"?
- O que é, querido?
E as palavras se despejaram como se tivessem vida própria.
- Cometi um erro terrível, Alicia. Fui um tolo. Eu a amo. E quero casar com você.
- Draco!
- Quer casar comigo? - Não houve hesitação.
- Claro que quero, meu amor!
Ele pegou-a no colo, carregou-a para a cama. Momentos depois estavam nus e Alicia dizia:
- Não imagina como senti saudade de você, querido.
- Devo ter perdido o juízo...
Alicia comprimiu-se contra ele e balbuciou:
- Ah, como é maravilhoso...
- Isso acontece porque pertencemos um ao outro.
Draco sentou-se na cama.
- Vamos dar a notícia a seu pai.
Ela fitou-o nos olhos, surpresa.
- Agora?
- Isso mesmo.
"E eu terei de contar a Gina."
Quinze minutos depois, Alicia estava falando com o pai.
- Draco e eu vamos casar.
- É uma notícia maravilhosa, Alicia. Eu não poderia ficar mais surpreso ou satisfeito. Por falar nisso, o celebrante de Paris é um velho amigo meu. Está esperando seu telefonema. Ele os casará aí mesmo. Cuidarei para que tudo seja acertado.
- Mas...
- Ponha Draco na linha.
- Só um instante, papai.
Alicia estendeu o fone para Draco.
- Ele quer falar com você.
Draco atendeu.
- Carl?
- Você me deixou muito feliz, meu rapaz. Fez a coisa certa.
- Obrigado. Sinto a mesma coisa.
- Estou providenciando para que você e Alicia casem em Paris. E quando voltarem terão um grande casamento na igreja aqui. Na Capela do Calvário.
Draco franziu o rosto.
- Na Capela do Calvário? Eu... Hã... Acho que não é uma boa idéia, Carl. Era ali que...
A voz do inominável Andrews tornou-se fria.
- Você envergonhou minha filha Draco e tenho certeza que quer compensar essa situação. Estou certo?
Houve uma longa pausa.
- Claro que está, Carl.
- Obrigado Draco. Espero vocês aqui em poucos dias. Temos muito que conversar sobre... A eleição para vice Ministro.
O casamento em Paris foi uma breve cerimônia civil.
Quando acabou, Alicia olhou para Draco e disse:
- Papai quer nos oferecer um casamento religioso na Capela do Calvário.
Draco hesitou, pensando em Gina e no que isso representaria para ela. Seria um afronta. Mas fora longe demais para recuar agora.
- Como ele quiser.
Draco não conseguia tirar Gina dos pensamentos. Gina nada fizera para merecer o que ele estava lhe fazendo. Ou fizera, ela era uma Weasley afinal e a amiguinha de Harry Potter merecia tudo o que ele estava fazendo sim. Mas ele a amava. "O que está acontecendo comigo? Vou telefonar para ela e explicar".
Mas cada vez que pegava no telefone, ele pensava: "Como posso explicar? O que posso dizer a ela? Vou dizer que ela é uma Weasley e merece isso tudo? Não era bem assim. E ele não tinha resposta. Finalmente tomou coragem para ligar, mas a imprensa a alcançara primeiro e ele se sentiu ainda pior depois.
No dia seguinte ao retorno de Draco e Alicia a Londres, a campanha eleitoral de Draco recuperou todo o vigor anterior. Jules Milinight acionou a máquina e Draco tornou-se outra vez uma presença constante nos debates, jornais e festas. Falou para uma enorme multidão no Londres, comandou um comício. E isso foi apenas o começo.
Jules Milinight organizou chaves de portais para levar Draco por todo o mundo bruxo. Ele foi de Georgetown para Stanford, parou em Frankfurt... Versailles... Winchester... Louisville... Brasil...
Os índices de Draco nas pesquisas não paravam de subir. A única interrupção na campanha foi causada por seu casamento. Ele avistou Gina no fundo da igreja e sentiu alguma apreensão. Conversou a respeito com Jules Milinight.
- Não acha que Gina tentaria fazer alguma coisa para me prejudicar, não é?
- Claro que não. E mesmo que ela quisesse, o que poderia fazer? Esqueça-a.
Draco sabia que Milinight tinha razão. Tudo corria às mil maravilhas. Não havia razão para se preocupar. Nada poderia detê-lo agora. Absolutamente nada.
Na noite da eleição, Virgínia Weasley sentou sozinha em seu apartamento, diante da tevê, acompanhando a apuração. Distrito por distrito, a vantagem de Draco se ampliava cada vez mais. Finalmente, quando faltavam cinco minutos para a meia-noite, o vice Ministro Addison apareceu para fazer seu discurso de reconhecimento da derrota. Gina desligou a televisão. Levantou-se e respirou fundo.
N/A: Bjus... Hj tô sem criatividade para postar alguma coisa aqui pra vcs... Bem, se vocês quiserem podem deixar o msn de vocês que eu adiciono vcs ao meu... Bjinssssssssss e continuem lendo...
Trecho do próximo capítulo: Acabo de perceber o motivo dessa urgência toda. A srta. Weasley descobriu que está grávida de Draco e vai precisar de uma pequena ajuda financeira. É o golpe mais antigo do mundo.
